ter, 03/06/2014 - 08:27
Sugerido por Webster Franklin
Recebi por e-mail ótimo texto de autoria do engenheiro e amigo Oscar Sales que me autorizou a publicar.
UMA CONDUTA NADA PROFISSIONAL
Oscar Sales da Cruz
O que estamos vendo hoje no Brasil, em termos de irracionalidade coletiva, não é coisa de agora por conta da Copa, por falta de investimento em necessidades básicas no País ou por reivindicação de direitos trabalhistas, etc.
É profundamente lamentável, acessar as mídias e ver que a população está refém da inconsequência que domina os movimentos, ditos contestatórios. Tais movimentos, já haviam sido preconizados, de há muito, antes mesmo daquele que eclodiu em maio/68, na França, como consequência “da grande dificuldade que a sociedade tem, de dominar sua perigosa expansão tecnológica”, no dizer de Guy Debord na sua “A Sociedade do Espetáculo”.
Destarte, é nesse contexto que se tornou comum ver, todos os dias, a Grande Mídia falando sobre as ações de vândalos, barbárie e tragédias como se nada tivesse a ver com isso. Disfarçadamente - às vezes nem tanto assim - explora a fragilidade da sociedade conduzindo-a para a consecução daquilo que satisfaz os seus interesses. Assim é que, afastando-se do que é de seu dever, mais desinforma do que informa à opinião pública; promove a espetacularização dos fatos e fatura os dividendos propiciados pela vil ação. Claro que não poderia faltar aí o viés politico, de onde lhe vem a maior parcela de lucro. Nunca é demais lembrar uma declaração que não deixa margem a dúvidas:- Matéria publicada em ABR/2010, no Jornal de Debates por Washington Araújo, “... em recente entrevista ao diário O Globo, 13/03/2010, Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e executiva do Grupo Folha, escancarou o jogo: “Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”. A confissão descarada só confirma o que muitos já sabiam. A mídia hegemônica é hoje a principal força da oposição de direita, neoliberal e conservadora, do Brasil”.
Em verdade, pode-se retroagir no tempo e dizer que essa “galhardia” a mídia já ostentava, desde a campanha presidencial de 89 quando acionando os especialistas a seu serviço conseguiram, em parte, seus objetivos, o que puderam comemorar até o ano 2002. De lá para cá, os reveses sofridos desde então, só lhes acicatou os ânimos e a marcha à direita continuou, com recursos cada vez mais peçonhentos. Oportunisticamente pratica-se um jornalismo do mais baixo calão para ofender a quanto lhes pareçam obstáculo; De forma absolutamente irresponsável, contextualizam expressões desviando o sentido do fato ao seu bel prazer mesmo que isto signifique um assassinato de personalidade – o caso Escola Base em São Paulo, é um exemplo vivo na lembrança. Uma expressão de H.L. Mencken vem bem a calhar: “O homem é o único animal que se devota diariamente a tornar os outros infelizes. É uma arte como outra qualquer. Seus virtuoses são chamados altruístas”.
O poder da mídia é incontestável: os recursos da tecnologia lhe favorece. Mas não apenas esses recursos. Como bem disse o jornalista Franklin Martins, publicado no jornal GGN em 18/05/2014 “... temos um festival de desregulação do Brasil ...cada um faz o que quer, sem regulação, com dois objetivos: ganhar dinheiro e ter força política sobre a sociedade – o que lhe permite, por sua vez, ganhar mais dinheiro... Elas, as televisões, que por sua vez possuem grandes jornais... Se acham no direito de puxar o nariz da sociedade para lá e para cá, para dizer para onde ela deve ir”. Isso, também, é incontestável. É certo que ninguém lhes outorgou esses direitos, como, também, é certo, que eles foram usurpados do povo. As consequências do mal que as mídias disseminam são imprevisíveis e até mortes já aconteceram.
Eis que surge a Copa. E, no bojo do fenômeno tecnológico que espalhou movimentos de massa mundo afora, esta se torna um prato cheio para onde tanger o rebanho transformado em armas de destruição contra os adversários... O próprio povo.
É neste mister, que figuras de projeção, no seio da massa, são escolhidas adrede para compor matérias de péssima repercussão contra a Copa, incorporando-as a uma campanha sórdida que fere mais o nosso País do que àqueles a quem pretendem atingir. Acreditando, no dizer de Simon Bolívar, que “Um povo ignorante é um instrumento cego de sua própria destruição”, a grande mídia exulta: Oba! E, para continuar sua obra, proclama: É IMPERIOSO DESEDUCÁ-LO!
Torcemos para que os “revoltosos” arrefeçam seus ânimos; os danos resultados, se houver, sejam mínimos; e que tenhamos tranquilidade durante a Copa.
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