quarta-feira, 31 de março de 2010

GALILEU E O SAPO BARBUDO











Lula, Galileu e a elite que não digeriu o sapo barbudo


terça-feira, 30 março, 2010 às 13:59

Eu cresci numa época em que era muito difícil perceber onde estava a direita brasileira. Tirando os personagens folclóricos, todo mundo se dizia centro-esquerda. Vejam vocês, até o PSDB tinha esta “Social-Democracia” no nome.

Tudo se diluía na “geléia” da modernidade. Os tempos eram outros, “a história tinha terminado”, na frase célebre daquele tal Francis Fukuyama, a quem a história, felizmente, já esqueceu.

Vivíamos o mundo do neoliberalismo. Defender a importância do Estado era antiquado, “jurássico”.

Não havia mais diferença entre nacional ou estrangeiro, público ou privado, e a palavra “social” foi substituída por uma vaga idéia de “inclusão”, que viria, com o tempo, do “politicamente correto”, da “responsabilidade social” e da “eficiência” e dos “ganhos de produtividade”.

A resistência ao império destas idéias era, além de antiquada, tachada de obtusa, quase uma cegueira ideológica: chata, ranzinza, desinteressante.

Os políticos que as defendiam tinham dois caminhos: ceder à ideologia dominante ou verem, progressivamente, suas lideranças definharem.

Para sobreviver, era preciso mostrar-se “adaptado” e “respeitoso” com as “leis do mercado”, que substituíam o ser humano como valor supremo.

A Carta aos Brasileiros de Lula não foi um pouco isso?

Nos tempos da Inquisição, o matemático e astrônomo Galileu Galilei para evitar a morte na fogueira teve de proclamar a um tribunal que a Terra, e não o Sol, era o centro do Universo conhecido e era fixa no espaço, tal – como dizia a Igreja – Deus a teria criado . Mas diz a lenda que, ao sair do julgamento, teria sussurrado: contudo, ela se move.

E a Terra se moveu. Aceito pelas elites, Lula pôde chegar ao Governo, embora para chegar – e para ficar – tivesse de fazer muitas concessões e- por que não confessar? – decepcionado muitos de nós que esperávamos mudanças mais radicais e velozes.

Porém se, de um lado, Lula tinha certa razão ao pretender “comer o mingau pelas beiradas”, de outro isso lhe custou um certo desgaste político. Teve, para fugir do dilúvio, como Noé e Getúlio, de embarcar uma fauna heterogênea e até bizarra na arca de sua aliança.

Mas hove algo diferente do que costuma acontecer. Lula refinou-se, é verdade. Ele próprio o reconhece, brincando, numa fala muito engraçada:



“Gente, eu estou aqui falando da nova era que tem início hoje , falando de uma transcendência incomensurável”. “Vocês estão acreditando que estou dizendo isso? Nem eu estou crendo em mim mesmo. Agora pouco falei concomitantemente, daqui a pouco vou falar en passant e ainda nem usei o sine qua non. Para quem tomou posse falando menas laranja tá bom demais”



A própria brincadeira mostra que esse refinamento não lhe deformou as origens e a ligação atávica com o povo brasileiro.



Como naquela frase que Brizola disse antes de dar seu apoio a Lula em 1989, não foi “uma maravilha ver nossas elites tendo que engolir um sapo barbudo?”



Sim, engoliram-no. Mas não o digeriram no suco gástrico de seus salões como fizeram a Fernando Henrique, que se acreditou príncipe.



Ontem à noite eu fiquei escrevendo e pensando nisso.



Quando falei do tal “Comando Marrom”, estava pensando não especificamente nesta ou naquela pessoa. Mas no traço comum do discurso virulento que vem assumindo, totalmente desprovido de laços com a realidade.



A toda hora estou lendo nos jornais frases sobre “cubanização” do Brasil, “chavismo” de Lula, atentados à “liberdade de expressão”, às instituições e à democracia. Pelo simples de receber o presidente do Irã, quase que o associam a um “terrorismo islâmico”.



Faça a si mesmo uma pergunta: em que você está sendo coagido? Você conhece alguém que esteja sendo coagido em sua liberdade pelo Governo? Alguém foi demitido, perseguido, preso? Evidente que não.



Mas nossos jornais – e logo as televisões, escreva – assumem um discurso furibundo, falando em ameaças, em perigos à democracia. Porque democracia, para eles, é o seu governo, o governo dos seus grupos, não um governo que, se ainda não é do povo, está do lado do povo. Como na histórica frase de Getúlio, em 50: “hoje estais com o Governo, amanhã sereis governo”, o Governo Lula, por ser uma mudança de rumos, é o início de um novo caminho.



Nada os deixa mais apavorados do que a possibilidade de L ula ser sucedido por Dilma, que domina as ferramentas ideológicas e a compreensão histórica das lutas sociais do povo brasileiro, embora não tenha o carisma e a identidade carnal que Lula mantém com elas. Temem que, por isso, ela possa aprofundar as mudanças que Lula, no seu empirismo e sensibilidade política, soube encaminhar e iniciar.



É esta a ideia que deixa a direita em polvorosa. Na verdade, essa é a razão da histeria que origina estes espasmos que se assemelham ao discurso das forças que prepararam a derrubada de João Goulart no pré-64. Embora ele não fosse, pessoalmente, acusado de “comunista”, seu governo era “comunizante”. Ele, “populista”, “demagogo”.



Jango era, dizem-me todos, um homem avesso a conflitos, mas impregnado do espirito de justiça que marca o trabalhismo. O que assistimos hoje, em boa parte da mídia conservadora, assemelha-se ao discurso moralista – e falso – da UDN e ao fundamentalismo moralista e religioso da TFP (Tradição, Família e Propriedade). Hoje ela teria outra sigla, onde só a propriedade ficaria, trocando a tradição e a familia pela “modernidade” e o “capital”.



Substituindo Deus pelo Mercado, quem sabe não estarão logo organizando uma Marcha?



Brizola Neto.

terça-feira, 30 de março de 2010

JINGLE DA CAMPANHA SERRA-PRESIDENTE

sábado, 27 de março de 2010

FOGO AMIGO

sexta-feira, 26 de março de 2010


O professor solidário, mesmo depois de apanhar da policia


O professor que levou gás pimenta no rosto, foi agredido com balas de borracha, foi o mesmo que carregou nos braços policial que passou mal devido a grande quantidade de gás pimenta e bombas de efeito moral, jogado pelos colegas policias, durante protesto dos professores em greve





Professor que estava na manifestação carrega policial que passou mal com a fumaça das bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo,para dispersar a multidão

quarta-feira, 24 de março de 2010

ENQUANTO ISSO...

BLOG DO ANSELMO


Barbie faz anos




No fim de semana passado, uma festa cheia de crianças agitou o playground do condomínio vip Sonata da Lagoa, na Av. Epitácio Pessoa, no Rio, com bufê, mesa de doces, decoração, animadores, brincadeiras etc. etc. etc. Um luxo.

Nada diferente de qualquer festa da classe alta da Zona Sul se o aniversário não fosse da... boneca da anfitriã!

sábado, 20 de março de 2010

UMA PITADA DE HUMOR

Blog do Nassif.


NUDEZ MINEIRA



Dois cumpadre de Uberaba tavam bem sossegadim fumando seus respectivo cigarrim de paia e proseano.


Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um deles pergunta pro outro:


- Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudez?


- No que o outro respondeu:


- Acho bão, sô!


O outro ficou assim, pensativo, meditativo…e perguntou de novo:


- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre?


E o outro:


- Uai! É mió nudês do que nunosso, né mesmo?

EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA

SERGIO SAMPAIO  -  ANOS 70


ONOMATOPÉIAS IDIOTAS



Do nhenhenhém ao trololó




Enquanto viajo ao Brasil – devo aportar por aí no meio da tarde –, quem sabe algum leitor tucano explique por que um país que cresce e se desenvolve como nunca cometeria o desatino de pôr na Presidência da República outro irresponsável tucano que, diante de problemas sérios como o da Educação, se sai com essas onomatopéias idiotas.



A Educação em São Paulo é um desastre ainda maior do que a Saúde, o transporte público, a Segurança pública etc. E é injustificável - não falta dinheiro ao Estado mais rico da Federação. O que falta a José Serra não é só competência, é caráter, como faltava a outro tucano que fazia ruídos desconexos diante de críticas fundamentadas.



FHC tinha uma “resposta” pronta para qualquer crítica que lhe fizessem: era tudo “nhenhenhém”; Serra diz que as queixas dos professores, dos médicos, dos policiais, enfim, de todo o funcionalismo que, desde Mario Covas, só vê sua vida piorar, são “trololó”.



Como é que você, paulista, quer que professores, policiais, médicos, garis, enfim, que um funcionalismo público que a cada dia sobrevive com mais dificuldade lhe preste bons serviços? Será que nunca iremos acordar, neste Estado?



A droga midiática que os paulistas consomem em doses cavalares nos impede de enxergar que tanto o “nhenhenhém” de um quanto o “trololó” do outro não passam de “blábláblá” de político safado para fugir às suas responsabilidades. Mas Serra, FHC e sua quadrilha podem ter certeza de que, neste ano, o Brasil dirá não às drogas. De novo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

DIREITO ETERNO DOS PAIS E AVÓS.

BLOG DO NASSIF


Sobre os direitos eternos dos pais ( e dos avôs)
Vamos fazer um movimento contra a precocidade das filhas. ( dos filhos e dos netos)



Que seja instituída em Lei a obrigatoriedade do amor exclusivo delas aos pais e avós até sua maioridade (30 anos é um bom limite?). E a partir da idade limite elas somente poderão amar outros com quarenta por cento de seu afeto.



Também não se casarão e sairão de casa somente por conta do falecimento dos pais.



Terão o direito de afirma-se profissionalmente, liberdade de ir e vir (a volta tem de ser sempre pra casa dos pais), gozarão de apoio afetivo, psicológico, financeiro.



Em caso de netos, ficarão os avós (paternos) responsáveis por esses.



Promoveremos um congresso para elaborar melhor os artigos dessa Lei.



Ai… Mas como estancar o tempo?



Comentário:



Pelo menos emplaquei um dos direitos fundamentais do avô: o de poder apertar a bochecha da neta e neto em qualquer ambiente e em qualquer idade.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A imprensa ‘marrom’ de Serra



A IMPRENSA 'MARROM' DE SERRA



16/03/2010


Sinto uma dor cívica por ver o tipo de campanha eleitoral em que o Brasil está mergulhando por obra e graça dos desejos e idiossincrasias daquele que talvez seja o homem público mais covarde, inepto e desleal que conheci em cinqüenta anos de vida, o governador de São Paulo, José Serra.



A serviço desse político sórdido, empresas de comunicação e pistoleiros contratados que se intitulam “jornalistas” começam a atacar colegas de ofício com artifícios asquerosos como o de espalharem em jornais e na internet insinuações baseados em nada, em absolutamente nada, como demonstrarei a seguir.



As duas vítimas mais recentes da política ao rés do chão serrista foram os jornalistas Luis Nassif, Luiz Carlos Azenha e a historiadora Conceição Oliveira.



Os meios de comunicação e os pistoleiros contratados estão divulgando os custos de projetos jornalísticos que essas pessoas encabeçam junto à Empresa Brasileira de Comunicação como se fossem os salários que percebem. Ou tratando de variações nos custos desses projetos como se nessas variações houvesse ilegalidades.



São insinuações. Não há nenhuma denúncia formal. Até porque, não há nenhum fato suspeito a denunciar.



No caso de Nassif, por exemplo, divulgam o custo de um projeto que ele encabeça na TV Brasil sem contextualizar e comparar com outros projetos do mesmo porte. Por exemplo: se dizem que o projeto tal custou um milhão, parece que o jornalista embolsou esse dinheiro.



No factóide encetado contra o Azenha e a Conceição, os quais conheço pessoalmente e dos quais me considero amigo, a tática é parecida, mas é ainda mais tosca por insinuarem ilegalidade na variação de preço admitida em lei em um projeto no qual são apenas componentes.



Não há ilegalidade em nenhum caso. Insinuações viram matéria jornalística. Essa é a tática com a qual Serra pretende ganhar a eleição deste ano, desqualificando e criminalizando críticos que são formigas perto dos impérios de comunicação que, claramente a seu serviço, fazem ataques aos adversários do tucano.



Essa é a campanha eleitoral que Serra e sua mídia querem dar a um país que tem diante de si as perspectivas mais brilhantes que já teve desde o Descobrimento. A tática da sujeira, do denuncismo, do linchamento, da destruição moral de todos os que a ele se opõem.



Sofro pelo que esses criminosos estão tentando fazer com o Brasil. E sinto pena dos seus sequazes, que, como um Arruda da vida, serão atirados no lixo quando não mais servirem aos interesses de seu patrono em seus delírios de poder. Nosso país não merece tal pena.

quinta-feira, 11 de março de 2010

PHA: essa imprensa do PiG(*) é um lixo

Acesse o link para ler



http://www.revistastravaganza.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=52

DO BLOG BALAIO DO KOTSCHO

JESUS ESTÁ BATENDO UM BOLÃO!!!




Mario Prata



Tem acompanhado jogos de futebol no Brasil? Se tem, há de concordar comigo: Jesus é o artilheiro isoladíssimo de todos os campeonatos regionais.



Observe as entrevistas dos craques depois dos jogos. São sinceros:



- Foi Ele! Tenho que agradecer.



Se você nunca entendeu aquele minuto de silêncio antes do juiz apitar o começo da peleja, saiba agora: é a concentração para cada um receber em seu atlético corpo o artilheiro Jesus. Mesmo Jesus já beirando os 34 anos, vale a pena e o investimento.



E não pense que é apenas no seu time que Jesus está fazendo gols. Não! O Kaká, por exemplo, nunca fez um gol na sua carreira. Desde as categorias de base no São Paulo (São Paulo foi apóstolo de Jesus, lembra?), quem tem feito os seus gols é Ele, e não ele.



E na seleção? Podemos começar com o Jorginho, reserva do Dunga. Ele já é pastor ou bispo lá da Igreja dele. E metade da seleção também vem orando, digo, jogando com Ele.



E tem algumas coisas bem interessantes com os jogadores que Jesus usa para marcar gols cá na Terra. Quando o atleta fala em nome d’Ele, usa o gerúndio, prova inequívoca que Jesus não é bom de português e nem Deus é realmente brasileiro.



Mas quando o artilheiro-corpo erra o gol quase feito, não foi Jesus quem falhou? Onde estava Jesus quando o sujeito entrou com os dois pés na cara do adversário? E quando expulsam Jesus de campo? Como fica? E quando Ele xinga o adversários com todos aqueles nomes fofos? É Jesus também? Não posso acreditar.



Mas a minha maior preocupação é que existem cada vez mais Jesus nos times. Então, daqui a poucos anos, todos os jogadores estarão jogando com a ajuda d’Ele. Como do outro lado vamos ter outros onze jesuses, o jogo vai acabar empatado, né? Assim como o campeonato nacional. Não vai ter a menor graça.



Se eu fosse juiz de futebol, eu expulsava o Jesus de campo, de cara. Dava o minuto de silêncio e mandava o Jesus mais cedo para o chuveiro. E como ele, o Kaká ou quem quer que estivesse incorporando o artilheiro.



E a gente poderia assistir ao jogo na santa paz de Deus!

segunda-feira, 8 de março de 2010

El Che. Foto cumple 50 anos.

A foto histórica de Che Guevara faz 50 anos



Hasta Siempre Commandante


DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DO BLOG DO NASSIF

As mulheres nos anos 50
Por Vera das Alterosas


Estes conselhos foram compilados de Revistas Femininas dos Anos 50 e 60. Não resisti e estou postando como curiosidade, embora talvez não devesse…. hehehe. O tempo passa e as coisas mudam! Graças a isto.


Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas.” (Jornal das Moças, 1957);




“Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto.” (Revista Claudia, 1962);



“A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa.” (Jornal das Moças, 1945);



“A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos.” (Jornal das Moça, 1959);



“A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa.” (Jornal das Moças, 1955);



“Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa.” (Jornal das Moças, 1957);



“A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara.” (Revista Claudia, 1962);



“Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu.” (Revista Querida, 1954);



“O noivado longo é um perigo.” (Revista Querida, 1953);



“É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.” (Jornal da Moças, 1957);



“O LUGAR DE MULHER É NO LAR . O TRABALHO FORA DE CASA A MASCULINIZA.” (Revista Querida, 1955) .

domingo, 7 de março de 2010

UMA HOMENAGEM

REPRESENTANTES DA MAIS ALTA EXPRESSÃO DA DEMOCRACIA NO BRASIL.

O povo em delírio espera  ansioso o momento de votar novamente.





















Dois dos mais competentes politicos brasileiros.

Vade Retro.

sábado, 6 de março de 2010

ESTADO MÍNIMO : MAIS UM FRACASSO.


Depois do fracasso no Chile, liberais atacam "estado mínimo"


Atualizado em 06 de março de 2010 às 01:07
Publicado em 06 de março de 2010 às 01:03



por Luiz Carlos Azenha



Santiago -- O retumbante fracasso do governo Bachelet na resposta ao terremoto da semana passada levou a uma situação curiosa, no Chile: os liberais agora atacam o estado mínimo, do qual o país sempre foi um exemplo cantado em prosa e verso.



Quanto ao fracasso, foi espetacular e, para mim, revelador.



Espetacular porque houve um completo fracasso nas comunicações intragovernamentais do país. Houve um estrondoso bate-cabeças que mediu 8.5 na escala Richter. Ficou claro que a fiscalização das obras é ineficaz, pelo grande número de prédios novos que veio abaixo. Os acréscimos não previstos na legislação da construção civil cairam em toda parte: tetos de gesso, passarelas e outros penduricalhos. Sem falar no completo despreparo para dar à população o mínimo atendimento que se requer em situações de emergência. A patética tentativa da presidente Bachelet de jogar a culpa nos vândalos me fez lembrar de José Serra e Gilberto Kassab nas enchentes paulistanas: a culpa é da população e do "dilúvio" propagandeado nas inserções televisivas do DEM.



Revelador porque, depois de passar uma semana no Chile, em contato com a população, me surpreendi com a crítica generalizada à mídia, que é acusada de mentir e de esconder a verdade sempre que interessa aos poderosos. Quando a mídia daqui propagandeava as ações do governo, boa parte do país ainda estava sem água, sem energia e sem comida. Algum marqueteiro esperto logo inventou uma campanha nacionalista e oportunista, destinada a, como sempre, mudar de assunto e evitar a responsabilização de governantes incompetentes e falastrões.



Aqui pouco se falou, por exemplo, no fato de que o toque de recolher em várias regiões foi, como sempre, uma forma de conter os pobres. O mesmo estado que não conseguiu levar água e comida despachou milhares de soldados para reprimir saques que não teriam acontecido se o mesmo estado tivesse conseguido levar água e comida antes que os soldados.



Lembram-se dos invisíveis cuja existência foi revelada pelo Katrina em New Orleans? Desta vez, foram os invisíveis chilenos que mostraram o rosto.



Ninguém pode acusar o jornal Mercurio de ser socialista. Trata-se, afinal, do mesmo jornal que recebeu dinheiro da CIA para promover uma campanha de propaganda contra Salvador Allende. Curiosamente, no entanto, coube ao jornal o papel de sintetizar o que ouvi de muitos chilenos e que, com raríssimas exceções, está ausente do discurso midiático aqui: o estado chileno fracassou de forma completa e retumbante. E com requintes de crueldade, já que anunciou oficialmente que não havia risco de tsunami na costa do país alguns minutos DEPOIS da primeira de três grandes ondas ter atingido a costa.



"Estes fatos deixaram inocultavelmente a nu as enormes deficiências de nosso Estado, muitas vezes escondidas por indicadores internacionais muito imperfeitos que o avaliam satisfatoriamente", escreveu o jornal em editorial.



A vitrine em que o Chile era a jóia dos neoliberais rachou, embora eu duvide que eles pretendam fazer mea culpa aumentando a capacitação, a formação e os salários do funcionalismo e os gastos públicos com políticas sociais e infraestrutura para os que hoje saqueiam. Aí já seria "estado demais".





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sexta-feira, 5 de março de 2010

UM LULINHA INCOMODA MUITA GENTE

UMA DILMINHA INCOMODA MUITO MAIS




Posto aí em cima o vídeo de um trecho do discurso feito por Lula em Juazeiro, na Bahia, onde inaugurou um projeto de agricultura irrigada.


Lula afirmou que “o Brasil não é um país em que “um cara” governa 190 milhões de habitantes, mas um país de 190 milhões de “caras”, governado por um presidente da República”.

Ele disse ainda que seu governo “incomoda muito” porque fez o Brasil “começar a mudar”. E falou que “é só acompanhar os meios de comunicação para ver como incomoda. Se eles pudessem, cantavam ‘um lulinha incomoda muita gente, uma dilminha incomoda muito mais’

Tomara que sim.

Brizola Neto

A MISÉRIA MORAL DE EX-ESQUERDISTAS>


Saiu naAgência Carta Maior

Postado por Emir Sader às 02:11


Alguns sentem satisfação quando alguém que foi de esquerda salta o muro, muda de campo e se torna de direita – como se dissessem: “Eu sabia, você nunca me enganou”, etc., etc. Outros sentem tristeza, pelo triste espetáculo de quem joga fora, com os valores, sua própria dignidade – em troca de um emprego, de um reconhecimento, de um espaçozinho na televisão.



O certo é que nos acostumamos a que grande parte dos direitistas de hoje tenham sido de esquerda ontem. O caminho inverso é muito menos comum. A direita sabe recompensar os que aderem a seus ideais – e salários. A adesão à esquerda costuma ser pelo convencimento dos seus ideais.



O ex-esquerdista ataca com especial fúria a esquerda, como quem ataca a si mesmo, a seu próprio passado. Não apenas renega as idéias que nortearam – às vezes o melhor período da sua vida -, mas precisa mostrar, o tempo todo, à direita e a todos os seus poderes, que odeia de tal maneira a esquerda, que já nunca mais recairá naquele “veneno” que o tinha viciado. Que agora podem contar com ele, na primeira fila, para combater o que ele foi, com um empenho de quem “conheceu o monstro por dentro”, sabe seu efeito corrosivo e se mostra combatente extremista contra a esquerda.



Não discute as idéias que teve ou as que outros têm. Não basta. Senão seria tratar interpretações possíveis, às quais aderiu e já não adere. Não. Precisa chamar a atenção dos incautos sobre a dependência que geram a “dialética”, a “luta de classes”, a promessa de uma “sociedade de igualdade, sem classes e sem Estado”. Denunciar, denunciar qualquer indicio de que o vício pode voltar, que qualquer vacilação em relação a temas aparentemente ingênuos, banais, corriqueiros, como as políticas de cotas nas universidades, uma política habitacional, o apoio a um presidente legalmente eleito de um país, podem esconder o veneno da víbora do “socialismo”, do “totalitarismo”, do “stalinismo”.



Viraram pobres diabos, que vagam pelos espaços que os Marinhos, os Civitas, os Frias, os Mesquitas lhes emprestam, para exibir seu passado de pecado, de devassidão moral, agora superado pela conduta de vigilantes escoteiros da direita. A redação de jornais, revistas, rádios e televisões está cheia de ex-trotskistas, de ex-comunistas, de ex-socialistas, de ex-esquerdistas arrependidos, usufruindo de espaços e salários, mostrando reiteradamente seu arrependimento, em um espetáculo moral deprimente.



Aderem à direita com a fúria dos desesperados, dos que defendem teses mais que nunca superadas, derrotadas, e daí o desespero. Atacam o governo Lula, o PT, como se fossem a reencarnação do bolchevismo, descobrem em cada ação estatal o “totalitarismo”, em cada política social a “mão corruptora do Estado”, do “chavismo”, do “populismo”.



Vagam, de entrevista a artigo, de blog à mesa redonda, expiando seu passado, aderidos com o mesmo ímpeto que um dia tiveram para atacar o capitalismo, agora para defender a “democracia” contra os seus detratores. Escrevem livros de denúncia, com suposto tempero acadêmico, em editoras de direita, gritam aos quatro ventos que o “perigo comunista” – sem o qual não seriam nada – está vivo, escondido detrás do PAC, do Minha casa, minha vida, da Conferência Nacional de Comunicação, da Dilma – “uma vez terrorista, sempre terrorista”.



Merecem nosso desprezo, nem sequer nossa comiseração, porque sabem o que fazem – e os salários no fim do mês não nos deixam mentir, alimentam suas mentiras – e ganham com isso. Saíram das bibliotecas, das salas de aula, das manifestações e panfletagens, para espaços na mídia, para abraços da direita, de empresários, de próceres da ditadura.



Vagam como almas penadas em órgãos de imprensa que se esfarelam, que vivem seus últimos sopros de vida, com os quais serão enterrados, sem pena, nem glória, esquecidos como serviçais do poder, a que foram reduzidos por sua subserviência aos que crêem que ainda mandam e seguirão mandado no mundo contra o qual, um dia, se rebelaram e pelo que agora pagam rastejando junto ao que de pior possui uma elite decadente e em vésperas de ser derrotada por muito tempo. Morrerão com ela, destino que escolheram em troca de pequenas glórias efêmeras e de uns tostões furados pela sua miséria moral. O povo nem sabe que existiram, embora participe ativamente do seu enterro.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O NAUFRÁGIO DE SERRA.



Começa a se repetir o script eleitoral de 2002 para o governador de São Paulo, José Serra. Trecho de uma matéria do site Terra Magazine, de autoria de Bob Fernandes, resume o processo autofágico em que sua pré-candidatura à Presidência mergulhou:

“Às 11h55, na inauguração da Cidade Administrativa de Minas Gerais, com o governador José Serra e cúpula do PSDB presentes, os três mil convidados quebram o ritual tucano e gritam: ‘Aécio presidente! Aécio presidente!’ (...)”

Concomitantemente com a sua lenta, gradual e segura queda nas pesquisas, o notoriamente ardiloso governador paulista vai naufragando não só nelas, mas, também, nas alianças.

Apesar da popularidade estrondosa do cabo eleitoral Lula e da aprovação imensa ao seu governo, o processo de apodrecimento da candidatura daquele que é a aposta da direita para retomar controle do Estado surpreende pela prematuridade.

Só quem não entende os princípios da política é que tampouco entende que os métodos serristas estão na raiz de sua progressiva débâcle eleitoral. Vejam só o caso de Aécio Neves. Hesito em publicar aqui os insultos que o principal blogueiro de Serra fez ao correligionário mineiro dele por este ter desafiado sua hegemonia no PSDB.

O uso excessivo dos jornais, revistas, tevês, rádios e portais de internet de Serra contra Dilma e Lula, por sua vez, escancarou a estratégia do tucano para a parcela mais politizada da sociedade. Não é por outra razão que Lula tem aprovação majoritária também entre os mais ricos e escolarizados e que, nesse segmento, Dilma se sai melhor que entre os mais pobres.

Outro componente importante para o naufrágio eleitoral do governador paulista, claro, é o colapso de sua administração em setores que todos sabem. Contudo, o caráter dele assusta até os seus correligionários.

Não se sabe se sua tropa de choque na mídia age como age a seu mando ou se extrapola simplesmente por querer mostrar serviço, mas o fato é que o autoritarismo e a crença cega no poder midiático e na tática da “desconstrução” o inviabilizou novamente.

A pressão extremada dos veículos de comunicação e da cúpula do PSDB sobre Aécio torna sua recusa em compor a chapa serrista cada vez mais irreversível. E nem Serra nem a mídia desistem.

Fosse outro o candidato do PSDB, alguém que não se mostrasse tão incontrolavelmente mau-caráter, acredito que a eleição seria uma incógnita maior. Como a conduta de Serra é pavloviana, é possível que ele afunde de vez bem antes de outubro.



Escrito por Eduardo Guimarães às 18h11

O BRASIL NÃO ESQUECERÁ.


45 escândalos que marcaram o governo FHC

O documento "O Brasil não esquecerá - 45 escândalos que marcaram o governo FHC", de julho de 2002, é um trabalho da Liderança do PT na Câmara Federal de Deputados. O objetivo do levantamento de ações e omissões dos últimos sete anos e meio do governo FHC, segundo o então líder do PT, deputado João Paulo (SP), não é fazer denúncia, chantagem ou ataque. "Estamos fazendo um balanço ético para que a avaliação da sociedade não se restrinja às questões econômicas", argumentou. Entres os 45 pontos estão os casos Sudam, Sivam, Proer, caixa-dois de campanhas, TRT paulista, calote no Fundef, mudanças na CLT, intervenção na Previ e erros do Banco Central. A intenção da Revista Consciência.Net em divulgar tal documento não é apagar ou minimizar os erros do governo que se seguiu, mas urge deixar este passado obscuro bem registrado. Leia a seguir:



Itinerário de um desastre



Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixará uma pesada herança para seu sucessor.



A taxa média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.



Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Esse ano, para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.



O texto que segue é um itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário neoliberal. Em alguns casos, a oposição, aproveitando-se de rachas na base governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado ainda mais dano aos interesses do povo.



Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.







1 - Conivência com a corrupção



O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.



2 - O escândalo do Sivam



O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.



3 - A farra do Proer



O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.



4 - Caixa-dois de campanhas



As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.



5 - Propina na privatização



A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.


6 - A emenda da releeição



O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.



7 - Grampos telefônicos



Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.



8 - TRT paulista



A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.



9 - Os ralos do DNER



O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.



10 - O "caladão"



O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.



11 - Desvalorização do real



FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.



12 - O caso Marka/FonteCindam



Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.



13 - Base de Alcântara



O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.



14 - Biopirataria oficial



Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.



15 - O fiasco dos 500 anos



As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.



16 - Eduardo Jorge, um personagem suspeito



Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.



17 - Drible na reforma tributária



O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.



18 - Rombo transamazônico na Sudam



O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.



19 - Os desvios na Sudene



Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.



20 - Calote no Fundef



O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.



21 - Abuso de MPs



Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.



22 - Acidentes na Petrobras



Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.



23 - Apoio a Fujimori



O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.



24 - Desmatamento na Amazônia



Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.



25 – Os computadores do FUST



A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.



26 - Arapongagem



O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.



27 - O esquema do FAT



A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.



28 - Mudanças na CLT



A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.



29 - Obras irregulares



Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.



30 - Explosão da dívida pública



Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.



31 - Avanço da dengue



A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.



32 – Verbas do BNDES



Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.



33 - Crescimento pífio do PIB



Na "Era FHC", a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.



34 – Renúncias no Senado



A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.



35 - Racionamento de energia



A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.



36 - Assalto ao bolso do consumidor



FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.



37 – Explosão da violência



O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.



38 – A falácia da Reforma agrária



O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.



39 - Subserviência internacional



A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.



40 – Renda em queda e desemprego em alta



Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.



41 - Relações perigosas



Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.



42 – Violação aos direitos humanos



Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.



43 – Correção da tabela do IR



Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.



44 – Intervenção na Previ



FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.



45 – Barbeiragens do Banco Central



O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A ANTIGA BOLSA "ESMOLA ".( segundo o PSDB)







Proposta de Tasso não é séria



O garoto volta da escola com uma nota baixa e o pai, ao ver o boletim, aplica-lhe um tapa na cara:



- Isso vai nos custar duas semanas de fome, seu fio-duma-peste.



*



O professor, ao corrigir provas, pensa duas vezes antes de dar uma nota. Sabe que terá a responsabilidade de fazer essa ou aquela família passar mais fome que a outra.



*



Não, a proposta de Tasso, definitivamente, não é séria. Não há sentido em vincular o bolsa família ao desempenho dos alunos. Até porque as escolas brasileiras, sobretudo das regiões pobres onde há ampla cobertura do bolsa família, não possuem sistemas de avaliação confiáveis.



Enquanto voava em seu jatinho, Tasso, desesperado para ganhar visibilidade fácil, imaginou o estratagema mais eleitoreiro possível: propor o aumento do bolsa família. Para não ser acusado de populista, no entanto, teve essa idéia estapafúrdia, tipica de um homem distante da rotina das pessoas comuns: atrelar o aumento do benefício ao "sucesso" do aluno nas provas. Falta pão para o povo? Ora, que comam brioches!



A senadora Ideli Salvati foi a única com bom senso para detectar o absurdo da proposta. A criança sofrerá pressão emocional. Não sei se Ideli percebeu que o professor também sofrerá pressão. Nunca mais corrigirá provas com a isenção necessária. Cada questão corrigida numa prova corresponderá a um valor pecuniário do qual ele privará o aluno, o qual por sua vez irá odiar o mestre, insensível à sua lamentável situação familiar. Muitos professores, compassivos, irão dar somente dez para todos os alunos, para ajudar suas famílias a receberem um pouco mais de dinheiro.



Enfim, criar-se-á uma série de distorções, vícios, pressões emocionais, que apenas contribuirão para denegrir o bolsa família. Além disso, põe o programa em evidência, o que não é saudável. Apesar do tamanho, um programa social deste tipo deve oferecer discrição às famílias que o recebem, pois sempre é uma prova de pobreza extrema. Por isso o cartão é tão bom.



Uma vez eu viajei ao nordeste, nos tempos fernandistas, e vi, diante do Banco do Brasil (ou Caixa), uma enorme fila formada na praça de uma cidadezinha do interior. Perguntei a alguém e fui informado que se tratava da distribuição do bolsa escola, o programa social que os tucanos alegam ser o pioneiro do Bolsa Família. Era uma vergonha. Sob um sol escaldante, as donas de casa eram obrigadas a esperar horas a fio para recolher um montante não superior a 15 reais. A humilhação era chocante, porque as senhoras ficavam expostas a todo mundo que passava. Suas misérias pessoais ficavam expostas à luz do dia. Dava pena (e a pena é um sentimento que humilha) ver pessoas vindo de longe, perdendo um dia inteiro de afazeres domésticos, para recolher uma quantia tão ínfima.



Os tucanos são alienados. Não têm experiência nem imaginação para se colocarem no lugar das pessoas pobres e, portanto, continuamente as prejudicam. Privatizam a telefonia mas não pensam em impor regras que impeçam as companhias de cobrar preços abusivos. Privatizam estradas mas lavam as mãos quanto ao preço dos pedágios.



Um projeto de lei, assim como a própria lei, possui um espírito. O Bolsa Família deu certo e se tornou um dos programas sociais mais bem sucedidos no mundo porque tem um espírito nobre, simples e objetivo. Visa combater a fome e a miséria extrema, e ao fazê-lo, ajuda a ativar economias antes paralisadas.



Qual o espírito da idéia de Tasso? Melhorar a vida das miseráveis populações nordestinas? Melhorar a educação? Não, o cinismo é tanto que os tucanos mesmos confessam que se trata de uma manobra para vincular o nome do partido ao Bolsa Família. Abaixo notinha da página 3 do Globo.



    O Globo, claro, já deu uma ajudinha nesse sentido. Confiram a capa do jornal desta quarta-feira.




 
Escrito por Miguel do Rosário

Blog Os Amigos do Presidente LULA

Chapa "puro-sangue"





Aécio entra com o pescoço!






Em tempo: imagem "sugada" do blog "Vendedor de Bananas"

terça-feira, 2 de março de 2010

ABRAÃO, ISAAC E O AÉCIO



Mídia trata Aécio como cordeiro de sacrifício




(Abraão, Isaac e o anjo. Por Rembrant)



É uma das histórias bíblicas mais emocionantes, misteriosas e comentadas. Deus pôs Abraão à prova. "Deus disse: Toma teu único filho Isaac a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar.

Abraão não hesitou. Levou seu amado filho ao local indicado e já preparava-se para degolar o garoto quando um anjo aparece e grita:

- Abraão! Abraão!

Tudo não passava de um trote de Deus. Uma prova de fé.

Muitos filósofos e escritores comentaram largamente o significado dessa lenda. Pintores pintaram-na. E creio que Bethooven deve ter feito alguma sinfonia pensando nela.

Lembrei de Abraão ao me deparar, nos jornais desta terça-feira, com um outro chamado para o sacrifício. O Deus-mídia pede que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pegue o seu futuro político, conduza-o até o meio da Avenida Paulista e ofereça-o em holocausto.

Assim como o Deus bíblico, o Deus-mídia não quer explicar muito. Aécio tem de obedecer porque tem de provar a sua fé. Em caso contrário, não será um homem fiel.

E José Serra? Ah, esse é outro Deus. Na verdade, Serra está integrado espiritualmente ao Deus-mídia, formando uma união divina. O holocausto do Isaac mineiro produziria a trindade sagrada da vitória: Mídia, Serra e Aécio, uma poderosa e invencível força política.

Há quem diga que ninguém vota em vice, e que o sacrifício de Aécio não daria em nada. São infiéis. Falavam a mesma coisa de Abraão. Caso o anjo do Senhor se atrasasse e Abraão sacrificasse seu único filho, teria cometido uma injustiça? Uma estupidez? Não! Infiéis os que pensam assim! Deus não erra!
De qualquer forma, espera-se que Aécio, no último segundo antes de se auto-imolar em prol do serrismo, escute o anjo de sua própria consciência:

- Aécio! Aécio!

E decida provar a sua fé no PSDB de outra maneira.

*
Agora chega de metáfora religiosa.




A coisa está ficando feia para o PSDB. A prova é que na imprensa de hoje todos os colunistas resolveram dar conselhos. Conselhos não, formulam diretrizes de campanha. Os dirigentes do PSDB não precisam nem mais se reunir. Basta abrirem os jornais e lá estão as soluções para superar a crise.



O Estadão inicia sua prédica ja no editorial da página 3. Manda o DEM para às cucuias e decreta:





(...) o PSDB não tem outra escolha salvo a da "chapa puro-sangue". Será uma volta por cima se o governador mineiro Aécio Neves enfim decidir empenhar o seu futuro como vice de Serra. Qualquer outra alternativa parecerá uma resignação, o "não tem tu, vai tu mesmo" do léxico popular. (...)



Entenderam? Eu demorei um pouco para entender (são 6:15 da manhã e eu não dormi) mas acho que consegui. Se o PSDB escoher outro vice que não Aécio, parecerá uma resignação. Tão óbvio, né? Não sei porque demorei para entender. Talvez porque seja uma astúcia tão simplória... dessas que a gente não vê, até que percebemos estar junto ao nosso pé, quase nos mordendo...



Dora Kramer pega a tocha olímpica e prossegue a cantilena pró-sacrifício:



Cautelosos, os correligionários de José Serra não ousam falar na possibilidade de o governador de Minas fazer a gentileza partidária de, na ocasião, dar algum sinal de que está viva a hipótese da composição dos dois em uma chapa e mortíssima a ideia de ser o candidato no lugar de Serra.


Reparem que Dora serviu uma coxinha extra ao serrismo. Além da "gentileza partidária" (do contrário, Aécio seria um "grosso") de sinalizar que aceita ser vice, Aécio deve beijar a mão do mestre e jurar que não tentará jamais lhe usurpar a coroa.

Observem as manchetes de Deus pedindo o sacrifício de Isaac:

No Estadão:



No Globo:



Na coluna Painel, da Folha:





Sub-manchete da página A4 da Folha:




*Enquanto isso, todavia, o jovem Isaac permanece tranquilo, inocente em relação aos perigos que lhe rondam, e reage com brincadeiras:

No Globo:




Escrito por Miguel do Rosário # Terça-feira, Março 02, 2010

VÃO SOLTAR OS CÃES RAIVOSOS




Bia Barbosa: Grande mídia organiza campanha contra candidatura de Dilma


Atualizado e Publicado em 02 de março de 2010 às 12:53



Em seminário promovido pelo Instituto Millenium em SP, representantes dos principais veículos de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia. Eles acreditam que se Dilma for eleita o stalinismo será implantado no Brasil. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, sentenciou Arnaldo Jabor.



por Bia Barbosa, em Carta Maior



Se algum estudante ou profissional de comunicação desavisado pagou os R$ 500,00 que custavam a inscrição do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, acreditando que os debates no evento girariam em torno das reais ameaças a esses direitos fundamentais, pode ter se surpreendido com a verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação nesta segunda-feira, em São Paulo.



Promovido por um instituto defensor de valores como a economia de mercado e o direito à propriedade, e que tem entre seus conselheiros nomes como João Roberto Marinho, Roberto Civita, Eurípedes Alcântara e Pedro Bial, o fórum contou com o apoio de entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER (Associação Nacional de Editores de Revista), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade). E dedicou boa parte das suas discussões ao que os palestrantes consideram um risco para a democracia brasileira: a eleição de Dilma Rousseff.



A explicação foi inicialmente dada pelo sociólogo Demétrio Magnoli, que passou os últimos anos combatendo, nos noticiários e páginas dos grandes veículos, políticas de ação afirmativa como as cotas para negros nas universidades. Segundo ele, no início de sua história, o PT abrangia em sua composição uma diversidade maior de correntes, incluindo a presença de lideranças social-democratas. Hoje, para Magnoli, o partido é um aparato controlado por sindicalistas e castristas, que têm respondido a suas bases pela retomada e restauração de um programa político reminiscente dos antigos partidos comunistas.



“Ao longo das quatro candidaturas de Lula, o PT realizou uma mudança muito importante em relação à economia. Mas ao mesmo tempo em que o governo adota um programa econômico ortodoxo e princípios da economia de mercado, o PT dá marcha ré em todos os assuntos que se referem à democracia. Como contraponto à adesão à economia de mercado, retoma as antigas idéias de partido dirigente e de democracia burguesa, cruciais num ideário anti-democrático, e consolida um aparato partidário muito forte que reduz brutalmente a diversidade política no PT. E este movimento é reforçado hoje pelo cenário de emergência do chavismo e pela aliança entre Venezuela e Cuba”, acredita. “O PT se tornou o maior partido do Brasil como fruto da democracia, mas é ambivalente em relação a esta democracia. Ele celebra a Venezuela de Chávez, aplaude o regime castrista em seus documentos oficiais e congressos, e solta uma nota oficial em apoio ao fechamento da RCTV”, diz.



A RCTV é a emissora de TV venezuelana que não teve sua concessão em canal aberto renovada por descumprir as leis do país e articular o golpe de 2000 contra o presidente Hugo Chávez, cujo presidente foi convidado de honra do evento do Instituto Millenium. Hoje, a RCTV opera apenas no cabo e segue enfrentando o governo por se recusar a cumprir a legislação nacional. Por esta atitude, Marcel Granier é considerado pelos organizadores do Fórum um símbolo mundial da luta pela liberdade de expressão – um direito a que, acreditam, o PT também é contra.



“O PT é um partido contra a liberdade de expressão. Não há dúvidas em relação a isso. Mas no Brasil vivemos um debate democrático e o PT, por intermédio do cerceamento da liberdade de imprensa, propõe subverter a democracia pelos processos democráticos”, declarou o filósofo Denis Rosenfield. “A idéia de controle social da mídia é oficial nos programas do PT. O partido poderia ter se tornado social-democrata, mas decidiu que seu caminho seria de restauração stalinista. E não por acaso o centro desta restauração stalinista é o ataque verbal à liberdade de imprensa e expressão”, completou Magnoli.



O tal ataque



Para os pensadores da mídia de direita, o cerco à liberdade de expressão não é novidade no Brasil. E tal cerceamento não nasce da brutal concentração da propriedade dos meios de comunicação característica do Brasil, mas vem se manifestando há anos em iniciativas do governo Lula, em projetos com o da Ancinav, que pretendia criar uma agência de regulação do setor audiovisual, considerado “autoritário, burocratizante, concentracionista e estatizante” pelos palestrantes do Fórum, e do Conselho Federal de Jornalistas, que tinha como prerrogativa fiscalizar o exercício da profissão no país.



“Se o CFJ tivesse vingado, o governo deteria o controle absoluto de uma atividade cuja liberdade está garantida na Constituição Federal. O veneno antidemocrático era forte demais. Mas o governo não desiste. Tanto que em novembro, o Diretório Nacional do PT aprovou propostas para a Conferência Nacional de Comunicação defendendo mecanismos de controle público e sanções à imprensa”, avalia o articulista do Estadão e conhecido membro da Opus Dei, Carlos Alberto Di Franco.



“Tínhamos um partido que passou 20 anos fazendo guerra de valores, sabotando tentativas, atrapalhadas ou não, de estabilização, e que chegou em 2002 com chances de vencer as eleições. E todos os setores acreditaram que eles não queriam fazer o socialismo. Eles nos ofereceram estabilidade e por isso aceitamos tudo”, lamenta Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que faz questão de assumir que Fernando Henrique Cardoso está à sua esquerda e para quem o DEM não defende os verdadeiros valores de direita. “A guerra da democracia do lado de cá esta sendo perdida”, disse, num momento de desespero.



O deputado petista Antonio Palocci, convidado do evento, até tentou tranqüilizar os participantes, dizendo que não vê no horizonte nenhum risco à liberdade de expressão no Brasil e que o Presidente Lula respeita e defende a liberdade de imprensa. O ministro Hélio Costa, velho amigo e conhecido dos donos da mídia, também. “Durante os procedimentos que levaram à Conferência de Comunicação, o governo foi unânime ao dizer que em hipótese alguma aceitaria uma discussão sobre o controle social da mídia. Isso não será permitido discutir, do ponto de vista governamental, porque consideramos absolutamente intocável”, garantiu.



Mas não adiantou. Nesta análise criteriosa sobre o Partido dos Trabalhadores, houve quem teorizasse até sobre os malefícios da militância partidária. Roberto Romano, convidado para falar em uma mesa sobre Estado Democrático de Direito, foi categórico ao atacar a prática política e apresentar elementos para a teoria da conspiração que ali se construía, defendendo a necessidade de surgimento de um partido de direita no país para quebrar o monopólio progressivo da esquerda.



“O partido de militantes é um partido de corrosão de caráter. Você não tem mais, por exemplo, juiz ou jornalista; tem um militante que responde ao seu dirigente partidário (...) Há uma cultura da militância por baixo, que faz com que essas pessoas militem nos órgãos públicos. E a escolha do militante vai até a morte. (...) Você tem grupos políticos nas redações que se dão ao direito de fazer censura. Não é por acaso que o PT tem uma massa de pessoas que considera toda a imprensa burguesa como criminosa e mentirosa”, explica.



O “risco Dilma”



Convictos da imposição pelo presente governo de uma visão de mundo hegemônica e de um único conjunto de valores, que estaria lentamente sedimentando-se no país pelas ações do Presidente Lula, os debatedores do Fórum Democracia e Liberdade de Expressão apresentaram aos cerca de 180 presentes e aos internautas que acompanharam o evento pela rede mundial de computadores os riscos de uma eventual eleição de Dilma Rousseff. A análise é simples: ao contrário de Lula, que possui uma “autonomia bonapartista” em relação ao PT, a sustentação de Dilma depende fundamentalmente do Partido dos Trabalhadores. E isso, por si só, já representa um perigo para a democracia e a liberdade de expressão no Brasil.



“O que está na cabeça de quem pode assumir em definitivo o poder no país é um patrimonialismo de Estado. Lula, com seu temperamento conciliador, teve o mérito real de manter os bolcheviques e jacobinos fora do poder. Mas conheço a cabeça de comunistas, fui do PC, e isso não muda, é feito pedra. O perigo é que a cabeça deste novo patrimonialismo de estado acha que a sociedade não merece confiança. Se sentem realmente superiores a nós, donos de uma linha justa, com direito de dominar e corrigir a sociedade segundo seus direitos ideológicos”, afirma o cineasta e comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor. “Minha preocupação é que se o próximo governo for da Dilma, será uma infiltração infinitas de formigas neste país. Quem vai mandar no país é o Zé Dirceu e o Vaccarezza. A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, alerta Jabor.



Para Denis Rosenfield, ao contrário de Lula, que ganhou as eleições fazendo um movimento para o centro do espectro político, Dilma e o PT radicalizaram o discurso por intermédio do debate de idéias em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, lançado pelo governo no final do ano passado. “Observamos no Brasil tendências cada vez maiores de cerceamento da liberdade de expressão. Além do CFJ e da Ancinav, tem a Conferência Nacional de Comunicação, o PNDH-3 e a Conferência de Cultura. Então o projeto é claro. Só não vê coerência quem não quer”, afirma. “Se muitas das intenções do PT não foram realizadas não foi por ausência de vontades, mas por ausência de condições, sobretudo porque a mídia é atuante”, admite.



Hora de reagir



E foi essa atuação consistente que o Instituto Millenium cobrou da imprensa brasileira. Sair da abstração literária e partir para o ataque.

“Se o Serra ganhasse, faríamos uma festa em termos das liberdades. Seria ruim para os fumantes, mas mudaria muito em relação à liberdade de expressão. Mas a perspectiva é que a Dilma vença”, alertou Demétrio Magnoli.



“Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva”, disse Jabor, convocando os presentes para a guerra ideológica.



“Na hora em que a imprensa decidir e passar a defender os valores que são da democracia, da economia de mercado e do individualismo, e que não se vai dar trela para quem quer a solapar, começaremos a mudar uma certa cultura”, prevê Reinaldo Azevedo.



Um último conselho foi dado aos veículos de imprensa: assumam publicamente a candidatura que vão apoiar. Espera-se que ao menos esta recomendação seja seguida, para que a posição da grande mídia não seja conhecida apenas por aqueles que puderam pagar R$ 500,00 pela oficina de campanha eleitoral dada nesta segunda-feira.