sábado, 28 de dezembro de 2013

FHC, FORA DA CASINHA*

Que venha 2014

Esperança

Mario Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os fantasmas de 64

Os fantasmas de 64 que ainda nos assombram

Enviado por  on 27/12/2013 – 1:38 pm0 comentários
Publico abaixo texto da Hildegard Angel, reproduzido no blog Viomundo, que fala dos fantasmas de 64 que ainda assombram nosso país. Angel, que teve vários parentes assassinados, torturados ou mortos em circunstâncias misteriosas, durante a ditadura, tem motivos para enxergar fantasmas. Assim como em 1964, os mesmos atores operam para assumir as rédeas da nação: a direita política e a mídia. Os mesmos atores compensam a falta de votos cultivando soluções não-democráticas. Antes, as tropas. Hoje, as togas.
Este neofascismo tem elementos contaminantes, porque populistas e fáceis. De que nome chamar a proibição imposta aos petistas presos de ler fora das celas e por mais de duas horas? Que raio de “opinião pública” é esta que não emite um protesto contra um fascismo tão gritante? Onde estão os esclarecidos?
Vejo as pessoas reclamarem que há situações piores em outros presídios, de forma que a revolta contra as restrições aos réus petistas seriam exageradas.
É justamente isso o que chamamos fascismo. Esse esforço constante para degradar o debate. Essa torção lógica, moral, das coisas, e que serve para justificar o arbítrio. Quer dizer que se eu for preso e me proibírem de ler qualquer livro na cadeia, meus amigos, que protestarem contra essa truculência, deverão ser repreendidos porque não estariam preocupados com injustiças mais bárbaras acontecidas num presídio do Maranhão?
Quer dizer que se eu assistir uma pessoa espancando um menor na rua, não devo fazer nada porque em outra cidade há um menor sendo mutilado e estuprado?
Tem muita coisa estranha acontecendo. Hoje, mais uma vez, Chico Caruso publica uma charge contra José Dirceu. Sobre o fato de Dirceu estar preso de maneira ilegal, pois a sua sentença é para o regime semi-aberto, e ele está preso em regime fechado, não vemos nada na imprensa. Ela se cala, e os chargistas obedecem à linha editorial. A própria máquina judiciária parece obedecer ao ritmo ditado pela mídia.
Leia abaixo o texto de Hildegard, do qual discordo apenas em um ponto. Ela observa que a história é contada pelos vencedores e acrescenta: “eles venceram, eles sempre vencem”. Não é bem assim, Hil. Eles mataram seu irmão e sua mãe. Mataram o irmão de meu pai. Mas não quer dizer que eles venceram. Muito menos que eles sempre vencem. A história da humanidade é uma constante luta contra várias formas de ditaduras; e se na balança final os ditadores e os truculentos ainda detêm a maior pontuação, é a vitória dos pequenos e dos pacatos a que mais chama a atenção, a que mais comumente ganha ares de símbolo. Além do mais, os pequenos e os pacatos às vezes se juntam e se tornam mais poderosos do que os grandes e violentos, porque são em maior número e tem a seu lado a justiça.
No Brasil, as cartas ainda estão na mesa. Eles não vencerão, Hil. No fundo, eles nunca venceram. Apenas adiaram e adiam a sua derrota.
*
Hildegard Angel: “Não estou vendo fantasmas; o Projeto do Mal de 64 ganha corpo”
por Hildegard Angel, em seu blog.
A GENTE NUNCA PERDE POR SER LEGÍTIMO, MAS QUEM CONTA A HISTÓRIA SÃO OS VENCEDORES, NÃO ESQUEÇAM!
O fascismo se expande hoje nas mídias sociais, forte e feioso como um espinheiro contorcido, que vai se estendendo, engrossando o tronco, ampliando os ramos, envolvendo incautos, os jovens principalmente, e sufocando os argumentos que surgem, com seu modo truculento de ser.
Para isso, utiliza-se de falsas informações, distorções de fatos, episódios, números e estatísticas, da História recente e da remota, sem o menor pudor ou comprometimento com a verdade, a não ser com seu compromisso de dar conta de um Projeto.
Sim, um Projeto moldado na mesma forma que produziu 1964, que, os minimamente informados sabem, foi fruto de um bem urdido plano, levando uma fatia da população brasileira, a crédula classe média, a um processo de coletiva histeria, de programado pânico, no receio de que o país fosse invadido por malvados de um fictício Exército Vermelho, que lhes tomaria os bens e as casas, mataria suas criancinhas, lhes tiraria a liberdade de ir, vir e até a de escolher.
Assim, a chamada elite, que na época formava opinião sobre a classe média mais baixa e mantinha um “cabresto de opinião” sobre seus assalariados, foi às ruas com as marchas católicas engrossadas pelos seus serviçais ao lado das bem intencionadas madames.
Elas mais tarde muito se arrependeram, ao constatar o quanto contribuíram para mergulhar o país nos horrores de maldades medievais.
Agora, os mesmos coroados, arquitetos de tudo aquilo, voltam a agir da mesma forma e reescrevem aquele conto de horror, fazendo do mocinho bandido e do bandido mocinho, de seu jeito, pois a História, meus amores, é contada pelos vencedores. E eles venceram. Eles sempre vencem.
Sim, leitores, compreendo quando me chamam de “esquerdista retardatária” ou coisa parecida. Esse meu impulso, certamente tardio, eu até diria sabiamente tardio, preservou-me a vida para hoje falar, quando tantos agora se calam; para agir e atuar pela campanha de Dilma, nos primórdios do primeiro turno, quando todos se escondiam, desviavam os olhos, eram reticentes, não declaravam votos, não atendiam aos telefonemas, não aceitavam convites.
Essa minha coragem, como alguns denominam, de apoiar José Dirceu, que de fato sequer meu amigo era, e de me aprofundar nos meandros da AP 470, a ponto de concluir que não se trata de “mensalão”, conforme a mídia a rotula, mas de “mentirão – royalties para mim, em pronunciamento na ABI – eu, a tímida, medrosa, reticente “Hildezinha”, ousando pronunciamentos na ABI! O que terá dado nela? O que terá se operado em mim?
Esse extemporâneo destemor teve uma irrefreável motivação: o medo maior do que o meu medo. Medo da Sombra de 64. Pânico superior àquele que me congelou durante uma década ou mais, que paralisou meu pensamento, bloqueou minha percepção, a inteligência até, cegou qualquer possibilidade de reação, em nome talvez de não deixar sequer uma fresta, passagem mínima de oxigênio que fosse à minha consciência, pois me custaria tal dor na alma, tal desespero, tamanha infelicidade, noção de impotência absoluta e desesperança, perceber a face verdadeira da Humanidade, o rosto real daqueles que aprendi a amar, a confiar…
Não, eu não suportaria respirar o mesmo ar, este ar não poderia invadir os meus pulmões, bombear o meu coração, chegar ao meu cérebro. Eu sucumbiria à dor de constatar que não era nada daquilo que sempre me foi dito pelos meus, minha família, que desde sempre me foi ensinado. O princípio e mandamento de que a gente pode neutralizar o mal com o bem. Eu acreditava tão intensamente e ingenuamente no encanto da bondade, que seguia como se flutuasse sobre a nojeira, sem percebê-la, sem pisar nela, como se pisasse em flores.
E aí, passadas as tragédias, vividas e sentidas todas elas em nossas carnes, histórias e mentes, porém não esquecidas, viradas as páginas, amenizado o tempo, quando testemunhei o início daquela operação midiática monumental, desproporcional, como se tanques de guerra, uma infantaria inteira, bateria de canhões, frotas aérea e marítima combatessem um único mortal, José Dirceu, tentando destrui-lo, eu percebi esgueirar-se sobre a nossa tão suada democracia a Sombra de 64!
Era o início do Projeto tramado para desqualificar a luta heroica daqueles jovens martirizados, trucidados e mortos por Eles, o establishment sem nomes e sem rostos, que lastreou a Ditadura, cuja conta os militares pagaram sozinhos. Mas eles não estiveram sozinhos.
Isso não podia ser, não fazia sentido assistir a esse massacre impassível. Decidi apoiar José Dirceu. Fiz um jantar de apoio a ele em casa, Chamei pessoas importantes, algumas que pouco conhecia. Cientistas políticos, jornalistas de Brasília, homens da esquerda, do centro, petistas, companheiros de Stuart do MR8, religiosos, artistas engajados. Muitos vieram, muitos declinaram. Foi uma reunião importante. A primeira em torno dele, uma das raras. Porém não a única. E disso muito me orgulho.
Um colunista amigo, muito importante, estupefato talvez com minha “audácia” (ou, quem sabe, penalizado), teve o cuidado de me telefonar na véspera, perguntando-me gentilmente se eu não me incomodava de ele publicar no jornal que eu faria o jantar. “Ao contrário – eu disse – faço questão”.
Ele sabia que, a partir daquele momento, eu estaria atravessando o meu Rubicão. Teria um preço a pagar por isso.
Lembrei-me de uma frase de minha mãe: “A gente nunca perde por ser legítima”. Ela se referia à moda que praticava. Adaptei-a à minha vida.
No início da campanha eleitoral Serra x Dilma, ao ler aqueles sórdidos emails baixaria que invadiam minha caixa, percebi com maior intensidade a Sombra de 64 se adensando sobre nosso país.
Rapidamente a Sombra ganhou corpo, se alastrou e, com eficiência, ampliou-se nestes anos, alcançando seu auge neste 2013, instaurando no país o clima inquisitorial daquela época passada, com jovens e velhos fundamentalistas assombrando o Facebook e o Twitter. Revivals da TFP, inspirando Ku Klux Klan, macartismo e todas as variações de fanatismo de direita.
É o Projeto do Mal de 64, de novo, ganhando corpo. O mesmo espinheiro das florestas de rainhas más, que enclausuram príncipes, princesas, duendes, robin hoods, elfos e anõezinhos.
Para alguns, imagens toscas de contos de fadas. Para mim, que vi meu pai americano sustentar orfanato de crianças brasileiras produzindo anõezinhos de Branca de Neve de jardim, e depois uma Bruxa Má, a Ditadura, vir e levar para sempre o nosso príncipe encantado, torturando-o em espinheiros e jamais devolvendo seu corpo esfolado, abandonado em paradeiro não sabido, trata-se de um conto trágico, eternamente real.
Como disse minha mãe, e escreveu a lápis em carta que entregou a Chico Buarque às vésperas de ser assassinada: “Estejam certos de que não estou vendo fantasmas”.
Feliz Ano Novo.
Inclusive para aqueles injustamente enclausurados e cujas penas não estão sendo cumpridas de acordo com as sentenças.
É o que desejo do fundo de meu coração.
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Stuart e Zuzu Angel, irmão e mãe de Hildegard assassinados pela ditadura civil-militar
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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A seleção dos reaças 2013

Os jornalistas mais reacionários de 2013: minha seleção



Postado em 24 Dec 2013
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Bem, final de ano é tempo de retrospectiva.
O DCM acompanhou a mídia com atenção, e então vai montar sua seleção de jornalistas do ano, o Time dos Sonhos do atraso e do reacionarismo, o TS, o melhor do pior que existiu na manipulação das notícias.
A cartolagem é parte integrante e essencial do TS: Marinhos, Frias, Civitas, Mesquitas etc.
À escalação:
No gol, Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo. Devemos a ele coisas como a magnífica cobertura da meia tonelada de cocaína encontrada no famoso Helicóptero do Pó, pertencente à família Perrella.
Kamel é também notável pela sagaz tese de que não existe racismo no Brasil, algo facilmente comprovável pelo número de colegas negros de Kamel na diretoria da Globo.
Na ala direita, dois jogadores, porque pela esquerda ninguém atua. Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes são os selecionados. Os blogueiros da Veja são entrosados, e pô-los juntos facilita o trabalho de treinamento do TS.
Azevedo se notabilizou, em 2013, por ser comparado por diferentes mulheres a diferentes animais, de pato a rottweiler.
Nunes brilhou por lances de genialidade e inteligência – e total ausência de preconceito —  como chamar Evo Morales de “índio de franja” e classificar Lula de “presidente retirante”.
Uma disputa interessante entre Nunes e Azevedo é ver quem utilizou mais a palavra “mensaleiros”. Gênios.
Na zaga, uma inovação: duas mulheres. Temos a cota feminina no TS do DCM. Eliane Cantanhede, colunista da Folha, e Raquel Scherazade, a versão feminina de Jabor.
Ambas defenderam valentemente o país dos males do lulopetismo, e fizeram a merecida apologia de varões de Plutarco da estatura de Joaquim Barbosa, o magistrado do apartamento de Miami.
No meio de campo, três jogadores de visão: Jabor, Merval e Míriam Leitão. Sim, a cota feminina subiu durante a montagem do TS.
Jabor se celebrizou em 2013 pela rapidez com que passou da condenação absoluta à louvação incondicional das jornadas de junho quando seus superiores na Globo lhe deram ordem para mudar o tom.
Merval entrará para a história pelo abraço fraternal em Ayres de Britto, registrado pelas câmaras. Merval conseguiu desmontar a tese centenária e mundialmente reverenciada de Pulitzer de que jornalista não tem amigo.
E Míriam Leitão antecipou todas as calamidades econômicas que têm assaltado o país, a começar pela redução da desigualdade e pelo nível de emprego recorde.
Numa frase espetacular em 2013, Míriam disse que só escreve o que pensa. Aprendemos então que ela é tão igual aos patrões que poderia ser o quarto Marinho, a irmãzinha de Roberto Irineu, João Roberto e Zé Roberto.
No ataque, dois Ricardos, também para facilitar o entrosamento. Ricardo Setti e Ricardo Noblat. Setti foi uma revelação, em 2013, no combate ao dilmismo, ao lulismo, ao bolivarianismo, ao comunismo ateu e à varíola. Noblat já é um jogador provado, e dispensa apresentações. Foi o primeiro blogueiro a abraçar a honrosa causa do 1% no Brasil.
Para completar o trio ofensivo, Eurípides Alcântara, diretor da Veja. Aos que temiam que a Veja pudesse se modernizar mentalmente depois da morte de Roberto Civita, Eurípides provou que sempre se pode ir mais adiante.
Suas últimas contratações são discípulos de Olavo de Carvalho, o astrólogo que enxerga em Obama um perigoso socialista. Graças a Eurípides, em todas as plataformas da Veja, o leitor está lendo na verdade a cabeça privilegiada de Olavo.
Na reserva do TS, e abrindo espaço para colunistas que não sejam necessariamente jornalistas, dois selecionados.
O primeiro é Lobão, novo colunista da Veja e novo olavete também. No Roda Viva, Lobão defendeu sua reputação de rebelde ao fugir magistralmente de uma pergunta sobre o aborto.
O outro é o professor Marco Antônio Villa, que conseguiu passar o ano sem acertar nenhuma previsão e mesmo assim tem cadeira cativa em todas as mídias nacionais.
O patrono do TS é ele, e só poderia ser ele: José Serra.
Mas Joaquim Barbosa pode obrigar Serra a cedê-la a ele, JB, nosso Batman, nosso menino pobre que mudou o Brasil e, nas horas vagas, arrumou um emprego para o júnior na Globo.

Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

2013 - Todos perdemos. FELIZ 2014

2013, o ano das grandes derrotas

Enviado por  on 23/12/2013 – 7:51 pm7 comentários
Retrospectiva de um ano ultracansado
O ano de 2013 foi curioso para o Brasil. Todos saíram derrotados. A Globo perdeu audiência e foi pega sonegando imposto. O PT viu seus melhores quadros serem presos, um deles (justamente aquele mais traumatizado por quatro anos de tortura na ditadura) foi novamente preso e torturado – desta vez, psicologicamente, de forma ainda mais sádica e cruel, por sete ou oito anos. Genoíno sempre repete para os amigos que a tortura moral inflingida pela mídia é muito pior do que a tortura física da ditadura; porque vai direto na sua alma.
Os blogs também perderam. Ficaram imprensados entre um governo assustado e a loucura revolucionária (?) das ruas.
As ruas… As ruas também perderam. Depois de mostrar seus enormes pés, as ruas não conseguiram revelar uma cabeça. A lógica do espetáculo rapidamente prevaleceu. Tornou-se uma diversão de final de tarde. Os jovens na rua sem saber porque estavam na rua. Os policiais, também perdidos. E o helicóptero da Globo sobrevoando e tentando vender audiência. Ao final, incêndios, quebra quebra e audiência em alta da Globonews.
A própria Mídia Ninja, que alça os píncaros da fama e ganha ares de ferramenta revolucionária, termina desempenhando o melancólico papel de parasita do caos (ela só ganha audiência se há quebra-quebra, violências e fogo). E o Fora do Eixo, entidade por trás da Mídia Ninja, se tornou saco de pancadas de coxinhas virtuais.
A imprensa perdeu muito. As ruas foram agressivas contra as mídias tradicionais. Jornalistas eram quase linchados em meio à turba de coxinhas enfurecidos. Quer dizer, nem só coxinhas. Houve cenas épicas, como a de um sujeito que flagrou o repórter da Globo forjando um protesto contra a Dilma. O repórter pediu para uma senhora segurar uma plaqueta contra a presidente. Um homem (um sindicalista) viu a cena e protestou contra aquela fraude sem vergonha, na cara de todo mundo. Foi um boca a boca memorável, que encerrou com o repórter saindo de fininho, sob uma saraivada de xingamentos e cantorias anti-mídia. Tudo filmado por um celular.
Aliás, as manifestações de rua tiveram um caráter anti-mídia que a própria mídia, naturalmente, até hoje trata de esconder com unhas e dentes. A Globo pediu desculpas envergonhadas por ter dado “apoio editorial” à ditadura…
Houve protestos de todo o tipo. Foi algo tão grande que é difícil enxergar de perto. Ouvi muita gente caçoar do Arnaldo Jabor, que logo após as primeiras manifestações declarou que os garotos nas ruas não valiam nem 20 centavos. Dias depois, ele muda totalmente de ideia e começa a tecer loas aos protestos.
Bem, eu não critiquei o Jabor por mudar de ideia. Bem aventurados os capazes de mudar, diria o profeta. O problema está na razão pela qual mudamos, que nem sempre é louvável.
Eu mesmo me portei igual ao Arnaldo Jabor, só que às avessas. Quando ele criticou, eu elogiei. Quando ele passou a elogiar, eu passei a criticar.
Porque aconteceu uma coisa sinistra, que os coxinhas e os black blocs não perceberam. Em questão de dias, a mídia se adaptou à nova realidade e iniciou uma estratégia de manipulação que chegou facilmente às ruas. Se a pauta dos protestos era difusa, a Globo oferecia a solução para todos os seus problemas. O foco é a corrupção, foi o título de um post de Merval Pereira no auge dos protestos. A mídia também conseguiu transformar a PEC 37, que regulamentava o poder de investigação do Ministério Público, em alvo dos manifestantes. A PEC 33, que impunha limites ao STF, sumiu do mapa.
Com certeza, entre as primeiras e as últimas manifestações, houve reunião emergencial de barões da imprensa e caciques de oposição, provavelmente em alguma sala de luxo no instituto millenium. Eles tomaram decisões rápidas, o que é a grande vantagem de centros de comando enxutos, unificados e com orçamento infinito. Não estou falando da cúpula do partido comunista chinês, mas do grupinho de endinheirados que domina a mídia brasileira. Duas ou três famílias de banqueiros, três ou quatro famílias donas das principais infra-estruturas de mídia no país, e pronto, tem-se um bloco de poder avassalador. O STF é o mais fácil de dominar, porque são poucos, mas o neocoronelismo midiático que vivemos alcança todos os setores, com ênfase nas classes A e B, onde figura a elite do serviço público e das empresas privadas.
As ruas, os coxinhas e os black blocs também perderam. O Congresso se aproveitou da confusão das pautas e não adotou nenhuma delas. Os black blocs, depois de usados pela mídia, foram descartados.
E agora, ao final do ano, quando o Senado teria a oportunidade de introduzir pautas progressistas na reforma do Código Penal, o relator Pedro Tacques, o mesmo Pedro Tacques que tanto elogiou a rebelião das ruas – sobretudo quando enxergou nelas um sopro de oposição popular – agora lhes passa uma sórdida rasteira, ao eliminar os poucos avanços que havia no texto. Tacques removeu os avanços em relação ao aborto e às drogas.
A democracia perdeu feio em 2013. Perdeu nas manifestações, quando reprimiu com violência, primeiro; e perdeu quando deixou a coisa rolar frouxa demais, em seguida. Perdeu com o avanço do STF sobre o Legislativo. Perdeu com o bloqueio absoluto imposto pela grande imprensa ao debate sobre a democratização da mídia.
Dilma perdeu. A barbada de 2014 não é mais tão certa. Há variáveis mais complexas e instáveis em ação. Sua aprovação encerra o ano vinte ou mais pontos abaixo do que tinha em seu início.
A oposição perdeu. Aécio Neves conseguiu a incrível proeza de figurar como um príncipe na mídia e… cair nas pesquisas. Campos fez algo ainda mais extraordinário: uniu-se a uma campeã eleitoral, que entrou em seu partido e passou a lhe apoiar publicamente e… perdeu intenções de voto (aumentou na primeira pesquisa após sua união com Marina, mas começou a cair em seguida).
O trensalão, o helicóptero do pó, a máfia de fiscal da prefeitura, a coisa de repente ficou feia, em termos “éticos”, para a oposição. Seu discurso de vestais ficou ainda mais ridículo e falso do que sempre foi.
Eu também perdi algumas coisas este ano. A virgindade processual, por exemplo. Agora sou um processado por Ali Kamel, o todo-poderoso diretor de jornalismo das Organizações Globo, e se perder terei que lhe pagar R$ 41 mil.
Em novembro, sofri meio que um bullying político por parte de simpatizantes de black blocs, reunidos num auditório na UFRJ. Me puseram na mesa na condição de blogueiro famoso e “criminalizado”, por causa do processo do Kamel. A meu lado, os parlamentares Jandira Feghali e Jean Wyllys; um advogado da OAB; Mario Mugusto Jakobskind, presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa); e um professor que havia passado uns dias num presídio após a polícia lhe prender por varrer a frente da Câmara dos Vereadores.
Eu suspeitei que estava em terreno minado. Afinal, o que já dei de pancada verbal em black bloc e coxinhas, não tá no gibi. Eu sou a favor da violência: verbal. E contra violência física. Os black blocs são o contrário: são a favor da violência física, mas contra a violência verbal: ninguém pode criticá-los.
Todos falaram, inclusive eu, e ao final uma moça se ergueu para me fazer uma pergunta, pegou um bloco e passou a ler um trecho de um post meu de meses atrás.
Eu respondi da forma que pude. Houve um início de gritaria, com minhas amigas me defendendo e outras pessoas me atacando. Até que o Jakobskind pegou o microfone e determinou: “temos que cerrar fileiras em torno desse rapaz (eu), porque ele está enfrentando o maior império de todos!” Jakobskind é um jornalista íntegro e portanto anti-global, até porque ele está lutando para evitar que o candidato da Globo vença as próximas eleições da ABI.
Esse é o tipo de enrascada previsível para um blogueiro de opiniões polêmicas. Só lamento não ter dado uma resposta clara e firme à moça, porque ela atacou abaixo da cintura: ela conseguiu catar, como quem cata uma pulga, o erro mais grave que cometi, não no conteúdo, mas na forma como eu expressei uma ideia. Mas ela podia ter pego mil outros exemplos. Se há política e confronto, haverá sempre algum radical, à esquerda ou à direita, que não concorda com minhas ideias: e pode ser que ele esteja certo, e eu errado. Eu escrevo diariamente, tanta coisa, e me envolvo em linhas de pensamento sobre as quais preciso meditar com o máximo de urgência. Posso errar, portanto. Eu errei num post em que narro um episódio no dia 11 de julho, em que algumas amigas minhas se sentiram intimidadas e agredidas por black blocs. Ao final do post, eu cometo um sério deslize, ao encerrar o post com uma frase deliberadamente vulgar: “se eu vir um mascarado na minha frente sou capaz de lhe dar um murro”.
É chato. Tantos posts intelectualizados, citando latim e teorias políticas, e a pessoa cata uma frase vulgar e brutal presente num post escrito com o fígado.
Repito, sou a favor da violência verbal. Acho que a violência verbal integra esse universo maior a que alguns chamam liberdade de expressão. Este é um assunto, aliás, no qual sou absolutamente liberal. Tenho que ser, porque sem liberdade, eu serei o primeiro a me lascar, visto que, por mais que eu procure ser cuidadoso, não tenho controle total sobre meu (mau) humor e meu sarcasmo. A literatura é um vale tudo, e literatura de ficção e literatura política às vezes partilham dos mesmos anseios em termos de iconoclastia, subversão e criatividade sintática.
O ano termina, portanto, com um aspecto terrivelmente cansado, como se não tivesse transcorrido apenas um ano, mas uma década. Tenho a impressão, por isso mesmo, de que todos estão exaustos. Eu me flagrei cometendo errinhos bestas de sintaxe ou lógica em posts recentes. Esses feriados de Natal e Ano Novo serão providenciais para mim. O recesso dos poderes públicos nos dão um pouco de paz por alguns dias. Esperemos que a mídia também sossegue. O ano de 2014 promete ser tão ou mais intenso do que este. Copa do Mundo, eleições, além dos momentos finais, talvez os mais encarniçados, do debate sobre a Ação Penal 470. O calor eleitoral reviverá o tema e os esforços canhestros de setores do governo que pretendem “virar a página” darão com os burros n’água. Na verdade, é provável que os marketeteiros se mantenham no terreno das platitudes estéticas. O trabalho pesado, a desconstrução sistemática das mentiras diárias da mídia, a luta para não deixar que as injustiças da Ação Penal 470 se consolidem como “fato consumado”, ficará sob responsabilidade, como sempre, de blogueiros duros, processados, destemidos e incansáveis. A diferença é a própria luta de classes, e a dicotomia entre o capital e o trabalho, tanto que, em reunião política no Barão de Itararé, discutimos como seria negativo para o Brasil se Dilma obtivesse uma fria e calculista vitória eleitoral, feita por marketeiros, ao invés de uma apaixonada e libertadora vitória política, conduzida por intelectuais, militantes e blogueiros.
Bem, ao menos não estamos mais totalmente sozinhos. Vários agentes políticos estão se preparando para um embate mais polarizado no ano que vem, e todos que não estarão com a Globo, estarão com a gente. Da minha parte, construí relações com vários parlamentares, representantes de movimentos sociais e sindicatos, e mesmo com jornalistas da grande imprensa. No ano que vem, estreitaremos laços com mais gente; esta é a vantagem de um ano eleitoral. Em ano eleitoral, a mídia perde o monopólio da conspiração política. Em ano eleitoral, todos viram conspiradores. Todos fazem reuniões com todo mundo. O vamos conversar de Aécio Neves é o clichê de todos os candidatos, e isso é muito bom.
Num ano em que quase todos os agentes políticos, à esquerda, à direita, na situação e na oposição, na mídia, nas ruas, nos blogs, saíram derrotados, talvez um só tenha sido vencedor. O povo? O Fluminense?
Bem, vou descansar por uns dias. Tentarei voltar para mais um post antes da virada do ano, mas desde logo lhes desejo um feriado tranquilo e votos de um novo ano cheio de realizações, saúde e felicidade.
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“Capitalismo com características brasileiras”.


Publicado em 23/12/2013

“CAPITALISMO COM
CARACTERÍSTICAS BRASILEIRAS”

As mudanças físicas, na Geografia, tem o efeito de um choque de átomos.
Um Nacionalismo rejuvenescido pela soberania popular


“Socialismo com características chinesas” é uma das frases que definem Deng Xiaoping – e a China.

Assim como Mandela não virou tucano – só faltou fazerem-lhe branco de olhos azuis –, a China e Deng não se tornaram capitalistas.

São comunistas.

Como foi Mandela.

Aqui, há uma certa dificuldade de entender que o Brasil não é mais tamanho “P”, como no Governo do Príncipe da Privataria.

O tamanho “P”, “P” de “tirar o sapato, serve à ideologia colonizada, que pretendia eternizar a subalternidade do Brasil – com as mesmas peripécias ideológicas com que tentaram embranquecer o militante da luta da armada conhecido como Mandiba e retirar a “característica” comunista do regime chinês.

O Brasil agora é do tamanho “G”.

Na Big House é difícil entender isso, porque, também, há duas pragas que assolam o país.

Primeiro, é o “são-paulo-centrismo”,  em vias de extinção.

São Paulo não pensa o Brasil, dizia o mestre Fernando Lyra – clique aqui para ler “o importante é o rumo”.

A outra praga é a hegemonia dos “economistas” sobre nas reflexões  sobre o Brasil.

Não se estuda mais de Política – não essa politiquinha congressual, de Brasília (outra praga !) – , História, Geografia, Demografia, Filologia, como recomendava Giambattista Vico, que, por acaso estudou em Nápoles e, não, em Chicago.

Como dizia o Lord Keynes, não há Economia sem História.

Mas, aqui, como se sabe, Keynes não chega nem perto da Urubóloga.

Diante dessas deficiências estruturais, o Brasil tem uma certa dificuldade de entender o que se passa à sua volta, muito além do superávit fiscal do Delfim e da calvície do Renan.

O ansioso blogueiro recorre em sua ajuda ao Saul Leblon, que acaba de escrever breve – como recomenda a linguagem da blogosfera – obra-prima, ao explicar por que o minúsculo Aécio Never não tratou do pré-sal quando lançou seu “programa”.

Não tratou, porque o pré-sal e a nova base de produção de energia do Brasil criaram um país do tamanho “G”, que os neolibelês (*) não conseguem captar.

Ou, deliberadamente, tentam ocultar.

Disse Leblon:

“… a omissão  fala mais do que consegue esconder.

O pré-sal, sobretudo, avulta como o fiador das linhas de resistência do governo em trazer a crise   global para dentro do Brasil, como anseia o conservadorismo.

Um dado resume todos os demais: estima-se em algo como 60 bilhões de barris os depósitos acumulados na plataforma oceânica. A US$ 100 o barril, basta fazer as contas para concluir:  o Brasil não quebra porque passou a dispor de um cinturão financeiro altamente líquido expresso em uma fonte de riqueza sobre a qual o Estado detém controle soberano.

A agenda mercadista não disfarça o mal estar diante dessa blindagem, que  esfarela a credibilidade do seu diagnóstico de um Brasil aos cacos.”
Nessa mesma linha – quais medidas definem um tamanho “G” – o ansioso blogueiro vai buscar o discurso que a Presidenta Dilma fez em Ipojuca, no lançamento da plataforma P-36:

“Como este (Atlântico Sul) tem muitos outros estaleiros pelo Brasil afora. Nos vamos ter muita contratação daqui pra frente. Só este ultimo campo de Libra  precisa de 12 a 18 plataformas, mais para 18 do que para 12 … O Brasil vai se transformar, necessariamente, no maior produtor de plataformas de petróleo do século XXI. A gente tem de pensar grande, do tamanho do Brasil”.


Para se deter em algumas noticias recentes.

A compra dos Gripen e seu impacto no conjunto de uma indústria de Defesa para proteger o pré-sal.

As duas concessões da BR-163, que vai de São Paulo a Vilhena em Rondônia e a Santarém no Pará.

O terminal de carga de Rondonópolis.

A concessão de Ferrovia FICO, que sairá de Campinorte, em Goiás, atravessa Lucas do Rio Verde e segue até Rondônia.

Para falar um pouco de Lucas do Rio Verde, que o ansioso blogueiro visitou recentemente – como visitou Sinop e Rondonopolis.

Lucas produz 800 mil tonelada de soja por ano, 1 milhão e 500 mil de milho (vai produzir etanol de milho, já, já) e abate, na BRF, 300 mil aves por dia, e 4.750 suínos.

Ali também se criará um terminal de carga em torno da ferrovia FICO e da expansão da 163.

Outras ferrovias virão, assim como eclusas e os portos serão abertos, vencidas as resistências criadas em torno do que Garotinho, da tribuna da Câmara, chamou de Emenda Tio Patinhas.

As mudanças físicas, de cimento, tijolo, asfalto e trilho – isso tem um efeito de fissão nuclear, muito mais poderoso do que o “aumento da produtividade”, ou do “destravamento do gargalo”.

A reorganização do espaço físico impulsiona um átomo contra o outro, que gera um novo e mais amplo choque de átomos que, em cadeia, e em velocidade maior, produz energia, luz !

(Quem manda os economistas de São Paulo não estudarem  Física !)

A revolução da Geografia faz milagres.

Perguntem ao Abraham Lincoln por que ele preferiu fazer a ferrovia que liga Chicago a Sacramento na Califórnia, e, não, em direção ao Sul …

Não foi para acabar com um gargalo, porque nações não são garrafas.

A incorporação irreversível de pobres ao mercado de consumo, à carteira assinada e à universidade.

A redução da taxa de natalidade da mulher brasileira, que foi estudar e trabalhar.

A mulher brasileira hoje tem 1,9 filhos.

Tinha, 50 anos atrás, 6 !

O deslocamento da geo-economia do são-paulo-centrismo para o resto país – a renda do Rio passa a de São Paulo e a cidade de São Paulo investe a metade, per capita, do que investem Vitoria, Belo Horizonte e Rio.

São Paulo é o único lugar do Brasil onde não se vê guindaste.

(Boa parte da “crise” disseminada pelo PiG (**) advém dessa perda de substância do poder político de São Paulo: se Cerra, definitivamente – o ansioso blogueiro tem muitas dúvidas … – não for candidato, será a primeira vez, desde Dutra, que não haverá um paulista candidato a Presidente.)

O deslocamento do alinhamento estratégico do eixo Sul-Norte para o eixo Sul-Sul.

O Brasil já chega ao Pacífico por terra e será economicamente e politicamente um país bi-oceânico.

Essa misturança ideológica que os paulistas e os economistas impuseram ao Brasil resultou no esvaziamento dos princípios  do Nacionalismo.

Os colonizados da rua Oscar Freire, que sonham com Miami e acordam com o fedor do rio Tietê, não podem nem ouvir falar em Nacionalismo !

Isso é coisa de pobre !

De comunista !

É por isso que o ansioso blogueiro lamenta que o Brasil não tenha um Celso Furtado.

Como se sabe, Celso é o único economista brasileiro de curso internacional.

O pensamento neolibelês brasileiro, de Visconde de Cayru, Ruy Barbosa, Eugenio Gudin,  Roberto Campos, Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Franco, André Lara Resende e sua mais insigne representante, a Urubóloga, não passou da rua Dona Veridiana, em Higienópolis.

Falta um Celso para desenhar esse Brasil de tamanho “G”.

Celso explicou ao Brasil e ao mundo o que significava o “sub-desenvolvimento”.

E como derrotá-lo.

Celso teria plenas condições para entender o Brasil “G”.

Como observou o historiador Luiz Felipe de Alencastro, no prefácio da edição comemorativa dos 50 anos de “Formação Econômica do Brasil”, Celso seguia pela esquerda do keynesianismo – o investimento estatal como gerador de demanda – emprego !

Além disso, como nacionalista até dormindo!, Celso sonhava com a Integração, com um Brasil só, inteiro e soberano.

Com esses instrumentos teóricos de historiador, político, Ministro da Cultura – e economista, ao lado de Kaldor, Sraffa, Joan Robinson, Dobb e seu colega de sala em Cambridge, Amartya Sen – Celso teria condições de desenhar esse novo Brasil.

Irreversível.

Vencedor.

Que não cabe nos medíocres programas neolibelês.

Que jamais vão entender o que significa “capitalismo com características brasileiras”.

Porque não leram a “Formação Econômica” do Celso – na hora certa.

Celso daria ossos e músculos a um novo nacionalismo – rejuvenescido pela soberania popular.