domingo, 26 de dezembro de 2010

Até 2011 chegar...

E quando
a "nova verdade"
serve para atender
a interesses vis e ainda mais mesquinhos
do que os que se serviam da "verdade anterior", que acaba de cair por terra?
Neste caso, a "nova verdade" pode ser uma arma tão letal quanto a "verdade anterior".
E pior até do que uma mentira, ainda que nas mãos de pessoas ingênuas e bem intencionadas.
É quando anjos e demônios parecem dançar um balé de opostos complementares.
Esta é a reflexão que proponho a todos,
nos últimos dias do fim da primeira década do terceiro milênio.
Lamentavelmente, ainda vamos precisar de muita hipocrisia
para sustentar nossas frágeis relações humanas.
É a tal da "mentira social" consagrada pela política e,
como nunca, tão explicitamente pela diplomacia.
É por tudo isso que, ano a ano,
me convenço de que a busca pela "verdade autêntica"
começa dentro de cada um de nós.
Obrigado a todos por me tolerarem por mais um ano.

Até 2011!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A tristeza do palhaço.



http://www.blogcidadania.com.br/2010/12/a-tristeza-do-palhaco/

sábado, 18 de dezembro de 2010

“Governo libera verba milionária à UNE”.P H Amorim.


 
Projeto de Niemeyer para o auditório da nova UNE. Cerra não está convidado




Saiu no Estadão, pág. A8 e numa manchete colossal na primeira página: “Governo libera verba milionária (sic) à UNE”.


“Nos últimos dias do governo Lula, R$ 30 milhões de indenização referente ao período da ditadura são depositados na conta da entidade.”

Num box “para entender” (sic), o Estadão “explica”:

A sede original da UNE (na Praia do Flamengo, no Rio), havia sido doada em 1942 por Vargas. “O espaço concentrou campanhas importantes (como a do “Petróleo é Nosso”, a Campanha da Legalidade de Brizola, e as Reformas de Base de Jango – PHA ) e atividades do movimento estudantil até 1º. de Abril de 1964, um dia após o Golpe Militar, quando o prédio foi destruído por um incêndio”.


A UNE foi também uma escola de quadros políticos.


Aldo Arantes; Vinicius Brandt; Aldo Rebelo, Lindenbergh Farias, que liderou a campanha do impeachment de Collor e se elegeu agora senador pelo Rio; Orlando Silva, Ministro dos Esportes.

Quem também foi presidente da UNE e participou do Comício da Central pelas Reformas de Base de Jango foi o Padim Pade Cerra.

Mas, logo depois da intervenção militar, ele foi para o Chile.

Ele não viu a instituição que presidia pegar fogo.

Isso é que um líder de coragem !

E, uma vez, Cerra disse a um grupo de brasileiros exilados em Paris que, agora, o Governo Allende estava firme: Allende tinha acabado de nomear um Chefe do Estado Maior de confiança.

Sabe quem, amigo navegante ?

O Pinochet.

O que dá uma idéia da perspicácia do Padim Pade Cerra.

De todos os acima citados, Cerra foi o único que mudou de rumo.

Cerra hoje é o candidato à Presidência do Estadão.

Estadão esse que não foi capaz de manifestar qualquer perplexidade ou indignação com o incêndio do prédio da UNE, na sequência da intervenção militar.

Foi, digamos assim, para o Estadão, um incêndio normal.

Um incêndio do Reichstag numa nice.

E sobre os R$ 40 milhões ?

R$ 40 milhões ?

Isso é dinheiro de pinga para a Chevron.

Cada três minutos de ligação da Chevron do Brasil para os Estados Unidos para contar que o Cerra ia meter a mão no pré-sal saem mais caros do que o dinheiro que o Brasil deve à união dos estudantes.

Em tempo: para quem não conhece a geografia do Rio ou faltou à aula de História, o prédio da UNE fica perto de onde morava o Carlos Lacerda.

Que sofreu muito com a vizinhança.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

MANCHETES CONEXAS DESTA 6º FEIRA, 17/10


O serviço de microblog Twitter, que acumula quase 100 milhões de usuários, passou a valer mais que o gigante norte-americano The New York Times.


Desemprego recua para 5,7% e é o menor desde 2002 (UOL)

Governadores do PSDB vão apoiar Dilma (Estadão)

FECHO

Ciclo Lula encerra com um PIB crescendo o dobro do de 2002 para uma inflação 50% menor e uma taxa de desemprego que é a metade da observada então: 5,7% contra 11,7%, respectivamente, segundo o IBGE (Carta Maior;17-12)

O MERCOSUL QUE SERRA QUERIA IMPLODIR

comércio dentro do Mercosul encerra 2010 com um fluxo recorde de US$ 42 bilhões - um aumento de 30% em comparação com 2009. Exportações totais dos sócios do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - para o resto do mundo serão de US$ 230 bilhões - alta de 24% em comparação com 2009 (Estadão; 17-12)


O AJUSTE DA BOLHA ESPECULATIVA:
ARROCHO E MOBILIZAÇÕES

Crise econômica e colapso das finanças desreguladas reduziu à metade o crescimento dos salários no mundo.Entre as exceções estão países emergentes, como o Brasil, onde os trabalhadores acumularam ganhos reais ao longo do governo Lula . ATTAC pede manifestações em toda Europa, neste sábado

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

8 anos de Lula

8 anos de Lula




O Lulinha disse que ia fazer e fez. Registrou em cartório um documento com as realizações dos seus dois mandatos. Segundo o presidente, é para a História. No futuro, quem for pesquisar seu governo pela imprensa da época vai achar que foi uma porcaria, um mar de lama, um descontrole geral. Ele resolveu resguardar a própria biografia. Fez muito bem. Foi um tapa com luva de pelica.

A imprensa livre, é claro, não gostou. Disse que o "balanço" não registrou as deficiências do governo. Era o que faltava.

Para criticar, não precisava produzir um catatau de mais de duas mil páginas. As críticas - as justas, as injustas e atá as inconcebíveis - estão todas aí à disposição. O governo podia - por exemplo - só copicolar todo o blog do falecido Noblat.


P.S.: a Falha de Sumpaulo e The Globe se superaram. Reportando a solenidade de registro do docuemnto, prefiriram destacar a presença do Zé Dirceu.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Serra, blindado pela mídia


 



O caso é extremamente grave. A Folha noticiou que Serra, com aval do PSDB, negociou secretamente com petroleiras americanas a volta do antigo sistema de concessão, pelo qual as empresas, após uma licitação, tornam-se “donas” da jazida de petróleo, pagando apenas os royalties para o Brasil.


Ora, isso seria absurdo para o pré-sal, porque as companhias americanas privilegiariam a entrega para consumidores estadunidenses, expondo o Brasil ao risco de, mesmo possuindo enormes jazidas, sofrer com a falta de abastecimento.

De qualquer forma, a informação, vazada pelo Wikileaks, comprova o que já sabíamos sobre Serra: ele representava interesses obscuros, estrangeiros, articulados sempre nos bastidores.

Há um outro fator curioso: apenas a Folha publicou. A notícia não apareceu em mais lugar nenhum. E no dia seguinte (hoje), a Folha silencia sobre o assunto. Ninguém obteve declaração do tucano sobre o caso. Não apereceu sequer nenhum líder do PSDB para explicar a posição de Serra.

O que está acontecendo?

Serra não deve explicações à sociedade brasileira?

Quer dizer que ele iria mudar, arbitraria e truculentamente, uma legislação costurada a duras penas no Congresso Nacional? Tudo para beneficiar petroleiras dos Estados Unidos?

Entende-se perfeitamente que as petroleiras queiram mudar as regras para o pré-sal. Pelas regras antigas, teriam lucros mais seguros e maiores.

Agora, para um homem que andou se gabando de “ser muito mais de esquerda do que Lula”, afirmação essa também repetida por Roberto Freire, deputado depederal (PPSSP), os vazamentos do wikileaks caíram qual bombas de fragmentação!

Entretanto o mais curioso, a meu ver, é o silêncio sepulcral na grande mídia sobre o tema. Mesmo a Folha, que deu a notícia, não volta a mencioná-la no dia seguinte. Ativou-se solenemente uma mamutiana operação abafa. Ontem a Folha ainda fingiu ter procurado o ex-candidato para explicar as notas vazadas pelo Wikileaks sobre uma conversa secreta entre Serra e representantes de empresas americanas de petróleo; não o encontrou.

Nessa terça-feira, Serra apareceu somente na Folha Online, depois de (provavelmente) analisar o assunto junto a seus consultores politicos. E negou tudo:

Procurado pela Folha, José Serra negou ter feito as afirmações a ele atribuídas no telegrama. “Nunca recebi empresas individualmente, portanto, não recebi esta representante [Patricia Pradal, diretora da petroleira Chevron]“, disse ele, por meio de sua assessoria. “Não falei isso porque não faz sentido, alguém vendeu ‘mercadoria falsa’.

O modelo que vigorava naquela época era o modelo anterior. Isso [o teor do telegrama] não faz sentido. Além disso, o relato não corresponde ao meu modo de falar. É um estilo que não é o meu”.

A não citação ao nome de Serra, no Globo, mostra também que o Wikileaks errou ao estabelecer relação de confiança com alguns grandes jornais. Eles não são confiáveis. O acordo era publicar a matéria sempre com a presença dos documentos originais, o que não foi feito.

O tucano vendeu informação privilegiada às empresas americanas do setor de petróleo. A informação era: se eu ganhar, entrego o petróleo a vocês. Segundo Patrícia Padral, chefe de relações com governos da Chevron, o candidato José Serra era contra a nova lei do pré-sal (a lei que dá ao povo brasileiro o controle absoluto do petróleo), mas “não demonstrava senso de urgência”, porque entendia que seria possível revertê-la após a sua vitória nas eleições presidenciais.

“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato, segundo matéria escrita por Natalia Viana, repórter do Wikileaks no Brasil. Serra fez a afirmação para executivos da Chevron, o que levanta a suspeita de que o PSDB pode ter obtido recursos para sua campanha em troca de promessas de mudar a lei do pré-sal.

A negação de Serra à existência da conversa mostra que ele sabe o estrago político que isso pode causar em sua carreira e ao PSDB. No entanto, ele vai ter que se esforçar mais do que negar que falou. Existem documentos que o provam, e não creio que o embaixador americano ou uma alta executiva da Chevron inventariam uma coisa assim.


Fonte:
Blog Gonzum. Miguel do Rosário

A charge do dia: A bandeira do PSDB, segundo o WikiLeaks

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PRESIDENTE LULA EM 13/12/2010

WIKILEAKS REVELA : SERRA, O ENTREGUISTA




WIKILEAKS REVELA BASTIDORES DO PRÉ-SAL:


DEPOIS DE JOBIM, O INFORMANTE...

SERRA, O ENTREGUISTA



"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava...E nós mudaremos de volta...Voces vão e voltam..." (José Serra à representante da multinacional Chevron, Patricia Pradal, também dirigente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP),o sindicato das petroleiras internacionais no país, a quem o tucano dá sua garantia de que, vitorioso nas eleições presidenciais de 2010, reverteria a regulação soberana do pré-sal para entregar as jazidas aos mercados:' voces vão e volta...' (Telegrama diplomático de dezembro de 2009, divulgado pelo WikiLeaks que teve o diálogo de Serra omitido pelo jornal O Globo, na edição desta 2º feira; foi divulgado pela Folha que, todavia, não providenciou a investigação óbvia: quanto as petroleiras multinacionais doaram à campanha demotucana? A 'barriga' certamente não ocorreria em trama equivalente que tivesse como personagem um político de esquerda. Carta Maior, 13-12)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Na média da embromação




Na média de uma semana, se alguém bebeu 15 garrafas de cerveja de 600 ml cada uma ao dia, não terá bebido tanto. Mas só na média, porque essa pessoa pode ter bebido todas elas no 7º dia. Esta metáfora explica perfeitamente a natureza da teoria que a mídia andou tentando vender durante a semana passada ao comentar o anúncio oficial do crescimento da economia no terceiro trimestre do ano.




Jornais e telejornais trataram de apresentar como má notícia a redução, no último trimestre, de um ritmo de crescimento “chinês” que o Brasil terá experimentado ao fim de 2010. Não contente em distorcer o verdadeiro sentido da situação econômica do país, a imprensa abraçou a missão de relativizar o crescimento deste ano dizendo que, “na média dos 2 últimos anos”, não será nada extraordinário.



Editorial do jornal Folha de São Paulo do último sábado atua em consonância com a edição do Jornal Nacional de sexta-feira passada, quando começou a onda de tentativas de transformar em mau momento um momento brilhante em que superamos uma eleição presidencial sem esperar que no ano seguinte o país afunde e revele estelionato eleitoral.



Eis o editorial



Crescimento contido

É frustrante que expansão modesta na média de 2009 e 2010 gere pressões inflacionárias e necessidade de aumentar a taxa de juros



O IBGE divulgou anteontem que o PIB cresceu 0,5% no terceiro trimestre na comparação com o anterior. Em relação ao mesmo período de 2009 o aumento foi de 6,7%. Com isso, o crescimento de 2010 deverá ficar próximo a 7,5%. Tal desempenho foi possível porque o PIB caiu 0,6% em 2009. O país não tem condições de seguir crescendo em patamar tão elevado sem gerar fortes desequilíbrios e pressões inflacionárias. Estima-se que o ritmo atual de expansão já esteja próximo de 4,5% ao ano.



Os dados indicam que novamente se verificou desempenho desigual entre os setores da economia. Por um lado, consumo e investimentos continuam crescendo fortemente, impulsionados pelo crédito farto e pelo aumento do emprego. No terceiro trimestre a alta da demanda interna foi quase duas vezes superior à do PIB. Por seu turno, a indústria não acompanha o ritmo. A produção permanece estagnada desde março e a diferença é coberta pelo crescimento das importações.



Apesar do ufanismo das autoridades, que insistem em comparar o Brasil com a China, na média de 2009 e 2010 o crescimento terá sido de 3,4%, o que está longe de ser brilhante. E é frustrante que essa retomada apenas mediana na comparação com outros emergentes venha acompanhada de aumento de preços e risco de um novo ciclo de alta de juros.



Neste ano, o IPCA, que mede a inflação oficial, ficará próximo a 5,8%. As projeções para 2011, por mais imperfeitas que sejam, apontam para 5,5% ou mais.



No contexto atual, com o mercado de trabalho apertado e pressões de custos por todos os lados, basta que os preços das principais commodities, especialmente alimentos e petróleo, permaneçam em alta em 2011 para que o quadro inflacionário se torne ainda mais perigoso. Mais um vez o Brasil é um dos países que menos reduz a inflação durante um período recessivo e um dos primeiros a ter que aumentar a taxa de juros na retomada, por modesta que seja.



Esse comportamento está relacionado ao padrão de crescimento da economia, excessivamente ancorado em consumo e transferências públicas, mas pouco afeito à formação de poupança, à inovação, à produção competitiva e à conquista de mercados externos. Sem que a oferta interna cresça adequadamente, o país estará sempre submetido a pressões inflacionárias e terá dificuldades em sustentar um ritmo acelerado de crescimento de forma contínua.



O novo governo tem a oportunidade redirecionar o crescimento para bases mais sustentáveis. Tem-se insistido neste espaço na necessidade de coordenação. De inicio, o Banco Central precisa ser auxiliado na sua tarefa de controlar a inflação. O país não pode se conformar que a solução seja apenas subir os juros, como sempre. Além de medidas setoriais, como as de controle de crédito anunciadas na semana passada pelo BC, é preciso que o governo faça um esforço convincente com vistas a gerar poupança e redirecionar recursos para investimentos.



Entre 1986 e 2003, no ano em que um novo governo assumia a Presidência da República o país fatalmente entrava em crise. No ano posterior à primeira eleição de um presidente civil depois da ditadura militar (1986), a economia mergulhou em um buraco do qual só saiu há pouco mais de cinco anos, ainda que com um interregno de 3 anos – entre 1994 e 1997 (Plano Real).



De 2006 em diante, passamos a uma situação inversa, em que o novo governo assume e o país não entra em crise. É o que deve acontecer em 2011, salvo eventual colisão de um asteróide com a Terra ou menos improvável hecatombe nuclear.



Como se pode ver, o editorial tenta vender a teoria absurda de que concentrar em um único ano os crescimentos médios de dois anos do país seria igual a crescer essa média no tempo certo. Tudo o que acarreta ritmo de crescimento tão intenso dilui-se no ar. O fato de a indústria ter que produzir em questão de 12 meses o que levaria 24 meses para produzir, por exemplo, é totalmente desconsiderado.



Daí a conclusão não menos absurda de que “O país não tem condições de seguir crescendo em patamar tão elevado sem gerar fortes desequilíbrios e pressões inflacionárias”. Conversa que não tem. Claro que tem condições de crescer a mais de 4,5%. Só não tem condições de crescer a 8% – e não 7,5%, como diz o editorial, desconhecendo as alterações de cálculo do PIB deste ano.



Há mais uma montanha de tentativas de reescrever a realidade, como no balanço do PAC, que terá investido centenas e centenas de bilhões de reais ao fim deste ano, de uma forma que jamais se viu no país de aumento do investimento público e até do privado. Isso sem lembrar de que escondem que o crescimento brasileiro ocorre depois da maior crise econômica mundial dos últimos oitenta anos.



Tudo no âmbito de uma guerra que a grande imprensa abriu contra este governo. Uma guerra burra que deixa de lado as críticas relevantes que se pode fazer sem constrangimento a este governo que chega ao fim em troca de mentiras e embromações de cunho político-eleitoral que tentam diminuir o entusiasmo com o país, danoso aos políticos que essa imprensa apóia.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A ótica americana .

O gordinho aí do lado é Bob Beckel, analista da Fox News. Na última segunda-feira, participando no canal Fox Business do programa "Follow The Money", ele defendeu o assassinato do fundador do Wikileaks Julian Assange.


"A dead man can't leak stuff," Beckel said. "This guy's a traitor, he's treasonous, and he has broken every law of the United States. And I'm not for the death penalty, so...there's only one way to do it: illegally shoot the son of a bitch." [Fonte: The Huffington Post]

E os outros participantes do programa concordaram com ele. Veja a vídeo:


Que 2011 lhes sorria de novo!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Imprensa Livre



A Falha de Sumpaulo me mandou um email. Oferece o jornaleco entregue toda manhã em casa, por quinze dias, sem que eu pague nada.


Não, obrigado. Drogas, estou fora.

Joel Bueno

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DIA NACIONAL DO SAMBA

PODER DA CRIAÇÃO

Não se trata de música evangélica mas sim um maravilhoso samba brasileiro. Música do grande João Nogueira, letra de Paulo Cezar Pinheiro. Aqui na interpretação de DIOGO NOGUEIRA, grande sambista da nova geração. No final do vódeo a aparição breve de da deusa do Império Serrano e do samba Dona Ivone Lara.

E o verso vem vindo, e vem vindo uma melodia, e o povo começa a cantar.





O Samba não morre.

AGONIZA MAS NÃO MORRE
de Nelson Sargento com

Tereza Cristina e Nelson Sargento


terça-feira, 30 de novembro de 2010

MEU MENGÃO




Vou explicar de novo. De-va-gar-zi-nho. É que tem gente que até consegue raciocionar em outros assuntos, mas se transforma numa besta-fera quando o assunto é futebol. E aí agride o bom-senso, a língua pátria, a lógica mais comezinha e os adversários.

Mas - você vai ver - é bem simples. Se precisar, eu desenho.
É o seguinte. O Mengão vive um ano sabático. Não disputou o campeonato de 2010. Sabe como é, se começar a ganhar tudo perde a graça. Por isso, a Nação Rubro-Negra decidiu dar uma chance aos coitados que andam por aí mendigando uma taça há não sei quanto tempo.
Outra coisa é time pequeno, que luta, luta, luta... e no final consegue vaga na Copa Sulamericana. Um verdadeiro motivo de orgulho... para time pequeno.
O Flamengo não precisa provar nada a ninguém. Não precisa nem provar que tem a maior torcida do Brasil. A gente concede de bom grado. A maior torcida do Brasil é a do Curíntia.
O Mengão tem a maior torcida do mundo.




domingo, 28 de novembro de 2010

A cor da tragédia no Rio








Sábado, fim da manhã, dou uma escapada do escritório. Fui trabalhar em um dia que costumo dedicar ao descanso porque precisava “preparar” a viagem de negócios que começo a fazer no dia seguinte.

Preciso almoçar. Café e cigarros, ininterruptamente – consumo um e outro sem perceber, quando trabalho ou escrevo –, fizeram-me cair a pressão.
O bar serve uma das feijoadas mais honestas da região da Vila Mariana. De carro, chego lá em 5 minutos. Gasto mais cinco esperando pela comida e mais dez para comer. Antes da uma estarei de volta.

Meu escritório está na região há quase 15 anos. Vários conhecidos freqüentam o estabelecimento em que matarei a fome. Ao chegar lá, cumprimentam-me e me convidam a sentar à mesa repleta de garrafas de cerveja vazias.
Hesito. São pessoas que têm por costume fazer comentários que me desagradam. A educação, porém, fala mais alto e aceito. Encaro a turma que têm os olhos injetados pelo álcool.

Alguns dos homens, estando todos na mesma faixa etária que eu, mencionam a entrevista com Lula e começam a fazer piadinhas próprias da mentalidade política e ideológica que infesta a parte de São Paulo em que vivo.
Permaneço impassível e calado. Percebem que não estou achando graça. Um deles, menos grosseiro, resolve mudar de assunto:

– E o Rio, hein! Que tragédia!

Percebo que é outro tema que não vai prestar e me abstenho de comentários.

Dedico-me à excelente batidinha de limão que servem ali.

Um outro decide escancarar a bocona: “Sabe qual é o problema do Rio?”. Percebendo que vem pedrada, mas já começando a me irritar, pergunto qual seria o “problema do Rio”.

– Pretos, cara. Notou que são todos pretos?

– Todos, quem, cara-pálida?

– Todos. Bandidos, moradores da região. Tudo preto. Esse é o problema do Rio.

Reflito, antes de responder. Ao menos em uma coisa esse demente tem razão: a tragédia carioca tem cor. Realmente, bandidos e população atingida por eles são negros em expressiva maioria. Então respondo:

– Mas a culpa não é deles, é sua. São racistas como você que fizeram com que mesmo depois de mais de um século do fim da escravidão os negros continuassem mergulhados nessa tragédia…

– Mas…

– Aqueles traficantes quase todos negros, um dia foram crianças que se inebriaram pelo poder que os bandidos exercem sobre essas comunidades.

A mesa com seis homens de meia idade fica em silêncio, perplexa com o que acabara de ouvir. Levanto-me, vou até o caixa, pago pela comida que não comi, subo no carro, sem me despedir de ninguém, e vou embora sem almoçar.

Já não havia mais fome.

Levo comigo, porém, uma certeza: a tragédia no Rio tem cor. Existe por conta dessa cor.

Aquelas populações, pela cor da pele, foram mantidas em guetos miseráveis, longe das preocupações dos setores exíguos e preconceituosos da sociedade que fingem que a culpa é dos governantes


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ILHA DAS FLORES

Ilha das Flores
Gênero Documentário, Experimental
Diretor Jorge Furtado
Elenco Ciça Reckziegel
Ano 1989
Duração 13 min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Brasil
Local de Produção: RS

Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.

Ficha Técnica
Produção Mônica Schmiedt, Giba Assis Brasil, Nôra Gulart Fotografia Roberto Henkin, Sérgio Amon Roteiro Jorge Furtado Edição Giba Assis Brasil Direção de Arte Fiapo Barth Trilha original Geraldo Flach Narração Paulo José

Prêmios
Urso de Prata no Festival de Berlim 1990
Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991
Melhor Curta no Festival de Gramado 1989
Melhor Edição no Festival de Gramado 1989
Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989
Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989
Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo 1991

RIACHÃO

Clementino Rodrigues, seu nome de batismo. "Riachão", seu nome nome de samba e de guerra. Maior sambista vivo desta terra baiana e um dos maiores vivos do Brasil, ao lado de Nelson Sargento, Ivone Lara e mais alguns outros da velha guarda, o tempo já o consagrou parte da história da música nordestina, em sua essência negra da Bahia. Pela sua verve pitoresca na forma de compor, retratando fatos e ocorridos nas ruas de sua cidade natal, se consagrou como conista musical da antiga Salvador.

Nasceu na Língua de Vaca, no bairro do Gracia, em Salvador, a 14 de novembro de 1921 e até hoje mora no mesmo bairro. De lá sai a troça carnavalesca "Mudança do Garcia", a agremiação carnavalesca mais sarcástica da cidade com letras de conteúdo social e político. Cunharam até um termo para definir a bajulação dos tropicalistas ao governo do estado: "tropicarlismo". Neste ambiente, de rodas de samba e capoeira foi criado o autor de pérolas como a "Ousado é Mosquito".

Cada macaco no seu galho.



Vai morar com o Diabo

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O holandês assobiador

Mariângela Guimarães do blog Amsterdã, Meca da Contracultura

Já pensou em ganhar a vida assobiando?

É uma opção para poucos. Um deles é o holandês Geert Chatrou, tricampeão mundial de assobio (pois é, existe até competição internacional!).
Chatrou assobia desde criança, mas transformar o que era puro prazer em profissão aconteceu por acaso. A cunhada, que se irritava com seu assobio constante, quis se “vingar” e o inscreveu no campeonato internacional de assobiadores, em 2004.
Geert Chatrou venceu a competição e seu virtuosismo na arte do assobio passou a ser reconhecido como um talento raro. Hoje ele assobia profissionalmente, inclusive acompanhado por bandas e orquestras.
Neste vídeo (amador), um momento informal do holandês assobiador



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O POVO BRASILEIRO




Para todos que procuram entender sua identidade cultural, racial, social, e o que significa dizer -"Sou Brasileiro".

Darcy Ribeiro.
Vida, obra, pensamento.
http://www.ensayistas.org/filosofos/brasil/ribeiro/introd.htm


Documentário baseado na obra de Darcy Ribeiro.
O POVO BRASILEIRO

Parte 1 Matriz Tupi
http://www.youtube.com/watch?v=pwQyYRGUS4c&feature=related
Parte 2 Matriz Tupi
http://www.youtube.com/watch?v=aIx_9J4Jv5U&feature=related
Parte 3 Matriz Tupi
http://www.youtube.com/watch?v=3XnLT06VYbA&feature=related
Parte 4 Matriz Lusa
http://www.youtube.com/watch?v=MwE7USMJYA0&feature=related
Parte 5 Matriz Lusa
http://www.youtube.com/watch?v=sPQeEBnw878&feature=related
Parte 6 Matriz Lusa
http://www.youtube.com/watch?v=9e1P5w4s5KM&feature=related
Parte 7 Matriz Afro
http://www.youtube.com/watch?v=gCGioGNTnwo&feature=related
Parte 8 Matriz Afro
http://www.youtube.com/watch?v=bXBEseFz_fM&feature=related
Parte 9 Matriz Afro
http://www.youtube.com/watch?v=eiqDfdeSCsA&feature=related
Parte 10 Encontros e Desencontros
http://www.youtube.com/watch?v=mXCNYYqovRE&feature=related
Parte 11 Encontros e Desencontros
http://www.youtube.com/watch?v=UEF3wBGPzYE&feature=related
Parte 12 Encontros e Desencontros
http://www.youtube.com/watch?v=Dp9Z0kAcJPM&feature=related
Parte 13 Brasil Crioulo
http://www.youtube.com/watch?v=H5wsNAfnRRk&feature=related
Parte 14 Brasil Crioulo
http://www.youtube.com/watch?v=eN4MJnmO6Eg&feature=related
Parte 15 Brasil Crioulo
http://www.youtube.com/watch?v=3evXFfXkbHY&feature=related
Parte 16 Brasil Sertanejo
http://www.youtube.com/watch?v=HGr9WokqF1g&feature=related
Parte 17 Brasil Sertanejo
http://www.youtube.com/watch?v=FxwBa2V3zrU&feature=related
Parte 18 Brasil Sertanejo
http://www.youtube.com/watch?v=e6ukCHrbWXI&feature=related
Parte 19 Brasil Caipira
http://www.youtube.com/watch?v=aSrIF5F_K9w&feature=related
Parte 20 Brasil Caipira
http://www.youtube.com/watch?v=kuJ0tiMtdyQ&feature=related
Parte 21 Brasil Caipira
http://www.youtube.com/watch?v=Fk8xorC9zP4&feature=related
Parte 22 Brasil Sulino
http://www.youtube.com/watch?v=46ea4Mq3SKs&feature=related
Parte 23 Brasil Sulino
http://www.youtube.com/watch?v=hYxubvn4MyY&feature=related
Parte 24 Brasil Sulino
http://www.youtube.com/watch?v=1AYzGu34hvQ&feature=related
Parte 25 Brasil Caboclo
http://www.youtube.com/watch?v=0NYS4LvaNoE&feature=related
Parte 26 Brasil Caboclo
http://www.youtube.com/watch?v=pTYP5JLnUUo&feature=related
Parte 27 Brasil Caboclo
http://www.youtube.com/watch?v=5_qjbwaJmhY&feature=related
Parte 28 Invenção do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=ClGcewCVnNM&feature=related
Parte 29 Invenção do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=PwUwHlANJ5M&feature=related
Parte 30 Invenção do Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=tJJfuMobPjc&feature=related

A resistência à mobilidade social


Voto do nordestino vale o mesmo que o do paulista

Maria Inês Nassif, no Valor Econômico

O Brasil elegeu, por dois mandatos, um ex-metalúrgico como presidente da República. Agora elege uma mulher. Ambos de centro-esquerda. Para quem assistiu de fora a eleição de Dilma Rousseff e os dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode parecer que o país avança celeremente para uma civilizada socialdemocracia e busca com ardor o Estado de bem-estar social. Para quem assistiu de dentro, todavia, é impossível deixar de registrar a feroz resistência conservadora à ascensão de uma imensa massa de miseráveis à cidadania.

Ocorre hoje um grande descompasso entre classes em movimento e as que mantêm o status quo; e, em consequência de uma realidade anterior, onde a concentração de renda pessoal se refletia em forte concentração da renda federativa, há também um descompasso entre regiões em movimento, tiradas da miséria junto com a massa de beneficiados pelo Bolsa Família ou por outros programas sociais com efeito de distribuição de renda, e outras que pretendem manter a hegemonia. A redução da desigualdade tem trazido à tona os piores preconceitos das classes médias tradicionais e das elites do país não apenas em relação às pessoas que ascendem da mais baixa escala da pirâmide social, mas preconceitos que transbordam para as regiões que, tradicionalmente miseráveis, hoje crescem a taxas chinesas.

A onda de preconceito contra os nordestinos, por exemplo, é semelhante ao preconceito em estado puro jogado pelos setores tradicionais no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na própria eleita, Dilma Rousseff, durante a campanha eleitoral. É a expressão do temor de que os “de baixo”, embora ainda em condições inferiores às das classes tradicionais, possam ameaçar uma estabilidade que não apenas é econômica, mas que no imaginário social é também de poder e status.

Há resistências à mobilidade social e regional

São Paulo foi a expressão mais acabada da polarização eleitoral entre pobres de um lado, e classe média e ricos de outro. Os primeiros aderiram a Dilma; os últimos, mesmo uma parcela de classe média paulista que foi PT na origem, reforçaram José Serra (PSDB). A partir de agora, pode também polarizar a mudança política que fatalmente será descortinada, à medida que avança o processo de distribuição regional de renda e de aumento do poder aquisitivo das classes mais pobres. A hegemonia política paulista está em questão desde as eleições de 2006 – e Lula foi poupado do desgaste de ter origem política em São Paulo porque era também destinatário do preconceito de ter nascido no Nordeste; e, principalmente, porque foi o responsável pela desconcentração regional de renda.

Com a expansão do eleitorado petista no Norte e no Nordeste do país, houve uma natural perda de força dos petistas paulistas, diante do PT nacional. Do ponto de vista regional, o voto está procedendo a mudanças na formação histórica do PT, em que São Paulo era o centro do poder político do partido. Isso não apenas pelo que ganha no Nordeste, mas pelo que não ganha em São Paulo: o partido estadual tem dificuldade de romper o bloqueio tucano e também de atrair de novos quadros, que possam vencer a resistência do eleitorado paulista ao petismo.

No caso do PSDB, todavia, a quebra da hegemonia paulista será mais complicada. Os tucanos continuam fortes no Estado, têm representação expressiva na bancada federal e há cinco eleições vencem a disputa pelo governo do Estado. No resto no do país, têm perdido espaço. Parte do PSDB concorda com o diagnóstico de que a excessiva paulistização do partido, se consolida seu poder no Estado mais rico da Federação, tem sido um dos responsáveis pelo seu encolhimento no resto do Brasil. Mas é difícil colocar essa disputa interna no nível da racionalidade, até porque o partido nacional não pode abrir mão do trunfo de estar estabelecido em território paulista; e, de outro lado, o partido de Serra tem uma grande dificuldade de debate interno – como disse o governador Alberto Goldman em entrevista ao Valor, é um partido com cabeça e sem corpo, isto é, tem mais caciques do que base. Não há experiência anterior de agregação de todos os setores do partido para discutir uma “refundação” e diretrizes que permitam sair do enclave paulista. Não há experiência de debate programático. E aí o presidente Fernando Henrique Cardoso tem toda razão: o PSDB assumiu substância ideológica apenas ao longo de seu governo. É essa a história do PSDB. A política de abertura do país à globalização, a privatização de estatais e a redução do Estado foram princípios que se incorporaram ao partido conforme foram sendo assumidos como políticas de Estado pelo governo tucano.

Todos os partidos, sem exceção, estão diante de um quadro de profundas mudanças no país e terão que se adaptar a isso. Fora a mobilidade social e regional que ocorreu no período, houve nas últimas décadas um grande avanço de escolaridade. A isso, os programas de transferência de renda agregaram consciência de direitos de cidadania. O país é outro. Não se ganha mais eleição com preconceito – até porque o voto do alvo do preconceito tem o mesmo valor que o voto da velha elite. Se os grandes partidos não se assumirem ideologicamente, outros, menores, tomarão o seu espaço.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AFOGANDO AS MÁGOAS.





Grana para pagar o aumento do salário mínimo e reajuste dos aposentados.                                   


    

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Como uma onda.

Nada do que foi será
De novo do jeito em que já foi um dia.
Tudo passa,
Tudo sempre passará...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CHUVA

Não deixe de ver e ouvir. Sensacional.


A Mídia do Brasil.


Lula, o papa e a mídia


O Papa veio visitar o Brasil e foi convidado por Lula para navegar no rio Amazonas. Uma rajada de vento arrojou a mitra (chapéu de três bicos) do Papa no rio. Lula saiu do barco, caminhou calmamente sobre as águas pegou a mitra e devolveu-a. No dia seguinte as manchetes da mídia foram:

"Lula não sabe nadar"!

 
Postado por Georges Bourdoukan

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Será o Benedito?


Pobre do papa.

Do alto de sua vaidade achou que podia influenciar a eleição brasileira.

Mas o que ele fez foi demonstrar que pouca gente o leva a sério.

A não ser as grifes Prada, que lhe cede os sapatos e a Rolex que lhe cede os relógios.

Essa sua atitude vem comprovar mais uma vez que o cristianismo seqüestrou Jesus.

Não para a glória de Deus, mas para a glória da religião.

A religião matou os anjos. Hoje são os demônios que falam em nome de Deus.

Pope pauperum

Georges Bourdoukan


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Do Balaio do Kotscho.

Em tempo: com este post, o BLOG encerra sua cobertura da campanha eleitoral. Com acertos e erros, sobrevivemos todos. Mas tenho certeza de que os leitores também gostariam que a partir de amanhã eu mude de assunto. É o que pretendo fazer.


Grato pela paciência de todos vocês, pela generosa, ainda que às vezes agressiva participação nos comentários, e pelas dicas que me deram para fazer um trabalho o mais honesto possível _ sem brigar com os fatos para impor os meus desejos nem estapear a realidade, quando esta não se mostrava do meu agrado. Se algum amigo se sentiu magoado com o que escrevi, peço desculpas.

De uma coisa tenho certeza: este foi um espaço verdadeiramente democrático, em que leitores de todas as tendências políticas e preferências parrtidárias puderam expressar suas opiniões, com exceção dos que não sabem divergir sem ofender. Valeu, pessoal.

Valeu Linguarudo Maidito.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

domingo, 31 de outubro de 2010

V I T Ó R I A !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

O dia decisivo. E a paz do dever cumprido.





Chegamos ao dia decisivo.


Foram meses que ensinaram muito a todos nós.

Creio que o primeiro ensinamento foi algo que todos partilhamos: do mais humilde dos brasileiros ao próprio presidente Lula.

O de que não existe caminho para justiça social no Brasil que não passe pelo desenvolvimento econômico e pela afirmação de nossa soberania como nação.

Acho que todos entendemos que, reescrevendo a frase que ficou famosa nos tempos do “milagre econômico” da ditadura, o bolo só cresce se for mais bem dividido e só é mais bem dividido quando cresce.

Progresso econômico e progresso social são duas faces inseparáveis de um Brasil que quer e precisa crescer.

De fato, basta examinar todos os indicadores econômicos e sociais para que se veja que o governo Lula disparou em realizações e em popularidade no seu segundo mandato, ao assumir claramente sua natureza nacional e popular, deixando à beira do caminho aqueles que defendiam, embora com menos ferocidade, as mesmas regras neoliberais que marcaram o governo FHC.

Numa palavra, foi finalmente o governo Lula quem retomou a linha de afirmação nacional, econômica e social que marcou a vida brasileira nas décadas de 30, 40, 50 e até mesmo na década de 60, pois o progresso desse país tinha uma força inercial que nem mesmo a ditadura militar, embora com seus componentes entreguistas, conseguiu romper de imediato.

A década final do regime autoritário, marcada pela estagnação, foi sucedida primeiro pela nulidade de Sarney, o energúmeno, e depois, pelo neoliberalismo privatista se afirmou com a nova ditadura: a do pensamento único.

Em 1995, com Fernando Henrique Cardoso, o viés subalterno que passou a comandar a vida brasileiro sentiu-se seguro ao ponto de rasgar o véu da hipocrisia e declarar que sua missão era sepultar definitivamente o que chamaram de Era Vargas, significando com isso o seu desejo de alienar todas as riquezas desta nação e conformar o Brasil a uma condição colonial.

Mas manter o Brasil como colônia, embora o venham conseguindo há cinco séculos, é algo que não se consegue se há liberdade.

Um grande e maravilhoso país, com um grande e generosa população só pode ser pequeno se nos aceitarmos assim, se nos desprezarmos como povo e como nação. Se vivermos na tristeza e no silêncio.

Foi por isso que suprimiram a liberdade em 64. Foi por isso que a deformaram, com o poder midiático, na eleição de Collor e, depois, com a ideia de que a história dos conflitos pela afirmação das nações era passado e a globalização e o mercado eram fenômenos divinos e invencíveis.

Daí nos vem o segundo ensinamento: se a liberdade de imprensa sempre foi uma ferramenta da rebeldia generosa e da decência humana, o direito à comunicação, que a engloba, é ainda maior: é o fundamento da liberdade e da democracia.

Controlá-lo, desde os tempos em que os livros dependiam do imprimatur dos senhores dos feudos terrestres e celestiais, sempre foi a chave do poder.

É verdade que os meios tecnológicos, pouco a pouco, foram eliminando estes “privilégios de impressão”, culminando nesta maravilhosa ferramenta que é a internet.

Mas um a um, o poder sempre procurou se apoderar deles e desvirtuar o seu sentido libertário, fazendo dele não apenas o que deve também ser, diversão e entretenimento, mas diversionismo e entorpecimento.

E, sejamos realistas, os espaços que abrimos aqui, na internet, ainda são pequenos e pouco significativos perto das estruturas de manipulação e mentira que dominam e que, também aqui, conseguem montar.

Um governo popular, no Brasil, tem de encarar a democratização da comunicação como a espinha dorsal de sua sobrevivência política.

Porque os inimigos de um Brasil popular contam com quase toda a comunicação, com suas máquinas de produzir mentiras, de distorcer verdades e de deformar consciências.

Outro dia, num evento na Carta Capital exortou os políticos a não terem medo da grande imprensa.

Concordo com ele, mas é preciso que o Governo também não a tema, como vem sendo tristemente verdadeiro há décadas.

Procurei praticar aqui, tanto quanto pude, este conselho.

Este pequeno espaço, que começamos a abrir há menos de um ano e meio, modestamente, procurou não ter este medo, nem viver em função de vantagens, poder ou sucesso eleitoral.Nunca, apesar dos conselhos para que o fizesse, deixei de lado as grandes lutas para cair no terreno estéril e falso da promessa, da cooptação, da formação de grupos de interesse.

Hoje, no dia em que se encerra uma etapa importante da luta histórica de nosso povo, o corpo está extenuado, mas a consciência serena.

Este mês, 1,2 milhão de acessos ao Tijolaço e , sobretudo, os mais de 15 mil comentários postados desde 1º de outubro mostram que este se tornou um lugar de encontro, para dividir ideias, angústias, revoltas e paixões.

Para dividirmos o que somos de verdade, pois é o que somos de verdade o melhor que podemos dar uns aos outros.

A minha gratidão a todos os que colaboraram neste processo, lendo, criticando, sugerindo, me dando até uns “foras” de vez em quando.

Carregar este sobrenome e escrever sob um título que identifica a luta de um grande homem é um enorme peso para alguém tão pequeno.

Mas se cada um de nós, nas nossas pequenas forças, pudermos, cada um, conduzir um grão de areia, é certo que juntos podemos fazer uma montanha.

A minha gratidão e reconhecimento a todos, e que o destino sorria a este povo tão sofrido.

Viva o povo brasileiro, razão de ser do Brasil!



PS. Em cumprimento da legislação eleitoral, não farei postagens mencionando candidatos hoje, dia das aleições, até o fechamento das urnas. A tela de Di Cavalcanti que encima este post, chamada “Mulheres Protestando”, diz tudo

sábado, 30 de outubro de 2010

GRANDE COMPANHEIRO.


“Zé, nós subimos a rampa (do Palácio do Planalto) juntos, nós vamos descer juntos”. Alencar se emocionou, levando o presidente a fazer o gesto captado pela lente do fotógrafo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

UM SAMBA

ÀS MENINAS DO BRASIL

Leia aqui http://www1.folha.uol.com.br/poder/821939-serra-pede-que-meninas-bonitas-consigam-votos-de-pretendentes.shtml


Ofendidas pelo "jenio".
Meninas do meu Brasil, vocês que foram tão ofendidas, não liguem não, o Brasil e voces são muito maiores que isso.

Eu sonho com o futuro das meninas do Brasil!
Em respeito as Marias, Cleonices, Elizetes, Valérias, Melissas, Isadoras e todas as outras.



TÔ COM DILMA
















Tucano inventa cafetinagem eleitoral e revolta mulheres



Serra pediu às “meninas bonitas” brasileiras que facilitem as coisas para aquele homem entre 15 pretendentes que tiverem que vote no 45.


O candidato tucano não esclareceu o que elas devem fazer se os 15 decidirem votar nele para conseguirem, digamos, os “préstimos” delas.

Tenho 3 filhas e 1 neta – e também tive mãe, à diferença de alguns políticos. Uma filha de 28, outra de 24, outra de 12 e uma neta de 9.

Não são apenas as mulheres que sentiram-se ofendidas pelo candidato do PSDB à… PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Eu me ofendi muito.
Ofendi-me pelas minhas meninas, por minha mãe que já se foi, até. E por todas as brasileiras de qualquer idade, “bonitas” ou não.

Se tivesse um só homem que honrasse as calças que veste naquele comício em Uberlândia nesta 4a, em que esse sujeitinho disse isso, teria esmurrado o nariz dele.

Que tipo de homem pede que mocinhas – e só as “bonitas” – usem a si mesmas em seu benefício?

A palhavra cafetão lhe é perfeita. Além de mentiroso, fingido e covarde , agora sabemos que não há o que não faria para vencer.

Será que na imprensa brasileira não tem um só veículo com vergonha na cara para fazer uma ampla reportagem sobre essa vergonha?

Será que esse indivíduo conseguirá ter uma derrota menos do que acachapante no próximo domingo?

Leia mais aqui:

http://www.blogcidadania.com.br/2010/10/tucano-inventa-cafetinagem-eleitoral-e-revolta-mulhres/

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Joelmir Betting e os cinco bons motivos para votar Dilma 13




Âncora do Jornal da Band, Joelmir Beting sempre foi um dos jornalistas econômicos mais festejados da grande imprensa. De linha um tanto quanto conservadora – o que o torna insuspeito -, na edição de ontem daquele telejornal elencou cinco motivos para votar em Dilma Rousseff. Não disse, explicitamente, que se deveria votar nela, mas enumerou comparações da economia de 2002 com a de 2010 que explicam e justificam a opção.


A saber:

ÍNDICES ECONÔMICOS DO PAÍS EM 2002 E 2010

OUTUBRO 2002 OUTUBRO 2010

INFLAÇÃO

12,50% 5,10%

DÓLAR

R$ 3,94 R$ 1,70

PIB

2,70% 7,00%

DESEMPREGO

12,70% 6,20%

RISCO PAÍS

2.436 PONTOS 174 PONTOS



http://www.blogcidadania.com.br/2010/10/joelmir-betting-e-os-cinco-bons-motivos-para-votar-dilma-13/

terça-feira, 26 de outubro de 2010

DESCONSTRUINDO MITOS. FHC x LULA



Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso

O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999. Outro mito é que seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Um governo que elevou a dívida pública do Brasil de 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? O artigo é de Theotonio dos Santos.

Theotonio dos Santos

Meu caro Fernando,



Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender por que você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).



Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.



O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.



No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?



Conclusões: O plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.



Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.



E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3 a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava.



Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo…te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.



Terceiro mito – Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.



Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa.



Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este país.



Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.



Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.



Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.



Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço



thdossantos@terra.com.br

http://theotoniodossantos.blogspot.com//



(*) Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

POR QUE DILMA?


Tenho pensado há semanas o que escrever, e mais intensamente nos últimos dias, mas aí me sobrevêm tantas razões que meu cérebro logo se sobrecarrega e curto-circuita. Não gostaria de repetir a numeralha que já consta em toda parte. Ontem passei o dia refletindo. Todas as coisas grandiosas e apaixonantes da minha vida desabaram-me sobre a cabeça: os clássicos da literatura, as batalhas pela liberdade, as revoluções sociais. Tudo me leva a votar em Dilma Rousseff, pelo que ela representa, não apenas para o Brasil, mas para todo o planeta. Uma mulher de esquerda, obcecada em libertar o Brasil da miséria. Uma mulher inteligente, capaz, honesta, uma das principais responsáveis por um governo bem avaliado por 82% dos brasileiros.

Entretanto, além das razões sociológicas e políticas que me levam a acreditar que a petista é uma opção infinitamente melhor que José Serra, por todo o apoio que traz dos movimentos sociais, dos sindicatos, pela maior base política no Congresso e no Senado, pelo apoio quase consensual entre os reitores das universades públicas, pela preferência esmagadora do sofrido Nordeste, região com a qual o Brasil tem uma dívida de sangue indelével (pelos milhões e milhões que morreram de fome e sede sem que os governos nada fizessem), além de todas essas razões, há uma outra ainda, muito importante, decisiva, uma razão moral, que açambarca todas.

Serra, candidato do egoísmo dos ricos e da classe média emergente, já deixou claro que não tem nenhum caráter, escrúpulo, ética ou moral. Sua campanha é suja, eleitoreira, enganadora e hipócrita. Sua promessa de acrescentar um décimo terceiro para o bolsa-família soa como escárnio. Não apenas é uma medida tosca, que traria descrédito a um programa que o Banco Mundial planeja financiar no mundo inteiro, como é um intolerável desrespeito para com as pessoas e instituições que estudam, pesquisam e acompanham os programas sociais, que não foram ouvidas pelo tucano, que aliás não ouve ninguém - suas decisões nascem de ímpetos arbitrários, bruscos, autocráticos, solitários, surgidos sabe-se-lá a que horas da madrugada. A mesma coisa vale para o salário mínimo. Outro escárnio. Serra cuspiu na cara da bancada sindical, dos próprios sindicatos e centrais, e dos trabalhadores. Tudo o que os trabalhadores não querem é que o salário mínimo seja decidido como um decreto real, para baixo ou para cima, e por isso as forças políticas, numa discussão que envolveu também os grandes empregadores, conseguiram chegar a uma solução salomônica, inteligente e constitucional, que é dar um aumento de salário correspondente ao PIB do país no ano anterior. E o que faz Serra? Através de um cálculo maluco onde só entram naturalmente os seus interesses eleitoreiros, promete um salário de R$ 600, pondo por terra as delicadas negociações para que o salário mínimo não fique à mercê das arbitrariedades e conveniências políticas de uma pessoa só, ou seja, do presidente da república.

E agora tivemos o episódio da bolinha de papel. Que importa se foram duas bolinhas, ou se foi uma bolinha e um durex? O mais grave nesse caso é o esforço vil de manipular as eleições, de produzir um clima de caos e violência. Afinal, mesmo que Serra levasse uma pedrada na cabeça, que culpa teria Dilma Rousseff? Por que Serra marcou passeata em frente aos matamosquitos, uma categoria traumatizada pelos desmandos cruéis e autoritários desse mau-caráter? Quando ministro da Saúde, Serra demitiu 5.600 matamosquitos, sumariamente. Isso não se faz. Foi um crime! Cinco deles se suicidaram! O tucano sequer lhes ofereceu um plano de realocação profissional. E daí vem fazer passeata diante do sindicato deles? É um provocador!

Serra é um crápula. Um homem violento, que manda espancar professores e alunos, que joga polícia civil contra polícia militar. Que não dialoga com ninguém. Nas circunstâncias em que irá governar, sem base no Congresso e fraco no Senado, a sua incapacidade para o diálogo o transformará num perigo para as instituições brasileiras.

Outro argumento para votar em Dilma diz respeito à política internacional. O campo político de Lula e Dilma representa a aposta no fortalecimento da ONU, das instituições multilaterais, no respeito às nações em desenvolvimento. Já Serra representa a submissão à Washington e a truculência para com os países pobres, como ele tem deixaro bem claro em suas violências contra Bolívia. Sem medo de parecer exagerado ou patético, o Brasil simboliza a esperança de paz no mundo, e a intervenção de Lula nos esforços americanos para isolar e agredir o Irã mostraram isso. A Europa, por mais humanista que seja na aparência, traz no fundo de sua alma um ranço fascista e covarde. As lideranças européias curvam-se sistematicamente aos interesses da Casa Branca no oriente médio, até porque tem os mesmos interesses. Não fosse o silêncio obsequioso, ou mesmo o apoio tácito, da parte da Europa, os Estados Unidos não teriam feito as cagadas que fez no Iraque. Além disso, a Europa carrega uma culpa que não quer expiar e parece não ter energia para tentar resolver, que é a África, continente vizinho que despeja milhões de imigrantes nos países ricos, os quais nunca chegaram a um acordo sobre a melhor maneira de reduzir a miséria e o sofrimento dos africanos. Por isso Lula é tão idolatrado na Europa, porque ele sabe que é preciso resolver o problema da África, e que o mundo não pode retroceder à Idade Média, com países semelhando as cidadelas fortemente muradas de outrora. Lula representa esse novo mundo, libertário, que deseja encarar os problemas sociais da humanidade de frente, com bravura, criatividade e inteligência. Dilma é a sequência de Lula. Serra é o reverso, o egoísmo militante, orgulhoso, retrógrado, burro e medieval, dos segmentos satisfeitos, ingratos, que depois de conseguir o que desejavam (um carro?, uma casa? um laptop?), não querem que ninguém mais consiga, deleitando-se com essa superioridade artificial, comprada, vulgar.

Por isso fico tão indignado que esses bispos que falam mal de Dilma. São representantes de um clero atrasado, inquisitorial, soberbo, insensível a maior humilhação que pode passar um ser humano, que é a miséria. Ainda bem que uma boa parcela da Igreja Católica e dos evangélicos insurgiu-se contra essa patifaria pseudo-religiosa e declararam, orgulhosamente, apoio à candidata do PT, um partido que sempre defendeu os pobres.

Eu voto em Dilma porque a sua eleição representará uma vitória contra a ditadura, esse fantasma que ainda nos assombra, e contra o qual, pelo jeito, continuaremos lutando por muitas décadas. As forças que se mobilizam contra a esquerda hoje, contra Dilma, são as mesmas que se mobilizaram contra João Goulart em 1964, e são as mesmas que o derrubaram. O falso moralismo, o jornalismo de escândalos, a classe média egoísta, os jornais, a história se repete, farsescamente. Voltaram inclusive os mesmos bordões antissindicais, os mesmos temores ideológicos. De maneira que não está apenas em jogo a vitória ou não do PT, e sim a consolidação de valores democráticos, do que NÓS ENTENDEMOS COMO VALORES DEMOCRÁTICOS e não o que pensam os donos de jornal. A democracia sempre se caracterizou como um regime político dinâmico, flexível, com leis sempre atualizadas à luz das novas circunstâncias sociais e econômicas da cidade. Ou seja, o contrário da concepção de democracia que os segmentos conservadores defendem, uma democracia fechada, estática, impopular.

Na verdade, eu voto em Dilma porque esse é apenas o primeiro passo. Após a sua vitória, é que a guerra de verdade vai começar. Uma guerra boa, democrática, onde ninguém perderá dinheiro ou vida, porque é uma guerra contra a ignorância, o preconceito e a estupidez, para mostrar a todos que o Brasil pode se tornar uma grande nação, desenvolvida, pacífica e justa, servindo de exemplo para o mundo. Tudo depende, no entanto, desse momento crucial, onde podemos dar um passo à frente nessa direção, desafiando o futuro com nossa intrepidez e talento, ou recuar humilhantemente, tendo que suportar, sem perder contudo a galhardia, quatro anos de batalhas defensivas para preservar o que temos e evitar a venda de nossas riquezas a preço de banana para o exterior - que foi o que os tucanos fizeram na era FHC e certamente tentarão novamente num eventual governo Serra.

Por tudo isso, e mais tantas coisas que encheriam volumes e volumes, eu não apenas voto em Dilma, como estou permanentemente deixando meu ateísmo de lado e orando fervorosamente a Deus e a todos os santos que permitam o Brasil ser feliz, que permitam o Brasil ser livre, que permitam o Brasil ser o que ele merece ser, após séculos e séculos de pobreza e sofrimento. Hasta la victória, meus amigos, com Dilma na cabeça e o Brasil no coração!

# Escrito por Miguel do Rosário # Segunda-feira, Outubro 25, 2010