PML: OPOSIÇÃO COMEÇA A PERDER EM PASADENA
Colunista da Istoé diz que dados dos últimos dias mostram que a compra da refinaria norte-americana foi um negócio menos feio do que se divulgou; segundo ele, Sérgio Gabrielli, que presidia a Petrobrás no momento da compra, colocou um dado importante: lembrou que em 2014, com a nova conjuntura econômica americana, Pasadena deu um lucro de US$ 54 milhões num único mês
23 DE ABRIL DE 2014 ÀS 08:48
247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite diz que a oposição começa a perder a batalha pela criação da CPI da Petrobras diante dos dados divulgados recentemente sobre a compra a de Pasadena. Leia:
OPOSIÇÃO COMEÇA A PERDER EM PASADENA
Dados dos últimos dias mostram que a compra da refinaria norte-americana foi um negócio menos feio do que se divulgou
O governo mostrou-se desarticulado e dividido no debate sobre Pasadena, assunto que a população acompanha de olhos atentos – justamente por compreender o lugar da Petrobrás no desenvolvimento do país.
O governo mostrou-se desarticulado e dividido no debate sobre Pasadena, assunto que a população acompanha de olhos atentos – justamente por compreender o lugar da Petrobrás no desenvolvimento do país.
Ocorreram acusações e cobranças que só beneficiam os adversários de Dilma-Lula.
O balanço de três semanas de denúncias mostra que aí reside o maior risco.
O debate sobre a compra de Pasadena (eu acho esquisita essa mania de falar Pasadíiina, com pronuncia inglesa para uma palavra castelhana) está ficando mais claro do que parecia no início.
E isso não é bom para a oposição, que queria transformar o negócio no escândalo de entrada da sucessão presidencial.
Não sou especialista em petróleo e por isso evitei fazer comentários e observações antes da poeira baixar. Diante dos dados surgidos nos últimos dias, a pura lógica comercial permite considerar que a compra de 50% da refinaria, entre 2006-2007, era um bom negócio.
Tanto é assim que, quando surgiram as primeiras divergências, os belgas se ofereceram para desfazer a compra e pegar a empresa de volta. Se fosse aquele mico escandaloso, do qual teriam tido a chance de se livrar aplicando um conto do vigário no governo brasileiro, a reação natural seria de deixar a Petrobrás com o prejuízo, vamos combinar.
Em vez disso, em 2007 os belgas fizeram duas tentativas para desfazer o negócio. Engraçado, não?
Também parece claro que boa parte dos esforços da oposição para criminalizar o diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró não funcionaram.
Também parece claro que boa parte dos esforços da oposição para criminalizar o diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró não funcionaram.
Cerveró deu um depoimento firme e consistente no Congresso, a tal ponto que os deputados do PSDB e do PSB foram embora trocando sorrisos amarelos.
No esforço para seguir justificando a convocação de uma CPI exclusiva para debater o caso, um deles chegou a dizer que nesta situação seria mais fácil promover um massacre sem apelação do depoente.
Quanto espirito cívico, quanta preocupação para esclarecer um negocio de US$ 1,2 bilhão, não é mesmo?
Em sua entrevista ao Estado de S. Paulo, Sérgio Gabrielli, que presidia a Petrobrás no momento da compra e assume sua responsabilidade pelo que ocorreu, colocou um dado importante. Lembrou que em 2014, com a nova conjuntura econômica americana, Pasadena deu um lucro de US $ 54 milhões num único mês.
Fazendo uma projeção linear de ganhos futuros, Gabrielli argumentou que, a seguir nesse ritmo, em dez meses o prejuízo do negócio terá sido coberto. Pode ser otimismo excessivo, claro. Mas, como nada indica uma recaída no crescimento norte-americano nos próximos meses, a projeção faz sentido.
Coube a Gabrielli esclarecer um ponto importante sobre a compra. Lembrou que grande parte do custo final se refere ao que a Petrobrás teve de pagar a Astra Oil por decisão da justiça norte-americana. Estamos falando de conflitos jurídicos, que tiveram um resultado desfavorável, e não de pagamentos feito voluntariamente, numa insinuação que tinha a finalidade de dar a impressão de que tudo havia sido uma compra superfaturada e a partir daí sustentar ...você sabe o que.
Ninguém precisa imaginar que não podem aparecer novos esqueletos no armário da Petrobrás. Não se sabe, até agora, o que se apurou em torno dos negócios de Paulo Roberto da Costa, o ex-diretor que se encontra preso. Também não se sabe se os R$ 10 bilhões do doleiro Alberto Youssef podem trazer informações relevantes a respeito. É preciso aguardar pelas investigações.
O que está claro, hoje, é o lugar da oposição e do governo.
Com apoio de empresários que desde a fundação da Petrobrás se dedicam a combater o monopólio estatal do petróleo e defendem a privatização da empresa, a oposição contou com muitas mãos amigas para encenar um teatro que não lhe cabe.
Fingir que quer defender a empresa quando sua história e seu discurso aponta na direção contrária. Não custa lembrar que em 2003 o patrimônio em Bolsa da Petrobrás se encontrava em US$ 15 bilhões e que hoje vale US$ 180 bilhões.
Ou seja: se for para fazer brincadeiras estatísticas, a oposição ainda deve R$ 165 bilhões.
Em qualquer caso, é bom relativizar o valor da Petrobrás na Bolsa. A remuneração de acionistas não pode ser o único critério para se julgar o desempenho de uma empresa que não é um investimento privado igual a tantos outros, mas foi formada com recursos da população – ou do contribuinte, com diz a turma do impostômetro. Sua finalidade é atender à necessidades do país e não enriquecer acionistas.
A verdade oculta sobre a desvalorização da Petrobrás consiste em dizer que ela deveria reajustar o preço dos combustíveis, o que deixaria seus acionistas felizes. Pode ser. Muita gente gosta de lembrar que milhares de assalariados investiram seu FGTS em ações da Petrobrás e agora perdem patrimônio. Verdade.
Mas um salto para equiparar o preço dos combustíveis ao mercado internacional teria efeitos daninhos para as famílias de trabalhadores, também. Os preço dos alimentos e dos principais bens de consumo iria subir consideravelmente, criando dificuldades no orçamento doméstico, aqui e agora, além de gerar novas pressões inflacionárias.
- Jorge Oliveira 23.04.2014 às 13:39Pasadena, uma refinaria para ação estratégica brasileira no poderoso mercado internacional de petróleo, foi trasformada em factoide policialesco apenas como tática de disputa de poder, às vésperas das eleições presidenciais, por uma oposicão irresponsável? Não, claro! O PT desmanchará definitivamente esse engodo antes de começar o horário eleitoral, haja vista que em sua gestão, 2003 à 2014, só em resultados líquidos no mercado acionário, foram criadas 11 PETROBRAS (U$ 180 bilhões (valor atual) - U$ 15 bi (valor em 2003) = U$ 165 bi; U$ 165 bi ÷ U$15 bi = 11). A questão central é o "olho graúdo" dos neo-liberais na gigantesca riqueza que é o manancial petrolífero brasileiro e suas impliações para o futuro da nação, entre outras tantas. E eles sabem que é preciso uma batalha diuturna e sem tréguas para conseguir transformar a Presidência da República em um dos seus escritórios de negócios e negociatas, para que seus interesses políticos e econômicos prevaleçam fentre aos do Brasil. A trincheira principal deles, sem qualquer dúvida, é a mídia tradicionar, lugar natural para controlar ideológicamente a população e impor seus "valores" a todos. Devemos estar vigilantes, pois! Não vamos permitir que o PSDB privatize a PETROBRAS, com sua relação de vassalagem com o poder econômico. Precisamos avançar no sentido de construir um Brasil socialmente justo e verdadeiramente republicano.
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