terça-feira, 29 de abril de 2014

Esse Nunca Dantes...

Joaquim Barbosa falou UMA verdade

Joaquim Barbosa falou uma verdade

Enviado por  on 29/04/2014 – 1:02 pmComentários: 0 Wordpress | 1 Facebook
Finalmente Joaquim Barbosa falou uma verdade. De fato, Lula não entende nada de Judiciário. A prova disso é que nomeou Joaquim Barbosa, um homem notoriamente despreparado, em todos os sentidos para exercer o cargo que ocupa hoje.
A declaração de Lula, de que o julgamento do mensalão foi 80% político e apenas 20% jurídico, e que “não houve mensalão”, mobilizou os golpistas de sempre. Primeiro veio o Marco Aurélio Mello, aquele mesmo que até hoje acha que a ditadura foi “um mal necesssário“.
Depois veio Gilmar Mendes, o melhor amigo de Daniel Dantas, o banqueiro que MP e STF blindaram desde o início das investigações sobre o mensalão.
Ayres Brito, presidente do Supremo durante a maior parte do julgamento da AP 470, jogou no lixo a sua reputação em troca de uns afagos da Globo. É dele a declaração de que a Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos (Visanet) é uma empresa do setor público porque tem “brasileira” no nome… Eu capturei esse vídeo e fiz um post em homenagem a ele.
Brito ganhou um prêmio por sua participação na farsa. É hoje presidente do instituto Innovare, uma iniciativa da Globo para manietar o Judiciário.
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A opinião de Lula sobre o julgamento do mensalão não merece nenhum repúdio. Merece aplausos, isso sim, pois é partilhada por inúmeros juristas e cientistas políticos, de variadas correntes ideológicas. Ou Barbosa já esqueceu que o uso da Teoria do Domínio do Fato para condenar Dirceu foi duramente criticada até mesmo pelo mais direitista de todos os juristas brasileiros, o indefectível Ives Gandra?
Por quanto tempo a mídia esconderá que existem críticas sérias à Ação Penal 470, e que estas críticas deveriam ser apresentadas ao grande público?
As declarações de Lula caíram como bomba sobre a mídia, porque qualquer crítica ao julgamento do mensalão é uma ameaça à sua credibilidade, visto que todos sabem o papel que ela desempenhou nesse processo.
É preciso deixar claro, todavia, que decisões judiciais devem ser cumpridas, mas isso não significa que não devem ser debatidas, questionadas ou criticadas. Pretender que uma decisão judicial seja um édito real numa monarquia absoluta, aí sim, é negar o espírito democrático.
Lula tem o direito de criticar o quanto quiser uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Isso é democracia. A literatura e a cinematografia jurídicas estão repletas de casos de erros judiciais. Há dezenas de filmes e livros, baseados em fatos reais ou ficcionais, sobre erros judiciais, motivados ou por erros involuntários, ou por mau caratismo e incompetência de juízes, advogados e promotores.
O próprio Joaquim Barbosa não criticou acerbamente a decisão do plenário do STF de inocentar os réus da Ação Penal 470 do crime de quadrilha? Aí sim, houve uma ultrapassagem dos limites, porque Barbosa tentou desqualificar seus próprios pares. E ainda lançou um ridículo e golpista “alerta à nação”.
Quando o STF toma decisões contrárias aos interesses da mídia, a imprensa amanhece repleta de críticas ao STF. Aconteceu quando o plenário aceitou os infringentes, e aconteceu quando inocentou os réus do crime de quadrilha. Editoriais e colunas teceram duras críticas à decisão do STF. Só eles podem criticar o STF? Só se pode criticar o STF quando isso interessa à mídia? Quando não interessa, é um sacrilégio, um crime contra democracia?
Lula pode não entender de judiciário, mas entende de política. Se ele decidiu atacar a Ação Penal 470 é porque entendeu que o momento é adequado e que existe uma massa crítica insatisfeita e revoltada com o resultado do julgamento. Modestamente, nós, da blogosfera, contribuímos para o crescimento desta massa crítica. Segundo uma fonte do próprio PT, cerca de 15% dos eleitores de Dilma Rousseff passaram a ver o julgamento do mensalão como político e midiático. Até pouco tempo, esse índice deveria ser de menos de 5%.
O jogo já começou a virar?
Marinho-Barbosa
Barbosa recebendo o prêmio “funcionário do ano” de seu patrão, um dos irmãos Marinho
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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Para adoçar o momento




O julgamento do mensalão não foi 80% político. Foi 100% mesmo.

Vídeos exclusivos de Lula e mais uma bomba contra Joaquim Barbosa!

Enviado por  on 28/04/2014 – 7:01 pmComentários: 7 Wordpress | 14 Facebook
Em entrevista para uma TV portuguesa, o ex-presidente Lula tratou o tema mensalão ainda com mais desenvoltura do que o fez na entrevista com blogueiros.
É o momento, portanto, de falar um pouco do mensalão. Mas primeiro, vejamos o que disse Lula aos blogueiros. Repare que ao final, ela ironiza a sonegação milionária da Rede Globo, que seria mais de dez vezes superior ao que se supõe ser o mensalão:

E agora, em edição exclusiva no blog do Cafezinho, vejamos o que Lula falou na TV portuguesa:
Eu só discordo de uma coisa de Lula. O julgamento do mensalão não foi 80% político. Foi 100% mesmo. E como o ex-presidente está dizendo que essa história ainda será recontada, vamos ajudá-lo a fazer isso, trazendo alguns documentos inéditos na internet.
O blogueiro Alexandre Teixeira, do blog Megacidadania, cavou no site do Ministério Público Federal, um documento de conteúdo explosivo. Teixeira revela que o Ministério Público Federal e, principalmente, o então responsável pelos processos junto ao STF, Joaquim Barbosa, sabiam que o Inquérito 2474 continha documentos essenciais para os réus e a sociedade entenderem o que aconteceu no mensalão.
O documento obtido por Teixeira é um voto do sub-procurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, em relação a um jogo de empurra entre procuradores de Minas e do Distrito Federal. Nenhum deles queria tratar de um processo envolvendo Marcos Valério. Andrada, então, decide que que o processo deveria ficar sob responsabilidade do MP de Minas Gerais. Até aí, nada demais. O negócio é que, ao fazer a análise de seu voto, o procurador federal lista o conteúdo do inquérito 2474 e daí, bum! É a primeira vez em que, em documento oficial, o Ministério Pública afirma, com todas as letras, que o inquérito 2474 era uma extensão das investigações sobre o mensalão, desmentindo o que Joaquim Barbosa dirá em plenário, tempos depois, de que este inquérito “não tinha nada a ver” com a Ação Penal 470.
Também é a primeira vez em que, oficialmente, o MP declara que a Polícia Federal descobriu que as empresas de Daniel Dantas irrigaram o valerioduto. E, sobretudo, menciona o Laudo 2828, que é um relatório da Polícia Federal sobre quem eram, no Banco do Brasil, os responsáveis pelo Fundo Visanet. O Laudo 2828 inocenta, por exemplo, o réu Henrique Pizzolato, o que derrubaria o pilar da Ação Penal 470, que seria a presença de um petista (núcleo financeiro) na área de marketing do BB para desviar recursos públicos da Visanet para pagar deputados.
Os documentos comprovam, portanto, que Joaquim Barbosa sempre soube que os documentos do Inquérito 2474 eram afeitos à Ação Penal 470 e que tinham de ser repassados aos réus desta última, para que estes pudessem se defender. Igualmente, eram documentos importantes para a opinião pública compreender a extensão do processo e provocar um debate político consequente. Joaquim Barbosa sonegou informações fundamentais à sociedade e à defesa. O Laudo 2828, por exemplo, foi escondido dos próprios ministros durante a aceitação da denúncia.
Por que Barbosa escondeu tantos documentos, mantendo-os sob sigilo? Simples, porque eles atrapalhavam o esforço de JB e seus cúmplices no MP e na mídia, para manter de pé a narrativa do mensalão. Se estes documentos tivessem vindo à público antes da aceitação da denúncia, talvez esta nem tivesse sido aceita, e a história teria sido outra. Estaríamos investigando a origem verdadeira dos recursos de Marcos Valério para pagar o caixa 2 de campanhas eleitorais desde os tempos de FHC. Esta origem nunca foi a Visanet, e sim, em sua maioria, contratos de publicidade com empresas controladas por Daniel Dantas.
Esta é uma parte da história do mensalão que ainda precisa ser recontada.
A imagem abaixo é uma parte do documento do MP que desmascara o golpe de Joaquim Barbosa. Confira os trechos sublinhados ou em destaque:
A prova do 2828 no 2474
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sábado, 26 de abril de 2014

O que queremos? Brincar de golpe?

PML sobre procuradora do DF: O que queremos? Brincar de golpe?

26 de abril de 2014 | 16:01 Autor: Miguel do Rosário
adolf_hitler
DIRCEU, HOMEM-TESTE
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog na Istoé.
Esforço de Joaquim Barbosa para impedir Dirceu de exercer um direito saiu do plano racional — e isso é mais perigoso do que parece
É inacreditável que, no Brasil de 2014, se tente levar a sério – por um minuto – o pedido de investigar todas ligações telefônicas entre o Planalto, o Supremo, o Congresso e a Papuda entre 6 e 16 de janeiro.
A rigor, o pedido de investigação telefonica tem um aspecto terrorista, como já disse aqui.
Implica em invadir poderes — monitorar ligações telefonicas é saber quem conversou com quem mesmo sem acessar o conteúdo da conversa — e isso o ministério público não tem condições de fazer antes que o STF autorize a abertura de um processo contra a presidente da República.
O que queremos? Brincar de golpe?
Criar o clima para uma afronta aos poderes que emanam do povo?
Quem leva a sério o pedido de monitorar telefones do Planalto, com base numa denúncia anonima, sem data, nem hora nem lugar conhecido — o que permite perguntar até se tenha ocorrido — nos ajuda a pensar numa hipótese de ficção cientica. Estão querendo um atalho atingir a presidente? Assim, com a desculpa de que é preciso apurar um depoimento secreto?
Nem é possível fingir que é possível levar a sério um pedido desses.
Por isso não é tão preocupante que uma procuradora do DF tenha feito tenha assinado um pedido desses. É folclórico, digno dos anais da anti-democracia e da judicialização.
O preocupante é a demora de Joaquim Barbosa em repelir o pedido. Rodrigo Janot, o PGR, já descartou a solicitação. Mas Joaquim permanece mudo.
O que ele pretende?
O que acha que falta esclarecer?
Indo para o terreno prático. Estamos falando de uma área por onde circulam milhares de pessoas, que mantém conversas telefônicas longas, curtas, instantâneas ou intermináveis com chefes, assessores, amigos, maridos, motoristas, namoradas, amantes…sem falar na frota de taxi, no entregador de pizza e no passeador de cachorro…
Monitorar quem ligou para quem?
Imagine. Num dia qualquer entre 6 e 16 de janeiro de 2016 uma jovem assessora do Senado, que trabalha de minissaia e namora um musculoso agente penitenciário na Papuda, resolve encontrá-lo para tomar um sorvete. Mas o rapaz não aparece. Ela liga para o celular do amor de sua vida. O namorado atende dentro de um ônibus que, naquele momento, se encontra parado no sinal vermelho em frente ao Planalto.
Três meses depois, aparece o grampo:
– Alô, Zé Dirceu na linha? Onde você está? Aqui é a Maça Dourada. Aquela, de 68. Lembra, na Maria Antônia….A gente não tinha marcado um encontro, 50 anos depois? Nossa turma tinha essa mania, lembra?
Está na cara que nada se pretende descobrir com uma investigação desse tipo. O que se pretende é ganhar tempo, como se faz desde 16 de novembro, quando Dirceu e outros prisioneiros chegaram a Papuda. Com ajuda dos meios de comunicação mais reacionários, os comentaristas mais inescrupulosos, pretende-se criar uma ambiente de reação contra o exercício de um direito típico dos regimes democráticos. Aguarda-se por uma comoção que impeça a saída de Dirceu. Você entendeu, né…
No plano essencial, temos o seguinte: Dirceu nunca deveria ter passado um único dia em regime fechado, pois jamais recebeu uma sentença que implicasse em pena desse porte após o trânsito em julgado.
Suas condições de detenção na Papuda se tornaram inaceitáveis a partir do momento em que ele – cumprindo as determinações legais à risca – conseguiu uma oferta de emprego para trabalhar em Brasília, obtendo a aprovação do Ministério Público e da área psicossocial.
No plano da investigação policial, temos o seguinte: nenhuma das possíveis alegações para impedir o exercício desse direito foi provada. Nenhuma.
O que mantém Dirceu na prisão?
Apenas a vontade política de negar um direito que a lei assegura a todos. Um pedido de monitoramento de milhares (ou centenas de milhares? Milhões?) de telefonemas expressa o tamanho dessa vontade delirante de castigar, de punir. Já se ultrapassou qualquer limite civilizado. E aqui entramos em nova área de risco.
Depois de passar por um campo de concentração do nazismo, e, mais tarde, conduzido a um campo soviético porque fazia oposição política a Josef Stalin, o militante David Roussett fez uma afirmação essencial:
“As pessoas normais não sabem que tudo é possível.
Ele se referia à câmara de gás, aos trens infectos, ao gelo, a fome, o frio – a todo sofrimento imposto a seres humanos em nome do preconceito de raça, de classe, da insanidade política, do ódio, da insanidade que dispõe de armas poderosas para cumprir suas vontades.
Não temos câmaras de gás no Brasil de 2014. Mas temos anormalidade selvagem. Já tivemos um julgamento onde os réus não tiveram direito a presunção da inocência. Quem não tinha foro privilegiado não teve direito a um segundo grau de jurisdição. As penas foram agravadas artificialmente.
Dirceu está sendo desumanizado, como se fosse uma cobaia de laboratório, mantida sob vigilância num cubo de vidro, 24 horas por dia.
Foi transformado num caso-teste.
O direito que hoje se nega a Dirceu amanhã poderá ser negado a todos.
Será tão difícil captar a mensagem? Será tão difícil captar a mensagem?

Tiros da Globo saem pela culatra

Tiros da Globo saem pela culatra

25 de abril de 2014 | 19:56 Autor: Miguel do Rosário
pasadena
Reproduzo abaixo um post que publiquei hoje no Cafezinho:
*
Globo não consegue dar o golpe do “documento exclusivo”
A Petrobrás teve sorte. Como o leitor já sabe pelo post de ontem, o Globo teve acesso a documentos confidenciais da Petrobrás sobre a refinaria de Pasadena. O máximo que encontraram foi um saque de US$ 10 milhões de uma corretora ligada à refinaria. A Petrobrás já explicou o saque, em seu blog, que começa a apresentar tímidos sinais de vida. O saque foi normal.
Ao mesmo tempo, a matéria de ontem do Globo, cujo objetivo era apenas detonar a Petrobrás, dá uma informação, no meio da matéria, sem destaque, que é a grande novidade para nós, brasileiros: o faturamento da refinaria apenas em 8 meses de 2010, janeiro a agosto, foi de US$ 2,2 bilhões, ou seja, quase ou mais que R$ 5 bilhões!
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Esses números nos permitem ter uma visão completamente diferente de Pasadena. No início, quando estourou o escândalo, não sabíamos de nada. A imprensa dizia que era uma sucata. Nas redes, se dizia que estava paralisada há anos. É incrível o show de desinformação que a Petrobrás deixou rolar. Com o tempo, fomos descobrindo que a refinaria estava operante. Depois chegou a informação que ela dava lucro. E agora sabemos que o faturamento dela pode ser superior a R$ 10 bilhões.
E estamos descobrindo tudo isso por conta de investigações particulares na internet e, agora,  através de um vazamento clandestino para o Globo! É inacreditável que a Petrobrás não tenha, em nenhum momento, procurado esclarecer a população com números, nem que fossem meras estimativas e projeções, sobre a performance de Pasadena!
Francamente, eu acho que isso foi mais que incompetência na área de comunicação. Graça Foster agiu com maldade! A gente queria apenas informação!  Ela não deu nem uma migalha! E até hoje, nada! Deu alguns números para senadores da oposição e não deu à sociedade. E agora vaza documentos para a Globo… Ou seja, mais uma vez, a Petrobrás alimentando seus próprios inimigos e prejudicando aqueles que a defendem.
É incrível, de qualquer forma, o poder do blog da Petrobrás. Ainda está feio, com fontes pequenas que mal dão para ler, sem graça, os posts são tímidos, com pouca informação, mas apenas o fato de responder à imprensa já ajuda a esfriar a crise. E ainda permite à estatal economizar alguns milhões, já que publicar no blog é uma operação gratuita, ao contrário da publicação em jornal, revista e tv.
Só que a Petrobrás deveria melhorar ainda muito o desempenho do blog, e fazer anúncios em jornais, revistas e TV para que as pessoas acessem o seu conteúdo. Tipo assim: “saiba a verdade sobre a Petrobrás. Cuidado com o que você lê na imprensa porque há uma disputa política em jogo. Leia o blog.” A quantidade de curtidas nos posts nos permitem ver que a Petrobrás continua perdendo, feio, a disputa da opinião pública. Isso dói no coração, porque se nós, blogueiros sujos e duros, conseguimos fazer cócegas nos pés do império midiático, a ponto de sermos xingados a toda hora em seus editoriais, a Petrobrás teria condições de dar um murro direto na cara deles. Seria lindo de se ver!
A Petrobrás tem agido apenas na defensiva, como se fosse fraca, como se tivesse medo.
Qual o grande feito da gestão tucana na Petrobrás? Vender quase metade da companhia para acionistas de Nova York, destruir a indústria naval e afundar a maior plataforma do mundo? Quais os feitos da gestão petista? Levantar a Petrobrás, encontrar as maiores reservas da nossa história, iniciar a construção de refinarias gigantes, reerguer a indústria naval!
E, com tudo isso, a imprensa tem sucesso em vender à opinião pública a ideia de que o PT está “destruindo” a Petrobrás?
Como assim?
Uma leitora me lembrou ainda que não podemos esquecer que a Petrobrás foi espionada pela NSA. A gente não sabe a que documentos os americanos tiveram acesso, e quais deles eventualmente poderiam ser repassados para a oposição e para o Globo. Acho que, a esta altura dos conhecimentos que temos da história do Brasil e da Globo, ninguém nos chamará de loucos se suspeitarmos que a Globo é antes aliada dos EUA do que do Brasil.
Hoje o Globo volta à carga contra a Petrobrás em matéria na qual diz que “estatal sabia de problemas em Pasadena antes de comprá-la”.
Aí você vai ler a matéria. É evidente que uma auditoria séria vai encontrar problemas. Só que o Globo está destacando apenas problemas pontuais e antigos. E não dá destaque nenhum às qualidades. Na própria matéria de hoe, que fala de documento assinado por Alberto Feilhaber, ex-funcionário da Petrobrás contratado pela estatal para vistoriar Pasadena, há o seguinte trecho:
Feilhaber, no entanto, que chegou a exercer cargos de supervisor e chefe de setor na Petrobras, deu boas informações à empresa brasileira sobre Pasadena. Antes de a Petrobras decidir pela compra, os técnicos escreveram, em auditoria, que “segundo o CEO (Feilhaber), em termos de mecânica a refinaria está ‘pretty good’ (muito boa), faltando, entretanto, mais instrumentação e controle.”
Ou seja, a mecânica da refinaria era “pretty good”! Muito boa! Ora, se a Petrobrás tivesse vazado esse relatório para o Cafezinho, em vez de para a imprensa inimiga, as manchetes que poderíamos formular, muito mais bombásticas e muito mais verdadeiras seriam:
“Pasadena faturou R$ 5 bilhões em 8 meses em 2010″.
“Auditoria feita antes da compra informou que mecânica de Pasadena era ‘muito boa’ ”
Eu sou um analista atento a detalhes. O Globo online costuma ser mais sensacionalista que o Globo impresso. O título da matéria no impresso fala em “problemas”. No Online fala em “graves problemas”.
A fragilidade da imprensa é que ela não está preocupada com a verdade. Quer detonar Pasadena de qualquer jeito, mesmo que a refinaria se revele um ativo importante.
Agora, voltemos às críticas ao blog da Petrobrás. Ele publicou um postcom 10 perguntas e respostas sobre Pasadena. A iniciativa é ótima, e o post circulou um pouco mais que os outros, embora ainda de maneira medíocre para um assunto tão quente. Apenas 447 curtidas.
Só que as respostas são insuficientes. E, ao menos uma delas, traz a marca tecnicista e vulgar de Graça Foster.
4 – Afinal, a compra foi um bom ou um mau negócio?
Na época da compra, o negócio era muito vantajoso para a Petrobras, considerando as altas margens de refino vigentes e a oportunidade de processar o petróleo pesado do campo de Marlim no exterior e transformá-lo em derivados (produtos de maior valor agregado) para venda no mercado americano.
Posteriormente, houve diversas alterações no cenário econômico e do mercado de petróleo, tanto brasileiro quanto mundial. A crise econômica de 2008 levou à redução do consumo de derivados e, consequentemente, à queda das margens de refino. Além disso, houve a descoberta do pré-sal, anunciada em 2007. Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se em um empreendimento de baixo retorno sobre o capital investido.
Baixo retorno sobre o capital investido? Com todo o respeito, é a resposta mais idiota que já vi na vida. Ninguém compra uma refinaria pensando em “alto retorno” no dia seguinte. Refinaria é indústria de base e deve-se diluir o investimento ao longo de ao menos 50 anos de operação. Um especulador talvez invista numa refinaria pensando em alto retorno. Uma estatal como a Petrobrás compra uma refinaria pensando em aumentar a segurança energética do Brasil e aumentar o capital tecnológico da empresa.
Do momento da compra para 2008 ou 2009, houve mudança de cenário, sim. Mas para melhor! O Brasil descobriu o pré-sal! Graça Foster está conseguindo a proeza inacreditável de transformar a descoberta de umas maiores reservas de petróleo do mundo num fato negativo que converteu Pasadena em “mau negócio”!
Por acaso, alguma refinaria em construção da Petrobrás oferece algum “retorno”, baixo ou alto? Não. Abreu Lima, Comperj, processam uma gota de petróleo? Não. Pasadena processa 100 mil barris por dia. Então, por favor, revejam seu linguajar ao falar de Pasadena.
Quando um país constrói uma usina nuclear, ou levanta uma hidrelétrica, o que pensa em primeiro lugar: se é um investimento de alto ou baixo retorno contábil, ou se vai aumentar a segurança energética de sua economia?
A Petrobrás está construindo grandes refinarias no país, mas nenhuma ainda está pronta. As importações de derivados de petróleo correspondem a 20% de nossas importações, e tem sido as grandes responsáveis pela queda no superávit da nossa balança comercial. O Brasil ainda depende de gasolina importada. Com Pasadena, o processamento de petróleo da Petrobrás no exterior dobrou de tamanho.  Como assim aumentar a segurança energética do Brasil não é um bom negócio?
A expressão “baixo retorno do capital investido” não faz sentido em se tratando de uma refinaria que, segundo a própria Foster, lucrou quase US$ 60 milhões no primeiro bimestre. Mesmo considerando apenas tecnica ou contabilmente, é uma bobagem, portanto, falar em “baixo retorno”. Quer alto retorno? Invista em “telefree”, “bitcoin” ou qualquer modinha da internet. Do ponto-de-vista estratégico é uma afirmação idiota. Politicamente, é a afirmação de um suicida louco.
Se a presidência de qualquer grande empresa jamais pode deixar de ser política, por razões econômicas e estratégicas, a gestão da Petrobrás tem responsabilidades ainda mais que políticas. Tem responsabilidades geopolíticas, ligadas à soberania do Brasil e da América Latina. Esquecer isso, em nome de um tecnicismo vulgar, é trair os ideais que nortearam a criação da Petrobrás.




quarta-feira, 23 de abril de 2014

Liberdade, enjoy it!

Liberdade, enjoy it!

Por ROGERIO FARIA
A imprensa, ao invés de ser apenas um dos instrumentos para o exercício democrático, tornou-se a maior inimiga da democracia. Ela tem na desvalorização da política a sua estratégia de poder, colocando-se como a panaceia para os males sociais. A solução passa por aceitar essa como mais uma atividade comercial, sujeita a regras e limites, como qualquer cidadão, empresa e relação entre ambos.
A Coca-Cola, quando identificou no estilo de vida saudável seu inimigo, associou sua imagem a ele, pondo-se como aliado intrínseco, até crucial. Da mesma forma as famílias empresárias donas dos meios de comunicação fizeram ao vincular sua imagem à democracia, a maior adversária ao seu poder.
Para vender sua imagem de paladina democrática, ela apregoa a desordem, o descalabro, e se arvora como único antídoto. Ela cria inimigos que supostamente só ela pode combater. Daí o papel despolitizador da imprensa. A censura imposta pelos donos dos meios de comunicações retira das manchetes qualquer avanço democrático, qualquer aspecto positivo do debate político, qualquer valorização da participação democrática. Assim, deixamos de confiar em nós mesmos como agentes de mudança, delegando esse poder ao Jornal Nacional.
Como qualquer atividade humana, ela deve ser regrada obedecer às leis e servir à democracia. Tratemos ela como atividade comercial dentro de uma sociedade capitalista. É essa a visão dos donos, disputando mercado com a política, instrumento social de transformação. Leis devem surgir que permitam ao povo conduzir a imprensa, que os múltiplos pontos de vista tenham o mesmo peso nos jornais. Deve se por fim aos monopólios midiáticos, à concentração ideológica. A tarefa não é fácil, pois a imprensa, com seu poder de fogo, vai gritar, espernear e morder, mas nossa democracia precisa avançar.
“Tem que ser possível equilibrar liberdade de expressão com responsabilidade social e moral.” David Puttnam

Saiu na seção “Outro canal”, de Keila Jimenez, na Folha (*):

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/162514-record-aposenta-o-slogan-a-caminho-da-lideranca.shtml

(…)

Em 2004, a média diária da Globo (das 7h à meia-noite) era de 21,7 pontos em São Paulo. O SBT tinha a vice-liderança, com 8,4 pontos, e a Record registrava 4,2 pontos. Cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande SP. 

Em 2014, os números parciais, dos primeiros meses do ano, trazem a Globo com média diária de 13,8 pontos, uma perda de 35% de público. A Record registra 6 pontos, e o SBT, 5. 

(…)
GLOBO PERDE 35% DA AUDIÊNCIA. 


Navalha
O infeliz que tiver assistido ao jornal nacional dessa terça-feira, 22, entenderá perfeitamente o que se passa na Globo.
É o desespero.
Só no Brasil, um serviço público, entregue a título precário a um concessionário, tem o direito de impor ao cidadão concedente seus interesses materiais e ideológicos de uma forma deliberadamente viciada.
Foi um espetáculo de desconstrução do Brasil.
Da primeira à última notícia.
O jornal nacional conseguiu transformar uma vitória de 100 milhões de internautas e do Governo – “Dilma aprova por unanimidade o Marco Civil”“Aécio podia ir dormir sem essa” – num retumbante fracasso.
A Copa do Mundo, onde a Globo salva o faturamento que deixará de ter, daqui para a frente, é a glorificação de um tal de Volcke, sub-do-sub da FIFA, que encarna o Dragão da Maldade.
Ficará tudo para a ultima hora !
Como fica tudo para a ultima hora, em todos os eventos dessa natureza, no mundo inteiro.
Se o sub-do-sub tivesse ido ao estádio da abertura das Olimpíadas de Londres, na véspera da abertura, diria a mesma coisa: que horror, esses ingleses ineptos ! Tudo para a ultima hora.
Mas, aqui, os provincianos que não saem do circuito Barra-Projac pensam que o espectador é idiota.
Que já não viu jogo ser jogado no Itaquerão.
Não vai ter Copa !, brada o jornal nacional.
Mas, o faturamento da Globo com a Copa, no Brasil ou na Malásia, este está garantido.
O jornal nacional dessa terça-feira embalou uma barriga da Folha – aqui desmascarada pelo Fernando Brito no Tijolaço – numa “matéria” essencialmente anti-televisiva: era uma leitura de jornal na tevê.
Ou seja, um editorial.
(É a corrente de elos Golpistas: jornais de audiência decrescente pautam o jornal nacional de audiência decrescente, que pauta o Congresso, de representatividade decrescente, que pauta o jornal nacional do “i”… )
É por isso que a Globo desaba.
Porque trocou informação por opinião – Golpista.
A Globo precisa eleger Aécio ou o Dudu.
Desesperadamente.
É a única forma de impedir o avanço do progresso – e a sua obsolescência.
De impedir a fuga em massa de espectadores para a internet, ainda mais com o Marco Civil.
Aos domingos, onde a audiência do Fantástico se iguala ao nível das aguas do Alckmin, o pessoal subiu de vida e foi à pizzaria, foi visitar a sogra com o carro que comprou a prazo – e paga em dia, para desespero da Urubóloga …
Do 4G e o apagão do analógico: a Globo não sabe quantos espectadores perderá, porque não tem como controlar quantos substituirão o analógico por digital
Do fim da tevê a cabo, com a inevitável introdução da tecnologia da Aero.
Uma maquininha infernal que, por dúzia de dólares por mês, leva à sua tevê, em casa, qualquer imagem que tenha sido exibida em rede aberta.
Isso vai fechar o cabo e cortar o faturamento das emissoras abertas – como a Globo – que ganham dinheiro para fornecer conteúdo ao cabo.
Mesmo que a Suprema Corte americana vote com as Globos de lá, qualquer dia desses um menino do Pavão-Pavãozinho, com um computador comprado nas Casas Bahia, “oferece” o Aero ao distinto público.
Só Aécio e Dudu podem impedir a introdução da tecnologia do 4G no Brasil.
A audiência da tevê aberta não justificará a tabela de preços da Globo.
Vai ter Copa no Brasil.
O que não vai ter é a Globo, depois da Copa.
Se o Dudu e o Aécio não se elegerem.



Em tempo: o jornal nacional se transformou, também, num veículo da ideologia do “não, não somos racistas” do Ali Kamel, aqui chamado de Gilberto Freire com “i” (*).

Ele deu destaque excepcional a uma decisão – reacionária, segundo o New York Times – do presidente da Suprema Corte americana (nomeado por George Bush, filho, aquele herói do Iraque), que conferiu aos Estados o direito de, por plebiscito, decidir sobre as cotas nas universidades.

Como se sabe, a Suprema Corte brasileira – por UNANIMIDADE e com a relatoria brilhante de Ricardo Lewandowski – aprovou as cotas nas universidades.

Mas, o “i” não se conforma.

Porque, segundo ele, quase não há negros no Brasil.

Portanto, não há necessidade de beneficiá-los.

Um jenio.

Mas, como onde há muita opinião não há opinião, seria interessante o dr Roberto saber que um empregado usa seu produto para defender ideia tão popular – e só dele.

Quem sabe o “i” não sobe o Pavão-Pavaozinho para defender um plebiscito sobre as cotas ?

Depois não entendem por que a Globo perde 35% da audiência em 10 anos.

Se a Globo não fosse uma para-estatal, que vive de BV que os petistas não podem usar, ia todo mundo pra rua.

Os filhos do Roberto Marinho – que não têm nome próprio – inclusive.


Paulo Henrique Amorim