EDITORIAL DO GLOBO:
ISSO FOI LONGE DEMAIS
Quando o MPL falou em “reforma”, a Globo vazou. O plano era derrubar a Dilma sem perder os dedos
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Como lembra o amigo navegante Marcos, um dos momentos sublimes da liberdade de imprensa dos donos da imprensa no Brasil foi o editorial do Globo, no dia seguinte à intervenção militar em 1964:http://acertodecontas.blog.br/politica/editorial-do-jornal-o-globo-de-2-de-abril-de-1964-celebrando-o-golpe-militar/.
O título é uma obra prima da desfaçatez: “Ressurge a Democracia”.
Neste sábado de junho de 2013, depois do pronunciamento da Presidenta em rede nacional de televisão – que ela deveria usar muito, muito mais, bem dentro do jornal nacional – o editorial do Globo é outro momento sublime do medo que cerca a Big House, quando vê povo nas ruas.
O PT não tem medo das ruas.
A Globo precisou encapuzar os microfones, depois de embolsar o movimento apartidário do passe livre.
Desde cedo nas manifestações, a Globo assumiu o protagonismo: 40′ de Golpe na veia.
E assim foi ao longo de toda a semana de manifestações.
Na quinta-feira, DEPOIS da redução das passagens, o William Bonner comandou uma edição extra do jornal nacional, de três horas consecutivas – sim, porque as manifestações apartidárias chegam a tempo do horário nobre da Globo – que foi como “derrubar a grade” e invadir o Palácio no Inverno.
Quando o PT e a CUT foram às ruas, a batata da Big House começou a assar.
A CUT foi para a companhia dos jovens apartidários e defendeu o marco regulatório da comunicação – aqui chamado de Ley de Meios -, os royalties do petróleo para a educação, e a reforma partidária com financiamento público e voto em lista.
Ai, a Big House sentiu o calor na nuca.
Ontem, sexta, ficou claro que o Golpe tinha saído do controle da própria Globo.
Ela achou que iria dar o Golpe mediático de 48 horas que derrubou o Chávez, provisoriamente.
Mas, aí, a coisa engrossou.
O vandalismo tomou conta do pedaço.
Com a ininterrupta e conivente cobertura da Globo, que esculhamba e Copa e com ela fatura.
A Globo já tinha conseguido atingir o prefeito petista de São Paulo.
A Globo já tinha atingido a Presidenta.
Se não deu para dar o Golpe agora, pelo menos tirou uma lasca do poder.
Já está no lucro.
E antes que os manifestantes cheguem ao coração sistema global, nada como um editorial indignado, construtivo e constitucional, como o de hoje: “ultrapassou os limites”, na pág 26 da edição nacional.
Um primor.
(Embora os redatores de 1964 fossem melhores…)
“Limites legais e políticos foram ultrapassados,” diz o editorial apartidário.
Claro que foram.
Onde já se viu uma empresa privada que, sob concessão, explora o espectro eletromagnético incentivar, glamorizar, dar espaço e palanque ao Golpe ?
“Violência pura, sem qualquer relação com a maioria absoluta dos manifestantes”.
Era essa a lenga-lenga dos âncoras da Globo: o movimento é uma gracinha, são jovens indignados contra “o que está aí”- ou seja, o Governo do PT – , apartidário, horizontal, pacifico – agora os vândalos, a irresponsabilidade política, isso é uma minoria que não toleramos !
Todos à rua, conclamava a cobertura ininterrupta, editorializada – “já chegaram à ponte Rio-Niterói ?”, “lá no fim da Presidente Vargas fica o Maracanã”.
Pintem os canecos.
Que a gente condena os vândalos e livra a cara de vocês.
“…a existência de uma agenda ultrarradical para além do passe livre, como a proposta de uma ‘reforma urbana’, fachada de um programa lunática…” – protestou o editorial apartidário.
Aí, a coisa começou a assustar a Big House.
A jovem apartidária do MPL que propôs a “reforma urbana” propôs, na mesma entrevista, a “reforma agrária”.
Aí, não dá !
Aí, “ultrapassou os limites” !
Onde já se viu ?
Enquanto é para derrubar a Dilma, tudo jóia.
Na hora de derrubar meus interesses, aí, não, “não ultrapassar os limites “ é um imperativo !
Ou seja, quando movimento apartidário começa a entrar numa agenda partidária, genuinamente política, e, portanto, responsável, aí pau no PT, no PC do B, no MST, como fizeram os “apartidários” na Avenida paulista, com oódio à Dilma e ao Lula, que o Azenha e o Igor testemunharam, perplexos.
“Algo que se aproxima da perniciosa ‘democracia direta’ chavista” … “subordinada a um Executivo cesarista”…
Quando a pauta deixa de ser apartidária, apolítica, é perigoso, é “democracia nas ruas”.
“Democracia nas ruas” só interessa à Globo enquanto foi para derrubar a Dilma.
Se os meninos do MPL se engraçarem em temas mais profundos, como uma Ley de Medios, aí, não, aí, eles terão a cobertura que tiveram durante as gestões Maluf, Pitta, Cerra e Kassab.
Ou seja, serão relegados à mais completa insignificância.
A validade do Passe Livre é o Golpe conta Dilma.
Se ameaçarem entrar na Big House … aí não !
Porque para a Globo, essas manifestações ingênuas, espontâneas, maio de 68, começam a ameaçar a Big House e, por definição, já acabaram:
“As ruas são apenas parte dos processos de mobilização política. Uma etapa que se esgota, como a atual se esgotou”, conclui o editorial apartidário.
Viu, quem mandou falar em reforma ?
jn, Bonner… never more, MPL !
O título é uma obra prima da desfaçatez: “Ressurge a Democracia”.
Neste sábado de junho de 2013, depois do pronunciamento da Presidenta em rede nacional de televisão – que ela deveria usar muito, muito mais, bem dentro do jornal nacional – o editorial do Globo é outro momento sublime do medo que cerca a Big House, quando vê povo nas ruas.
O PT não tem medo das ruas.
A Globo precisou encapuzar os microfones, depois de embolsar o movimento apartidário do passe livre.
Desde cedo nas manifestações, a Globo assumiu o protagonismo: 40′ de Golpe na veia.
E assim foi ao longo de toda a semana de manifestações.
Na quinta-feira, DEPOIS da redução das passagens, o William Bonner comandou uma edição extra do jornal nacional, de três horas consecutivas – sim, porque as manifestações apartidárias chegam a tempo do horário nobre da Globo – que foi como “derrubar a grade” e invadir o Palácio no Inverno.
Quando o PT e a CUT foram às ruas, a batata da Big House começou a assar.
A CUT foi para a companhia dos jovens apartidários e defendeu o marco regulatório da comunicação – aqui chamado de Ley de Meios -, os royalties do petróleo para a educação, e a reforma partidária com financiamento público e voto em lista.
Ai, a Big House sentiu o calor na nuca.
Ontem, sexta, ficou claro que o Golpe tinha saído do controle da própria Globo.
Ela achou que iria dar o Golpe mediático de 48 horas que derrubou o Chávez, provisoriamente.
Mas, aí, a coisa engrossou.
O vandalismo tomou conta do pedaço.
Com a ininterrupta e conivente cobertura da Globo, que esculhamba e Copa e com ela fatura.
A Globo já tinha conseguido atingir o prefeito petista de São Paulo.
A Globo já tinha atingido a Presidenta.
Se não deu para dar o Golpe agora, pelo menos tirou uma lasca do poder.
Já está no lucro.
E antes que os manifestantes cheguem ao coração sistema global, nada como um editorial indignado, construtivo e constitucional, como o de hoje: “ultrapassou os limites”, na pág 26 da edição nacional.
Um primor.
(Embora os redatores de 1964 fossem melhores…)
“Limites legais e políticos foram ultrapassados,” diz o editorial apartidário.
Claro que foram.
Onde já se viu uma empresa privada que, sob concessão, explora o espectro eletromagnético incentivar, glamorizar, dar espaço e palanque ao Golpe ?
“Violência pura, sem qualquer relação com a maioria absoluta dos manifestantes”.
Era essa a lenga-lenga dos âncoras da Globo: o movimento é uma gracinha, são jovens indignados contra “o que está aí”- ou seja, o Governo do PT – , apartidário, horizontal, pacifico – agora os vândalos, a irresponsabilidade política, isso é uma minoria que não toleramos !
Todos à rua, conclamava a cobertura ininterrupta, editorializada – “já chegaram à ponte Rio-Niterói ?”, “lá no fim da Presidente Vargas fica o Maracanã”.
Pintem os canecos.
Que a gente condena os vândalos e livra a cara de vocês.
“…a existência de uma agenda ultrarradical para além do passe livre, como a proposta de uma ‘reforma urbana’, fachada de um programa lunática…” – protestou o editorial apartidário.
Aí, a coisa começou a assustar a Big House.
A jovem apartidária do MPL que propôs a “reforma urbana” propôs, na mesma entrevista, a “reforma agrária”.
Aí, não dá !
Aí, “ultrapassou os limites” !
Onde já se viu ?
Enquanto é para derrubar a Dilma, tudo jóia.
Na hora de derrubar meus interesses, aí, não, “não ultrapassar os limites “ é um imperativo !
Ou seja, quando movimento apartidário começa a entrar numa agenda partidária, genuinamente política, e, portanto, responsável, aí pau no PT, no PC do B, no MST, como fizeram os “apartidários” na Avenida paulista, com oódio à Dilma e ao Lula, que o Azenha e o Igor testemunharam, perplexos.
“Algo que se aproxima da perniciosa ‘democracia direta’ chavista” … “subordinada a um Executivo cesarista”…
Quando a pauta deixa de ser apartidária, apolítica, é perigoso, é “democracia nas ruas”.
“Democracia nas ruas” só interessa à Globo enquanto foi para derrubar a Dilma.
Se os meninos do MPL se engraçarem em temas mais profundos, como uma Ley de Medios, aí, não, aí, eles terão a cobertura que tiveram durante as gestões Maluf, Pitta, Cerra e Kassab.
Ou seja, serão relegados à mais completa insignificância.
A validade do Passe Livre é o Golpe conta Dilma.
Se ameaçarem entrar na Big House … aí não !
Porque para a Globo, essas manifestações ingênuas, espontâneas, maio de 68, começam a ameaçar a Big House e, por definição, já acabaram:
“As ruas são apenas parte dos processos de mobilização política. Uma etapa que se esgota, como a atual se esgotou”, conclui o editorial apartidário.
Viu, quem mandou falar em reforma ?
jn, Bonner… never more, MPL !
Em tempo: Globo contrata seguranças para repórteres: http://f5.folha.uol.com.br/televisao/2013/06/1299337-emissoras-contratam-ate-tres-segurancas-para-cada-reporter-que-cobre-protestos.shtml
Paulo Henrique Amorim
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