segunda-feira, 10 de março de 2014

Os EUA diante do referendo na Crimeia

Os EUA diante do referendo na Crimeia: como em “Corações e Mentes”?

10 de março de 2014 | 16:53 Autor: Fernando Brito
crimeiano
Sucedem-se, na insuspeita imprensa ocidental, matérias que mostram que o sentimento das ruas na Criméia é majoritariamente pró-russo.
Dúvidas sobre isso serão esclarecidas no plebiscito de domingo, quando se saberá – e com amplo acesso de centenas de jornalistas ocidentais para verificar a lisura do voto – se isso corresponde ao desejo de uma significativa maioria local.
É certo que a maioria local não seria razão suficiente para legitimar uma separação, se houvesse uma tradição histórica e uma unidade nacional bem estabelecida.
Mas não há, há uma associação parcial da Criméia à Ucrania, de 20 anos, e nenhuma identidade histórica.
E vem o presidente Barack Obama dizer que a votação, no referendo, viola a lei internacional e não será reconhecido.
Que lei internacional ele viola, Presidente?
A que permite, desde a Iugoslávia, ao seu país invadir outros sem autorização da ONU?
A que permite ao seu país espionar governantes, empresas e pessoas comuns em qualquer parte do mundo?
A que exige que i Irã não tenha reatores atômicos, mas permite que Israel tenha bombas nucleares.
Mas um bem, presidente Obama, um bem o seu argumento esdrúxulo me fez.
Recordei de um filme do passado, que assisti adolescente e que o senhor deve ter assistido também imberbe.
Nele, o comandante das Forças Americanas no Vietnã, General William Westmoreland, dizendo que temos de entender que os orientais são…diferentes, que não dão tanto valor à vida humana quanto nós.
Enquanto uma mãe vietnamita se atira. louca de desespero, à cova de seu filho morto.
Os seres humanos são iguais, Presidente Obama. Negros como o senhor, amarelos e magrinhos como os vietnamitas, louros e rechonchudos como aqueles – cmo direi – russos da Criméia.
Porque a gente nem chama eles de crimeianos, criméicos, crimelitas, não é?
O povo americano, que tem a virtude de reconhecer seus erros e proclamar suas vergonhas, como a Guerra do Vietnã, não terá evoluído em nada se não tiver aprendido as lições do Vietnã.
Lembro de que diziam – uma destas frases que nem precisavam sair da boca de alguém para serem ditas – que os vietnamitas iam ser livres mesmo que não o quisessem…
Será que é o que aguarda os criméicos, ou os crimelitas, ou os crimeianos, ou, que diabos, os russos da Criméia?
Achei este velho filme e trago para vocês.
Separem, assistam na hora em que der tempo de chamar seus filhos, seus sobrinhos, seus netos.
Deixe que vejam, apesar do horror, porque é uma vacina.
E não se preocupem em conter uma lágrima se eles perguntarem se aquilo foi mesmo verdade…



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