Fantástico requenta entrevista da ex-mulher de Collor, dada à Folha Universal há 4 anos
Por que só agora em 2012, o Fantástico da TV Globo se interessou por um assunto que a ex-mulher do senador Collor (PTB), Rosane, falou ao jornal Folha Universal (da IURD) quatro anos atrás?
Rosane Malta (ex-Collor) já havia concedido entrevista em janeiro de 2008 à Folha Universal, falando que Collor fazia macumba, quando era presidente, assistido por uma mãe-de-santo, com sacrifício de galinhas e bois.
A TV Globo não se interessou pelo assunto naquela época. Agora que o senador dirige suas baterias na CPI do Cachoeira contra a revista Veja (coisa que a Globo não admite porque também se sente atingida), a emissora levará ao ar no Fantástico desse domingo a entrevista repetindo o que já foi dito no jornal ligado aos donos da emissora concorrente, a Record, há quatro anos atrás, numa clara retaliação ao senador.
Eis a entrevista dada à Folha Universal em 31 de janeiro de 2008 (publicada na edição de 2 de fevereiro):
Como está a sua vida hoje?
Continuo lutando para que a justiça seja feita em relação à minha separação. Consegui um aumento de pensão de R$ 5,2 mil para R$ 11,8 mil, depois de três anos. Quando a gente está com a pessoa, as portas todas se abrem. Quando você está contra o poder – ele (Fernando Collor) é um senador –, fica complicado. Essa é a minha grande luta. No mais, continuo levando a minha vida. Encontrei uma pessoa muito especial, que é o meu advogado. Estamos há sete meses juntos. Faço meus exercícios, saio, vou para minha igreja duas vezes por semana. Agradeço sempre a Deus. Por mais que enfrente dificuldades, sou muito grata.
É verdade que a senhora se tornou evangélica?
Me converti em abril de 2005. Foi a melhor coisa que fiz na vida. Hoje, eu freqüento a igreja, inclusive com a antiga mãe-de-santo que trabalhava para o Fernando (Collor) e para mim.
O ex-presidente recorria a rituais de umbanda para tentar se manter no poder?
Fazia. O que eu falei na “Veja” (*) é a pura verdade. Ele sempre achava que, se alguém mandasse alguma coisa ruim para ele, tinha que ser revidado. Então ele mandava, muito por ignorância. Funciona só pra quem acredita que o mal pode prevalecer. O ser humano acha que é assim, que se alguém faz o mal, pode mandar o mal de volta para a pessoa. Só que ele vai pagar depois, vai sofrer depois.
Chegava a haver sacrifícios de animais? A senhora acompanhava?
Havia vários sacrifícios de animais: Boi, galinha, etc. Eu não gostava muito, não. Quando tinha, eu me afastava, não gostava de assistir. Quem matava eram as pessoas que acompanhavam a mãe-de-santo. O problema é que eu não gostava de ver. Não gosto de ver ninguém sofrendo, nem uma galinha. Então todas as vezes que eu via que ia ter sacrifício, via que os animais estavam lá, presos e iam morrer, me afastava. Teve uma única vez que eu vi e passei muito mal, fiquei enjoada. Às vezes, ela queria que eu estivesse presente, porque achava que não adiantava só protegê-lo, que tinha que me proteger também. Nessas horas ela me chamava, mas eu não ia, não gostava mesmo de ver.
Na época, a senhora acreditava que dava resultado?
Eu acreditava que isso ajudava a proteger, que não era pra prejudicar ninguém. Agora, eu nunca acreditei nem nunca permiti que ela fizesse algo para prejudicar alguém. O Fernando já tinha uma cabeça diferente, ele falava ‘se me faz mal, que esse mal volte. Se a pessoa fez uma macumba para mim, que volte tudo para ela, então faça o que tem que ser feito’ “.
Collor chegou a pensar em suicídio depois do impeachment?
Eu tive medo que isso pudesse acontecer, porque ele estava muito deprimido, tomava muito remédio pra dormir. Fiquei muito preocupada no começo. Tínhamos armas dentro de casa e tirei tudo. Eu ficava muito assustada, aprendi a ter o sono muito leve. Qualquer movimento e eu acordava. Ele nunca chegou a dizer com todas as letras, mas eu tive esse receio. A verdade é que ele ainda era bastante jovem, e deveria pensar que tinha dois filhos pra criar, tinha a mim. Ele só não era muito ligado ao resto da família dele.
Ele chegou a pensar em vingança contra Pedro Collor, o irmão que foi peça-chave nas acusações de corrupção?
Ele tinha muita mágoa dele, dizia que a justiça tinha que ser feita, mas nunca chegou a tomar uma atitude nesse sentido. Se ele pensou nisso, nunca me falou. Mas sempre houve essa questão do amor e ódio entre os dois. Na verdade, eles nunca se deram muito bem, a não ser quando eram jovens, na hora da baderna. Eles bebiam juntos, farreavam muito, mas depois que se casaram nunca foram amigos. Acho que se suportavam e só. Mas era um problema com a família toda.
Na opinião da senhora, Fernando Collor foi ou é usuário de drogas?
Eu sempre ouvi falar, as pessoas sempre vieram me contar, mas com os meus olhos eu nunca vi. Passei 21 anos ao lado dele, enxergando os defeitos e virtudes, mas isso eu nunca testemunhei. Às vezes eu achava ele muito agressivo – ele ficava com os olhos vermelhos. Aí eu perguntava se ele tinha usado algo, mas ele sempre negou. Então eu achava que era efeito da bebida. Ele trabalhava muito, então acabava bebendo para relaxar, tomava uísque, vodca, mas você sabe como é. Um copo virava dois, três, quatro. E também tomava remédios para dormir, então, nesse sentido, ele usava algumas drogas. Mas cocaína, que falavam, nunca soube de verdade.
Na sua visão, ele praticou algum ato de corrupção enquanto foi presidente?
Não posso falar sobre esse assunto.
A senhora já esteve no topo do poder, foi primeira-dama do Brasil e agora é uma mulher comum. É mais feliz hoje?
Tenho 43 anos e aprendi a viver o momento. Tem gente que fica abalada com as dificuldades. Eu não, prefiro tirar ensinamentos. Nasci no interior, tive uma infância maravilhosa, vim para Maceió aos dez anos. Quando tinha 19 anos, reencontrei o Fernando e nos casamos em pouco tempo. Fui primeira-dama do meu estado aos 21 anos e aos 24 era a primeira-dama do país. Estive no topo, conheci reis, rainhas. Depois veio o impeachment, que foi uma verdadeira tragédia pra nós, e eu aprendi muito. Aproveitei aquele período para aprimorar meu inglês, meu francês, aprender espanhol, li muito. Eu não queria que ele voltasse à política, mas também jamais iria impedir. Nosso tempo em São Paulo foi maravilhoso também, mesmo quando ele tentou disputar a prefeitura e foi impedido. O problema foi que o sonho, em questão de segundos, acabou.
Como o sonho acabou?
O sonho de ser para a vida inteira. Primeiro, eu perdi a minha mãe, e antes perdi minhas filhas gêmeas, com três meses de gestação, que eu tinha conseguido fazendo tratamento. Um ano depois que a minha mãe morreu, eu estava em depressão. Tinha passado a vida inteira cuidando da depressão dele (Fernando Collor) e quando eu vi nos jornais, ele estava com outra mulher. Depois, ele teve duas filhas, inclusive através de tratamento no mesmo médico que ele havia me levado. Foi muito duro. Essa foi a maior mudança da minha vida. Minha maior dor foi a morte da minha mãe, a segunda foi ver que toda aquela nossa vida, 21 anos, tinha acabado.
Como tem sido a questão do divórcio entre a senhora e o ex-presidente?
Agora que ele foi eleito, tem sido uma pessoa muito ruim para mim. Fico muito triste. Eu tenho o direito de lutar para que ele me deixe bem. Ele tem uns dez carros em São Paulo, outros tantos aqui. Tem Mercedes, BMW, Cherokee. E me deixou aqui um Chrysler velho que não anda, está todo quebrado. Meu pai teve que me dar um Fiesta no ano passado, senão eu estaria a pé. Ele tem casas, não sei quantas coberturas aqui em Maceió, casa de praia, um baita apartamento em São Paulo, fazenda. Não acho justo não ter a minha parte. Pergunto: o que fiz de mal a ele? Aceito que ele diga até publicamente isso. Sempre estive ao lado dele.
Como foi esse processo de separação?
Cada dia ele cortava uma coisa. Primeiro, parou de pagar a comida dos cachorros. Quando saiu a notícia que ele estava com outra mulher, eu tinha acabado de voltar de São Paulo, tinha ido fazer compras. De uma hora pra outra, ele cancelou os cartões de crédito, raspou todas as nossas contas conjuntas, me deixou sem um real no banco, e sem sequer me avisar. Aí meus cheques todos voltaram, ligaram pra avisar que os cartões foram cancelados, ele me deixou numa situação complicadíssima. Hoje, estou viva porque Deus tem algo reservado para mim. Via ele fazendo coisas contra os outros, mas nunca achei que eu seria o alvo. Minha mãe me alertou muitas vezes sobre isso.
Como a senhora vê o ex-presidente hoje?
Com tudo isso, ele só mostrou que o sofrimento que passou na época do impeachment não lhe ensinou nada. Acho que ele foi injustiçado no passado. Existem pessoas que fizeram coisas muito piores que ele e estão aí, tiveram chance para mudar suas histórias. E ele não aproveita essa chance. O ódio tomou conta. Ele mostrou que a índole é ruim. Eu creio que ele foi o meu grande amor, mas também a minha maior decepção. Ódio dele eu não tenho, oro todos os dias pra não ter. Mas nem um bicho a gente trata como ele me tratou.
Além do problema com o dinheiro, o que mais ele fez?
Em 2006, me falaram pra me candidatar a algum cargo em Alagoas. Fizeram cartazes e cheguei a me filiar ao PRB. Você acredita que ele botou no partido o Euclides, primo dele, só pra me impedir de ser candidata? É uma coisa muito mesquinha, muito baixa. O Fernando é aquela pessoa que eu sempre acreditei que fosse melhorar. Continuo pedindo a Deus por esse milagre, porque teria que ser uma mudança muito profunda. Ainda temos que resolver umas coisas, o divórcio não saiu, então ele não pode se casar com a mulher dele.
Rosane Malta (ex-Collor) já havia concedido entrevista em janeiro de 2008 à Folha Universal, falando que Collor fazia macumba, quando era presidente, assistido por uma mãe-de-santo, com sacrifício de galinhas e bois.
A TV Globo não se interessou pelo assunto naquela época. Agora que o senador dirige suas baterias na CPI do Cachoeira contra a revista Veja (coisa que a Globo não admite porque também se sente atingida), a emissora levará ao ar no Fantástico desse domingo a entrevista repetindo o que já foi dito no jornal ligado aos donos da emissora concorrente, a Record, há quatro anos atrás, numa clara retaliação ao senador.
Eis a entrevista dada à Folha Universal em 31 de janeiro de 2008 (publicada na edição de 2 de fevereiro):
Como está a sua vida hoje?
Continuo lutando para que a justiça seja feita em relação à minha separação. Consegui um aumento de pensão de R$ 5,2 mil para R$ 11,8 mil, depois de três anos. Quando a gente está com a pessoa, as portas todas se abrem. Quando você está contra o poder – ele (Fernando Collor) é um senador –, fica complicado. Essa é a minha grande luta. No mais, continuo levando a minha vida. Encontrei uma pessoa muito especial, que é o meu advogado. Estamos há sete meses juntos. Faço meus exercícios, saio, vou para minha igreja duas vezes por semana. Agradeço sempre a Deus. Por mais que enfrente dificuldades, sou muito grata.
É verdade que a senhora se tornou evangélica?
Me converti em abril de 2005. Foi a melhor coisa que fiz na vida. Hoje, eu freqüento a igreja, inclusive com a antiga mãe-de-santo que trabalhava para o Fernando (Collor) e para mim.
O ex-presidente recorria a rituais de umbanda para tentar se manter no poder?
Fazia. O que eu falei na “Veja” (*) é a pura verdade. Ele sempre achava que, se alguém mandasse alguma coisa ruim para ele, tinha que ser revidado. Então ele mandava, muito por ignorância. Funciona só pra quem acredita que o mal pode prevalecer. O ser humano acha que é assim, que se alguém faz o mal, pode mandar o mal de volta para a pessoa. Só que ele vai pagar depois, vai sofrer depois.
Chegava a haver sacrifícios de animais? A senhora acompanhava?
Havia vários sacrifícios de animais: Boi, galinha, etc. Eu não gostava muito, não. Quando tinha, eu me afastava, não gostava de assistir. Quem matava eram as pessoas que acompanhavam a mãe-de-santo. O problema é que eu não gostava de ver. Não gosto de ver ninguém sofrendo, nem uma galinha. Então todas as vezes que eu via que ia ter sacrifício, via que os animais estavam lá, presos e iam morrer, me afastava. Teve uma única vez que eu vi e passei muito mal, fiquei enjoada. Às vezes, ela queria que eu estivesse presente, porque achava que não adiantava só protegê-lo, que tinha que me proteger também. Nessas horas ela me chamava, mas eu não ia, não gostava mesmo de ver.
Na época, a senhora acreditava que dava resultado?
Eu acreditava que isso ajudava a proteger, que não era pra prejudicar ninguém. Agora, eu nunca acreditei nem nunca permiti que ela fizesse algo para prejudicar alguém. O Fernando já tinha uma cabeça diferente, ele falava ‘se me faz mal, que esse mal volte. Se a pessoa fez uma macumba para mim, que volte tudo para ela, então faça o que tem que ser feito’ “.
Collor chegou a pensar em suicídio depois do impeachment?
Eu tive medo que isso pudesse acontecer, porque ele estava muito deprimido, tomava muito remédio pra dormir. Fiquei muito preocupada no começo. Tínhamos armas dentro de casa e tirei tudo. Eu ficava muito assustada, aprendi a ter o sono muito leve. Qualquer movimento e eu acordava. Ele nunca chegou a dizer com todas as letras, mas eu tive esse receio. A verdade é que ele ainda era bastante jovem, e deveria pensar que tinha dois filhos pra criar, tinha a mim. Ele só não era muito ligado ao resto da família dele.
Ele chegou a pensar em vingança contra Pedro Collor, o irmão que foi peça-chave nas acusações de corrupção?
Ele tinha muita mágoa dele, dizia que a justiça tinha que ser feita, mas nunca chegou a tomar uma atitude nesse sentido. Se ele pensou nisso, nunca me falou. Mas sempre houve essa questão do amor e ódio entre os dois. Na verdade, eles nunca se deram muito bem, a não ser quando eram jovens, na hora da baderna. Eles bebiam juntos, farreavam muito, mas depois que se casaram nunca foram amigos. Acho que se suportavam e só. Mas era um problema com a família toda.
Na opinião da senhora, Fernando Collor foi ou é usuário de drogas?
Eu sempre ouvi falar, as pessoas sempre vieram me contar, mas com os meus olhos eu nunca vi. Passei 21 anos ao lado dele, enxergando os defeitos e virtudes, mas isso eu nunca testemunhei. Às vezes eu achava ele muito agressivo – ele ficava com os olhos vermelhos. Aí eu perguntava se ele tinha usado algo, mas ele sempre negou. Então eu achava que era efeito da bebida. Ele trabalhava muito, então acabava bebendo para relaxar, tomava uísque, vodca, mas você sabe como é. Um copo virava dois, três, quatro. E também tomava remédios para dormir, então, nesse sentido, ele usava algumas drogas. Mas cocaína, que falavam, nunca soube de verdade.
Na sua visão, ele praticou algum ato de corrupção enquanto foi presidente?
Não posso falar sobre esse assunto.
A senhora já esteve no topo do poder, foi primeira-dama do Brasil e agora é uma mulher comum. É mais feliz hoje?
Tenho 43 anos e aprendi a viver o momento. Tem gente que fica abalada com as dificuldades. Eu não, prefiro tirar ensinamentos. Nasci no interior, tive uma infância maravilhosa, vim para Maceió aos dez anos. Quando tinha 19 anos, reencontrei o Fernando e nos casamos em pouco tempo. Fui primeira-dama do meu estado aos 21 anos e aos 24 era a primeira-dama do país. Estive no topo, conheci reis, rainhas. Depois veio o impeachment, que foi uma verdadeira tragédia pra nós, e eu aprendi muito. Aproveitei aquele período para aprimorar meu inglês, meu francês, aprender espanhol, li muito. Eu não queria que ele voltasse à política, mas também jamais iria impedir. Nosso tempo em São Paulo foi maravilhoso também, mesmo quando ele tentou disputar a prefeitura e foi impedido. O problema foi que o sonho, em questão de segundos, acabou.
Como o sonho acabou?
O sonho de ser para a vida inteira. Primeiro, eu perdi a minha mãe, e antes perdi minhas filhas gêmeas, com três meses de gestação, que eu tinha conseguido fazendo tratamento. Um ano depois que a minha mãe morreu, eu estava em depressão. Tinha passado a vida inteira cuidando da depressão dele (Fernando Collor) e quando eu vi nos jornais, ele estava com outra mulher. Depois, ele teve duas filhas, inclusive através de tratamento no mesmo médico que ele havia me levado. Foi muito duro. Essa foi a maior mudança da minha vida. Minha maior dor foi a morte da minha mãe, a segunda foi ver que toda aquela nossa vida, 21 anos, tinha acabado.
Como tem sido a questão do divórcio entre a senhora e o ex-presidente?
Agora que ele foi eleito, tem sido uma pessoa muito ruim para mim. Fico muito triste. Eu tenho o direito de lutar para que ele me deixe bem. Ele tem uns dez carros em São Paulo, outros tantos aqui. Tem Mercedes, BMW, Cherokee. E me deixou aqui um Chrysler velho que não anda, está todo quebrado. Meu pai teve que me dar um Fiesta no ano passado, senão eu estaria a pé. Ele tem casas, não sei quantas coberturas aqui em Maceió, casa de praia, um baita apartamento em São Paulo, fazenda. Não acho justo não ter a minha parte. Pergunto: o que fiz de mal a ele? Aceito que ele diga até publicamente isso. Sempre estive ao lado dele.
Como foi esse processo de separação?
Cada dia ele cortava uma coisa. Primeiro, parou de pagar a comida dos cachorros. Quando saiu a notícia que ele estava com outra mulher, eu tinha acabado de voltar de São Paulo, tinha ido fazer compras. De uma hora pra outra, ele cancelou os cartões de crédito, raspou todas as nossas contas conjuntas, me deixou sem um real no banco, e sem sequer me avisar. Aí meus cheques todos voltaram, ligaram pra avisar que os cartões foram cancelados, ele me deixou numa situação complicadíssima. Hoje, estou viva porque Deus tem algo reservado para mim. Via ele fazendo coisas contra os outros, mas nunca achei que eu seria o alvo. Minha mãe me alertou muitas vezes sobre isso.
Como a senhora vê o ex-presidente hoje?
Com tudo isso, ele só mostrou que o sofrimento que passou na época do impeachment não lhe ensinou nada. Acho que ele foi injustiçado no passado. Existem pessoas que fizeram coisas muito piores que ele e estão aí, tiveram chance para mudar suas histórias. E ele não aproveita essa chance. O ódio tomou conta. Ele mostrou que a índole é ruim. Eu creio que ele foi o meu grande amor, mas também a minha maior decepção. Ódio dele eu não tenho, oro todos os dias pra não ter. Mas nem um bicho a gente trata como ele me tratou.
Além do problema com o dinheiro, o que mais ele fez?
Em 2006, me falaram pra me candidatar a algum cargo em Alagoas. Fizeram cartazes e cheguei a me filiar ao PRB. Você acredita que ele botou no partido o Euclides, primo dele, só pra me impedir de ser candidata? É uma coisa muito mesquinha, muito baixa. O Fernando é aquela pessoa que eu sempre acreditei que fosse melhorar. Continuo pedindo a Deus por esse milagre, porque teria que ser uma mudança muito profunda. Ainda temos que resolver umas coisas, o divórcio não saiu, então ele não pode se casar com a mulher dele.
(*) No mês anterior, Rosane havia dado entrevista à Veja, também.
Em 2002, a Revista Época entrevistou a ex-mãe-de-santo.
Em 2002, a Revista Época entrevistou a ex-mãe-de-santo.
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