As supostas mensagens do ex-presidiário Ruben Quicoli divulgadas hoje em O Globo e na Folha deixam absolutamente claro que o caso, mais do que qualquer tentativa de tráfico de influência – que, é óbvio, não se consumou quando o BNDES jogou no lixo o pedido de financiamento da tal empresa EDRB – estamos tiante de um caso de tentativa de extorsão.
Tenha ou não havido intenção de servidores comissionados de influir em negócios com uma determinada empresa, o que se lê ali é a confissão de que este homem, que virou fonte de “verdades” para os grandes jornais e para a Rede Globo, exerce as pressões mais vis para obter vantagens, seja num negócio escuso que se estaria tentando – e que não se consumou, nem passou perto disso – seja para servir-se destes “documentos” para, quem sabe, “vender o escândalo” a algum interessado.
Este homem tem de ser chamado imediatamente a depor. O Ministério Público tem de pedir imediata apreensão de seus computadores e a quebra de seu sigilo bancário e da correspondência eletrônica que trocava. É indispensável saber com quem ele se correspondia, dentro e fora do Governo.
O cara faz evidentes ameaças – procedentes ou não, pouco importa – e isso não pode ser tratado com a leviandade que está sendo. O que está acontecendo é inacreditável: ninguém questiona a ação de um sujeitinho de quinta categoria e publicam tudo o que ele diz, irresponsavelmente.
A quebra de sigilos, que não colou, agora se vê, com a confissão da funcionária está na Folha, mas não na internet – revelou-se um simples caso de corrupção de quinta categoria, com sua declaração de que recebia, depoistados em sua conta, “agrados” de R$ 50 a R$100 de diversos contadores. É isso o “grave escândalo que vai mudar o processo eleitoral”.
Se a grande imprensa quer deixar que o destino deste país seja decidido com a ajuda de um desclassificado destes, é sinal de sua própria degradação. Mas o Ministério Público, o Dr. Gurgel que tão pressuroso se mostra em avaliar a gravidade do caso, está na obrigação de pedir estas medidas, e já. Este cidadão tem de ser conduzido a depor imediatamente. O tipo de fotografia que ele merece não são as que elegantemente os jornais publicam, mas aquelas outras, que tem número e identificação da dependência policial que as registrou.
Ou o Ministério Público acredita que possa ser institucional esta espécie de “Tribunal da Mídia”?
Quem é o “Roubnei”, o “consultor”herói da mídia.
Ou Rubnei Quicoli é um contumaz delinquente ou a Justiça Brasileira e o Ministério Público estão sendo esbofeteados pela imprensa. Este homem, que é colocado na condição de “herói” pelos grandes jornais e que tem suas afirmações reproduzidas em manchetes por eles e pela televisão é condenado diversas vezes na justiça, inclusive em segunda instância e os documentos estão aí, ao alcance de qualquer jornal.
Aqui, você pode ler o no Diário da Justiça o voto do relator da apelação criminal de número 0007953-14.2000.403.6105/SP, onde este homem é julgado por ter sido pego retirando um BMW roubado de uma oficina mecânica e, ainda por cima, portando sete notas falsas de R$ 50. Ele obteve uma redução de pena para “ 4 (quatro) anos de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, determinar o regime inicial aberto e substituir a pena privativa de liberdade por 2 (duas) restritivas de direito nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado”, por decisão do Desembargador André Nekatschalow. Na sentença, é mencionado que Rubnei já tinha sido condenado pelo mesmo tipo de crime (fls. 463), mas que não foi considerado reincidente apenas pelo fato de est outra sentença ainda não ter transitado em julgado.
O documento é original, certificado eletronicamente e não foi obtido por nenhuma investigação senão um acesso ao Google, digitando “sentença rubnei quicoli”. Nada mais. O acórdão foi expedido agora, dia 26 de abril deste ano, por unanimidade de votos.
E o antecedente? É a sentença da juíza de Campinas, Dra. Carla dos Santos Fullin Gomes, obtida na internet, noTribunal de Justiça de São Paulo, cuja a imagem reproduzo aí em cima, por receptação de carga roubada e coação de testemunha. Sua leitura dispensa qualquer comentário.
Este é o herói da mídia. Este é o homem que serve para que ela tente manipular a vontade eleitoral do povo brasileiro.
Sugiro, publicamente, que os partidos políticos publiquem estes documentos como matéria paga na capa dos jornais. Se o Ministério Público não age, ajamos nós. Vamos levar a verdade ao conhecimento de todos. Essa missão deveria ser da imprensa, bem como a de noticiar a apuração de qualquer desvio de conduta de qualquer integrante do poder público.
Mas não há imprensa, há é um partido político da mídia, que coloca todas as suas fichas no golpismo e que não hesita em publicar, escandalosamente, as acusações de um comprovado delinquente de quinta categoria.
Lobby na Casa Civil fracassou, ao encontrar pela frente uma muralha instransponível
Fabio Baracat não é dono de empresa, não trabalha nas empresas que disse atuar, e aparentemente tentou azeitar negócios entre empresas e governo fora dos caminhos regulares. Então é lobista.
Seu lobby para a empresa Via Net Express, cujo contrato foi exibido na revista Veja, é uma fraude, segundo a empresa, que o está processando.
Outra empresa acusada de ser beneficiada, a MTA (Master Top), em vez de ganhar um contrato no Correio, perdeu para a segunda colocada na licitação, por desclassificação técnica. Briga na justiça contra os Correios para manter sua vitória na licitação. Então se houve tentativa lobby, o efeito foi o contrário: em vez de ganhar contratos, perdeu.
O ex-presidiário Rubnei Quícoli, também não é sócio da empresa EDRB e só tem vínculos nebulosos com a empresa, então é lobista.
Seu lobby era conquistar um mirabolante empréstimo de R$ 9 bilhões no BNDES para um projeto de geração de energia solar. Foi vetado, logo o lobby fracassou.
É preciso observar que empréstimo de R$ 9 bilhões do BNDES é coisa para empresas do porte da Vale, ou consórcio de empresas. Portanto é inverossímil que a EDRB tivesse acesso à um volume de empréstimos destes. A hidrelétrica de Jirau está orçada em menos do que isso. Se o projeto de energia solar gerasse um volume de Mega-watts semelhante e a tarifas competitivas, faria sentido a CHESF receber o empréstimo do BNDES e comprar produtos e serviços da empresa EDRB e de outras empreiteiras.
A coisa começa a ficar clara, quando junta-se o que ele disse em uma entrevista na "Folha" e as trocas de emails (descritas no jornal demo-tucano O Globo) onde o ex-presidiário faz ameaças e chantagens ao ex-assessor demitido da casa civil Vinícius de Oliveira Castro.
O ex-presidiário diz que:
- se aproximou de Marco Antonio Oliveira (ex-diretor dos Correios), que o apresentou ao sobrinho, Vinícius de Oliveira Castro, que trabalhava na Casa Civil.
- Vinicius teria blefado, se apresentando aos lobistas como se tivesse influência para aprovar projetos, desde que o interessado assinasse contratos com a empresa Capital Assessoria (segundo disse o ex-presidiário).
- o ex-presidiário pediu o contrato insinuando que estaria interessado em fechar;
- com o contrato em mãos, o ex-presidiário passou a ameaçar Vinícius com escândalo, caso o tal empréstimo do BNDES não fosse aprovado (a nota abaixo dá os detalhes);
- Após ameaçar e estabelecer um prazo limite até 1 de fevereiro, senão denunciaria o contrato à imprensa e ao Serra.
Desde 2 de fevereiro que o ex-presidiário não cumpriu a ameaça, e seu lobby e chantagens não surtiram qualquer efeito. O projeto da empresa EDRB não foi aprovado pelo governo, por critérios técnicos.
Isso só vem a comprovar que Dilma nada tinha a ver com essa gente, e que se houve tentativa de lobby querendo infiltrar na Casa Civil, bateu de frente com Dilma, como uma muralha intransponível.
Ficou o forte cheiro de que o ex-presidiário lobista, se achando esperto demais, esteja querendo eleger Serra, para conseguir liberar a mirabolante quantia de R$ 9 bilhões para ele, num hipotético governo do Zé Baixaria.
O jornal não mostra respostas de Vinicius (se houveram) e dos demais envolvidos, por isso a reportagem fica comprometida e não dá para tirarmos conclusões definitivas, se haveria também um "conto do vigário" aplicado sobre lobistas.
Mas, se estes email forem como diz o jornal, já tem o suficiente para o ex-presidiário voltar a ser presidiário, por chantagem.
É este ex-presidiário que gravou e atuou no programa do Zé Baixaria, e que o Jornal Nacional em vez de chamá-lo de lobista (o que nem deprecia), o reverencia ora como empresário, ora como consultor.
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