quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

MENTIRÃO DO STF



Hildegard Angel: Sobre a “manipulação de uma mídia voraz”

publicado em 31 de janeiro de 2013 às 13:18
MINHA FALA NO ATO NA ABI PELA ANULAÇÃO DO JULGAMENTO DO MENSALÃO
Por Hildegard Angel, em seu blog, via Julio Cesar Macedo Amorim
Venho, como cidadã, como jornalista, que há mais de 40 anos milita na imprensa de meu país, e como vítima direta do Estado Brasileiro em seu último período de exceção, quando me roubou três familiares, manifestar publicamente minha indignação e sobretudo minha decepção, meu constrangimento, meu desconforto, minha tristeza, perante o lamentável espetáculo que nosso Supremo Tribunal Federal ofereceu ao país e ao mundo, durante o julgamento da Ação Penal 470, apelidada de Mensalão, que eu pessoalmente chamo de Mentirão.
Mentirão porque é mentirosa desde sua origem, já que ficou provada ser fantasiosa a acusação do delator Roberto Jefferson de que havia um pagamento mensal de 30 dinheiros, isto é, 30 mil reais, aos parlamentares, para votarem os projetos do governo.
Mentira confirmada por cálculos matemáticos, que demonstraram não haver correlação de datas entre os saques do dinheiro no caixa do Banco Rural com as votações em plenário das reformas da Previdência e Tributária, que aliás tiveram votação maciça dos partidos da oposição. Mentirão, sim!
Isso me envergonhou, me entristeceu profundamente, fazendo-me baixar o olhar a cada vez que via, no monitor de minha TV, aquele espetáculo de capas parecendo medievais que se moviam, não com a pretendida altivez, mas gerando, em mim, em vez de segurança, temor, consternação, inspirando poder sem limite e até certa arrogância de alguns.
Eu, que já presenciara em tribunais de exceção, meu irmão, mesmo morto, ser julgado como se vivo estivesse, fiquei apavorada e decepcionada com meu país. Com este momento, que sei democrático, mas que esperava fosse mais.
Esperava que nossa corte mais alta, composta por esses doutos homens e mulheres de capa, detentores do Supremo poder de julgar, fosse imune à sedução e aos fascínios que a fama midiática inspira.
Que ela fosse à prova de holofotes, aplausos,  projeção, mimos e bajulações da super-exposição no noticiário e das capas de revistas de circulação nacional. E que fosse impermeável às pressões externas.
Daí que, interpretação minha, vimos aquele show de deduções, de indícios, de ausências de provas, de contorcionismos jurídicos, jurisprudências pós-modernas, criatividades inéditas nunca dantes aplicadas serem retiradas de sob as capas e utilizadas para as condenações.
Para isso, bastando mudar a preposição. Se ato DE ofício virasse ato DO ofício é porque havia culpa. E o ônus da prova passou a caber a quem era acusado e não a quem acusava. A ponto de juristas e jornalistas de importância inquestionável classificarem o julgamento como de “exceção”.
Não digo eu, porque sou completamente desimportante, sou apenas uma brasileira cheia de cicatrizes não curadas e permanentemente expostas.
Uma brasileira assustada, acuada, mas disposta a vir aqui, não por mim, mas por todos os meus compatriotas, e abrir meu coração.
A grande maioria dos que conheço não pensa como eu. Os que leem minhas colunas sociais não pensam como eu. Os que eu frequento as festas também não pensam, assim como os que frequentam as minhas festas. Mas estes estão bem protegidos.
Importa-me os que não conheço e não me conhecem, o grande Brasil, o que está completamente fragilizado e exposto à manipulação de uma mídia voraz, impiedosa e que só vê seus próprios interesses. Grandes e poderosos. E que para isso não mede limites.
Esta mídia que manipula, oprime, seduz, conduz, coopta, esta não me encanta. E é ela que manda.
Quando assisti ao julgamento da Ação Penal 470, eu, com meu passado de atriz profissional, voltei à dramaturgia e me lembrei de obras-primas, como a peça As feiticeiras de Salém, escrita por Arthur Miller. É uma alegoria ao Macartismo da caça às bruxas, encetada pela direita norte-americana contra o pensamento de esquerda.
A peça se passa no século 17, em Massachusets, e o ponto crucial é a cena do julgamento de uma suposta feiticeira, Tituba, vivida em montagem brasileira, no palco do Teatro Copacabana, magistralmente, por Cléa Simões. Da cena participavam Eva Wilma, Rodolpho Mayer, Oswaldo Loureiro, Milton Gonçalves. Era uma grande pantomima, um julgamento fictício, em que tudo que Tituba dizia era interpretado ao contrário, para condená-la, mesmo sem provas.
Como me lembro da peça Joana D’Arc, de Paul Claudel, no julgamento farsesco da santa católica, que foi para a fogueira em 1431, sem provas e apesar de todo o tempo negar, no processo conduzido pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon, que saiu do anonimato para o anonimato retornar, deixando na História as digitais do protótipo do homem indigno. E a História costuma se repetir.
No julgamento de meu irmão, Stuart Angel Jones, à revelia, já morto, no Tribunal Militar, houve um momento em que ele foi descrito como de cor parda e medindo um metro e sessenta e poucos. Minha mãe, Zuzu Angel, vestida de luto, com um anjo pendurado no pescoço, aflita, passou um torpedo para o então jovem advogado de defesa, Nilo Batista, assistente do professor Heleno Fragoso, que ali ele representava. O bilhete dizia: “Meu filho era louro, olhos verdes, e tinha mais de um metro e 80 de altura”. Nilo o leu em voz alta, dizendo antes disso: “Vejam, senhores juízes, esta mãe aflita quebra a incomunicabilidade deste júri e me envia estas palavras”.
Eu era muito jovem e mais crédula e romântica do que ainda sou, mas juro que acredito ter visto o juiz militar da Marinha se comover. Não havia provas. Meu irmão foi absolvido. Era uma ditadura sanguinária. Surpreende que, hoje, conquistada a tão ansiada democracia, haja condenações por indícios dos indícios dos indícios ou coisa parecida…
Muito obrigada.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Canal do Sertão


Os cães ladram e a caravana passa...


Canal do Sertão entra em operação.

Da Redação, com assessoria
Após a conclusão dos primeiros testes das bombas do Canal do Sertão, a maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas entrou em operação na noite desta segunda-feira (28). O anúncio foi feito via Twitter pelo governador Teotonio Vilela Filho e pelo secretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fireman, que estão em Delmiro Gouveia nesta terça-feira (29) para acompanhar o bombeamento das primeiras águas ao longo dos 65 quilômetros iniciais do canal.
O início da operação do Canal do Sertão vai permitir a distribuição de água ao longo dos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca, já na divisa com Olho D’Água do Casado.
“Testes concluídos no Canal do Sertão. Neste exato momento está chegando água no canal. Confesso minha emoção com a notícia. Estarei lá para comemorar com os trabalhadores esse momento histórico para Alagoas e nosso Sertão. Que Deus nos abençoe e abençoe o povo sertanejo do nosso Estado”, publicou em seu Twitter o governador Teotonio Vilela, após receber de técnicos a notícia do acionamento das bombas.
O secretário Marco Fireman também comentou o assunto na rede social. “Se o Canal do Sertão era um sonho, neste exato momento podemos dizer: agora ele é realidade, alagoanos e alagoanas!”, comemorou Fireman.
canal do sertão
De acordo com o governo, a inauguração oficial dos primeiros trechos do Canal do Sertão será agendada para depois do Carnaval, com a presença da presidente Dilma Rousseff.
No início da manhã desta terça-feira, a água já atingia o km 16 do canal e a perspectiva é de que dentro de uma semana a água alcance o km 65. Para a inauguração, a lâmina de água que percorrerá o canal terá 1,9 m de altura. Quando a obra estiver totalmente finalizada a altura será de 2,8 m.
Obra
Inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Canal do Sertão é a maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas e uma das maiores do Nordeste. Ele alcança 42 municípios e mais de 1 milhão de alagoanos, levando água para a população sertaneja anualmente atingida pela seca.
O Governo do Estado concluiu os dois primeiros trechos do canal, alcançando o km 65, e as obras do terceiro trecho (foto abaixo) já foram iniciadas, com serviços em andamento e recursos garantidos pelo Ministério da Integração Nacional até o km 78. Quando estiver concluído, o Canal do Sertão alcançará a marca de 250 km de extensão, ligando Delmiro Gouveia a Arapiraca.
canal

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eu não quero luz barata.- ELEITOR DO PSDB, DEM, PPS e afins...


Tentar calar a presidente Dilma tampouco é uma boa idéia

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Apesar do poder que a mídia revelou recentemente de intimidar ou aliciar setores do Judiciário, entre tantos outros, o desenrolar de sua tentativa de fabricar hipótese de um catastrófico racionamento de energia só fez comprovar, mais uma vez, que ter dinheiro e poder político não significa que o detentor dessas vantagens seja inteligente.
Se pensarmos bem, no entanto, descobriremos que isso que se diz “imprensa” vem dando, ao longo dos últimos dez anos, reiteradas exibições de ausência de neurônios. O dito Partido da Imprensa Golpista e seu braço político, o PSDB, lá atrás, foram contra o Bolsa Família.
Foram, também, contra as cotas nas universidades.
Foram, também, contra o programa Luz Para Todos.
Foram, também, contra os aumentos reais do salário mínimo.
Foram, também, contra o PAC – e continuam sendo.
Foram, também, contra o Minha Casa, Minha Vida.
Foram, também, contra a liderança estatal em investimentos durante a crise de 2008/2009.
Foram, também, contra a redução dos juros.
Agora, mídia, PSDB e alguns satélites deles são contra, obviamente, redução nas contas de luz. E persiste a mesma estratégia fracassada de darem explicações complicadas, ininteligíveis mesmo sobre por que mais uma medida tão popular seria ruim para o país.
Li uma versão dessas explicações do inexplicável que é hilariante. Como não podia deixar de ser, a matéria saiu na Folha de São Paulo eletrônica de ontem. O título da tal cretinice é “Luz mais barata ‘corroi’ verbas sociais”.
Segundo três repórteres malucos que assinam a matéria, “A conta de luz ainda não está mais barata, mas a medida (…) já tem efeitos colaterais. Para compensar a perda de receita com a diminuição das tarifas, as estatais elétricas estão cortando investimentos em patrocínio social, esportivo e institucional”.
Quem, aí, topa pagar mais caro pela energia para que essas abnegadas “estatais elétricas”, que de “estatais” não têm nada, continuem financiando times de futebol como o Avaí e o Figueirense?
Se algum infeliz industrial que não consegue competir porque o preço da energia elétrica no Brasil é um dos mais caros do mundo vier a ler essa matéria, terá uma síncope. Aquela mãe de família que conta os centavos todo mês para alimentar seus filhos e que terá alívio na conta de luz, idem.
A burrice é tão gritante que chega a dar vergonha alheia.
Com tanto dinheiro e poder, será que não tem ninguém no PIG com competência para informar a Marinho, Frias, Civita e Mesquita que a estratégia de criticar tudo o que o governo faz de bom e que o povo apoia, é fria?
Pelo visto, não tem.
Mas, agora, vemos o PSDB e a mídia se superarem ao investirem contra o direito da presidente da República de expressar publicamente a sua opinião sobre as críticas públicas que esses seus adversários vêm fazendo e de anunciar medida que revolucionará a economia do país.
Parênteses para explicar essa revolução econômica: o ganho de competitividade da indústria e o alívio nos orçamentos familiares dos setores mais pobres da sociedade tornarão os produtos brasileiros mais competitivos e injetarão quantidade gigantesca de recursos na economia.
Voltando à pretensão destro-midiática de calar Dilma para que não comprove que quem previu desgraças se deu mal, tal conduta só mostra que a oposição assumida e a enrustida não têm como travar debate público, restando-lhes, assim, a “ideia” de tentarem calar a adversária.
Se todas as “idéias” anteriores dessa gente se revelaram uma pior do que a outra, pois tudo que a oposição-midiática combateu deu tanto certo que teve que parar de criticar, essa última “ideia” em nada difere daquelas. E talvez seja até pior…
O que o cidadão irá pensar ao descobrir que tentaram impedir a presidente da República de dizer ao povo que a elegeu que discorda das críticas ao seu governo e por que discorda, além de anunciar medida que fortalece tal discordância? Não irá concluir que tentam impedir a presidente de melhorar a sua vida?
Depois, na próxima eleição, os tucanos farão como Serra em 2010, quando pôs Lula em sua propaganda e jurou ao eleitorado que, eleito, continuaria a obra dele. Em 2014, quando o tucano da vez fizer isso com Dilma, estará muito bem documentado tudo o que o PSDB disse sobre medidas que o povo vem apoiando com tanto entusiasmo.
*
PS: seria democrático da parte do governo Dilma abrir a quem não curtiu a energia elétrica mais barata a opção de continuar pagando mais caro por ela, não acham?


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Perdeu PIG, perdeu. Outra vez, né?


Dilma reage com ‘bomba atômica’ ao catastrofismo midiático

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Não poderia ser melhor a reação do governo Dilma Rousseff a um processo que começou há meses e que, neste mês, chegou ao ápice com manchetes espalhafatosas dando conta de que o Brasil estaria na iminência de sofrer um “racionamento” de energia devido à baixa do nível dos reservatórios das hidrelétricas ocasionada por falta de chuva.
Além da boataria desencadeada pelos jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo sobre possível “racionamento” – boataria que chegou aos telejornais –, os comentários da grande mídia sobre a economia vêm pintando um país à beira da ruína e da estagnação, com alusões catastrofistas sobre o crescimento modesto do PIB em 2012 e “perda de confiança dos investidores”.
Por razões que serão comentadas mais adiante, porém, vai ficando claro para o Brasil e o mundo que ninguém mais está dando bola para essa verdadeira cruzada da dita “grande imprensa” no sentido de convencer o país de que está indo muito mal, obrigado.
A edição deste ano do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, conta com uma pesquisa feita entre os 1.330 empresários que discutirão a economia mundial. Essa pesquisa mostra que Brasil fica em 4º lugar no otimismo dessas pessoas.
Brasil é citado por 15% dos “CEOs” convocados para o evento como sendo um dos três países mais importantes para o crescimento das empresas, mas não é só.
Quem assiste os “Jornais Nacionais” da vida ou lê os veículos impressos supracitados, entre outros, certamente ficará surpreso em saber que, entre os empresários brasileiros convocados para aquele evento, um expressivo contingente deposita muita confiança na economia do país.
Segundo o colunista da Folha de São Paulo Clóvis Rossi, em matéria na Folha de São Paulo da última quarta-feira (23.1), “Fatia substancial do empresariado brasileiro não compartilha o catastrofismo que, nos últimos meses, acompanha as análises sobre as perspectivas da economia no país. Ao contrário: 44% deles estão muito confiantes no crescimento das receitas de suas companhias, porcentagem de otimistas que só fica atrás da dos executivos russos (66% de otimistas), indianos (63%) e mexicanos (62%)”.
Como se vê, não é só o “povo ignorante” que confia no governo Dilma. Os mais importantes empresários brasileiros e estrangeiros estão dando uma banana para o que o colunista supracitado chamou de “catastrofismo”.
E essa perda de confiança nesses grandes meios de comunicação escritos e eletrônicos pode ser explicada por um episódio ocorrido na noite da última quarta-feira, com pronunciamento da presidente Dilma em rede nacional de rádio e televisão.
A presidente usou uma “bomba atômica” para provar que eram falsas as “análises”, “previsões”, editoriais e artigos que Globos, Folhas, Vejas e Estadões alardeiam a meses sobre supostas desgraças que estariam se abatendo sobre o país.
Em seu pronunciamento de quarta-feira, a mandatária provou que o “catastrofismo” a que se refere Clóvis Rossi decorreu de interesses políticos e econômicos contrariados com o bom momento que o Brasil atravessa justamente quando o mundo se debate em meio à maior crise econômica internacional da história.
Nesse contexto, foi sintomática a cadência do noticiário sobre desgraças econômicas no país. Primeiro, os veículos supracitados promoveram alarmismo com a iminência de um suposto “racionamento” de energia. Vendo que não viria, passaram a noticiar um suposto “apagão”. Descartada mais essa desgraça, começaram a falar em “apaguinhos”.
Devido à contundência e à insistência do noticiário alarmista, mesmo os mais desinformados foram “informados” sobre supostos problemas na geração de energia elétrica no país. Este blog, porém, desde o começo do ano vinha avisando que os que estavam apostando nessa nova desgraça colheriam frutos amargos.
Em 7 de janeiro, publicou-se, aqui, o post Imprensa tucana inventa apagão para tentar sabotar a economia.
O texto alertava para o fato de que a teoria sobre “racionamento” causaria problemas na economia porque empresários e investidores desinformados se assustariam. No dia seguinte, o noticiário foi tomado por notícias de quedas generalizadas dos preços das ações das empresas geradoras e distribuidoras de energia elétrica, com baixas de até 35%.
Em questão de dias, essas ações se recuperaram, quando ficou claro que não havia risco de racionamento.
Em 9 de janeiro, o Blog veiculou post intitulado Dilma acha que “bater boca” com a mídia é “perda de tempo”. Abaixo, trecho que, mais uma vez, avisou à mídia que estava enveredando por uma estratégia de guerra política que se revelaria infrutífera.
—–
(…) há muito que a presidente já decidiu que “não vale a pena bater boca com a mídia”. Foi-me dado exemplo dessa questão do setor elétrico. Dilma já desmentiu várias vezes o “racionamento” e a mídia, além de não dar o devido destaque às suas palavras, desmente o que diz.
A alternativa seria enveredar por um bate-boca inútil, pois os grandes veículos que tentam aterrorizar a população sempre ficam com a última palavra, já que quem formata o noticiário são eles. Assim como em outras questões, tais como o crescimento modesto do PIB em 2012, portanto, a presidente julga que é melhor deixar que os fatos desmintam a mídia.
Explico: em pouco tempo, os brasileiros receberão contas de luz mais baratas, com desconto médio de 20%, e não terá ocorrido racionamento algum. Dessa forma, quem está recebendo as tais informações de que além de racionamento haverá aumento na conta de luz, concluirá que recebeu informações falsas daqueles meios de comunicação.
Além disso, como o noticiário tem insistido no fato de que os reservatórios estão no mesmo nível de 2001 – quando o governo FHC impôs um duro racionamento ao país –, ao constatarem que, além de não haver racionamento, a energia ficou mais barata, as pessoas poderão mensurar a superioridade deste governo sobre aquele.
—–
Na última quarta-feira, as previsões – ou avisos – que foram veiculados aqui ganharam materialidade. A presidente da República, em cadeia nacional de rádio e televisão, anunciou que, contrariando o alarmismo que dizia que as contas de luz cairiam menos ou nem cairiam, estas irão cair mais do que o previsto. E antes.
A previsão de redução das contas de luz residenciais, que era de 14%, passou para 18%; a redução das contas das empresas, que deveria ficar em 28%, deve passar, em alguns casos, de 32%. E, por fim, o início da redução, que só viria em março, foi antecipado para janeiro.
As dezenas de milhões de brasileiros de todas as classes sociais e regiões do país que foram alvo do alarmismo midiático verão se materializar, em questão de dias ou semanas, uma realidade que vai de encontro ao que Globos, Folhas, Vejas e Estadões alardearam.
Assim, a cada dia menos gente vai dando bola para o que esse setor partidarizado da imprensa nacional diz sobre os rumos do Brasil e sobre a forma como o país vem sendo governado. O pronunciamento recente de Dilma, nesse aspecto, constituiu-se em uma bomba atômica, que pode ter inserido o último prego na tampa do caixão da credibilidade midiática.
*

Para quem não viu, vale a pena assistir ao último pronunciamento da presidente Dilma Rousseff.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FÉ DEMAIS, FÉ DE MENOS


Caiu na rede
Como manter a virgindade sem perder o namorado

Pesquei no Facebook da Ivone Pita. É hilário.

VELHA MÍDIA


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

“Não gosto de você por preferir ver tv a fazer sexo"


Do Diário do Centro do Mundo
KIKA SALVI

Uma crônica de amor e desamor de autoria da jornalista e escritora paulista Kika Salvi
Não gosto de você porque não há calor no seu olhar. Porque você come demais, se preocupa muito com comida, e quando não está comendo, está pensando em comer. E se não está pensando, está gastando calorias, com ginástica, para poder comer ainda mais.
Não gosto de você porque sua vida é meio besta, modorrenta, dedicada à TV, ao sono e a encher a pança. Não gosto de você por beber tanto que me afasta, porque começa de manhã, quando na praia, e só encerra quando cai, de sono e excesso etílico-goumet.
Não gosto de você porque se interessa em demasia pelas guerras, e por tudo quanto tenha potencial destruidor: aviões de guerra, submarinos, tornados, maremotos. E porque dirige como fosse o dono do pedaço, desprezando infelizes com seus carros mixurucas, tão inferiores à sua máquina – um “verdadeiro avião”. Você acredita no direito de passar por cima de tudo e de todos que estejam à sua frente (e que ousem lá ficar, você tem que ser sempre o abre-alas da auto-estrada).
Não gosto de você porque, quando bebe, se enternece, até beira a afeição, mas normalmente é um tanto frio (eu detesto homens frios). Porque bebe e se lembra de fumar, e parece uma chaminé de detritos gasosos, baforando sua fumaça fedorenta no ambiente e estragando meu cabelo tão lavado pra ser sua.
Não gosto de você por não dar beijo no escurinho do cinema, e voltar sua atenção todinha para o filme, enquanto palpito de vontade de um abraço sem-vergonha.
Não gosto de você por preferir comer a fazer sexo, ver TV a fazer sexo, ler a fazer sexo, dormir a fazer sexo, ou não fazer porra nenhuma a fazer sexo, enquanto queimo ao seu lado encenando boa companhia. Não gosto de você por roncar alto, mais ainda quando bebe, e viver anunciando que é o silêncio em pessoa quando dorme.
Não gosto de você por ser travado, e porque não é tarado (ao menos não por mim). Porque não te excito facilmente, e porque não brinca com meu corpo. E porque acaba o amor e vai correndo se lavar, e quando volta pega o livro da cabeceira em vez de ficar me namorando.
Não gosto de você por ter muito dinheiro e liberdade, não é apegado a nada e vive planejando uma viagem. Porque nunca está aqui, comigo, e sempre em busca de uma certa transcendência que nem o álcool nem os prazeres vão te dar, nem os livros ou o cinema, nem a casa sempre cheia de supostas amizades. Nada disso vai tapar os seus buracos, não percebe? Seu retrato é desespero, e não sou chave suficiente para entrar por essa porta.
Não gosto de você porque é volúvel, muda de idéia o tempo todo (e assim me desampara). Mas acima de tudo não gosto de você por não ter sofrido com a ausência, disso que eu chamava de amor e queria tanto oferecer. Porque não me pediu para ficar, porque não se apaixonou e me fez crer que estava quase (existirá um meio-termo?). Você gosta mais de plantas, e da Lua, e da horta, do que gosta de mim. É assustadoramente solto na vida, e afugenta seus demônios num ócio de riquinho, entediado, sempre ao sol, sempre regado a bebida e com mulher ao lado, de enfeite, seja eu ou qualquer outra (você tem sempre companhia, embora nunca seja intenso, e nunca está acompanhado).
Você dizia me adorar, que eu era importante, que o fazia sentir coisas que nunca tinha sentido, e que descobriu-se diferente do que sempre acreditou, que eu fazia bem. Depois me desprezou, deixou que eu fosse embora dizendo que era certo, melhor agora que depois, que eu me “machucaria ainda mais”. E você, não sentiu nada? Não gosto de você por tudo isso, e por não lamentar a minha perda, enquanto me debato e desespero com a sua.
Há uma semana terminamos. E hoje desagüei o choro que a semana inteira controlei. Choro doído, de saudade do abraço, de ouvir a voz ao telefone, da mão quente me alisando noite adentro. Chorei por não sentir mais o seu cheiro, tão gostoso, tão perfeito, misturado com o meu quando fomos amorosos e carnais. Chorei de medo de nunca mais ser abraçada enquanto durmo, você sempre me abraçava e eu sempre percebia, mesmo dizendo que dormia a sono solto. Chorei de dor por não ser amada por você, que me cobria de gentilezas mas nunca foi íntimo, e eu sabia, de algum jeito, que isso tudo ia acabar.
Tentava acreditar que as coisas iam melhorar, que com algum tempo você acabaria se entregando, e me amando, e seria parte indivisível da minha vida. Chorei porque penso em você o tempo todo, tentando não pensar, e quase morro quando acho que para você foi um alívio. Eu pedia demais, você me disse, e depois desconversou, alegando brincadeira, mas eu sabia que mentia. Não estava em você aquilo tudo que eu queria, e que sentia mesmo sem correspondência.
Ando na rua com muito medo de te ver, e ensaio caras e trejeitos que disfarcem a minha dor. Quero estar linda e ensolarada quando a gente se cruzar, e jamais saio de casa aparentando desconsolo. Ensaio risos, frases animadas e postura de altivez quando por dentro estou secando, e não me canso de torcer para que o encontro aconteça.
E quando passa um carro igual ao seu, meu peito explode de aflição. Porque eu sei que se você me tratar mal, se for frio ou impessoal, eu vou chorar na sua frente. E se me tratar com doçura, vou lamentar ainda mais a sua perda. E se for artificial, vou lamentar ter te amado. E se não quiser voltar pra mim, vou agarrar no seu pescoço implorando que repense, que me veja, que enxergue o que há de bom (é tanta coisa, meu amor) e me peça pra voltar.
Uma vez você escreveu que não gostava muito de mim, e tampouco gostava bastante, mas que gostava demais. Eu quase respondi que nós dois sabíamos que isso era mentira, porque gostar demais é perder o controle sobre o afeto, é um adorar desembestado, e nunca vi em seu sentimento algo que assim se parecesse. Se eu tivesse dito, aquele dia, o que pensei, o que teria acontecido? Talvez você tivesse encerrado o que só depois eu encerrei, com o seu consentimento tão isento, tão sem dor e hesitação. Doeu tanto.
Sei que deus não existe, pelo menos nunca me deu bola, mas rezo a deus que isso passe. Que eu não pense em você todo segundo do relógio, e sonhe a noite inteira, e acorde desolada. Se ele existe, essa dor há de passar, e de cessar o quanto antes, porque meu coração se tornou carne moída, não dá conta de levar pro corpo o oxigênio que preciso. É isso, estou beirando a asfixia, e você tão satisfeito, alheio a tudo e distante, em sua vida regradinha e sem lastro, sem nenhum vínculo importante. Você respira livremente, talvez até já olhe em volta, posso jurar que está tranqüilo, e eu num abismo tão doído. E não me canso de pensar, afinal de contas, por que é que eu gosto tanto de você?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Garçons


Viver no Rio - comendo fora

Não é só no Rio



Garçons

A principal tarefa do garçom carioca é cuidar para nunca estabelecer contato visual 
com o cliente. Se os olhos do garçom cruzam com os do cliente, pode ser que este o 
chame. O cliente fará um pedido qualquer. O garçom será obrigado a atendê-lo.
 O cliente ficará satisfeito. Isso é algo a ser evitado a todo custo.

Não é fácil. Não dá para ficar passando um pano qualquer
 sobre as mesas vazias, de olhos baixos. Não o tempo todo. Virar de costas também é 
expediente que serve apenas para as emergências. Há que desenvolver o chamado 
"olhar de garçom": vagamente remoto, fixo no infinito, passando por cima das cabeças d
aqueles que tentam desesperadamente chamá-lo para pedir mais um chope ou uma
porção de batatinhas.

Há variações. Os garçons do restaurante Lagoa, por exemplo. Eles são famosos por seu 
mau humor. Até vão à sua mesa. Mas de cara amarrada. Como é mesmo esse filé a 
Oswaldo Aranha? Quem nem qualquer filé a Oswaldo Aranha da cidade, senhor. 
Dá para trocar o arroz com brócolis por arroz branco? Não dá, o prato é assim, 
se não gostar pede outro.

Nos restaurantes do Rio, não basta ser cliente assíduo. Tem que conquistar a amizade do 
garçom. O pessoal de São Paulo pensa que é preciso dar boas gorjetas. Por isso, são 
atendidos na maior má-vontade. Tem que chamar o garçom pelo nome de batismo, 
perguntar pelas crianças, saber como anda a saúde da sogra. Aí você vai ser tratado 
como um rei. Como um rei, não. Como um consumidor que paga para ser atendido, 
esperando um bom serviço daquele estabelecimento comercial.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Aconteceu em Curitiba : TFP x GLTB

Curitibanos travam guerra nas ruas e na internet contra movimento homofóbico da TFP; veja o vídeo




Na segunda-feira à noite (14), centenas de curitibanos enfrentaram nas ruas uma anacrônica marcha pela Tradição, Família e Propriedade (TFP). A manifestação da organização neofascista era contra o casamento gay (leia mais sobre isso clicando aqui). Houve empurra-empurra no entorno da Praça Tiradentes, no centro da capital paranaense, pois simpatizantes do movimento GLTB não toleraram a intolerância dos direitistas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

VOLTAMOS. Hasta siempre

  Hasta Siempre


Essa musica, em homenagem a Che Guevara, já foi cantada por dezenas de artistas de todo o mundo. Aqui você vai assistir e ouvir o turco Ahmet koç, ao som do baglama.
O baglama é um instrumento do Oriente Médio, muito utilizado por turcos e gregos.
O título Hasta Siempre, que em português pode ser traduzido como “Até sempre”, revela a fidelidade e o companheirismo entre os guerrilheiros e soa como uma resposta à frase final da famosa carta de despedida de Guevara: “Hasta la victoria siempre! Patria o muerte!”.


O compositor Carlos Puebla homenageia Che Guevara, procurando em versos traduzir o sentimento dos cubanos em relação ao comandante guerrilheiro. "Hasta siempre" é como uma resposta à carta de despedida de Che, de outubro de 1965, à sua renúncia ao conforto do governo já estabelecido em Cuba em favor da incerteza da luta revolucionária internacional.
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