Principal porta-voz da oposição, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que chegou a defender a CPI do caso Rosemary, foi condenado por não ter pago pensão a uma filha fruto de relacionamento extraconjugal com uma funcionária pública; ação judicial pede a anulação da venda de cinco casas em Brasília avaliadas em R$ 16 milhões e o acusa ainda de abandono afetivo
24 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 06:36
247 - A imagem que ilustra este texto é o retrato do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), um parlamentar que se especializou em apontar o dedo para os outros. Até recentemente, esse papel era exercido pelo ex-senador Demóstenes Torres, que caiu quando foram descobertas suas relações promíscuas com o bicheiro Carlos Cachoeira. Com Demóstenes fora do jogo, o papel foi assumido por Álvaro Dias.
Recentemente, o senador tucano pediu a abertura de uma CPI para investigar o chamado Rosegate, sobre a secretária Rosemary Noronha. "É um escândalo de baixo nível, que expõe a postura descabida de quem preside o país, antes e agora", disse ele, que chegou a propor a coleta de assinaturas para a instalação de uma comissão sobre o caso.
Agora, no entanto, é Álvaro Dias quem está na defensiva. Ele foi condenado pela Justiça por não ter pago pensão a uma filha fruto de relacionamento extraconjugal com funcionária pública. A ação judicial pede ainda a anulação da venda de cinco casas em Brasília avaliadas em R$ 16 milhões – patrimônio relativamente alto para alguém que vive apenas da atividade política.
Ouvido pelo jornalista Claudio Humberto, Dias disse estar sendo alvo de "chantagem". Leia, abaixo, as notas na coluna de CH:
Senador é réu
por pensão e
abandono afetivo
por pensão e
abandono afetivo
Habituado ao ataque, o senador Álvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, agora está na defensiva: foi condenado na Justiça pelo não pagamento de pensão a uma filha – ainda menor de idade – fruto de seu relacionamento com a funcionária pública Monica Magdalena Alves. O tucano responde a processos, em segredo de justiça, por abandono afetivo e corre risco de ter o seu patrimônio bloqueado.
Pensão paga
Álvaro Dias ficou indignado com a ação judicial contra ele. Conta inclusive que só de pensão paga dez salários mínimos por mês.
Nulidade
Em um dos processos, a filha do senador Álvaro Dias pede anulação da venda de cinco casas dele, no valor de R$ 16 milhões, em Brasília.
Chantagem
Álvaro Dias considera que tem cumprido seu dever de pai “rigorosamente”, o que o leva a concluir: “Isso é chantagem”.
Seis anos atrás, quando disputou sua última eleição e se elegeu senador, Álvaro Dias (PSDB-PR) declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1,9 milhão; hoje sua filha pede na Justiça R$ 16 milhões; líder tucano adota a tática do avestruz e não comenta o assunto, alegando se tratar de caso de família, em segredo de Justiça, mas deixa no ar a dúvida: como será que ele multiplicou tanto seus bens num período tão curto?
24 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 06:34
247 - Sempre pronto a cobrar dos homens públicos total transparência, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), adotou a tática do avestruz ao ter revelada a ação judicial em que foi condenado por sua própria filha, que é fruto de um relacionamento extraconjugal com uma servidora pública. A menina, que ainda é menor, conseguiu que o líder do PSDB no Senado fosse condenado por abandono afetivo e pediu ainda parte na venda de cinco casas do senador em Brasília, avaliadas em R$ 16 milhões. No Twitter, onde é bastante assíduo, o senador se limitou a postar a seguinte mensagem: "Desrespeito à lei, distorção dos fatos para magoar pessoas que não merecem isso".
Álvaro Dias tenta circunscrever o caso a uma disputa de família, numa ação que corre em segredo de Justiça. Ocorre que o processo cria um sério constrangimento para o senador. Seis anos atrás, ele declarou um patrimônio de R$ 1,9 milhão à Justiça Eleitoral, que inclui imóveis e uma fazenda no Paraná. Apenas no tocante a quatro casas em Brasília, a filha briga por um patrimônio oito vezes maior, que dificilmente poderia ser acumulado com os rendimentos apenas de senador. E note-se que Álvaro Dias é um dos parlamentares mais bem pagos do País, pois recebe ainda uma aposentadoria de R$ 24 mil por mês como ex-governador do Paraná.
Recentemente, ao ser questionado sobre por que cobrava tanto a ética de seus pares e recebia uma aposentadoria estando na ativa, Álvaro Dias disse que doaria os ganhos da pensão a entidades assistenciais paranaenses.
Confira, abaixo, a justificativa do senador para a aposentadoria:
E também o patrimônio que ele declarou à Justiça Eleitoral:
Soma dos bens declarados em 2006
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R$ 1.904.924,90
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Patrimônio
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Montante
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Fazenda Barra, área de 144 há, Porecatu-PR
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R$ 268.963,00
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Apartamento 409 e Garagem 078, Edif. Real Star, Bloco O, da SQSW-300 do SHCSW, Brasília-DF
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R$ 265.000,00
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Apartamento n.311 e garagens 05/07/84 - Edif. Real Star, Bloco O, da SQSW-300 do SHCSW, Brasília-DF
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R$ 243.000,00
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Área Rural de Terras 144,0701 há, Porecatu-PR
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R$ 187.578,00
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Apartamento 141 - Edif. Wimbledou Park, na Rua Petit Carneiro, 917 - Curitiba-PR
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R$ 173.493,00
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Apartamento Unidade n. 4098, 3º Pavimento, Flat Alvorada - Bloco B
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R$ 140.000,00
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BMW Modelo 320 IA,
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R$ 128.000,00
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Apartamento n. 2312, do Loft, Ed. Smart Residence, na Rua Brigadeiro Franco em Curitiba-PR
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R$ 108.740,00
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Conjuntos 501 e 503 Garagens 103, 108 e 109, na Rua Com. Araújo, 510
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R$ 89.105,00
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Apart.Hotel n.918, Edif. Meliar Confort Park do SHS, Quadra 06, conj. A, Bloco F, Brasília-DF
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R$ 80.000,00
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Apart.Hotel, 901 Edif. Meliar Confort Park do SHS Quadra 06, conj. A, Bloco F, Brasília-DF
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R$ 80.000,00
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Lote terreno n. 5, Planta N.S. de Lourdes, com área 360m2 c/ casa de alvenaria na Rua Isaac Ferreira da Cruz, 2838, Curitiba-PR
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R$ 46.000,00
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Apartamento n. 44, Tipo 1, 4º andar, Piso 06, Ed. Denver, na Rua Saldanha Marinho, 968
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R$ 37.000,00
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Apartamento 602, Edif. Pipeline na Rua Governador Lupion - Caiobá, Matinhos-PR
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R$ 29.045,90
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Lote de Terreno, 03, Quadra 230, área de 723m2, na Rua Mal. Floriano Peixoto - Curitiba-PR
TIO PATINHAS DO PARANÁ
Senador tucano Álvaro Dias acumulou e escondeu um patrimônio milionário, agindo como o personagem das histórias em quadrinhos; valor decorrente da suposta venda de uma fazenda não foi declarado à Justiça Eleitoral; eram mais de R$ 6 milhões e com esses recursos ele construiu cinco mansões em Brasília, avaliadas em R$ 16 milhões; hoje, é este o valor demandado pela filha que ele não quis reconhecer
25 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 06:17
247 - Tio Patinhas, o personagem das histórias em quadrinhos criado por Walt Disney, era milionário, mas detestava ostentar sinais exteriores de riqueza. Pegava mal. Por isso mesmo, todas as suas moedinhas eram escondidas nos cofres de suas residências. Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, é também uma espécie de Tio Patinhas do parlamento brasileiro. Sua fortuna, questionável para alguém que vive há décadas da atividade política, vem sendo escondida há muito tempo.
O motivo para a omissão remonta à campanha eleitoral de 1994, quando Dias concorreu ao governo do Paraná e foi derrotado por Jaime Lerner. Naquele ano, o último programa eleitoral foi tomado pela denúncia de que Dias não pagava pensão à filha decorrente do relacionamento com Mônica Magdalena Alves – um tiro mortal em sua candidatura.
Dias perdeu aquela eleição, mas, em 2006, elegeu-se para o Senado, declarando à Justiça eleitoral possuir um patrimônio de R$ 1,9 milhão. Era mentira. Em 2009, a revista Época, da editora Globo, descobriu que Dias possuía, desde 2002, aplicações financeiras de R$ 6 milhões, supostamente decorrentes da venda de uma fazenda no Paraná. Confira abaixo:
Omissão milionária
O senador Álvaro Dias, um dos que mais cobram transparência, não declarou R$ 6 milhões à Justiça
MATHEUS LEITÃO
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) é um dos que mais usam o palanque para exigir transparência do governo e de seus adversários. Mas, quando o assunto são suas próprias contas, ele não demonstra ter os cuidados que tanto cobra. Em 2006, Dias informou à Justiça Eleitoral que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. O patrimônio de Dias, no entanto, era pelo menos quatro vezes maior. Ele tinha outros R$ 6 milhões em aplicações financeiras.
O saldo das contas não declaradas de Álvaro Dias foi mostrado a ÉPOCA pelo próprio senador, inadvertidamente, quando a revista perguntou sobre quatro bens em nome da empresa ADTrade, de sua propriedade, que não apareciam em sua declaração à Justiça Eleitoral. Para explicar, ele abriu seu sigilo fiscal. Ali, constavam os valores das aplicações.
A omissão desses dados à Justiça Eleitoral é questionável, mas não pode ser considerada ilegal. A lei determina apenas que o candidato declare “bens”. Na interpretação conveniente, a lei não exige que o candidato declare “direitos”, como contas bancárias e aplicações em fundos de investimento.
No Congresso, vários parlamentares listam suas contas e aplicações aos tribunais eleitorais, inclusive o irmão de Álvaro, o também senador Osmar Dias (PDT-PR). Osmar declarou mais de R$ 500 mil em aplicações e poupanças. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) listou quase R$ 150 mil depositados. Francisco Dornelles (PP-RJ) informou R$ 1,5 milhão em fundos de investimento. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), atual alvo de uma série de denúncias, declarou quase R$ 3 milhões da mesma forma. Há poucos dias, Sarney foi denunciado por não ter informado à Justiça Eleitoral a respeito da casa que mora em Brasília.
Na interpretação de dois dos maiores especialistas de Direito eleitoral, Fernando Neves e Eduardo Alckmin, o espírito da lei é de transparência: “É conveniente que o político declare contas bancárias e aplicações financeiras para que o eleitor possa comparar o patrimônio no início e no fim do mandato”, diz Neves. “Não há irregularidade, mas é importante para evitar confusões no caso de um acréscimo patrimonial durante o mandato”, afirma Alckmin.
Álvaro Dias diz que o dinheiro não consta em sua declaração porque queria se preservar. “Não houve má intenção”, afirma. Em conversas reservadas, ele tem dito que o objetivo da omissão era manter a segurança de familiares.
O dinheiro não declarado de Álvaro Dias, segundo ele, é fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá, Paraná, por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002. O dinheiro rendeu em aplicações, até que, em 2007, Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.
Quando as casas forem vendidas, o patrimônio de Álvaro Dias crescerá ainda mais. Nada ilegal. Mas, a bem da transparência, não custa declarar.
Naquela reportagem, Álvaro Dias dizia que não houve "má intenção" na sua omissão. E antecipou até seus futuros investimentos. Disse que construiria cinco casas no Setor de Mansões Dom Bosco, uma área nobre do Distrito Federal. Hoje, estas cinco casas valem R$ 16 milhões. Foram vendidas e a sua filha não reconhecida reivindica seu quinhão na transação. O líder tucano, por sua vez, afirma ser vítima de "chantagem".
DIAS RECONHECE NÃO TER SIDO 100% TRANSPARENTE
Após decretar "assunto encerrado" para a acusação de que não declarou R$ 6 milhões à Justiça, líder tucano diz que seu contador corrigirá prestação de contas ao TSE na próxima eleição. "Não o fiz na passada porque transferi a missão ao contador e ele fez o que pede a lei", justificou o senador, em referência a suas aplicações financeiras. Assim aparecerão os R$ 16 milhões que sua filha cobra na Justiça
26 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 05:37
Paraná 247 - Em novas tentativas de se explicar sobre denúncias que envolvem seu patrimônio, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) deu como "assunto encerrado" a acusação de que não declarou R$ 6 milhões à Justiça Eleitoral. Pelo Twitter, o líder tucano escreveu que "todo centavo" que possui está declarado à Receita Federal e que cumpre todas as suas obrigações. "É só conferir", desafiou o parlamentar.
Ao ser cobrado por suas declarações ao Tribunal Superior Eleitoral, em conversa direta com um usuário, Dias respondeu que "o TSE determina a declaração de bens e nao de 'direitos'. Aplicações financeiras sao dispensadas" e que, por isso, afirmou, a "receita é melhor fonte". O internauta rebateu que, mesmo assim, "por questão voluntária não é impedida a declaração de direitos", o que incluiriam suas aplicações.
Pela primeira vez, então, o tucano admitiu não ter sido tão transparente como cobra diuturnamente o governo no Congresso - ele foi à Procuradoria Geral da República pedir investigação contra o ex-presidente Lula e defendeu a abertura de uma CPI da Rosemary - e revelou que não fez a declaração na última eleição por ter delegado o trabalho a um contador. "E o farei na próxima eleição. Não o fiz na passada porque transferi a missão ao contador e ele fez o que pede a lei", escreveu o parlamentar.
Em 2006, quando se elegeu senador, Dias declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1,9 milhão. Reportagem da revista Época de 2009, no entanto, revela que o tucano possuía R$ 6 milhões aplicados e que não haviam sido declarados. Neste final de semana, o colunista Claudio Humberto, do jornal O Globo, noticiou que uma filha não reconhecida do senador exige na Justiça R$ 16 milhões - quantia em que são avaliadas cinco casas suas em Brasília.
Origem da fortuna
Nesta terça-feira, o senador publicou mais cedo, em seu blog, um post que explica a origem de seu dinheiro, numa homenagem feita a seu pai, que reuniu a riqueza da família. Sobre o processo da filha - cujos R$ 16 milhões exigidos pode aparecer com a declaração de Dias ao TSE na próxima eleição - ele não fez nenhum comentário, respondendo sempre que o processo corre em segredo de Justiça e que falar sobre o assunto pode ferir os envolvidos.
8 perguntas para Alvaro Dias: Tem cheque do Cachoeira na venda das casas?...
Oito perguntas para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre o aparecimento de sua fortuna de mais de R$ 16 milhões:
1) Tem cheque da organização de Cachoeira nos R$ 16 milhões da venda das casas, assim como aconteceu com o colega tucano Marconi Perillo? Afinal, por que Álvaro Dias votou contra o indiciamento de Cachoeira na CPI? 2) A grilagem de terrenos públicos em Brasília para especulação imobiliária sempre foi caso de polícia no Distrito Federal, principalmente nos governos de Joaquim Roriz, mas também há indícios durante o governo de José Roberto Arruda (o do mensalão do DEM). O senador tucano poderia divulgar a escritura pública de aquisição dos terrenos e a certidão no Registro de Imóveis? Ou o jornalismo investigativo terá que fazer busca nos cartórios? 3) Qual foi a empreiteira que construiu as casas? E por qual valor por metro quadrado? 4) Há lobistas ou corruptores atuantes no Senado entre os compradores das casas? O senador tucano poderia divulgar as escrituras públicas de venda das casas? Ou o jornalismo investigativo terá que fazer busca nos cartórios? 5) O senador tucano oferece seus sigilos bancários e fiscais para averiguação da origem da fortuna superior à R$ 16 milhões? 6) O senador tucano vai pedir para Comissão de Ética e Decoro parlamentar abrir uma investigação sobre si, já que votou no passado pela cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por um problema de pensão semelhante, porém envolvendo valores muito mais baixos. 7) O senador tucano vai pedir para o Instituto de Criminalística da Polícia Federal fazer uma investigação sobre sua evolução patrimonial, semelhante à que foi solicitada no caso do senador Renan Calheiros? 8) O senador tucano vai pedir para o Procurador Geral da República abrir um inquérito sobre a origem dos R$ 16 milhões, da mesma forma que exigiu no caso do ex-ministro Palocci? |
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