Mino e Cerra: as provas
vergonhosas da Privataria
- Publicado em 03/03/2012
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Na Carta Capital desta semana, na imperdível “Rosa dos Ventos”, de Maurício Dias, há análise da “reencarnação de Cerra”, e possível saída de Aécio Never do PSDB.
Na Folha (*), pág. A10, Kassab confirma: contra Aécio, Cerra apoiará Dilma.
Mino Carta, no editorial da mesma Carta desta semana, atinge duas das feridas mais fundas de Cerra: o udenismo de oportunidade (ou será PRPismo ?) e a “Privataria Tucana”: as provas contra Cerra são vergonhosas.
O que fará o PT, Mino, sobre a CPI ?
Na Folha (*), pág. A10, Kassab confirma: contra Aécio, Cerra apoiará Dilma.
Mino Carta, no editorial da mesma Carta desta semana, atinge duas das feridas mais fundas de Cerra: o udenismo de oportunidade (ou será PRPismo ?) e a “Privataria Tucana”: as provas contra Cerra são vergonhosas.
O que fará o PT, Mino, sobre a CPI ?
O candidato da UDN
Há dez anos a mídia apresentava José Serra, candidato à Presidência da República pelo PSDB, como cidadão “preparado”. À época, meus dedutivos botões esclareceram que, segundo editorialistas, colunistas, articulistas, todos os demais candidatos eram “despreparados”, a começar, obviamente, por Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-operário metido a sebo. Dez anos depois, o cenário do quartel de Abrantes não mudou.
Os jornalões paulistas vivem em êxtase diante da decisão de José Serra de concorrer à prefeitura de São Paulo.
Parece, até, que o nosso herói se tornou ainda mais “preparado”, o próprio diz representar uma visão distinta do Brasil e da política que convém ao País, em defesa da democracia e da fé republicana, ameaçadas pelo petismo no poder. Na corte tucana, não falta quem denuncie o projeto “chavista” posto em prática pelo partido de Lula e Dilma. Deste, Chávez é o profeta. Palmas febris dos jornalões.
Qualquer partido que atue sobre esta nossa medíocre bola de argila a girar em torno do Sol visa ao poder para manter-se nele quanto mais puder. Talvez Serra tenha esquecido que, ao eleger Fernando Henrique Cardoso, o tucanato urdia o plano de permanecer na cúspide da pirâmide, a contemplar a nação do alto, pelo menos por 20 anos. Temo, porém, que o candidato tenha esquecido coisas mais. Evitarei o pieguismo de evocar as crenças que o moviam na juventude. Refiro-me, simplesmente, ao senso do real.
Hóspede da minha cozinha, há dez anos Serra mostrou-se preparado a consumir risotto ai funghi da lavra do acima assinado, tivesse mais espaço, eu declinaria a receita. De todo modo, o convidado apreciou, enquanto afirmava que em matéria de política social, se eleito, seria muito mais ousado do que Lula. Illo tempore considerava-o um amigo. Tenho motivos para entender que não perdoou a opção de CartaCapital pela candidatura do ex-operário. Salvo raríssimas exceções, os jornalistas nativos e seus patrões estavam com Serra. Como neste exato instante.
Certos apoios custam caro. Não sei, porém, se a observação no caso faz sentido. Há tempo, Serra soube insinuar-se nas graças dos patrões, em primeiro lugar destes antes que dos jornalistas. Melhor ser amigo do rei. A esta altura, admito que uma afinação perfeita se instalou entre o político e quem agora o promove, em função, precisamente, de uma invejável harmonia de ideias e propósitos. Trata-se, tudo indica, de uma convergência natural, de um acerto espontâneo. Diria mesmo fatal porque inescapável.
Serra, não menos que o mundo mineral, está em condições de registrar o óbvio: a mídia nativa representa o reacionarismo mais retrógrado e preconceituoso. Não triunfam ali os mais genuínos valores democráticos e republicanos, Serra sabe disso. E então, o que o leva a se colocar à direita da direita? Pelos atalhos da vida, às vezes os homens enterram o seu passado, honroso ou não, em nome de interesses contingentes ou de impulsos d’alma, redentores ou interesseiros.
Certo é que essa mídia a favor da treva, com extrema coerência, é preciso reconhecer, silencia, por exemplo, a respeito das denúncias do livro A Privataria Tucana, na singular certeza de que não aconteceram os fatos por ela deixados de noticiar. Os fatos, ora os fatos… No libelo do repórter Amaury Jr. há provas de mazelas vergonhosas que incriminam Serra. Vale a pena ignorá-las, contudo, a bem do privilégio na terra dos herdeiros da casa-grande. E assim queira o deus dos prepotentes e dos hipócritas.
O candidato Serra acaba de anunciar que seu sonho de Presidência da República está adormecido até 2016. Ou seja, se for prefeito, cumprirá seu mandato por completo. Fernando Henrique achava o sonho aposentado de vez, mas, já que o homem resiste, mudou de ideia. Supõe, arrisco-me a crer, que vencedor em São Paulo, o velho companheiro de tucanagens ganhará cacife para voltar à carga ao sabor do intuito supremo. Veremos o que veremos. Resta a evidência: o PSDB assumiu o papel outrora arcado pela UDN velha de guerra e José Serra figura à perfeição como seu candidato ao que bem entender.
Em tempo: Saiu no ig:
‘É algum outro país na cabeça de Serra’, diz Haddad
Petista aproveita gafe de tucano, que se referiu ao Brasil como “Estados Unidos do Brasil”, e rebate críticas ao governo Dilma
O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, aproveitou hoje a gafe cometida pelo adversário e pré-candidato do PSDB, José Serra, que referiu-se ao Brasil como ‘Estados Unidos do Brasil’ quando o correto é ‘República Federativa do Brasil’, para defender a presidenta Dilma Rousseff (PT) das críticas do tucano.
“Talvez estejamos falando dos Estados Unidos do Brasil e não da República Federativa do Brasil. É algum outro País na cabeça do candidato José Serra e não o Brasil”, ironizou Haddad.
(…)
Clique aqui para ver o vídeo estarrecedor: “Cerra não sabe como o Brasil se chama”.
E tem este outro vídeo do dirigente tucano que espinafra Cerra em púbico e sob aplausos.
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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