terça-feira, 19 de abril de 2011

O álcool dispara? É o mercado, sem estatal pra segurar





O Globo de hoje traz chamada de primeira página afirmando que as usinas de cana-de-açúcar estão aumentando em 16% o preço do álcool em pleno início de safra, quando estes deveriam cair.


Quando se fala em usinas, nossa tendência é imaginar grandes usineiros, com seu chapelões e caras de “coronel”. Nada disso. Usineiros, hoje, são executivos, grande parte deles de grupos estrangeiros, embora do ponto de vista do poder que usufruem tenham algo de senhores de engenho.

Os 30 maiores grupos concentram quase 60% de toda a produção sucroalcooleira. E a presença estrangeira – sem considerar a gigante Cosan, associada à Shell – supera um quarto do total. A Petrobras tem, sim, participação, mas associada a grupos privados. Anos-luz distante do quase monopólio que exerce no petróleo.

E não pensem que as multis não querem posições estratégicas na produção de etanol no Brasil. Agora mesmo, a British Petroleum comprou de 83% da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool.

Como o preço do açúcar teve uma estúpida elevação no mercado internacional – quase duplicou, em um ano - as usinas aumentaram sua produção deste produto, em detrimento do álcool. Enquanto a produção de açúcar aumentou 16,86%, a de etanol subiu 7%, apenas.

Como a demanda, com a elevação da renda e o acréscimo de carros flex na frota nacional, sobe sem parar, os grandes grupos, claro, jogam com os preços o quanto podem.

É o que dá a total liberdade de mercado. Sem a “jurássica” Petrobras para segurar preços, paga-se o preço dos lucros de mercado.

Foi mais do que bem-vinda a decisão de Dilma Rousseff de colocar a produção de álcool sob a ficalização e controle da ANP. Mas precisa ser colocada em prática já.
http://www.tijolaco.com/

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