Não se pode atribuir a nenhum fator político, ético, ideológico ou administrativo o fato de que a pré-candidata do PT à Presidência, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha aparecido na pesquisa Datafolha divulgada no sábado com bem menos intenções de voto entre as mulheres do que entre os homens.
Apesar de ter 28% de apoio na média do eleitorado, entre as mulheres Dilma tem 24%, e o governador de São Paulo, José Serra, 33%. Entre o gênero masculino, Dilma e Serra estão empatados com 32%, do que se depreende que são elas que mantêm a petista abaixo do tucano, ainda que ambos estejam em situação de empate técnico.
Essa situação pode ter relação com a tão conhecida rivalidade feminina, característica de um gênero sempre ameaçado por rivais congêneres nas relações amorosas e conjugais com o sexo oposto. Em parte, portanto, nós homens somos os culpados devido à nossa maior infidelidade naquelas relações.
É uma característica feminina negativa, mas cada gênero tem a sua. Os homens, por exemplo, são irracionais em suas disputas de virilidade, mas convivem melhor entre eles. E a maioria das mulheres admite esse fenômeno.
Em um momento em que a racionalidade deve prevalecer a qualquer preço, não se pode admitir que um preconceito – e é disso que estamos falando – continue prevalecendo em uma atividade como a política, atividade em que as mulheres jamais tiveram representação equitativa, o que, inclusive, explica as piores condições sociais que afetam o gênero feminino, tais como receber piores salários etc.
Na política, por exemplo, devido ao fenômeno que prejudica Dilma, todas as mulheres são prejudicadas, não tendo representação suficiente no jogo do poder para mudar situações de inferioridade sócio-econômica que fatalmente as afetarão em algum momento da vida.
Segundo dados da Justiça Eleitoral referentes 2008, apesar de o art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97 estabelecer que os partidos devem reservar um patamar mínimo de 30% de suas candidaturas a um dos sexos, dos 15.143 candidatos a prefeito apenas 1.670 eram mulheres, e dos 330.630 candidatos a vereador, apenas 72.476 eram representantes do sexo “frágil”.
Detalhe: o IBGE informa que há mais mulheres no Brasil do que homens. Para cada 100 mulheres, há 99,6 homens.
Aí nem se trata mais de Dilma ser ótima ou péssima candidata. Trata-se de as mulheres, nestas eleições, refletirem se suas razões para não votar em uma congênere não decorrem de puro preconceito.
Você, mulher que me lê, tem uma obrigação consigo mesma e com as suas pares de dar uma chacoalhada naquela sua amiga machista que acha que política é coisa de homem. Essa inveja entre as mulheres não é pior ou melhor do que os defeitos que acometem o sexo masculino, mas, na política, é um prejuízo a toda a sociedade.
Escrito por Eduardo Guimarães às 12h54
Nenhum comentário:
Postar um comentário