domingo, 28 de fevereiro de 2010

OS QUATRO TEMORES.

CABEÇA DE MULHER. ETA..

A desunião feminina






Não se pode atribuir a nenhum fator político, ético, ideológico ou administrativo o fato de que a pré-candidata do PT à Presidência, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha aparecido na pesquisa Datafolha divulgada no sábado com bem menos intenções de voto entre as mulheres do que entre os homens.




Apesar de ter 28% de apoio na média do eleitorado, entre as mulheres Dilma tem 24%, e o governador de São Paulo, José Serra, 33%. Entre o gênero masculino, Dilma e Serra estão empatados com 32%, do que se depreende que são elas que mantêm a petista abaixo do tucano, ainda que ambos estejam em situação de empate técnico.



Essa situação pode ter relação com a tão conhecida rivalidade feminina, característica de um gênero sempre ameaçado por rivais congêneres nas relações amorosas e conjugais com o sexo oposto. Em parte, portanto, nós homens somos os culpados devido à nossa maior infidelidade naquelas relações.



É uma característica feminina negativa, mas cada gênero tem a sua. Os homens, por exemplo, são irracionais em suas disputas de virilidade, mas convivem melhor entre eles. E a maioria das mulheres admite esse fenômeno.



Em um momento em que a racionalidade deve prevalecer a qualquer preço, não se pode admitir que um preconceito – e é disso que estamos falando – continue prevalecendo em uma atividade como a política, atividade em que as mulheres jamais tiveram representação equitativa, o que, inclusive, explica as piores condições sociais que afetam o gênero feminino, tais como receber piores salários etc.



Na política, por exemplo, devido ao fenômeno que prejudica Dilma, todas as mulheres são prejudicadas, não tendo representação suficiente no jogo do poder para mudar situações de inferioridade sócio-econômica que fatalmente as afetarão em algum momento da vida.



Segundo dados da Justiça Eleitoral referentes 2008, apesar de o art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97 estabelecer que os partidos devem reservar um patamar mínimo de 30% de suas candidaturas a um dos sexos, dos 15.143 candidatos a prefeito apenas 1.670 eram mulheres, e dos 330.630 candidatos a vereador, apenas 72.476 eram representantes do sexo “frágil”.



Detalhe: o IBGE informa que há mais mulheres no Brasil do que homens. Para cada 100 mulheres, há 99,6 homens.



Aí nem se trata mais de Dilma ser ótima ou péssima candidata. Trata-se de as mulheres, nestas eleições, refletirem se suas razões para não votar em uma congênere não decorrem de puro preconceito.



Você, mulher que me lê, tem uma obrigação consigo mesma e com as suas pares de dar uma chacoalhada naquela sua amiga machista que acha que política é coisa de homem. Essa inveja entre as mulheres não é pior ou melhor do que os defeitos que acometem o sexo masculino, mas, na política, é um prejuízo a toda a sociedade.







Escrito por Eduardo Guimarães às 12h54

sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Leandro Arndt: PIG ataca Lula até no horóscopo

Atualizado em 26 de fevereiro de 2010 às 22:51
Publicado em 26 de fevereiro de 2010 às 22:48



A esperança venceu o quê mesmo?



Data estelar: Sol e Plutão em sextil; Lua quarto crescente transita por gêmeos. Enquanto isso, aqui na Terra, o grande mal de anos de governo viciado em crimes impunes é ter difundido desânimo e desencanto nas pessoas idealistas que com tanto ardor apostaram no último reduto de suas esperanças. A propaganda de que a esperança tinha vencido o medo foi de encontro à realidade em que o crime saiu vitorioso sobre as instituições democráticas. Esse não é um fenômeno regional, é toda uma tendência histórica cuja maior ameaça é as pessoas idealistas entregarem de vez suas vidas, desistindo do esforço que continua necessário para que o ponto de mutação se torne concreto. A desistência seria ainda mais nefasta do que tudo que foi testemunhado até aqui, porque disseminaria o mal por várias gerações futuras.



(Jornal Correio Braziliense, 22 de fevereiro de 2010, caderno Hora Livre, p. 2, coluna “horóscopo”, por Oscar Quiroga)



por Leandro Arndt,em seu blog



Fiquei estupefato quando um amigo meu me mostrou isso. Não sabia se desatava a rir com tantas bobagens, ou se ficava com raiva de tamanha manipulação. É hábito comum falar em blogues sobre nosso infame PIG, Partido da Imprensa Golpista — algo que procuro não tornar o centro das minhas postagens, e que entretanto por vezes se torna necessário.



Mas, o que mais me impressionou não foi, a princípio, o uso de um “horóscopo” para falar mal do governo Lula (a frase que destaquei não deixa margem a qualquer dúvida). Espero qualquer coisa do PIG. O que me impressionou foi fazerem isso justamente num jornal brasiliense no momento em que o governador do Distrito Federal está preso, às vésperas da renúncia do vice-governador e da posse de um íntimo aliado do governador-detento, tudo em virtude de um grande esquema de corrupção que esse mesmo jornal tentou encobrir, como já foi fartamente comentado na blogosfera. Sim, o Correio Braziliense, que, quando foi deflagrada a operação Caixa de Pandora pela Polícia Federal, disse que houve busca e apreensão no “gabinete anexo” à residência oficial do atual governador-detento, como se não fosse esse o gabinete do próprio governador na residência oficial do governo do Distrito Federal (GDF). A princípio foi isso que me chocou. Em seguida, veio simplesmente a estupefação pela volta à propaganda serrista das eleições de 2002: “Eu tenho medo!”, como já dizia a Regina Duarte. Foi daí que a esperança venceu o medo, e venceu tão fragorosamente que o medo está com medo de voltar a concorrer com a esperança em 2010.



Espero qualquer coisa do PIG, já disse. Mas, afinal, o que ficou após a leitura do “horóscopo” foi uma impressão diversa das anteriores: o vislumbre de uma campanha midiática, já desatada há muito tempo, de volta à guerra fria. Ontem mesmo falavam da morte de um preso em greve de fome em Cuba, sem falar de Guantânamo, das prisões secretas americanas, das guerras sem-fim que esse país promove mundo afora. Não falavam também das valas-comuns na Colômbia, em que milhares de “falsos positivos”, pessoas comuns, mortas e apresentadas como guerrilheiros, foram enterrados. Não, falavam que Lula visitou Fidel e Raul Castro no dia seguinte à morte de um preso em Cuba — e reparem como a morte de um preso em Cuba dá notícia! Quando da Conferência Nacional de Comunicação, o PIG estrepitosamente indundou nossas casas com a grita anticomunista que insistem em tirar do armário. Quando o governo propôs a Ancinav, a mesma coisa, pela simples possibilidade de a Ancine ter uma substituta com mais atribuições. Os exemplos dessa grita são muitos.



A diferença é que, dessa vez, o medo foi implantado no horóscopo. Não acredito que isso tenha mudado o dia de muita gente — mesmo os mais supersticiosos devem ter tido um dia feliz com mais uma postergação da libertação do governador-detento do Distrito Federal. Mas, isso lembra os tempos sombrios da ditadura civil e militar no Brasil, com a qual os jornalões colaboraram ativamente, mas durante a qual alguns jornalistas ainda podiam ousar esconder notícias reais em lugares às vezes inusitados. O que me assombrou mesmo foi ver uma crítica desvairada ao governo Lula ser publicada num hosróscopo, como se precisasse ter sido escondida da censura ou de alguma “tropa de choque” lulista. Pode ter sido um mero rompante astrológico do autor da coluna, mas não duvido que alguém, se apercebendo da existência desse arroubo, venha a dizer que, sob o governo Lula, a imprensa teve de esconder a realidade em “horóscopos”, “receitas de bolo” ou “previsões do tempo”. Quem sabe, inspirando-se nisso, Miriam Leitão, William Waack, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi e outros passem a ser “astrólogos”, “chefs”, “meteorologistas”, e sabe-se lá o que mais — ao menos nos livrariam de seus comentários econômicos e políticos. Mas, sei de uma coisa: assim como a blogueira Yoani Sanchez é a prova cabal da liberdade em Cuba, essa coluna política do Correio Braziliense e os horóscopos desses últimos comentadores são a prova cabal da democracia no Brasil. Talvez sejam até mais: a prova cabal de uma ditadura que não é de governos, mas de opiniões — de algumas opiniões.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

É HAITI SEU BURRO...

O que vale é a intenção. O resto é detalhe.


GRANDES MOMENTOS DA BLOGOSFERA - CURSO RÁPIDO DE ANÁLISE SINTÁTICA

CURSO RÁPIDO DE ANÁLISE SINTÁTICA

Colaboração Cultural :









.Filho da puta é adjunto adnominal (ou paronomástico), se for "conheci um juiz filho da puta".

.Se for "o juiz é um filho da puta", daí é predicativo.

.Agora, se for "esse filho da puta é um juiz", daí é sujeito.

.Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do juiz e diz:

"Agora nega a liminar, filho da puta!" - daí é vocativo.

.Finalmente, se for: "O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, aquele filho da puta, desviou o dinheiro da obra pública tal" - daí é aposto.

Que língua, a nossa, não?

Na foto, um juiz. ( substantivo )



Exarado por Cristóvão Feil, titular do Diário Gauche.
Postado por Cloaca News às 23:02:00

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A VIDENTE, SERRA E KASSAB

Do Blog Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim.

A vidente, Serra e Kassab







O Conversa Afiada reproduz email sugestão do amigo navegante André AMebHa Araujo:


A vidente…

A famosa vidente, muito procurada por políticos, já concentrada, fecha os olhos e fala:

- Vejo o senhor e o governador José Serra passando em uma avenida, em carro aberto, e uma multidão acenando.

O Prefeito Gilberto Kassab sorri e pergunta:

- Essa multidão está feliz?

- Sim, feliz como nunca!

- E eles estão correndo atrás do carro?

- Sim, por toda a volta do carro. Os batedores estão tendo dificuldades em abrir caminho.

- Eles carregam bandeiras?

- Sim, bandeiras de São Paulo e do Brasil, e faixas com palavras de esperança e de um futuro em breve melhor. – Puxa!(o Serra vai amar!) Humm… bom! E nessa visão, a multidão grita, canta?

- As pessoas gritam frases de esperança: “Agora sim!!! Agora vai melhorar!!!”

- E quanto a nós, como estávamos reagindo?

- Não dá pra ver.

- E por quê não?

- Porque os dois caixões estão lacrados.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ÚLTIMOS SUSPIROS DA VELHA POLÍTICA PAULISTA

Serra e o fim da era paulista na política


Por que José Serra vacila tanto em anunciar-se candidato?



Para quem acompanha a política paulista com olhos de observador e tem contatos com aliados atuais e ex-aliados de Serra, a razão é simples.



Seu cálculo político era o seguinte: se perde as eleições para presidente, acaba sua carreira política; se se lança candidato a governador, mas o PSDB consegue emplacar o candidato a presidente, perde o partido para o aliado. Em qualquer hipótese, iria para o aposentadoria ou para segundo plano. Para ele só interessava uma das seguintes alternativas: ele presidente ou; ele governador e alguém do PT presidente. Ou o PSDB dava certo com ele; ou que explodisse, sem ele.



Esta foi a lógica que (des)orientou sua (in)decisão e que levou o partido a esse abraço de afogado. A ideia era enrolar até a convenção, lá analisar o que lhe fosse melhor.



De lá para cá, muita água rolou. Agora, as alternativas são as seguintes:



1. O xeque que recebeu de Aécio Neves (anunciando a saída da disputa para candidato a presidente) demoliu a estratégia inicial de Serra. Agora, se desiste da presidência e sai candidato a governador, leva a pecha de medroso e de sujeito que sacrificou o partido em nome de seus interesses pessoais.



2. Se sai candidato a presidente, no dia seguinte o serrismo acaba.



O balanço que virá

O clima eleitoral de hoje, mais o poder remanescente de Serra, dificulta a avaliação isenta do seu governo. Esse quadro – que vou traçar agora – será de consenso no ano que vem, quando começar o balanço isento do seu governo, sem as paixões eleitorais e sem a obrigatoriedade da velha mídia de criar o seu campeão a fórceps. Aí se verá com mais clareza a falta de gestão, a ausência total do governador do dia-a-dia da administração (a não ser para inaugurações), a perda de controle sobre os esquemas de caixinha política.



Hoje em dia, a liderança de Serra sobre seu governo é próxima a zero. Ele mantém o partido unido e a administração calada pelo medo, não pelas ideias ou pela liderança.



Há mágoas profundas do covismo, mágoas dos aliados do DEM – pela maneira como deserdou Kassab -, afastamento daqueles que poderiam ser chamados de serristas históricos – um grupo de técnicos de alto nível que, quando sobreveio a inércia do período FHC-Malan, julgou que Serra poderia ser o receptador de ideias modernizantes.



Outro dia almocei com um grande empresário, aliado de primeira hora de Serra. Cauteloso, leal, não avançou em críticas contra Serra. Ouviu as minhas e ponderou uma explicação que vale para todos, políticos, homens de negócio e pensadores: “As ideias têm que levar em conta a mudança das circunstâncias e do país”. Serra foi moderno quando parlamentar porque, em um período de desastre fiscal focou seu trabalho na responsabilidade fiscal.



No governo paulista, não conseguiu levantar uma bandeira modernizadora sequer. Pior: não percebeu que os novos tempos exigiam um compromisso férreo com o bem estar do cidadão e a inclusão social. Continuou preso ao modelito do administrador frio, ao mesmo tempo em que comprometia o aparato regulatório do Estado com concessões descabidas a concessionárias.



O castigo veio a cavalo. A decisão de desviar todos os recursos para o Rodoanel provocou o segundo maior desastre coletivo da moderna história do país, produzido por erros de gestão: o alagamento de São Paulo devido à interrupção das obras de desassoreamento do rio Tietê. O primeiro foi o “apagão” do governo FHC.



O fim das ideias

O Serra que emergiu governador decepcionou aliados históricos. Mostrou-se ausente da administração estadual, sem escrúpulos quando tornou-se o principal alimentador do macartismo virulento da velha mídia – usando a Veja e a Folha – e dos barra-pesadas do Congresso. Quando abriu mão dos quadros técnicos, perdeu o pé das ideias. Havia meia dúzia de intelectuais que o abastecia com ideias modernizantes. Sem eles, sua única manifestação “intelectual” foi o artigo para a Folha criticando a posição do Brasil em relação ao Irã – repetindo argumentos do seu blogueiro -, um horror para quem o imaginava um intelectual refinado.



É bobagem taxar o PSDB histórico de golpista. Na origem, o partido conseguiu aglutinar quadros técnicos de alto nível, de pensamento de centro-esquerda e legalistas por excelência. E uma classe média que também combateu a ditadura, mas avessa a radicalizações ideológicas.



Ao encampar o estilo Maluf – virulência ideológica (através de seus comandados na mídia), insensibilidade social, (falsa) imagem de administrador frio e insensível, ênfase apenas nas obras de grande visibilidade, desinteresse em relação a temas centrais, como educação e segurança – Serra destruiu a solidariedade partidária criada duramente por lideranças como Mário Covas, Franco Montoro e Sérgio Motta.



Quadros acadêmicos do PSDB, de alto nível, praticamente abandonaram o sonho de modernizar a política e ou voltaram para a Universidade ou para organizações civis que lhe abriram espaço.



O personalismo exacerbado

Principalmente, chamaram a atenção dois vícios seus, ambos frutos de um personalismo exacerbado – para o qual tantas e tantas vezes FHC tinha alertado.



O primeiro, a tendência de chamar a si todos os méritos, não admitir críticas e tratar todos subordinados com desprezo, inclusive proibindo a qualquer secretário sequer mostrar seu trabalho. Principalmente, a de exigir a cabeça de jornalistas que o criticavam.



O mal-estar na administração é geral. Em vez de um Estadista, passaram a ser comandados por um chefe de repartição que não admite o brilho de ninguém, nem lhes dá reconhecimento, não é eficiente e só joga para a torcida.



O segundo, a deslealdade. Duvido que exista no governo Serra qualquer estrela com luz própria que lhe deva lealdade. A estratégia política de FHC e Lula sempre foi a de agregar, aparar resistências, afagar o ego de aliados. A de Serra foi a do conflito maximizado não por posições políticas, mas pelo ego transtornado.



O uso do blogueiro terceirizado da Veja para ataques descabidos (pela virulência) contra Geraldo Alckmin, Chalita, Aécio, deixou marcas profundas no próprio partido.



Alckmin não lhe deve lealdade, assim como Aloizio Nunes – que está sendo rifado por Serra. Alberto Goldmann deve? Praticamente desapareceu sob o personalismo de Serra, assim como Guilherme Afif e Lair Krähenbühl – sujeito de tão bom nível que conseguiu produzir das poucas coisas decentes do malufismo e não se sujar.



No interior, há uma leva enorme de prefeitos esperando o último sopro de Serra para desvencilhar-se da presença incômoda do governador.



O que segura o serrismo, hoje em dia, é apenas o temor do espírito vingativo de Serra. E um grupo de pessoas que será varrido da vida pública com sua derrota por absoluta falta de opção. Mas que chora amargamente a aposta na pessoa errada.



Aliás, se Aécio Neves for esperto (e é), tratará de reasgatar esses quadros para o partido.



Saindo candidato a presidente e ficando claro que não terá chance de vitória, o PSDB paulista se bandeará na hora para o novo rei. Pelas possibilidades eleitorais, será Alckmin, político limitado, sem fôlego para inaugurar uma nova era. Por outro lado, o PT paulista também não logrou se renovar, abrir espaço para novos quadros, para novas propostas. Continua prisioneiro da polarização virulenta com o PSDB, sem ter conseguido desenvolver um discurso novo ou arregimentado novas alianças.



O resultado final será o fim da era paulista na política nacional, um modelo que se sustentou décadas graças ao movimento das diretas e à aliança com a velha mídia.



Acaba em um momento histórico, em que o desenvolvimento se interioriza e o monopólio da opinião começa a cair.



A história explica grande parte desse fim de período. Mas o desmonte teria sido menos traumático se conduzido por uma liderança menos deletéria que a de Serra.



Autor: luisnassif - Categoria(s): Política

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A COPA DA AFRICA DO SUL

Enviado por Daniel Campos - 21.2.2010

12h09m

artigo

Uma derrota a cada 26 segundos



A cada 26 segundos, chore por uma criança sul-africana, pequena e indefesa. A cada 26 segundos, lamente pelas meninas sul-africanas despetalas do mundo da delicadeza. A cada 26 segundos, emudeça ou grite diante de tamanho horror e tristeza.



A cada 26 segundos acontece um estupro na África do Sul. São mulheres e homens, incluindo crianças e bebês sendo violentados em ritmo de epidemia.



O sonho de Nelson Mandela das pessoas compreenderem que foram feitas para viver como irmãos é ignorado a cada 26 segundos.



A cada 26 segundos no palco da Copa do Mundo de 2010 não se comemora um gol, chora-se um estupro.



Enquanto muitos torcerão pelos seus times, uma legião de meninas continuará sendo estuprada segundo a crença de que fazer sexo com uma virgem pode curar o homem da AIDS.



Impossível aplaudir o fair-play dentro de campo quando do lado de fora estupros corretivos são praticados contra mulheres homossexuais e detentos com AIDS são obrigados a estuprar companheiros desobedientes.



Será difícil gozar de estádios que custaram alguns bilhões de dólares sabendo que ao término dos 90 minutos de cada partida haverá duzentas e tantas novas vítimas de violência sexual.



Chocado? Pois parece que nem o mundo nem a África estão preocupados com isso.



Basta lembrar-se do participante de uma versão africana do Big Brother que estuprou uma interna e defendeu sua atitude dizendo: “Bem, isto é a África”.



Que África é essa que detém o maior índice de estupros do mundo? Que África é essa em que uma menina de apenas uma semana de vida é estuprada?



É uma África onde um em cada quatro homens assume já ter estuprado alguém.



É uma África onde apenas 7% dos estupros denunciados resultam em condenação e 90% das vítimas se calam.



A África que está prestes a receber camisas de diferentes cores e escudos é a mesma que força suas mulheres a usarem uma camisinha com farpas chamada Rape-aXe.



Ideais de masculinidade? Questões culturais? Bruxarias? Tensões políticas? Caos social?



Tão inexplicável quanto o estupro é a banalização que cresce em torno dele.



A anfitriã da próxima Copa sofre uma derrota a cada 26 segundos.



Depois da questão racial, a África do Sul precisa de um novo Mandela que chame para si a batalha contra essa tragédia sexual.



Enquanto isso não acontece...



A cada 26 segundos, reze pelas crianças sul-africanas feridas em sua inocência.



A cada 26 segundos, aterrorize-se com a força bruta sem clemência.



A cada 26 segundos, chore de impotência.







Daniel Campos é poeta, escritor, jornalista pós-graduado em Comunicação Criativa pela ABJL e autor do portal de poesia e literatura www.danielcampos.biz/

PRESSENTIMENTO

Roberta Sá

FELICIDADE

Felicidade




O que é felicidade?



Felicidade é quando o último canapé da bandeja sobra para você.



É quando você sacode a lata — e ainda tem cerveja!



É encontrar vaga no estacionamento depois de uma volta só.



É o dentista telefonar para desmarcar a hora.



E, ao contrário do que você sempre pensou, felicidade não é viver uma grande paixão, é ter alguém para coçar as suas costas.



Luis Fernando Veríssimo

sábado, 20 de fevereiro de 2010

SOLIDÃO

Devemor ir até aqueles que sofrem
da pior de todas as doenças:
a solidão.

 (Madre Teresa de Calcutá)



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SAIU NA GLOBO

O VICE DE SERRA


PLIM...PLIM...

VIVER A VIDA


O que os olhos não veem



Por Washington Araújo em 16/2/2010





Não há nada melhor que viver a vida neste meu Brasil brasileiro onde o coqueiro dá coco. Ao menos na teoria, viver a vida é bom. Ora, ninguém pode afirmar que o bom é viver a morte, e se existe vida há que se viver. Nada mais óbvio. Marca do novelista global Manoel Carlos, a obra em andamento conta também com histórias reais de superação e tudo contado na eternidade dos 60 segundos logo após o último bloco do capítulo diário de Viver a vida, a novela.



Em breve a novela seguirá para seu fim e até o momento quase nada tem sido escrito por especialistas da mídia sobre as aberrações que o folhetim apresenta. Mau-caratismo, traição, adultério, ciúme, inveja, alcoolismo e uso de drogas se apresentam no horário nobre toda santa noite como aperitivo antes do desbunde geral em que se transformou o que já não era bom, o famigerado Big Brother Brasil.



As "vinhetas de superação" trazendo ao horário nobre gente sofrida, abandonada, envolvida nas drogas ou no crime, pessoas portadoras de necessidades especiais e vítimas de todo tipo de violência, testemunham como foi bom ter dado a volta por cima. Porque nesse horário somente essas pessoas sabem como é viver a vida, enfrentar os desafios, superar as debilidades. Na novela tudo é caricato, tosco e apelativo. Personagens quando choram parecem estar gargalhando por dentro, e quando falam de amor optam pelo desamor, focam as desilusões e nossas pequenas tragédias humanas.



A realidade no folhetim é absolutamente virtual. Basta ver a favela de Viver a vida. Tem até jantar à luz de velas. Balas perdidas? Existe isso? Onde? Quem? O hospital do Dr. Moretti é imenso pátio de diversões onde os médicos estão sempre na lanchonete, colocando em dia seus problemas amorosos e nunca incomodados por pacientes alquebrados, gente entre a vida e a morte como é tão comum e mesmo rotineiro em hospitais. A pousada de Búzios tem clima de Copacabana Palace. Tudo na pousada é muito limpo, decoração de primeira, natureza exuberante, ninguém parece trabalhar mas tudo está sempre nos trinques e hospedes que é bom, se existem, não dão as caras. Faltou a Manoel Carlos a vivência de um feriadão em pousada de Salvador, Porto Seguro, Natal ou Florianópolis.



Trabalho infantil



Viver a vida é um vale de lágrimas do início ao fim. As pessoas choram sem parcimônia. E com gosto. Há aquela que chora porque não consegue parar de beber. Há aquela outra que chora porque está tetraplégica. Outra chora porque não consegue consumar o adultério. Há quem chore porque é abandonada pelo noivo há poucas horas do casamento. Outra chora porque o marido não aceita conviver em harmonia com os enteados, filhos do primeiro casamento. Tem quem chore porque a irmã tetraplégica recebe mais atenção da mãe e das irmãs. Há quem chore porque os filhos gêmeos estão apaixonados pela mesma pessoa. Tem quem chore por acreditar que uma pessoa tetraplégica não pode fazer ninguém feliz. É o folhetim dos vilões-fashion, gente descolada, rica e que prefere viver a vida na base de quanto mais fútil for a vida, melhor.



Até aqui nada de muito novo. O que não entendo é as autoridades responsáveis pela proteção da infância e da adolescência deixarem uma graciosa menina de apenas 8 anos de idade interpretar uma vilã. É o que acontece com a Rafaela interpretada pela espertíssima Klara Castanho. Vemos todas as noites sua infância sendo roubada. Assistimos impassíveis ao seqüestro de uma inocência que deveria ser preservada, inicialmente por seus pais, depois por essa veículo de comunicação que é uma concessão pública chamada televisão e depois pelo pessoal do judiciário, das tais varas da Criança e do Adolescente.



Rafaela se pinta com as cores da vida adulta, se veste insinuante como é comum aos jovens, é a cara do consumo-mirim sempre instigando sua mãe a comprar isso e aquilo mesmo que não tenha rendimento para tal. O pior nem é isso. O pior é o retrato de criança manipuladora e sensual, chantagista e dona de opinião sobre assuntos bem complexos para mente em formação como é o caso de aborto, mãe esperando segundo filho, vida de mãe solteira e testemunha de tórrida cena de adultério.



Será que ninguém observa nada disso? Será que ninguém vai trazer à mesa a discussão sobre trabalho infantil em programas para público adulto como é uma novela das oito? Será que toda e qualquer manifestação artística é passível de ser exercida por crianças e adolescentes? Pelo andar da carruagem não me causará espanto se em capítulo futuro a pequena Rafaela se transformar em psicopata-mirim.



Mercado e audiência



É que ninguém está nem aí para colocar em prática dispositivos como o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069, de 13/7/1990), calhamaço que conta com impressionantes 267 artigos. Destes faço questão de enunciar apenas seu Artigo 3º:



"A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade."



A caracterização dada à personagem Rafaela faculta à atriz-mirim Klara Castanho seu desenvolvimento "mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade"? A meu ver, se dá exatamente o contrário. Rafaela é tratada como coisa a ser transportada na vida cheia de peripécias de sua mãe Dora; interpõe-se com protagonismo principal na relação de sua mãe com quem poderia ser seu bisavô, o romântico Maradona, dono da pousada; os diálogos de Dora com Rafaela se sustentam em mentiras escancaradas e em meias verdades; os olhares de "brinquedo assassino" de Rafaela ao iniciar sua precoce carreira de chantagista mirim com a principal protagonista do folhetim, Helena, não deixam dúvidas que coisa muito mais escabrosa vem pela frente.



Enquanto a trama se desenrola, Rafaela passa a freqüentar com maior insistência o imaginário de milhões de crianças da mesma idade vindo a se tornar um modelo infantil a ser seguido com toda sua carga de manipulação e astúcia poucas vezes vista em personagens adultas. E não encontramos contraponto. Isso acontece porque levantar qualquer bandeira que vise proteger a integridade moral e a dignidade de uma criança explorada por um folhetim global é quase cometer crime de lesa-pátria. E não faltarão pessoas a torcerem o nariz para esse meu texto sob o pretexto de que seria incitação à censura. Nada mais ridículo que isso.



O ponto é que enquanto o Deus-Audiência estiver em seu trono nada poderá mudar. Nem que preceitos constitucionais sejam violados e que sejam arquivadas no baú das coisas imprestáveis imagens de crianças inocentes, bondosas, cheias de compaixão, educadas, inteligentes, respeitadoras dos mais velhos... e tantos outros predicados do tempo em que andar a pé era novidade.

Padrão Globo

Petkovic defende o socialismo e faz um golaço em Ana Maria Braga




A apresentadora global Ana Maria Braga adora o consumismo capitalista e nunca escondeu a sua rejeição às idéias de esquerda. Mas, geralmente, ela exagera nas suas paixões. No seu programa da TV Globo da semana passada, ela entrevistou o jogador sérvio Dejan Petkovic, atual campeão pelo Flamengo e craque reconhecido por todos os apreciadores do futebol. A entrevista até que ia bem, quando ela não se conteve e disparou: “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.









Petkovic, que é bom de bola e de cabeça, não vacilou e marcou mais um golaço: “Quando nasci não tinha dificuldade nenhuma. Era um país maravilhoso, vivíamos um regime socialista, todo mundo bem, todos tinham salário, todos tinham emprego. Os problemas aconteceram depois dos anos 80”.

A apresentadora engoliu a seco e prosseguiu a matéria. Sua assessoria devia, ao menos, ter pesquisado as posições progressistas do jogador para evitar mais esta pisada de bola.

“Musas” direitistas do Cansei

Ana Maria Braga já se meteu em várias outras frias – tanto que o corrosivo colunista José Simão já a apelidou de “Ana Ameba Brega”. Em meados de 2007, ela foi umas das “musas” do movimento “Cansei”, organizado por ricos empresários e notórios direitistas para desgastar o governo Lula.


Ela surgiu em outdoors ao lado da malufista Hebe Camargo, da “medrosa” Regina Duarte e da “festeira” Ivete Sangalo. Apesar da participação “gratuita” destas estrelas midiáticas, a patética iniciativa não conseguiu seduzir a sociedade e sucumbiu rapidamente.     Portal Vermelho

UM CHORINHO : Pra Relaxar.

Naquele Tempo, por Luperce

Primeira gravação (28/03/34) deste choro pelo bandolinista pernambucano Luperce Miranda.




 Aqui com Baden :“Naquele Tempo”, de Pixinguinha e Benedito Lacerda simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO.



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ARRUDA - O Filme







Em Breve nos cinemas

NOBLAT - O COLECIONADOR DE BARRIGAS

PADRÃO GLOBO DE JORNALISMO.


Enviado por Ricardo Noblat - 18.2.2010 17h08m
Comentário
Por que Paulo Octávio renunciou

A renúncia de Paulo Octávio ao cargo de governador em exercício tem a ver com um único motivo: ele perdeu qualquer tipo de sustentação política.

Imaginou que ouviria de Lula uma palavra amiga. No encontro dos dois, esta manhã, Lula disse que mandara a Controladoria Geral da União analisar os repasses de verbas federais para Brasília à caça de irregularidades.

PO, como Paulo Octávio é conhecido, saiu do encontro calado. O ministro das Relações Institucionais saiu dizendo que ele falara com Lula sobre renúncia.

O DEM abandonou PO. José Agripino Maia, líder do DEM no Senado, bateu duro:

- Não se pode desvincular Paulo Octávio de Arruda e os dois do que aconteceu no Distrito Federal.

Há uma semana que PO tenta atrair nomes acima de quaisquer suspeitas para montar uma nova equipe de governo. Não conseguiu nenhum.

Como poderia se manter no cargo?

Restou-lhe a renúncia. É o que começou a anunciar.



O PAULO OCTAVIO NÃO RENUNCIOU.

ESTÁ POR CIMA

Gazeta do Povo 18/02/2010


PAIXÃO


OLHO VIVO

Tijolaço.com -Blog de Brizola Neto





Era evidente: ingleses preparam frota para Malvinas
quinta-feira, 18 fevereiro, 2010 às 11:17
Anteontem, eu disse aqui que ia acontecer, e era “batata” que fosse. Ontem, o popular jornal inglês The Sun anunciou a preparação de uma frota inglesa para seguir para as Malvinas, para dar cobertura á exploração de petróleo ao largo das ilhas. Hoje, o primeiro-ministro Gordon Brown disse que não planeja o envio de um reforço militar às ilhas, mas admitiu que o país fez “todas as preparações que são necessárias para garantir que as ilhas Malvinas estejam adequadamente protegidas”.

Para quem sabe ler, um pingo é letra. E 60 bilhões de barris de petróleo é bem mais que um pingo, não é? Adequadamente protegidas, a 12 mil quilômetros de distância, quer dizer uma boa e velha frota da Marinha de Sua Majestade.

Em uma entrevista à BBC publicada hoje, o deputado William Hague, ex-líder do Partido Conservador, e porta-voz do partido de oposição para assuntos de Defesa, defendeu em o aumento da presença naval britânica na região.

“Algum tipo de presença naval maior – pode ser somente um navio em visitas regulares -, este tipo de coisa mostraria claramente à Argentina – com quem, novamente, queremos manter relações amistosas – que estamos firmes em relação a isso”, disse Hague.“Seria um sinal para que não interpretassem mal as intenções britânicas. Uma das coisas que deram errado nos anos 1980 foi que os argentinos acharam que nós não estávamos realmente comprometidos com as ilhas Falklands. Então, não podemos cometer o mesmo erro novamente. Nosso comprometimento deve ser muito claro”, afirmou.

Hoje, segundo o Ministério da Defesa inglês, há mil soldados e quatro navios estacionados em Porto Stanley, capital das Malvinas.

Nossa diplomacia já deve estar se movendo para deter esta escalada. E deve fazer isso de forma visível, para que a opinião pública brasileira fique ciente dos riscos envolvidos nessa pretensão imperial sobre as Malvinas. Ou vão continuar dizendo que gastarão bilhões para proteger as poucas casinhas de madeira dos colonos ingleses…

PS. O Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, reproduziu o post em que tratei da questão, para meu orgulho, pela qualidade do seu blog. Mas queria esclarecer uma coisa. O problema não é só o “decadente imperialismo inglês”. É que, como se viu com Tony Blair no Iraque, aquilo que é deles é também dos “primos” norteamericanos.