terça-feira, 30 de agosto de 2011

VEJA E O ESGOTO.


Ao voltar de Barretos (ver post anterior), o meu correio eletrônico já estava entupido de mensagens de amigos e leitores comentando e me pedindo para comentar a reportagem da revista "Veja" sobre as "atividades clandestinas" do ex-ministro José Dirceu, um dos denunciados no processo do "mensalão", que tramita no Supremo Tribunal Federal e ainda não tem data para ser julgado.
Só agora, no começo da tarde de segunda-feira, consegui ler a matéria. Em resumo, como está escrito na capa, sob o título "O Poderoso Chefão", ao lado de uma foto em que Dirceu aparece de óculos escuros e sorridente, a revista faz uma grave acusação:
"O ex-ministro José Dirceu mantém um "gabinete" num hotel de Brasília, onde despacha com graúdos da República e conspira contra o governo da presidente Dilma".
Para justificar a capa, a revista publica dez reproduções de um vídeo em que, além de Dirceu, aparecem ministros, parlamentares e um presidente de estatal entrando ou saindo do "bunker instalado na área vip de um hotel cinco-estrelas de Brasília, num andar onde o acesso é restrito a hóspedes e pessoas autorizadas".
Nas oito páginas da "reportagem"  _ na verdade, um editorial da primeira à última linha, com mais adjetivos do que substantivos _ não há uma única informação de terceiros que não seja guardada pelo anonimato do "off" ou declaração dos "acusados" de visitar o bunker de Dirceu confirmando a tese da "Veja".
Fiel a uma prática cada vez mais disseminada na grande mídia imprensa, a tese da conspiração de Dirceu contra o Governo Dilma vem antes da apuração, que é feita geralmente para confirmar a manchete, ainda que os fatos narrados não a comprovem.
Para dar conta da encomenda, o repórter se hospedeu num apartamento no mesmo andar do ex-ministro. Alegando ter perdido a chave do seu apartamento, pediu à camareira que abrisse o quarto de Dirceu e acabou sendo por ela denunciado à segurança do hotel Naoum Plaza, que registrou um boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial de Brasília, por tentativa de invasão de domicílio.
Li e reli a matéria duas vezes e não encontrei nenhuma referência à origem das imagens publicadas como "prova do crime", o primeiro dos mistérios suscitados pela publicação da matéria. O leitor pode imaginar que as cenas foram captadas pelas câmeras de segurança do hotel, mas neste caso surgem outras perguntas:
* Se o próprio hotel denunciou o repórter à polícia, segundo "O Globo" de domingo, quem foi que lhe teria cedido estas imagens sem autorização da direção do Naoum?
* Se foi o próprio repórter quem instalou as câmeras, isto não é um crime que lembra os métodos empregados pela Gestapo e pelo império midiático dos Murdoch?
* As andanças pelo hotel deste repórter, que se hospedou com o nome e telefone celular verdadeiros, saiu sem fazer check-out e voltou dando outro nome, para supostamente entregar ao ex-ministro documentos da prefeitura de Varginha, são procedimentos habituais do chamado "jornalismo investigativo"?
As dúvidas se tornam ainda mais intrigantes quando se lê o que vai escrito na página 75 da revista:
"Foram 45 horas de reuniões que sacramentaram a derrocada de Antonio Palocci e durante as quais foi articulada uma frustrada tentativa do grupo do ex-ministro de ocupar os espaços que se abririam com a demissão. Articulação minuciosamente monitorada pelo Palácio do Planalto, que já havia captado sinais de uma conspiração de Dirceu e de seu grupo para influir nos acontecimentos que ocorriam naquela semana (6,7 e 8 de junho, segundo as legendas das fotos) _ acontecimentos que, descobre-se agora, contavam com a participação de pessoas do próprio governo".
A afirmações contidas neste trecho provocam outras perguntas.
* Como assim? Quem do governo estava conspirado contra quem do governo?
* Por acaso a revista insinua que foi o próprio governo quem capturou as imagens e as entregou ao repórter da "Veja"?
* Por que a reportagem/editoral só publica agora, no final de agosto, fatos ocorridos e imagens registradas no começo de junho, no momento em que o diretor de redação da revista está de férias?
Só uma coisa posso afirmar com certeza, depois de 47 anos de trabalho como jornalista: matéria de tal gravidade não é publicada sem o aval expresso dos donos da empresa ou dos acionistas majoritários. Não é coisa de repórter trapalhão ou editor descuidado.
Ao final da matéria, a revista admite que "o jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades (...) E conseguiu. Mas a máfia não perdoa".
Conseguiu? Há controvérsias... No elenco de nomes apresentados pela revista como frequentadores do "aparelho clandestino" de Dirceu, no entanto, não encontrei nenhum personagem que seja publicamente conhecido como inimigo do ex-ministro Antonio Palocci.
O texto todo foi construído a partir de ilações e suposições para confirmar a tese _ não de informações concretas sobre o que se discutiu nestes encontros e quais as consequências efetivas para a queda de Palocci.
Não tenho procuração para defender o ex-ministro José Dirceu, nem ele precisa disso. Escrevo para defender a minha profissão, tão aviltada ultimamente pela falta de ética de veículos e profissionais dedicados ao vale-tudo de verdadeiras gincanas para destruir reputações e enfraquecer as instituições democráticas.
É um bom momento para a sociedade brasileira debater o papel da nossa imprensa  _ uma imprensa que não admite qualquer limite ou regra, e se coloca acima das demais instituições para investigar, denunciar, acusar e julgar quem bem lhe convier.
Diante de qualquer questionamento sobre as responsabilidades de quem controla os meios de comunicação, logo surgem seus porta-vozes para denunciar ameaças à liberdade de imprensa.
Calma, pessoal. De vez em quando, convém lembrar que repórter não é Polícia e a Imprensa não é  Justiça, e também não deveria se considerar inimputável como as crianças e os índios. Vejam o que aconteceu com Murdoch, o ex-todo-poderoso imperador. Numa democracia, ninguém pode tudo.
Ricardo Kotscho
Blog Balaio do Kotscho

sábado, 27 de agosto de 2011

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

RIR É O MELHOR REMÉDIO. BOM FIM DE SEMANA A TODOS.




Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

M S T


24/08/2011 11h23 - Atualizado em 24/08/2011 12h21



Reintegração de posse foi determinada por juiz na terça-feira (23).
Oficial de Justiça entregou notificação aos sem-terra nesta quinta.

Do G1 SP, com informações da TV TEM
O comando do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que invadiu a fazenda Santo Henrique, localizada entre Agudos e Borebi, no interior de São Paulo, recebeu na manhã desta quarta-feira (24) uma notificação de um oficial de Justiça a respeito da reintegração coercitiva da propriedade, que foi determinada pelo juiz da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista na terça-feira (23). Até por volta das 11h, quando o oficial deixou o local, a situação era tranquila.

Os integrantes do movimento que invadiram a fazenda na segunda-feira (22), em uma mobilização em favor da reforma agrária, terão 24 horas para deixar a propriedade. Caso ela não seja desocupada no prazo estabelecido, a decisão do juiz prevê multa diária de R$ 500 para cada invasor.
"O 'periculum in mora' vem estampado em todas as nefastas consequências da invasão praticada, ressaltando-se, por oportuno, o embaraço no desempenho das atividades produtivas na área, a ameaça aos moradores e o risco de destruição do patrimônio, sendo que já houve impedimento de realização de colheita de expressivo montante de laranjas", determinou o juiz Mário Ramos dos Santos.

Essa é a segunda vez que o movimento invadiu essa propriedade. Em 2009, um grupo de trabalhadores sem-terra destruiu a sede, máquinas e 10 mil pés de laranja. O prejuízo foi estimado em cerca de R$ 1 milhão. A fazenda da empresa Cutrale é considerada produtiva, mas os sem-terra afirmam que as terras pertencem ao governo federal e, por isso, devem ser distribuídas.

A assessoria de comunicação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que a Cutrale obteve em 2ª instância a cassação da liminar de imissão na posse da Fazenda Santo Henrique concedida ao Incra em 2007. Ao cassar a imissão na posse, a Justiça entendeu que o imóvel não pertence à União e que o Incra não é parte legítima na ação. De acordo com o Incra, a União deve propor nova ação judicial por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria Regional Federal para superar o argumento de que o Incra não é parte legítima

Quando eu for eu vou sem pena.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

William Shakespeare




O MENESTREL
Um dia você aprende que...

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo. •.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame, não significa que esse alguém não o ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

domingo, 21 de agosto de 2011

Em defesa de Lula




Só no Brasil mesmo para alguém ter que defender o autor de uma obra como a de Luiz Inácio Lula da Silva, o eterno presidente Lula. E o que mais espanta não é a mesquinhez dos inimigos, mas a ingratidão de parte dos que apoiaram seu governo e que agora apóiam o da sucessora que ele indicou e elegeu com a sua popularidade imensurável.
Em qualquer parte do mundo, sob qualquer avaliação séria, o que Lula logrou produzir no Brasil é considerado quase um milagre. Não deveria espantar, no entanto, a falta de memória popular eternamente cantada em verso e prosa, apesar de que a imensa maioria dos brasileiros ainda tem consciência da obra do ex-presidente.
Compreendo que os inimigos de Lula, essas amebas que sabotaram o Brasil durante os oito anos anteriores só para atingi-lo, tentem agora destruir a memória nacional sobre os prodígios que este país conseguiu ao fim da primeira década do século XXI.
Como, além de mesquinhos, os inimigos de Lula são covardes, não espanta que tentem se aproveitar do fato de ele não ter mais o púlpito da Presidência da República para se defender. Não compreendo, porém, quando o ataque parte daqueles que, ao apoiarem o governo eleito por mérito quase inteiro do ex-presidente, terminam por injustiçar Lula.
Ele vem sendo acusado, nos debates sobre a conjuntura política, de, pasmem, “não ter feito nada para democratizar a comunicação no Brasil” e de, no início de seu mandato, também ter sido considerado “traidor” de seus princípios ao adotar política econômica subserviente ao mercado.
Partindo da direita midiática, posso aceitar tal premissa. Mas é absurdo ver alguém que apóie de verdade o atual governo – e que, portanto, deve ter apoiado o anterior – dizer essas barbaridades sobre a era Lula.
O que primeiro chama a atenção é a falta de visão histórica em tal afirmação. Quem não consegue distinguir o estado em que Fernando Henrique Cardoso entregou o governo a Lula do estado em que o país estava quando o mesmo Lula passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff, talvez não mereça resposta.
Ainda quero crer, porém, que essas pessoas estão meramente se deixando enganar. Não quererei crer que agem por má fé ao endossar a “faxina” do “lixo” da “herança maldita” que a direita midiática atribui a Lula. Portanto, quero refrescar memórias.
Lula recebeu um país arrasado, com inflação e desemprego nas alturas, estagnado economicamente, sem investimentos, sem reservas cambiais e sem crédito internacional, fosse financeiro ou conceitual. Entregou a Dilma um país pujante, internacionalmente reconhecido, crescendo fortemente, com quase pleno emprego e inflação sob controle.
Apesar disso, enfrentou a artilharia mais sórdida talvez desde Getúlio Vargas. Sua família, sua dignidade e até a sua sexualidade foram alvo de ataques incessantes. Tentou-se derrubá-lo com os mesmos “escândalos de corrupção” que a direita sempre usou para depor governos progressistas na América Latina.
Lula, com sua imensa inteligência política, soube enfrentar as críticas e os ataques com uma postura altaneira e com seus discursos sempre corajosos, por meio dos quais enfrentou os que diziam que não conseguiria governar. Fez isso desde que tomou posse pela primeira vez, em 2003.
Durante o processo eleitoral de 2002, em que se sagrou presidente da República, Lula deixou absolutamente claro, para quem nele quisesse votar, que não quebraria contratos e que não daria guinadas na convivência com o mercado financeiro internacional, infringindo as regras do jogo que, após a década anterior e o Consenso de Washington, tornaram-se compulsórias para as nações.
Este blogueiro jamais chamou Lula de traidor e entendeu perfeitamente sua postura relativamente contemporizadora até que, em 2005, eclodisse o escândalo do “mensalão”. Tinha, então, a consciência histórica da situação em que ele havia recebido o país e de que seria preciso pôr a casa em ordem antes de avançar em sua democratização, que passaria pela comunicação.
Após lograr o que se temeu que não ocorresse, reeleger-se em 2006, Lula estava livre para avançar na democratização da comunicação no Brasil. Em 2008, durante o Fórum Social Mundial, convocou a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que ocorreria cerca de um ano depois, ao final de 2009.
Lula delegou ao ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Franklin Martins a missão de elaborar um projeto de regulação da comunicação no Brasil que se inspirou nas legislações mais avançadas do mundo, tais como as de Estados Unidos, Inglaterra, França e, também, nas deliberações da Confecom.
O projeto de regulação da comunicação foi deixado pelo ex-presidente Lula após um longo processo, com dezenas de conferências pelos Estados, regiões e cidades, e com fóruns e seminários com autoridades da comunicação de outros países. Fez isso suportando artilharia imensa da mídia desencadeada justamente por conta do processo que a fazia sentir-se ameaçada.
Foi duro para Lula suportar a artilharia que sofreu da mídia por ter erigido o projeto que deixou ao fim de seu governo para colocar ordem no prostíbulo que é a comunicação neste país, com oligopólios ilegais que se valem de ações criminosas iguais ou piores do que as que já se sabe que praticam os tablóides britânicos controlados por Rupert Murdoch, entre outros.
Também foi preciso coragem para enfrentar grandes interesses a fim de transformar o Brasil em um país muito mais justo e pujante, um país que assombra por ter se tornado um mar de estabilidade e progresso em meio a um mundo caótico.  Lula fez isso graças aos milhares – eu disse milhares – de discursos políticos ao longo de seu governo de oito anos.
A cada frase que dizia – e que calava fundo no coração do povo – era fustigado pela direita midiática logo em seguida. Já em seu discurso de posse não deixou de mandar seus primeiros recados, lembrando o preconceito que teve que enfrentar para chegar aonde chegara. Dali em diante, nunca mais deixou de dizer sempre o que precisava ser dito.
Acompanhei, in loco, o processo de democratização da comunicação implantado em vários países da América do Sul, tais como Argentina, Bolívia, Equador ou Venezuela. Em todos esses países foi preciso muita coragem. Foram processos traumáticos, mas o povo fez a sua parte apoiando aqueles líderes e os países chegaram lá.
Entendi que os discursos de Lula não se traduzissem em ações tão intensas quanto as empreendidas nos países vizinhos. Queria processo menos traumático. Mas ele agiu, sim. O Conselho Federal de Jornalismo e a Ancinav foram tentativas frustradas porque não havia apoio no Congresso, mas pelo menos foram tentativas.
Quanto à “herança maldita” que a mídia diz que Lula deixou, sobretudo no que diz respeito a essa absurda herança de “corrupção”, é inaceitável. Toda administração pública pode conter corruptos. Acontece no governo federal, nos governos estaduais e municipais.
O fato de se colocar lente de aumento sobre problemas no governo federal não significa que sejam maiores ou menores nesse governo, nem o fato de que não se cobra “faxinas” em governos como o de São Paulo ou de Minas quer dizer que não exista corrupção neles. Apenas denota que a corrupção dos aliados da mídia é protegida por ela.
Este manifesto, portanto, é em defesa de Lula e de sua obra épica. Nele, peço respeito à memória de um governante que transformou este país para sempre. Uma memória que já se tornou um patrimônio nacional e que pessoas como este blogueiro lutarão para preservar enquanto tiverem um mísero sopro de vida dentro de si.

sábado, 20 de agosto de 2011

Nada como uma guerra para ocultar a miséria


O blog já vinha alertando que Israel procurava um pretexto para a guerra.

Guerra esta cuja única finalidade é desviar a atenção sobre os problemas internos da tribo.

Fome, miséria, exclusão, inflação, saúde publica falida nessa autentica babel ocupada por supostos judeus de todo o mundo.

Quando mais de 500 mil cidadãos saem às ruas para protestar, somente uma guerra para buscar a unidade.

Provocar guerra está no DNA dos dirigentes da entidade sionista.

Um estado que nasceu da guerra e vive pela guerra.

O absurdo é que as vitimas do estado que vive do marqueting da palavra “semita” são justamente os semitas.

Reparem que Israel só ataca  semitas.

Os autênticos semitas, diga-se, os palestinos.

Sim!

Os palestinos são os últimos semitas do planeta que os israelianos, ( governantes arianos de Israel) tentam exterminar.

Com apoio incondicional da “democracia” estadunidense.

Sabem o que Israel e os Estados Unidos têm em comum?

O assassinato a distância.

Aviões, helicópteros, mísseis, tanques são utilizados corriqueiramente.

 Jamais batalhas homem a homem.

De perto, os israelenses não conseguem enfrentar nem as crianças.

Assistam ao vídeo abaixo e vejam uma das verdades que a mídia cúmplice esconde.

Você sabe qual é a diferença entre uma vaca ruminando e um americano mastigando chicletes?


É que logo você nota o ar inteligente da vaca.

George Bernard Shaw


POSTADO POR GEORGES BOURDOUKAN

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Um homem que não se ajoelha, cria asas


O tempo, aos seres humanos, vai nos substituindo de presença para memória.
Na equação entre passado e presente que resulta no futuro, vamos nos tornando o primeiro, em lugar do segundo.
E aí, quando as décadas nos encolhem e encurvam, o valor dos atos humanos, dependendo do que fomos e fizemos, mingua ou reluz.
Há muito tempo, Victor Hugo escreveu, em seu magnífico “Os trabalhadores do Mar”, que diante do desconhecido e do medo trazido pela noite, “um  homem abate-se, ajoelha-se, prosterna-se, roja-se, arrasta-se para um buraco, ou então procura asas.”
Sim, porque homens têm asas, e essas asas se chamam sonho, e  este sonho, se vira luta, torna-os gigantes, ainda quando o tempo apequena e fragiliza seus corpos.
Tão grandes que a grandeza os sublima, e os faz seguir, teimosamente, dando aos sonhos que encarnaram as últimas gotas de suas vidas, seus pensamentos,  as lições que aprenderam e que seus nomes espalham ainda.
Fidel Castro faz, hoje, 85 anos.
Aquele a quem tantas vezes se tentou matar enfrenta o tempo com a serenidade de quem sabe que seguirá vivendo. Um pouco mais, como homem. Muito e muito mais, como um grande pássaro, ao qual o  sonho e a luta deram -  ele deu a uma geração inteira – asas  para voar e vencer o medo.
Longa vida a Fidel e vida eterna a seus sonhos!




sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MÚSICOS DE RUA








Profissão Antiga

Imagina trabalhar numa profissão onde você tem que satisfazer o cliente a qualquer custo, mesmo que isso dê nojo. O cliente pode ser um tremendo mau caráter e exigir coisas horríveis. Mesmo assim, é preciso agradá-lo. Depois, cala-te boca: o sigilo é fundamental.

Tem profissionais que conseguem faturar uma boa grana, mas a maior parte trabalha muito e ganha uma mixaria. Não há horário de trabalho: muitas vezes é preciso virar a noite trabalhando. É uma barra: volta e meia você vai parar na delegacia no meio da madrugada. E ainda tem gente que diz que a sua vida é fácil!

Todo mundo sabe que o seu trabalho é importante, mas ninguém quer assumir que usa os serviços que você oferece. O cliente sempre acha que você cobra muito. E o pior é que, depois de satisfeito, ele se refere a você com piadas de mau gosto, chingamentos e palavrões. Haja preconceito.

Assim não dá. Quem trabalha nessa profissão pensa todo dia: "não vou ficar o resto da vida fazendo isso!"

Não, não é o que você está pensando. Estou falando dos advogados.

Hoje, 11 de agosto, se comemora o Dia do Advogado, que lembra a fundação do primeiro curso de Direito do Brasil, em 1827. Parabéns, caros causídicos!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PRECONCEITO E A APOLOGIA AO CRIME.


QUARTA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2011

O ESPAÇO NÃO PODE SER SÓ DE QUEM DIVULGA PRECONCEITOS


Semana passada, o Instituto Maria da Penha e parceiros lançaram três comerciais que fazem parte da campanha “Mulheres e Direitos”. As três peças são muito boas. A primeira é de duas mulheres lavando roupa na beira de um rio e conversando sobre um marido que mudou após o casamento e está se comportando como dono. O segundo mostra mulheres saindo de casa e indo a uma delegacia. O terceiro traz Milton Gonçalez, Carlinhos de Jesus e Bernardo Mesquita falando das mudanças na sociedade e de como a violência se sustenta na desigualdade. Em todos Maria da Penha fala no final, com muita propriedade, como sempre. 
Embora os vídeos sejam de excelente qualidade, o principal numa campanha é a divulgação. Lógico que nós na internet iremos espalhá-los por aí, mas eles passarão (encurtados pra 30 segundos) na TV? Em que programas? Por quanto tempo? Eu sonho com uma campanha como a do Equador, aquela do “O machismo é violência/Reaja, Equador”, que já tem mais de dois anos de veiculação. Produzir essas peças pode ser caro, mas tem um preço ínfimo se comparado a quanto custa ocupar um espaço comercial na TV.
Eu queria que vídeos com
o os três lançados na sexta, e também outros, falando do desrespeito de todos os dias que as mulheres sofrem, tivessem presença diária na TV — e de graça. Que o governo pudesse ter direito a quinze minutos por dia em inserções comerciais, sem que nós contribuintes tivéssemos que pagar por campanhas que só visam melhorar a sociedade (para todos — homens e mulheres, ou alguém acha seriamente que um homem que bate na mulher leva uma vida boa, que uma sociedade que ouve gritos vindos da porta ao lado e não faz nada, porque “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, é saudável e feliz?). 
É absurdo que precisemos lembrar sempre que TV é concessão pública. Não é, ou não deveria ser, um canal que foi dado ao Roberto Marinho ou ao Silvio Santos ou ao Edir Macedo como um cheque em branco. Tem responsabilidades, e é assim em todos os países do mundo. 
Claro que eu gostaria que não houvesse mais público que risse de piadas como as do CQC. Eu adoraria que houvesse cada vez menos gente que quisesse se associar com velhos preconceitos, mas sou a favor da liberdade de expressão. Só acho que eles não devem, e não podem, ser deixados sós, falando as bobagens que quiserem, sem reação. Já pensou que legal se antes e depois de um quadro como odo Zorra Total, em que duas amigas sãobolinadas no metrô, houvesse comerciais do governo (ou de entidades ligadas a ele) mostrando que essa é uma realidade que atormenta milhares de mulheres todos os dias, e que isso não é engraçado e nem deveria ser aceito como natural? Seria um avanço se tais peças trouxessem depoimentos de mulheres que sofreram e sofrem essa realidade, e avisassemaos espectadores homens que as filhas, irmãs, mães e esposas deles também passam por isso. E por que limitar essa reação, essa tentativa de educar as pessoas, na violência contra a mulher? Vamos firmar um acordo com as TVs para que elas veiculem vídeos contra a homofobia e o racismo também, contra o bullying nas escolas, contra a "palmadinha pedagógica" nas crianças... Que tal se, depois da cena da novela que mostrou um gay sendo morto a chutes (porque novela não mostra beijo gay pra não chocar o público conservador, mas mostra violência contra gay, que aparentemente não é nada chocante), viesse um comercial didático com dados de quantos gays são mortos no Brasil? 
Seria ótimo se a mídia em geral se conscientizasse que seu papel pode ser combater preconceitos, ao invés de fomentá-los. Adoraria que a Globo tivesse campanhas institucionais contra o machismo, que este fosse um tema frequente em novelas. Gostaria que programas de humor apontassem suas armas contra os preconceitos, não contra ativistas que lutam contra esses mesmos preconceitos. Mas, infelizmente, se a gente for esperar que amídia acorde e queira melhorar o mundo, vamos esperar sentad@s até morrer. Não vai acontecer. A mídia se preocupa apenas com lucro, e, pra lucrar, nada mais fácil que martelar os velhos temas preconceituosos que vemos em todo lugar. Não há inovação. 
Na mídia reina o pensamento único, que é aquele mesmo pensamento expresso por conhecidos, parentes, amigos, colegas de trabalho, professores. É o senso comum, e o senso comum é extremamente preconceituoso. Escolhendo bem seu círculo de amizades, você pode passar a vida inteira sem encontrar alguém que divirja dos seus valores preconceituosos, valores que você carrega desde a sua formação preconceituosa. Mas o oposto não é verdadeiro: você teria de viver numa ilha deserta pra nunca topar com ideias preconceituosas. Então eu acho incrível a cara de pau de quem defende liberdade de expressão pra que Rafinha Bastos faça a apologia ao crime que quiser, mas ficaria revoltado se um programa de TV se dedicasse a apontar machismo, racismo, homofobia. Parece que essa liberdade de expressão é muito relativa. Só deve valer pros mesmos de sempre. O que eu ouço de “Cala a boca, sua feminazi nojenta!” todos os dias não tá no gibi. Eles querem liberdade de expressão... pra eles. A liberdade que defendem é que possam continuar exercendo seus preconceitos sem serem contestados. É só isso. 
Como já disse várias vezes, sou contra a censura. Eu quero é briga, quero revoluções. Quero que toda ação enfrente uma reação. Mas não vejo essa reação na TV. E ela precisa existir. Ninguém deve ter o direito de perpetuar as besteiras que quiser sem ser contestado. Mas pra ser contestado é preciso espaço. Toda a programação de TV é deles pra perpeturem seus preconceitos. Já passou da hora para que a luta contra os preconceitos tenha espaço também.