quarta-feira, 7 de maio de 2014

Os tucanos de várias cores e os interesses do 1%.

Os tribunais das províncias da França e as eleições no Brasil

Foucault dizia que para entender uma época não se deve ler os filósofos ou os grandes
 pensadores políticos. Esses são espertos. Encobrem a ideologia. É preciso todo um trabalho 
de decifração. Melhor ir nas sentenças dos tribunais das províncias; nos artigos dos jornais
 obscuros; naqueles discursos que não exigem interpretação nenhuma, que escancaram tudo,
 com todas as letras.

Bom. Ele dizia mais ou menos isso.

Mutatis mutandis, isso se aplica aos candidatos ao governo federal no Brasil de hoje. Tira uma 
vírgula, bota uma vírgula, os discursos são basicamente iguais. Todo mundo quer melhorar a vida 
do povo-sofrido-trabalhador. Todo mundo quer saúde-emprego-educação.

Mas vai ver o que falam os assessores deles!

O Persio Arida e o Armino Fraga, gurus de uns e outros, botam os pingos no is. Para eles, a 
economia está "muito aquecida". O desemprego está muito baixo. Vê se pode. Dizem isso na
 maior. Tem que jogar alguns milhões na rua da amargura para a economia dar certo. Dar certo
 para quem, cara pálida?

Não gosto de críticas com base na tal da "competência". Isso é o que eles dizem da esquerda. 
Que é incompetente. A questão não é essa. Ninguém é imbecil. Ninguém é incapaz. A receita 
dos caras é recessiva e eles sabem muito bem disso. Eles são muito competentes. E querem 
recessão. É quando o capital aproveita para tomar de volta as conquistas dos trabalhadores.

Resumindo. O discurso dos candidatos é sempre bonitinho, feito embalagem de sabonete. 
Mas tem quem fale sem muito retoque. Eles dizem a que interesses vão servir, se pegarem na 
caneta. É aí que o bicho pega. É aí que se vê com toda clareza que os projetos são diferentes,
 sim. O PT busca reformas cautelosas para melhorar um pouco a vida da maioria. Os tucanos 
de várias cores são audaciosos para atender aos interesses do já famoso 1%.

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