terça-feira, 31 de julho de 2012

É NÓIS NA FITA.



Mulher de Cachoeira para juiz: 'O Carlos [Cachoeira] contratou o Policarpo [da Veja] para fazer um dossiê contra o senhor'




Cada vez ficam mais claras e se complicam as ligações entre o esquema criminoso do bicheiro Carlinhos Cachoeira e a revista Veja, por intermédio de seu diretor em Brasília, Policarpo Júnior.
Blog do Mello

O JULGAMENTO NA IMPRENSA


Show da notícia - sempre o "mensalão"

Nazistas

Hoje O Globo deu um refresco. A principal manchete não tem nada a ver com o "mensalão"
 - aquele esquema onde o PT subornava os deputados do PT para eles votarem nas 
propostas do PT.

Em compensação, tem uma matéria assinada na página nobre, aquela dos editoriais. 
O autor é... é... é o famoso "Quem?".

Ele compara o julgamento do STF ao Tribunal de Nuremberg. Isso mesmo. Nuremberg. 
Onde foram julgados os nazistas responsáveis pelo genocídio nos campos de 
concentração.

Eu não disse? O Globo quer condenar toda a quadrilha do Zé Dirceu à pena de morte.



O julgamento na imprensa
Por: Janio de Freitas, Folha de São Paulo
31/07/2012
Se há contra os réus indução de animosidade, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações
O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes.
Os trabalhos jornalísticos com esforço de equilíbrio estão em minoria quase comovente.
Na hipótese mais complacente com a imprensa, aí considerados também o rádio e a TV, o sentido e a massa de reportagens e comentários resulta em pressão forte, com duas direções.
Uma, sobre o Supremo. Sobre a liberdade dos magistrados de exercerem sua concepção de justiça, sem influências, inconscientes mesmo, de fatores externos ao julgamento, qualquer que seja.
Essa é a condição que os regimes autoritários negam aos magistrados e a democracia lhes oferece.
Dicotomia que permite pesar e medir o quanto há de apego à democracia em determinados modos de tratar o julgamento do mensalão, seus réus e até o papel da defesa.
O outro rumo da pressão é, claro, a opinião pública que se forma sob as influências do que lhe ofereçam os meios de comunicação.
Se há indução de animosidade contra os réus e os advogados, na hora de um julgamento, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações a granel e, no resultado alternativo, decepção exaltada. Com a consequência de louvação ou de repulsa à instituição judicial.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reforça o sentido das reportagens e dos comentários mais numerosos, ao achar que “o mensalão é o maior escândalo da história” -do Brasil, subentende-se.
O procurador-geral há de ter lido, ao menos isso, sobre o escândalo arquitetado pelo brilho agitador de Carlos Lacerda em 1954, que levou à República do Galeão, constituída por oficiais da FAB, e ao golpe iniciado contra Getúlio Vargas e interrompido à custa da vida do presidente.
Foi um escândalo de alegada corrupção que pôs multidões na rua contra Getúlio vivo e as fez retornar à rua, em lágrimas, por Getúlio morto.
Como desdobramento, uma série de tentativas de golpes militares e dois golpes consumados em 1955.
O procurador Roberto Gurgel não precisou ler sobre o escândalo de corrupção que levou multidões à rua contra Fernando Collor e, caso único na República, ao impeachment de um presidente. Nem esse episódio de corrupção foi escândalo maior?
E atenção, para não dizer, depois, que não recebemos a advertência de um certo e incerto historiador, em artigo publicado no Rio: “Vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana”.
Dois inícios de guerra civil em 1930 e 1932, insurreição militar-comunista em 1935, golpe integralista abortado em 1937, levante gaúcho de defesa da legalidade em 1961, dezenas de tentativas e de golpes militares desde a década de 1920.
E agora, à espera do julgamento do mensalão, é que “vivemos um dos momentos mais difíceis da história republicana”.

JORNALISMO DE ESGOTO


CPMI do Cachoeira convocará jornalista da Veja para depor

Nesta segunda, juiz que investiga o caso Cachoeira acusou a mulher do contraventor de tentar chantageá-lo com base em dossiê produzido pelo diretor da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Discutiremos a convocação na primeira reunião da CPMI”, disse à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Brasília - O diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, o jornalista Policarpo Junior, será convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os crimes cometidos pela organização criminosa chefiada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”, afirmou à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Nesta segunda (30), a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi detida sob a acusação de tentar chantagear o juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha Santos, com base em dossiê produzido por Policarpo Junior, no qual o magistrado apareceria ao lado de políticos e empresários. O juiz relatou a chantagem ao Ministério Público Federal (MPF), que pediu a prisão da mulher do contraventor. Andressa foi detida pela Polícia Federal (PF) e liberada após firmar compromisso de pagar fiança.

“Isso demonstra que esta organização criminosa está ativa, buscando corromper e constranger autoridades públicas. E que Andressa não é apenas esposa de Cachoeira, mas um membro atuante desta quadrilha, que precisa ser desarticulada”, disse o vice-presidente da CPMI. Segundo ele, a acusada está convocada para depor na CPMI no dia 7. Já Policarpo, ainda terá data agendada.

Indústria de dossiês
Desde o início dos trabalhos da CPMI do Cachoeira, são muitas as denúncias que indicam relações entre a revista Veja e a organização criminosa, que seriam intermediadas por Policarpo. Confira algumas:

As ligações entre Cachoeira, escolas chinesas em Goiás e Veja

Cachoeira: “O Policarpo, ele confia muito em mim, viu?”

Os encontros entre Policarpo, da Veja, e os homens de Cachoeira

Jornalista da Veja favoreceu Cachoeira em depoimento de 2005

segunda-feira, 30 de julho de 2012

CHORO PARA CHORÕES


Pedacinho do Céu, com Izaías e seus Chorões

Por alfeu
Izaías e seus Chorões - Pedacinho do Céu (Waldir Azevedo) 
Izaías Bueno de Almeida - bandolim
Israel Bueno de Almeida - violão 7 cordas
Edmilson Capelupi - violão 6 e 7 cordas
Arnaldinho do Cavaco - cavaquinho  (que cavaco!)
José Reli - pandeiro 


Andressa, a mulher do Cachoeira.


Policarpo Jr acusado de fazer dossiê para Cachoeira chantagear juiz

Conforme o juiz, Andressa teria dito: "Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".

Deu no G1:

O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou ao G1 nesta segunda-feira (30) ter sido chantageado por Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
(...)
Segundo o magistrado, Andressa o procurou na quinta-feira (26) afirmando que teria um dossiê contra o magistrado e, em troca da não-publicação, teria pedido um alvará de soltura para Cachoeira.

O juiz diz ter encaminhado ao Ministério Público um papel com nomes escrito por Andressa e imagens de sua entrada e saída no prédio da Justiça Federal.

Andressa prestou esclarecimentos nesta manhã na Polícia Federal em Goiânia e saiu sem falar com a imprensa. A mulher do contraventor terá de pagar fiança de R$ 100 mil e está proibida de visitar o marido, informou a PF.

Dossiê

Conforme relatou o juiz ao G1, o dossiê teria sido produzido a pedido de Cachoeira pelo jornalista Policarpo Júnior, repórter da sucursal da revista 'Veja', em Brasília. O G1 procurou a assessoria de imprensa da revista, que informou não poder se posicionar sobre questões editoriais. Nas redações de São Paulo e Brasília, não localizou responsáveis para comentar o caso.

Ainda segundo Santos, Andressa teria pedido para falar com ele mesmo sem a presença do seu advogado. Como ela insistiu em ser atendida, o juiz diz que concordou em recebê-la e chamou uma de suas assessoras para acompanhar a reunião.

Depois de cerca de 20 minutos, diz ainda o magistrado, Andressa teria dito para que a assistente fosse retirada sala. Depois de mais 25 minutos, teria insistido. “Ela disse: ‘Quero falar com o senhor a respeito das minhas visitas ao Carlos e vou falar de questões pessoais. Não queria que questões da minha intimidade fossem reportadas a terceiros’. Então concordei com a saída da minha assessora”, relatou.

Conforme o juiz, Andressa teria dito: "Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".

O juiz diz também que respondeu que não tinha nada a temer, quando teria ouvido de Andressa: "O senhor tem certeza?".

A mulher de Cachoeira, conforme o relato do juiz, teria então escrito o nome de três pessoas em um pedaço de papel e perguntado se ele os conhecia: o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), que teve o mandato cassado em setembro de 2009 por suspeita de abuso de poder político nas eleições de 2006; um fazendeiro da região do Tocantins e Pará, conhecido como Maranhense; e Luiz, que seria um amigo de infância do juiz e supostamente responderia a processo por trabalho escravo.

De acordo com o juiz, Andressa teria dito que o jornalista teria fotos do magistrado com essas três pessoas.

“Não tenho nada a temer. Eu não vejo Marcelo Miranda há mais de quatro anos. O Maranhense, ou quem imagino que possa ser o Maranhense, também não vejo há bastante tempo. Já o Luiz é meu amigo de infância. As terras da família dele fazem divisa com as do meu pai, no Maranhão, há mais de 50 anos”, disse Santos.

O magistrado afirmou ter voltado a dizer a Andressa não ter nada a temer, momento em que ela teria se retirado de sua sala. “Quando ela saiu, guardei o papel onde ela escreveu os três nomes, solicitei as imagens que mostram a sua entrada e saída do prédio da Justiça Federal e encaminhei um documento ao Ministério Público relatando o fato."

"Eles entenderam que a ação dela se caracteriza crime e que ela deve pagar uma fiança de R$ 100 mil sob pena de prisão”, relatou.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

SUPREMO DO SUPREMO 3


Corrupção - Gilmar Mendes

R$185.000,00 (cento e oitenta e cinco mil reais)

Custo a crer.

Essa foi demais.

Não é possível.

I-na-cre-di-tá-vel.

Onde é que nós vamos parar?

O Gilmar Mendes!

Logo o Gilmar Mendes!...

... receber uma mixaria dessas???

O SUPREMO DO SUPREMO 2


GILMAR, JUIZ ?
NÃO ! ELE É RÉU !

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, recebeu R$ 185 mil deste Mega-Caixa Dois.

Os repórteres Mauricio Dias e Leandro Fortes, na Carta Capital desta semana, publicam a contabilidade do maior de todos os mensalões.

Trata-se da contabilidade de Marcos Valério para a re-eleição de Eduardo Brandão de Azeredo a governador de Minas, e de Fernando Henrique Cardoso para Presidente, em 1998.

São “demonstrações de recursos arrecadados com as fontes e os recebedores”.

São 26 páginas.

Dez se referem a doadores.

Entre os ilustres doadores, o insigne Banco Opportunity, do banqueiro que mereceu dois HCs Canguru.

Dezesseis páginas se referem a recebedores.

Uma Mega-Caixa Dois que movimentou a bagatela de R$ 104 milhões.

Viva o Brasil !

Viva a UDN !

Viva o PiG (*) !

Viva o Merval !

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, aquele que foi chantageado e não denunciou o chantageador; aquele que, segundo o Demóstenes ao Cachoeira, “mandou subir”, este Catão de Diamantino, recebeu, então,  R$ 185 mil.

Nessa época, ele já trabalhava para o Presidente Fernando Henrique, e cuidava de instalar, em Brasília,  seu Instituto de Ensino da Constituição por SMS.

R$ 185 mil !

Será que vieram do Banco Opportunity ?

Estão entre os recebedores: Paulo Henrique Cardoso e o pai, Fernando Henrique Cardoso, que, depois de expressa recomendação de Azeredo e de Pimenta da Veiga, são agraciados com a ninharia de R$ 573 mil.

Recebem tambem outros heróis do PiG (*), como Tasso Jereissati, Ronaldo Cesar Coelho e o indefectível Heráclito Fortes.

Há um ilustre petista, Senador Delcídio Amaral, que quase sepultou a CPI dos Correios antes de indiciar Daniel Dantas.

E se isso tudo for uma fraude ?

Como, por muito tempo, os tucanos disseram que era a Lista de Furnas.

Bem, Mauricio Dias e Leandro Fortes são macacos velhos.

Os documentos datam de 28/03/1999.

São assinados por Marcos Valério com firma reconhecida.

Os documentos têm uma cópia adicional, assinada por Valério e Cláudio Mourão, para dar autenticidade à contabilidade.

Além disso, Dias e Leandro mostram DOCs cujos valores coincidem com os mencionados nas operações para os beneficiários.

Há algumas surpresas no Mega Mensalão tucano.

André Lara Resende e Luiz Carlos Mendonça de Barros, os cérebros da Privataria, recebem insignificantes R$ 1 mil, cada.

Consta da lista, como quem recebeu R$ 1 milhão e 825 mil, a modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada.

Navalha
O ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas processa este ansioso blogueiro porque, ao noticiar os dois HCs Canguru, disse que aquilo equivalia a transformar o Supremo num balcão de negócios.
Quem defende o ex-Supremo nessa nobre açao é o notável jurisconsulto Sepúlveda Pertence.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


O SUPREMO DO SUPREMO 1


O nome de Gilmar Mendes no Valerioduto

Política

Carta Capital

Exclusivo

27.07.2012 11:36

O valerioduto abasteceu Gilmar Mendes

O ministro do STF na lista dos beneficiários do esquema
CartaCapital publica na edição que chega às bancas em São Paulo nesta sexta-feira 27 uma lista inédita de beneficiários do caixa 2 da campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo em 1998. O esquema foi operado pelo publicitário Marcos Valério de Souza, que assina a lista, registrada em cartório. O agora ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes aparece entre os beneficiários. Mendes teria recebido 185 mil reais.
Há ainda governadores, deputados e senadores na lista. Entre os doadores, empresas públicas e prefeituras proibidas de fazer doações de campanha. O banqueiro Daniel Dantas também aparece como repassador de dinheiro ao caixa 2.
A documentação foi entregue à Polícia Federal pelo advogado Dino Miraglia Filho, de Belo Horizonte. Ele defende a família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada em 2000. Segundo Miraglia, a morte foi “queima de arquivo”, pois a modelo participava do esquema e era escalada para transportar malas de dinheiro. Na lista, Cristiana aparece como destinatária de 1,8 milhão de reais.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Redação do PIG ( Partido da Imprensa Golpista)



O MENSALÃO É UMA FARSA


Em sua edição de hoje, o jornal O Globo apresenta os pontos da defesa do Banco Rural, nas  alegações enviadas por seus advogados ao Supremo Tribunal Federal,para o julgamento do dito "mensalão"...
Pois hoje vou apresentar todos os pontos da defesa de José Dirceu no mesmo "mensalão", termo ainda sem paternidade conhecida, pois os supostos "pais" até agora apontados insistem em lhe lhe negar o DNA. Aliás, para conhecimento de vocês, não é pai, é mãe: foi a jornalista Ana Maria Tahan, quando editora do Jornal do Brasil, a criadora da expressão, que caiu em domínio público feito rastilho de pólvora. Se tivesse patenteado e cobrado royalities, a Tahan seria hoje a maior milionária do dito "mensalão". E, dependendo do próximo resultado do STF, talvez a única...
Vamos, pois, à Defesa de José Dirceu, no processo que começa a ser julgado no próximo dia 2 de agosto, contudo a maior parte da grande imprensa, antecipando-se aos ministros do Supremo Tribunal Federal, já pré-julgou e condenou, indo na contramão da fundamental imparcialidade necessária ao bom exercício do ofício...
defesa 1 Defesa de Dirceu entregue ao STF desmonta acusações
defesa 2 Defesa de Dirceu entregue ao STF desmonta acusações
3 defesa Defesa de Dirceu entregue ao STF desmonta acusações
4 defesa Defesa de Dirceu entregue ao STF desmonta acusações

PAU NELES ERENICE


Mas Erenice não era “culpada”?

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A mídia, no mundo inteiro, tem um poder que ninguém deveria ter nas democracias: condenar e absolver quem quiser das acusações que faz ou que, para os políticos “amigos”, tenta desfazer. Agora mesmo, o país está às portas de ver no que vai dar uma dessas feitiçarias midiáticas, a do escândalo do mensalão “do PT”.
Há mais ou menos sete anos que a opinião pública vem sendo induzida pela mídia a acreditar piamente na culpa “inquestionável” dos 38 réus no inquérito do mensalão, o qual vai a julgamento no STF a partir da semana que vem. Muita gente caiu nessa, inclusive pessoas que não são movidas pela má fé da imprensa partidarizada.
Na semana que finda, porém, ainda que a notícia tenha sido dada com extrema discrição, mais um dos integrantes de um governo petista que fora “condenado” pela mídia foi absolvido pela Justiça, gerando perplexidade naqueles que tiveram acesso à notícia mal-divulgada sobre essa absolvição.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região arquivou o processo contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra por suposto tráfico de influência, após acatar recomendação do Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi decretada na sexta-feira passada (20) pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal.
Em 2010, no auge da campanha eleitoral em que Dilma Rousseff derrotou José Serra, Erenice – sucessora de Dilma na Casa Civil – fora acusada pela mídia de ter beneficiado parentes em contratações de serviços aéreos para os Correios, estudos para projetos de mobilidade urbana e outorgas de concessão de serviço móvel especializado.
As denúncias contra Erenice, entre outros fatores, ajudaram a levar a eleição presidencial de 2010 para o segundo turno, favorecendo José Serra, que por pouco não sofreu uma derrota ainda maior para alguém como Dilma, que, ao contrário dele, jamais disputara uma eleição na vida.
A indisposição da mídia com Erenice, em particular, fora desencadeada mais de dois anos antes, ainda em 2008, quando também sofrera outra acusação que se esboroou ao ser investigada pela Justiça e pela Polícia Federal.
Naquele início de 2008, a oposição acusara o governo Lula de montar um dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O objetivo, de acordo com a oposição, seria constrangê-la na CPI dos Cartões, criada naquele ano para investigar possíveis irregularidades no uso dos cartões corporativos do governo federal.
Não tardou para a mídia comprar a tese tucana. O suposto dossiê, de acordo com reportagem da Folha, foi montado pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff. A oposição e aquele jornal, e posteriormente o resto da mídia, insinuaram que a hoje presidente da República tinha ordenado a Erenice a confecção do dossiê.
Ainda hoje, apesar da primeira absolvição de Erenice, a mídia e a oposição a Dilma tratam aquele caso como se tivesse dado em alguma coisa – continuam repetindo uma acusação que, após ser investigada exaustivamente, mostrou-se mentirosa.
Todavia, nada seria mais contundente e massacrante do que a denúncia eleitoreira que se daria contra Erenice na véspera do primeiro turno da eleição presidencial de 2010, sobre tráfico de influência por Erenice, a qual a Justiça acaba de rechaçar por falta de provas que a imprensa, então, dizia que abundavam.
Em 11 de setembro de 2010, a 3 semanas do primeiro turno da eleição presidencial, justamente em um momento em que as pesquisas davam conta de enorme superioridade de Dilma sobre Serra, a revista Veja acusa o filho de Erenice de fazer “tráfico de influência” usando o cargo da mãe, então ministra da Casa Civil.
A partir dali, todo o noticiário foi sendo construído de forma a garantir à sociedade que Erenice  e Dilma eram culpadas das acusações sem provas que a Veja fez e que toda a grande imprensa comprou sem questionar nada. O noticiário não deixava margem para sequer cogitar que a acusação não fosse séria.
Abaixo, algumas capas da Folha – que poderiam ser da Veja, de O Globo, do Estadão etc – que acusaram Erenice de forma tão cabal que não houve outro jeito senão demiti-la, e que servem de amostra de um fato impressionante: de 11 de setembro a 3 de outubro, todo dia Folha, Estadão, Globo e (semanalmente) Veja fustigaram a campanha de Dilma com o caso Erenice até a eleição ir ao segundo turno.
Observação: leia a primeira coluna de capas da Folha e depois a segunda coluna, obedecendo à ordem de datas abaixo de cada capa.
Agora, leitor, dê uma olhada, abaixo, em como saiu a notícia da absolvição de Erenice nesse mesmo jornal.
Não é por outra razão que Erenice Guerra anunciou, após ser absolvida, que estuda processar por danos morais os veículos de comunicação que, segundo afirmou, “promoveram um verdadeiro linchamento público” com objetivo eleitoral.
Essa é uma causa ganha – ou deveria ser, devido ao que prova este post sobre o que fez a mídia na reta final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2010. O que se espera, portanto, é que Erenice não esmoreça e leve esse processo até o fim, pois esse tipo de armação continua sendo praticado a cada ano eleitoral pela mídia.
Agora mesmo, isso está acontecendo no que tange ao inquérito do mensalão, que começa a ser julgado pelo STF nos próximos dias. O uso eleitoral do processo está ocorrendo tal qual ocorreu em 2010, conforme se vê acima.
Todavia, assim como em 2010 não deu certo, em 2012 isso pode se repetir. Até porque, caso o STF absolva José Dirceu – e, quando se fala no inquérito do mensalão, fala-se especificamente nele – não apenas o resultado eleitoral que a mídia tucana busca pode ser de novo frustrado, mas essa mídia pode sofrer uma desmoralização muito maior do que a de 2010.
Blog da Cidadania por Eduardo Guimarães

terça-feira, 24 de julho de 2012

INICIATIVA PRIVADA


Serra na privada, segundo os blogs

Clique para ampliar.
O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, partiu para o ataque contra os blogueiros considerados progressistas. Taxou os militantes virtuais petistas de “nazistas” e os advogados tucanos anunciaram medidas judiciais contra os blogueiros Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim.
Amorim e Nassif torcem o nariz para a ameaça tucano. Segundo eles, a tentativa de tentar calar vozes críticas não passa de desespero de Serra.
O PSDB acredita ser necessário apurar “a utilização de organizações, blogs e sites financiados com dinheiro público, oriundo de órgãos da administração direta e de estatais, como verdadeiras centrais de coação e difamação de instituições democráticas”.
Pois bem, hoje os militantes virtuais petistas vieram para o contra-ataque. Fizeram montagem em cima de uma foto em que Serra é amparado para não cair de um skate. Na foto montagem, segundo os blogueiros, que diz: “Já que Serra adora uma privatização, nada como colocá-lo na iniciativa privada”.
Essa fotomontagem do tucano José Serra dentro da privada faz sucesso nas redes sociais.
Blog do Esmael Blog do Esmael

CATÁSTROFE HUMANITÁRIA


OMISSÃO, CEGUEIRA IDEOLÓGICA E DESUMANIDADE DESTROEM A SÍRIA

Na mesma linha do meu artigo O açougueiro de Damasco tem os dias
 contados (veraqui), o comentarista internacional Clóvis Rossi fulminou as 
potências insensatas que impediram uma solução menos sanguinária da crise 
síria, ao vetarem sistematicamente a aplicação de sanções rigorosas contra o 
 açougueiro de Damasco.

A percepção do veterano colega é idêntica à minha: a omissão dos (que deveriam
 agir como) civilizados não alterará em nada o desfecho inevitável, a derrubada de
 Bashar al-Assad, que agora é mera questão de tempo. Apenas maximizou o
 prejuízo, com a desintegração do país e uma verdadeira tragédia humanitária.

Desde o início tenho alertado que a velha racionália geopolítica dos tempos da 
guerra fria estava sendo exumada pelos Pepes Escobares da vida para 
justificar o injustificável: terríveis massacres perpetrados pelo terrível herdeiro 
de uma terrível tirania familiar. A qual, ademais, tem utilizado o terrorismo de 
estado para tentar perpetuar a dominação da maioria (sunita) por uma minoria 
(alauíta). 

Trata-se apenas de outro
 dos recorrentes 
conflitos religiosos e 
tribais do Oriente Médio, 
com os abutres 
capitalistas (qualificação 
que hoje se aplica 
também à Rússia e a 
China) jogando dos dois
 lados, como sempre fazem. 

A avaliação do Clóvis 
Rossi coincide, ainda, com a
 minha num ponto que 
sustento desde sempre: 
mais do que com os 
movimentos no tabuleiro político e econômico mundial, deveríamos nos preocupar 
é com as vidas dizimadas ou arruinadas ao longo desses conflitos.  

Se já me deixa perplexo que tal obviedade esteja ausente de muitas análises 
ditas de esquerda, pior ainda é quando tal insensibilidade desumana se aplica a 
uma crise como a síria, na qual nenhuma das forças envolvidas tem absolutamente
 nada de revolucionária. Estão em jogo apenas interesses e credos; é tão somente
 por causa da ganância e do fanatismo religioso que os civis sírios amargam 
horrores infernais.

Quem acredita ser de esquerda havendo feito apenas uma opção intelectual, mas 
sem ter nenhum sentimento real de solidariedade para com os indefesos e 
compaixão pelo sofrimento humano, verdadeiramente não é de esquerda --
pelo menos daquela que remonta a Marx e a Proudhon. Quanto muito, são os 
herdeiros de Stálin.

Segue-se o exemplar texto de Clóvis Rossi, A Síria e o fracasso do mundo, que 
reproduzo na íntegra e recomendo sem restrições.

A destruição da Síria é um caso emblemático de fracasso do mundo ou, ao menos, da governança global.

O Conselho de Segurança, coração do sistema ONU, ficou paralisado por uma disputa entre potências, com interesses que pouco ou nada têm a ver com o interesse primordial dos sírios, que era e continua sendo sobreviver.

Não sobreviveram 19.687 pessoas, das quais 1.522 crianças, entre o início da revolta contra a ditadura Bashar Assad, em março de 2011, e o último dia 15. Há entre 112 mil e 
250 mil refugiados nos países vizinhos, quantidade que aumenta 
exponencialmente a cada dia.

Há 200 mil pessoas, pelo menos, deslocadas de suas casas. Há 3 milhões de 
sírios que precisam de ajuda humanitária para sobreviver. Tudo isso em um 
país de apenas 21 milhões de habitantes.

Pior: não há o mais leve indício de que se esteja perto de algum alívio para a 

tragédia, até porque "os acontecimentos em Damasco e Nova York tornam claro
 que o desenlace da guerra civil síria será decidido no campo de batalha, em vez 
de no Conselho de Segurança", como escreve Richard Gowan, 
diretor-associado do Centro para a Cooperação Internacional da Universidade de 
Nova York.

O veto permanente da Rússia às propostas ocidentais de apertar mais ainda as
 sanções contra a ditadura Assad tiraram do Conselho de Segurança qualquer 
chance de influenciar na crise.

Está falido o modelo que dá direito 
de veto aos cinco países 
vencedores de uma guerra que 
terminou já faz quase 70 anos.

Aliás, chega a ser irônico que o 
suporte inoxidável da Rússia ao 
ditador acabe sendo inútil, como 
afirma Gowan: "A Rússia pode 
continuar a vetar as resoluções
 do Conselho de Segurança pelo 
tempo que quiser, mas, 
enquanto consegue levar ao 
impasse a batalha diplomática em 
Nova York, ela está perdendo a 
verdadeira guerra, na Síria".

Quem está ganhando, com a ascensão
 dos rebeldes, são Arábia Saudita e 
Qatar, que armam o chamado 
Exército Sírio Livre, e a Turquia, 
que lhes oferece um santuário. 
A Arábia Saudita é uma ditadura não 
muito diferente da que está ajudando a depor na Síria, embora de signo 
religioso diferente.

Ante a impotência da comunidade internacional, a única que seria capaz de 
exercer um poder moderador, o pós-Assad será tremendamente 
complexo, mais complexo quanto mais demorar.

Complexidade assim resumida pela revista "The Economist": "A Síria após Assad 
será um perigo para seu próprio povo e seus vizinhos. Um banho de sangue 
sectário é um risco, armas químicas sem controle são outro, ondas de 
refugiados um terceiro. A Síria poderia se tornar o foco de rivalidade entre Irã, T
urquia e o mundo árabe. A violência poderia sugar Israel ou espalhar-se pelo Líbano".

Enfim, há uma boa possibilidade de que ocorra tudo ou quase tudo que os 
opositores a uma intervenção externa na Síria esgrimiam como argumento para 
descartá-la.

O impasse entre as potências e a omissão de muitos (Brasil inclusive) 
acabaram produzindo um cenário assustador e não evitaram mais uma 
catástrofe humanitária