segunda-feira, 5 de maio de 2014

Aprenda a acordar uma jabuticabeira

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                            Aprenda a acordar uma jabuticabeira
   


Diz um velho ditado árabe que a  experiência e a observação valem mais que os melhores livros. Até que ponto isto pode ser verdadeiro é uma incógnita, mas para quem mora no campo sua validade é inquestionável.

Por exemplo: para se informar sobre os rigores do inverno, basta     observar o comportamento das formigas. Colheita incessante e trilha extensa são uma indicação clara. A intensidade do frio e a instabilidade do tempo serão equivalentes à quantidade de alimentos que elas recolhem para o armazenamento.
E como o homem agradece tão preciosa informação? Esmagando as operárias com os pés ou jogando veneno no formigueiro. Isto, não sem antes  praguejar e proferir uma série de adjetivos nada abonadores contra a existência da "praga". Mal sabe ele que as formigas raramente atacam plantas saudáveis.

Ao invés de cuidar das plantas  doentes, ele elimina  quem   o alerta.

Reação tipicamente humana.  

Outro exemplo da importância da observação diz respeito à direção dos ventos. O mensageiro é uma ave, o João de Barro, que  mistura terra, água e palha para construir sua casinha no alto das árvores. Com ele aprende-se para que lado o vento vai soprar, pois constrói a entrada do ninho sempre em sentido contrário.

Para quem cultiva o saudável hábito de se alimentar de produtos naturais e faz questão de tratar as plantas com produtos orgânicos, não pode prescindir da experiência dos homens do campo.

O que fazer, por exemplo, se uma planta, depois de anos produzindo, parasse a produção repentinamente? A primeira providência deveria ser  jamais aceitar sugestões que envolvessem a utilização de agrotóxicos ou venenos, habitualmente designados pelo estranho nome de defensivos agrícolas.

Vejamos o caso de uma  jabuticabeira, que se enquadra no exemplo citado. Durante cinco anos cessou a produção e assim permaneceria, não fosse a experiência de um velho homem da terra, cuja recomendação trouxe de volta as frutas.

Em que consistia tal recomendação?

Que se pendurasse uma lata de 20 litros cheia de água num dos galhos e se fizesse um furo na base dessa mesma lata com prego fino, permitindo a passagem de uma gota por vez. Dia e noite elas banhariam o solo. Este ritual precisaria durar pelo menos um mês.

O resultado não poderia ser melhor.

E qual foi  a razão desse sucesso?

Segundo o velho e sábio lavrador, as plantas são como as pessoas.  Além de sensíveis, gostam de carinho e atenção, precisam descansar e repousar. Mas, muitas vezes elas se esquecem de acordar, ficando adormecidas por longo tempo.

As gotas funcionaram como um despertador.

Finalmente, aos que o destino reservou a inconveniência de ter por companhia os indesejáveis pernilongos, não se preocupem. Para afastá-los basta partir um limão ao meio e colocá-lo próximo.

Para os que abriram as portas para a tecnologia, utilizando aparelhos com refil, continuem com as portas abertas, mas substituam  o refil artificial por casca de limão do mesmo tamanho.

É infalível.

Depois disso, fica a indagação: a natureza pertence ao homem, ou o homem é que pertence à natureza?

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