sábado, 24 de abril de 2010

Oposição propõe melhorar aquilo que tentou destruir

A esperança e o preconceito: as três batalhas de 2010




Simone de Beauvoir disse que “a ideologia da direita é o medo”. O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. O artigo é de Arlete Sampaio.



Arlete Sampaio, na Carta Maior





A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de “choque de gestão” e de esvaziamento do papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.



Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como “pós-Lula”. A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais.



Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada.



Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.



Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas (“Obama ignora Lula…”), numa prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial (“O Globo”, 14/4) chegou a dizer que “Lula isola Brasil na questão nuclear”. Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã.



Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais.



A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de “jornalismo linha dura”.



No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.



O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de “é agora ou nunca” da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.



Dilma é “acusada” de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista.



Simone de Beauvoir disse que “a ideologia da direita é o medo”. O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.



A oposição cometeu o ato falho de declarar que “o país não tem dono”, mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.



Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

segunda-feira, 19 de abril de 2010

É DEMAIS




O que é bom para os EUA, é bom para o Brasil


segunda-feira, abril 19th, 2010 at 0:08



Avisado pela nossa amiga Maria, fui ver o Viomundo e dei de cara com este pastiche. Hoje, maiscedo, na banca de jornal, uma moça olhou a capa da Veja e disse: “mas essa da Veja de querer o Serra parecer simpático é demais”.Agora vejo que não é só o slogan de Serra que é cópia do Yes, we can do Obama. Não é nem uma questão de apoiarem o Serra, o que espanta é a sabujice e a falta de inteligência- encoberta pela sofisticação aparente – e a de criatividade.



Já se disse de algum jornal que era tão falso que duvidavam até da data impressa na capa. Como a da Veja é adiantada, verdadeiro ali só mesmo o código de barras.



Brizola Neto

LANÇADO O BLOG DA VILMA

Rescaldo do Fim de Semana




segunda-feira, 19 de abril de 2010

11:48

Neymar na seleção? Só passando por cima de Dunga

Ja disse aqui várias vezes: não será convocado. O treinador tem apoio total do corrupto Ricardo Teixeira, que domina a paixão nacional que é o futebol. Em 2014, o atual time do Santos será a matriz da seleção. Estejam onde estiverem os “meninos da Vila”.



O tolo James Cameron



Veio para o Brasil condenar a construção da Usina de Belo Monte. Depois de ter dirigido o “Titanic”, pode até ser considerado especialista em naufrágio. Agora finge que entende de energia elétrica, pretende patrocinar “apagão nacional”.



O tolo José Serra



A Veja, (também conhecida como “pombo-correio”, a revista que vai mas volta) publicou “decálogo do bom governante”, feito por José Serra. Se for dele mesmo, merece o Prêmio Nobel do Primarismo, da Incompetência, do Ridículo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O BRASIL É MANCHETE NA AUSTRÁLIA

Nada de Lula, Carnaval ou futebol.




O que ganhou destaque na capa do The West Australian (Perth, Austrália) foi o cinematográfico acidente do piloto brasileiro Adilson Kindlemann.



Foi só um susto, mas a imagem é impressionante.
 

quinta-feira, 15 de abril de 2010

OS GENIOS DA PUBLICIDADE

O SERRA PÓ DEMAIS.   Eta competência



Pode mais ou pó demais?






O slogan “O Brasil pode mais” dito com falsa propriedade por Jose Serra como seu, esta assombrando o Brasil. A primeira vista como disse o presidente Lula percebe-se claramente que é uma copia descarada da campanha do Barak Obama. (We can) Como Lula ficamos estarrecidos diante da falta de criatividade deles. Afinal o cara é o Lula. É ele o cara, que faz mais. E não o Serra. E Serra bradou que: “pode mais” com uma falsidade tão gritante. Que impactou. Para não passar por pura preguiça, canalhice, coisa de escroque político, etc. Como denúncia a perplexidade do presidente Lula ao bater com os dois polegares no peito e dizer: ele o presidente americano que disse ao mundo que: eu sou o cara... Lula parecia dizer: Como é que ele pode mais? Não é o Barak! Quanta audácia! Que cara de pau. Esta franqueza natural do grande estadista foi o suficiente para desmoronar a falsa mídia do Serra de: que ele Serra pode mais. Foi tão exorbitante a farsa que logo apareceram desmentidos, que não era isso, não era bem assim, não foi do Obama que eles copiaram, que era copia de um slogan de 2005 de uma campanha para a direção do Santos Futebol Clube:” A chapa 2 pode mais”. Durma com essa. Feita pelo publicitário Luiz Gonçalez que agora coordena a campanha do Serra, cujo irmão era da chapa que concorria a direção do Santos, desculpa amarela... Acredite se quiser. Ninguém engoliu. Em seguida que a frase era do penúltimo programa eleitoral derrotado do presidenciável Geraldo Alkimin na campanha de 2006, de novo, ninguém engoliu. Repetir derrota! A sinceridade da verdade exposta na perplexidade de Lula contagiou imediatamente a critica do inconsciente coletivo do povo brasileiro. Tinha tudo para dar certo nos esquemas publicitários. Acontece que não perceram: Lula não é sabonete. Ele é sim, o cara que faz mais. Não contavam com a espontaneidade da intimidade dos dois polegares de Lula batendo no próprio peito! Foi o bastante para ficar claro que o Serra quer se passar pelo próprio Lula. É ser mesmo, muito cara de pau.

A coisa esta ficando tão seria que agora estão admitindo não é nem Santos Futebol Clube que pode mais, nem Alkimin que pode mais.

Dizem... isso surgiu como coisa do ex-candidato a presidência Aécio Neves enfileirando o estádio do Mineirão. Cheirou e exclamou: Com Aécio é pó demais. Nas alterosas deles num é mais só o mí dibuiado.

Agora é pó enfileirado. Também não vai dar certo. Principalmente porque o vice da preferência do Serra o Arruda já está solto e habilitado para o slogan: vote num careca e leve duas carreiras. Não vai dar certo... Portanto já estão mudando pro plano B. Apelando pra outro vice o Agripino Maia. Que já esta sendo visto como o Agri – fino, mais. O finório, que satisfaz... Não vai dar certo o homem A é anti tabaco! O Tasso já disse: eu passo. Sobra o Mão Branca. Ai volta pro branco total. Estaca zero! É pedra noventa. Epa! Pedra? Assim não dá, assim não dá...

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Jr. Editor

Serra é o anti-Lula e não o pós-Lula



é o anti-Lula e não o pós-Lula


Diante da crescente popularidade do governo Lula e da sua comprovada capacidade de transferir votos para a pré-candidata Dilma Rousseff, o grão-tucano José Serra decidiu se travestir de “pós-Lula”. Na festança que ratificou o seu nome, na semana passada, o ex-governador paulista vestiu a pele de cordeiro – logo ele, um lobo sanguinário, conhecido por sua truculência e intolerância. Ele evitou ataques frontais ao presidente Lula e até fez elogios a algumas ações do atual governo.



Cínico e demagógico, o presidenciável demotucano prometeu que, se for eleito, vai “manter as iniciativas positivas e melhorar nas deficiências”. Evitando fazer comparações entre os governos FHC e Lula, que ele sabe que seriam desastrosas para a sua ambição, Serra se apresentou como o candidato do futuro. Numa cópia rastaqüera do lema “Yes, we can”, utilizado por Barack Obama nas eleições dos EUA, ele anunciou que seu bordão de campanha será “O Brasil pode mais”.



“Serrinha paz e amor”



Caradura, José Serra tentou até se apropriar do bom momento vivido pela economia brasileira, expresso na geração de emprego e renda. “Somos militantes desta transformação, protagonistas mesmo, contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso país. Nós podemos nos orgulhar disso”, afirmou, escondendo que os oito anos do triste reinado de FHC foram de estagnação econômica, recorde de desemprego, precarização do trabalho e arrocho salarial.



Nesta fase do “Serrinha paz e amor”, até o senador-jagunço Sérgio Guerra, presidente do PSDB, fingiu-se de civilizado. Afirmou que a candidatura demotucana não será raivosa, mas que visaria “avançar e aprofundar as conquistas já obtidas”. Enquanto Serra e outros dissimulados alisaram, outros mais afoitos mostram as suas garras. Roberto Freire, o traíra do PPS, foi o mais agressivo, destoando da tática combinada – o que indica que persistem dúvidas sobre a linha da campanha.



Fugindo do confronto programático



A estratégica definida pelo comando demotucano, que tenta vender a imagem do candidato pós-Lula, realmente é de alto risco. Não dá para esconder o trágico passado de FHC, a sua “herança maldita”, nem para minimizar o papel do ex-ministro José Serra nos anos do tsunami neoliberal. Por mais que os marqueteiros tentem limpar a sua imagem, ele será visto como o “anti-Lula” – e não como o “pós-Lula”. As recentes pesquisas confirmam esta tendência, com o crescimento da candidata que de fato representa a continuidade do ciclo político aberto pelo presidente Lula.



Na prática, o notívago José Serra vive um profundo dilema, o que deve agravar as suas insônias. Sabe que não pode aparecer como um opositor hidrófobo ao governo Lula, que bate recordes de popularidade – esse papel sujo ficaria para os outros, principalmente para os seus amiguinhos da mídia. Por outro lado, ele precisa se diferenciar de Dilma Rousseff, a candidata de Lula. Sem programa e sem discurso, ele tentará comparar biografias, evitando o confronto programático.



Blefe ou lobo em pele de cordeiro?



O dilema parece insolúvel. Para o sociólogo Emir Sader, o presidenciável demotucano não terá como fugir do debate programático. “Dilma representa o aprofundamento do projeto de oito anos do governo Lula, ocupa o espaço da esquerda no campo político. Já Serra representa as mesmas forças que protagonizaram os oito anos do governo FHC, que implementou o neoliberalismo no Brasil, governo de que o próprio Serra foi ministro todo o tempo. São dois projetos, dois países distintos, dois futuros diferenciados, para que o povo brasileiro os compare de decida”.



No mesmo rumo, o historiador Luiz Felipe de Alencastro afirma que José Serra vai se atolar neste impasse. “Ele não pode elogiar o Fernando Henrique e não pode atacar o Lula. Que candidato ele pode ser? Qual é o seu terreno? Ele pode ser um blefe nesse sentido. Na campanha, vai ter de prometer continuidade para os programas do PT. Quando Sérgio Guerra disse que o PSDB faria tudo diferente, foi um desastre... Falou disparates e levou um cala-boca do partido”, explicou numa recente entrevista ao jornal Valor.



“Um blefe”, como afirma Alencastro; ou “um lobo em pele de cordeiro”, como alfinetou Dilma Rousseff numa certeira critica aos discursos dissimulados pelo José Serra? Ou ambos?



.

Postado por Miro às 13:09

terça-feira, 13 de abril de 2010

RESENHA DOS JORNAIS 13 de abril de 2010

A boa surpresa do retorno do investimento

Análise

Julio Gomes de Almeida – O Estado de S.Paulo

Uma das melhores surpresas do desempenho brasileiro na crise foi a recuperação do investimento. O País vivia desde 2007 uma onda de crescente inversão. Em uma parcela significativa esse processo já envolvia grandes projetos que visavam à demanda futura.

Investimento correndo à frente da demanda é tudo o que uma economia precisa para crescer e simultaneamente evitar problemas inflacionários.

Indústria cresce acima das previsões no 1º tri

Conjuntura: Com mercado interno aquecido, empresas abrem vagas e investem no aumento da produção



Ruy Baron/Valor



Lourival Kiçula, presidente da Eletros: encomendas do varejo para a indústria de eletroeletrônicos cresceram cerca de 20% no primeiro trimestre deste ano



Samantha Maia, Murillo Camarotto, Marli Lima e Júlia Pitthan, VALOR


Investimento na indústria crescerá 26%



Estudo da Fiesp indica que as empresas deverão investir R$ 152 bi este ano, em aumento de capacidade de produção, gestão e pesquisa 94% das empresas pretendem investir este ano, diz a Fiesp

Marcelo Rehder – O Estado de S.Paulo


MP investiga contratos de Serra (PSDB) com empresa ligada a Marconi Perillo (PSDB) na Saúde


MP investiga contratos na Saúde

Jornal da Tarde

O Ministério Público paulista investiga, desde outubro de 2008, os contratos da Secretaria Estadual de Saúde com a distribuidora de medicamentos Hospfar, que tem como um de seus sócios Marcelo Reis Perillo, primo do senador Marconi Perillo (PSDB-GO). Outro sócio da empresa, Moisés de Oliveira Neto, integra quadro societário da Linknet, acusada pela Polícia Federal de abastecer o mensalão do DEM, em Brasília.


Investigação de supostas movimentações do senador Marconi Perillo (PSDB) em bancos da Suíça, dos EUA e de paraísos fiscais

Governo busca contas de tucano no exterior

Investigação mira supostas movimentações do senador Marconi Perillo, inimigo político de Lula, em bancos da Suíça, dos EUA e de paraísos fiscais

Novo Rodoanel já precisa de reformas

Aberta em 1º de abril pelo então governador e agora pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, obra tem problema na pista

Pedaço com defeito no anel viário recém-entregue fica entre a rodovia Anchieta e o município de Mauá e deve receber reparos em breve

ROGÉRIO PAGNAN E JOSÉ ERNESTO CREDENDIO – FOLHA SP


Perspectiva para o emprego é a 2ª melhor da década



Sondagem da FGV indica que 30,6% da indústria quer contratar em 3 meses e sinaliza que a alta anual de 0,7% do emprego em fevereiro vai continuar

Mercado está otimista sobre ritmo da economia

Expectativa de analistas é de que o Produto Interno Bruto cresça de 5,2% a 6% em 2010; números estão próximos à estimativa do governo

Melhor do que antes da crise

De volta ao País, administradora demorou só um mês e meio para conseguir um emprego

Márcia De Chiara – O Estado de S.Paulo

Faz uma semana que a administradora de empresas Amanda Micali, de 27 anos, começou a trabalhar na Camargo Corrêa Cimentos na área de inovação. Depois de passar um ano na Austrália fazendo uma pós-graduação na área de gestão empresarial, ela diz que não esperava se recolocar no mercado tão rapidamente.

Metalurgia e construção puxam contratações

De catorze setores da indústria pesquisados pela FGV, em dez deles a perspectiva de emprego é igual ou maior que antes da crise

O crescimento da indústria

Editorial O Estado de S.Paulo

Com a contínua alta da produção e das vendas nos últimos meses, a atividade industrial no País já atingiu um nível muito próximo daquele registrado no início do segundo semestre de 2008, poucos meses antes da eclosão da crise financeira internacional, quando o clima dominante na economia brasileira ainda era de euforia. O risco, agora, é o de a euforia retornar com vigor redobrado, o que poderá exigir, mais tarde, alguma medida corretiva.

“O mercado interno retomou o vigor de antes da crise”, comemorou o economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, ao comentar os indicadores industriais relativos a fevereiro divulgados pela entidade. A recuperação da indústria em âmbito nacional está sendo puxada por São Paulo, onde a atividade econômica é impulsionada pelo mercado doméstico, confirmou o economista da coordenação da área industrial do IBGE, André Machado, ao explicar o desempenho da indústria em fevereiro. O recorde de vendas de veículos novos no mercado interno em março, antecipado pelos revendedores e reiterado pelos fabricantes, reafirma a pujança da demanda.

“O Lula é um negociador, uma pessoa que ouve”, diz Ivo Rosset

Presidente do Grupo Rosset conta como se aproximou do presidente Lula e decidiu reunir empresários para apoiá-lo nas eleições de 2002. Ivo Rosset conta a história do Grupo Rosset e diz que estuda abrir rede de franquias da Valisère

Os novos negócios dos velhos capitães da indústria

Quase três anos após vender a petroquímica da família por uma fortuna, os Feffer começam a investir o dinheiro. Já viraram sócios de uma empresa de tecnologia e de um banco de negócios

David Friedlander – O Estado de S.Paulo

Simpson, o bisavô, era mascate e percorria o interior do Brasil numa carroça puxada a boi. Leon, o avô, fundou a Suzano, um dos maiores grupos industriais do País. O pai, Max, mudou a história da indústria brasileira de papel ao desenvolver a celulose de eucalipto. Cada um à sua maneira, os Feffer sempre mostraram capacidade para avaliar o futuro e saltar sobre as oportunidades antes dos outros. Agora, a quarta geração da família, no comando desde 2001, também prepara suas novidades.

Construção industrial tem trabalho “até 2020

Aline Massuca/Valor

Produtividade sobe com aumento simultâneo de produção e horas pagas



Sergio Lamucci, de São Paulo – VALOR

A produtividade na indústria avança com força no começo do ano, acenando com uma expansão firme em 2010, depois da queda de 1,9% registrada em 2009. No primeiro bimestre, ela cresceu 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado, resultado da comparação da alta de 17,3% da produção industrial e do aumento de 0,7% do número de horas pagas aos trabalhadores. Na série livre de influências sazonais, a expansão acumulada pela produtividade em janeiro e fevereiro ficou em 1,5%. Esse desempenho indica que a produtividade voltará a subir de modo saudável em 2010, com elevação simultânea da produção e das horas pagas, destaca o consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Foi o padrão seguido entre 2004 e 2008.

Almeida atribui a recente expansão da produtividade, impulsionada pelo forte




Luciano Coutinho calcula aumento de investimentos neste ano e crescimento de 6% do PIB

‘Não há pressão inflacionária no País’, afirma o presidente do BNDES

Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo

Prestadoras de serviço da Petrobrás contratam mais de 5 mil pessoas em Paraibuna, atraindo gente de outras cidades

João Carlos de Faria – O Estado de S.Paulo



Detalhes das notícias nos sites dos jornais

"É A ECONOMIA, ESTÚPIDO"...

terça-feira, 13 abril, 2010 às 16:52

A frase aí em cima é do ex-assessor de Bill Clinton e, depois, de Fernando Hernrique Cardoso. Ela foi dita como explicação sobre o porque ele tinha certeza da vitória de Clinton sobre Bush, pai. E virou símbolo de que o marketing e a publicidade podiam muito numa eleição, mas não podiam tudo. Não podiam livrar o republicano Bush de uma derrota baseada na crise da economia americana sob seu governo.



Alguém precisa repeti-la a José Serra e dizer que o contrário é verdadeiro.



Primeiro saem os números do IBGE dizendo que o emprego industrial cresceu outra vez. Hoje, os da Fiesp dizendo que a indústria paulista nunca contratou tanto nos últimos quatro anos: 45 mil novos empregos em um mês.



E não são só novos empregos. São empregos mais bem remunerados. Hoje, o Ministério do Trabalho soltou a informação de que ” o ganho real do trabalhador brasileiro no salário médio de admissão foi de 26,65% no período de 2003 a 2009,” segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Em 2003, o valor médio do salário do trabalhador que entrava no mercado de trabalho era de R$ 640,30, em valores atualizados. Ou, para facilitar a compreensão, 1,25 salário-mínimo. Em 2009, o salário médio de admissão chegou a R$ 780,56, ou 1,53 salário-mínimo.



Entre os setores, a Administração Pública direta e autárquica foi a que registrou maior aumento do salário de admissão nos últimos sete anos, com crescimento de 56,14% acima da inflação. Em seguida vêm Agropecuária, com 47,32%, e Construção Civil, com 34,63%. Nenhum dos setores da economia registrou ganho real menor que 20%.

Brizola Neto

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Encosta é sempre área de risco? Ou perigoso é pobre?







Coloco aí acima uma coleção de fotos de comunidades construídas em encostas tão ou mais íngremes que as do Rio de Janeiro. Só que ficam nas Ilhas Gregas, em Cannes e Nice (França) e no principado de Monte Carlo. Poderiam ser na Itália ou em Jerusalem, na Turquia, no Líbano. São construções, como se vê, na maioria antigas, algumas centenárias. Os seus construtores ocuparam as encostas, e eu suponho que Leonel Brizola não estava lá para incentivar essa ocupação. Nelas, também não havia água, esgoto e luz. Nem havia luz, aliás, na época em que foram erguidas, exceto a do sol e dos cadeeiros.




Por sorte, porém, não havia O Globo, também.



Senão teriam sido removidas.



Mas não foram e hoje são lugares limpos, seguros, urbanizados. Há drenagem, há cuidados estruturais, há contenções.



Atraem milhares e milhares de turistas do mundo inteiro e são uma das maiores fontes de emprego e renda do litoral mediterrâneo.



Se os pobres saíram de lá é porque aquilo se valorizou tanto que muitas das casas foram compradas pelos ricos. Outras, as famosas vilas, já pertenciam a eles, como temos aqui no Joá e em outros pontos da cidade.



Estamos assistindo a uma mistificação. Uma coisa é construção em encostas. Outra, bem diferente, é construção precária em encosta.

SERRA JÁ COMEÇOU. ATÈ SLOGAN È ROUBADO.








sábado, 10 de abril de 2010

O DISCURSO DE DILMA EM 10/04/2010.

O discurso de Dilma


Companheiros e Companheiras do ABC.



Estou aqui hoje e quero aproveitar este momento para me identificar com maior clareza. Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais. O que eu fiz, o que planejo fazer e, uma coisa muito importante, o que eu não faço de jeito nenhum. Por isso gostaria de dizer que:



1 Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.



2 Eu não sou de esmorecer. Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito. Estarei velhinha, ao lado dos meus netos, mas lutando sempre pelos meus princípios. Por um País desenvolvido com oportunidades para todos, com renda e mobilidade social, soberano e democrático;



3 Eu não apelo. Vocês não verão Dilma Rousseff usando métodos desonestos e eticamente condenáveis para ganhar ou vencer. Não me verão usando mercenários para caluniar e difamar adversários. Não me verão fazendo ou permitindo que meus seguidores cometam ataques pessoais a ninguém. Minhas críticas serão duras, mas serão políticas e civilizadas. Mesmo que eu seja alvo de ataques difamantes.



4 Eu não traio o povo brasileiro. Tudo o que eu fiz em política sempre foi em defesa do povo brasileiro. Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi. O povo brasleiro é a minha bússola. A eles dedico meu maior esforço. É por eles que qualquer sacrifício vale a pena.



5 Eu não entrego o meu país. Tenham certeza de que nunca, jamais me verão tomando decisões ou assumindo posições que signifiquem a entrega das riquezas nacionais a quem quer que seja. Não vou destruir o estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente. Não permitirei, se tiver forças para isto, que o patrimônio nacional, representado por suas riquezas naturais e suas empresas públicas, seja dilapidado e partido em pedaços . O estado deve estar a serviço do interesse nacional e da emancipação do povo brasileiro.



6 Eu respeito os movimenos sociais. Esteja onde estiver, respeitarei sempre os movimentos sociais, o movimento sindical, as organizações independentes do povo. Farei isso porque entendo que os movimentos sociais são a base de uma sociedade verdadeiramente democrática. Defendo com unhas e dentes a democracia representativa e vejo nela uma das mais importantes conquistas da humanidade. Tendo passado tudo o que passei justamente pela falta de liberdade e por estar lutando pela liberdade, valorizo e defenderei a democracia. Defendo também que democracia é voto, é opinião. Mas democracia é também conquista de direitos e oportunidades. É participação, é distribuição de renda, é divisão de poder. A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos.



Democrata que se preza não agride os movimentos sociais. Não trata grevistas como caso de polícia. Não bate em manifestantes que estejam lutando pacificamente pelos seus interesses legítimos.



Companheiras e companheiros,



Aquele país triste, da estagnação e do desemprego, ficou pra trás. O povo brasileiro não quer esse passado de volta.



Acabou o tempo dos exterminadores de emprego, dos exterminadores de futuro. O tempo agora é dos criadores de emprego, dos criadores de futuro.

Porque, hoje, o Brasil é um país que sabe o quer, sabe aonde quer chegar e conhece o caminho. É o caminho que Lula nos mostrou e por ele vamos prosseguir. Avançando.



Com a força do povo e a graça de Deus.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A DIMENSÃO DE LULA









Apesar de ser fã de carteirinha do presidente Lula, fiquei surpreso com o seu desempenho na entrevista que concedeu ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, apresentado a partir das 23 horas do último domingo. Isso porque, sob pressão extrema, ele sempre se saiu pior do que poderia mesmo sendo esse comunicador prodigioso que até seus adversários reconhecem.




E o presidente esteve sob forte pressão naquele programa. Jornalistas tarimbados e especializados nesse tipo de debate, que se apresentam e são pagos como portentos de inteligência e de conhecimentos gerais – e não estou dizendo que sejam o que pensam que são, é bom esclarecer –, tentaram, por todas as formas, encurralá-lo ou fazê-lo se perder em sua argumentação. Mas fracassaram, pois nunca o vi tão afiado.



Contudo, que não pensem que estou reclamando de Lula ter sido inquirido daquela forma porque esse é o papel do jornalista. Imaginem se, num programa de mais de hora, os entrevistadores se limitassem a discutir amenidades e a elogiar o entrevistado. Seria aborrecido demais. Aliás, as perguntas incômodas foram boas até para o presidente ter como responder às críticas-padrão a seu governo e a ele mesmo.



É aí, então, que a porca torce o rabo – nas críticas-padrão. Os inquiridores de Lula, do alto de suas, digamos, propaladas “sapiências”, foram de uma mediocridade a toda prova. Nenhum, absolutamente nenhum dos questionamentos e críticas que fizeram saiu de suas cabeças. Estavam todos seguindo um roteiro que se vê à exaustão nessa imprensa anti-Lula e anti-PT, dia após dia, há quase oito anos.



Como apreciador incondicional do bom jornalismo, apoiaria se tivessem feito questionamentos realmente relevantes. Poderiam ter perguntado por que se permite que os bancos continuem praticando o maior “spread” (taxa de risco nos empréstimos) do mundo em um país que hoje tem um dos menores riscos médios - em vários países ricos, hoje, esse risco é muito maior do que no Brasil, e o spread desses países, infinitamente menor.



Isso eles não perguntam. Vai que desencadeiam alguma ação deste governo no sentido de coibir essa barbaridade... Seria divertidíssimo ver a mídia tentando defender os interesses de sua turma sem dar pinta.



O que me impressionou, assim, foi a evolução de Lula. Acompanho seus debates desde 1982, quando, ao lado de Franco Montoro, Reinaldo de Barros, Rogê Ferreira e outras feras deu um show no debate entre os então candidatos a governador de São Paulo. Nunca me esquecerei da resposta que deu quando lhe perguntaram se era socialista, trotskista ou sei lá mais o que e ele respondeu, de forma genial, que era torneiro mecânico.



Era, então, um Lula em estado bruto, mas já deixando a ver os predicados que o levariam aonde o levaram.



Ele conta aos jornalistas, durante essa entrevista ao Canal Livre, o que eles meramente supõem sobre os grandes líderes mundiais. Revela bastidores dos encontros com eles, explica como funciona o Estado, desmonta versões pernetas sobre o que pensa e pretende... Teria que escrever vários posts para reproduzir fidedignamente a aula dada por esse que julgo ser o único verdadeiro estadista que conheci.



E se pudesse escolher as melhores respostas que o presidente deu, escolheria só duas. E nem são aquelas em que deixou seus inquiridores com a brocha na mão. Foram suas declarações finais sobre dois assuntos que revelaram toda pequenez e burrice de quem os abordou. Refiro-me às pretensões que tentaram lhe atribuir de se tornar secretário-geral da ONU depois de encerrar seu governo e de se candidatar de novo à Presidência em 2014.



O estadista Luiz Inácio Lula da Silva disse que o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas não deve ser de um líder político forte e, sim, de um burocrata, porque, do contrário, esse super-secretário poderia querer se impor sobre as nações. E fiquei emocionado com a sua resposta sobre tentar se eleger presidente de novo daqui a quatro anos, quando disse que já tinha feito a sua parte e que merecia descanso.



Lula se tornou maior que Lula. Ele não é mais apenas um político e governante ultra-popular e bem sucedido. Sua dimensão vai se tornando uma lenda que julgo que fará registrar seu nome na história. É assim que o vi na entrevista que concedeu no último domingo. Sem o menor exagero, certo de que cada palavra que escrevi é mais do que merecida.









Escrito por Eduardo Guimarães às 01h38

sábado, 3 de abril de 2010

A decadência da imprensa brasileira

Por Emir Sader -Blog do Emir


A imprensa brasileira teve momentos da historia do país em que desempenhou papel determinante. Basta recordar o peso que teve nas mobilizações de desestabilização que levaram ao golpe de 1964, em que jornais como O Estado de Sao Paulo, a Tribuna da Imprensa, o Correio da Manhã, entre outros, tiveram o papel, pela primeira vez, de condutores ideológicos e políticos das forcas opositoras.

Setores da imprensa tiveram também um papel positivo, na campanha das diretas, quando outros tentavam esconder a amplitude do movimento e seu verdadeiro significado.

Assistimos hoje à decadência generalizada dessa mesma imprensa, que martela, cotidianamente, praticamente de forma total e monótona, ataques contra o governo Lula, logrando, no entanto, que apenas 5% da população rejeite o governo, enquanto mais de 80% o apóie. Nunca a imprensa brasileira esteve tão distante e contraposta à opinião do povo brasileiro. Daí seu isolamento e decadência, pelo menos sob sua forma atual.

As organizações Globo, que só possuiam um jornal, sem nenhuma importância, no Rio, antes do golpe, tiveram na ditadura sua grande alavanca, mas, ao mesmo tempo, o golpe insuperável de falta de credibilidade. Ficaram com a marca da ditadura, por mais que tentassem se reciclar, importando colunistas, usando a audiência da televisão para tentar conseguir mais público.

Atualmente dispõe de um trio que atenta contra qualquer credibilidade, que dá a tônica do jornal: Merval Pereira, Ali Kamel e Miriam Leitão. Todos os três se caracterizam por serem as vozes do dono, por sua postura propagandística, sem nenhum interesse no que dizem, nem brilho ou criatividade no que escrevem. São funcionários burocráticos da empresa, que exercem, da maneira que conseguem, seu burocrático papel de opositres, buscando catar supostas fraquezas do governo, que é seu único objetivo.

Nenhum tipo de análise, nenhuma nuance, nenhuma idéia. Para um jornal que precisaría desesperadamente de credibilidade, eles são um tiro no pé, uma confirmação da falta de credibilidade do jornal. O resto do jornal – das manchetes de primeira página às colunas de notícias – padece desse freio da rígida linha editorial, fazendo um jornal sem graça, sem interesse, sem repercussão.

No Rio de Janeiro, o conjunto dos órgãos da empresa, mesmo atuando fortemente a favor de algum candidato, perdem sempre. Lula ganhou nas duas últimas eleições no Rio; os Garotinhos, Sergio Cabral, Paes, mesmo Cesar Maia, se elegeram sem o apoio do jornal, que os atacava. Hoje, contra a vontade majoritária da grande maioria dos brasileiros, ficam de novo, acintosamente, na contramão da opinião do povo e do país, incluído claramente o povo do Rio de Janeiro, que sabe separar programas de diversão que lhe gosta ver, das inverdades que diz o jornal e os noticiários de rádio e televisão da Globo.

Diminuem sua tiragem, perdem público abertamente para a internet, para os jornais gratuitos, para os jornais populares vendidos. Melancolicamente, se arrasta o jornal, na fúria antilulista, sem repercussão política alguma.

O Estadão sempre foi o jornal conservador por excelência, com certa discrição, boa cobertura internacional, posições claramente direitistas. Conforme foi perdendo público para a FSP, que aparecia mais atraente para os jovens, mais ligada à oposicao à ditadura, tratou de rejuvenescer. Como jornal mais organicamente ligado às entidades empresariais, tem uma avaliação mais equilibrada da política econômica, valorizando seus avanços, no marco das críticas tradicionais do liberalismo dos “gastos excessivos do Estado”.

Além do papel do Estado na economia, suas maiores preocupações e críticas ao governo são na política internacional. Sua predileção, em tudo e por tudo, com os EUA, fica ferida com as alianças com os países do Sul do mundo e com os da América Latina em particular. A política externa soberana do Brasil os incomoda profundamente, transformando-se num dos temas mais usuais e violentos dos editorais.

O outro são os movimentos sociais, em particular o MST, que causa ojeriza ao Estadão, pela defesa intransigente do direito à propriedade privada, pilar do sistema capitalista. (O jornal foi praticamente o órgão oficial das passeatas de preparação do golpe de 64, na defesa da “liberdade, da família e da propriedade”, valores aos quais continua fiel.) A liberdade, que inclui centralmente a de “imprensa” (privada, diga-se), protagonizada pela SIP – Sociedade Interamericana de Prensa -, órgão da Guerra Fria, cenário a que o jornal, rançoso, ainda se sente apegado. Os editoriais, sempre, e atualmente Dora Kramer, são os momentos mais patéticos do jornal, saudoso da Guerra Fria.

A FSP é o jornal que mais teve oscilações de imagem. Era um jornal sem nenhum peso até o golpe e mesmo durante boa parte da ditadura militar. O Estadão era o grande jornal de São Paulo. A FSP apoiou ativamente a preparação do golpe militar, sua realização e a instauração da ditadura, cumpriu tudo o que a ditadura determinava, com noticiários que escondiam os sequestros, desaparecimentos, execuções, publicando as versões oficiais, emprestando carros da empresa para a Oban.

Foi ao longo dos anos 80, quando levou Claudio Abramo do Estadão, que a FSP, pela primeira vez, ganhou prestígio, buscando espaço próprio na oposição liberal à ditadura. Pretendeu ser o órgão da “sociedade civil” contra o “Estado autoritário”, conforme a ideología hegemônica na oposição, advinda da teoria do autoritarismo de FHC. (A FSP tirava, todo ano, uma foto no teto do seu prédio na Barão de Limeira, com os que ela consderava os representantes da “sociedade civil”, de empresários a líderes sindicais, como que para expresar físicamente esse vínculo organizado com os setores que se opunham, em graus distintos, à ditadura.)

Consolidou essa imagen emprestando suas páginas para uma certo pluralismo, com um cronista semanal – Florestan Fernandes, Marilena Chaui, entre os mais conhecidos – do PT, e distintos políticos, intelectuais e líderes sociais escrevendo na sua página de opinião.

Desde a eleição de FHC, entrou em decadência, perdendo totalmente a credibilidade que o diferenciava. Colunistas com vínculos pessoais com os tucanos, como Clovis Rossi, Eliane Catanhede, outros, decadentes, como Jânio de Freitas, se arrastam melancolicamente na decadência geral do jornal, o que mais despencou na tiragem e o que mais se transformou nas duas últimas décadas. O filho do Frias pai conduz o jornal pelo abismo da intranscendência e do rancor, se parecendo cada vez mais com a Tribuna da Imprensa da época de Carlos Lacerda.

A Veja se assume, grotescamente, como o Diario Oficial da extrema direita, com paquidermes como colunistas, sensacionlismo de capa, projetando-se como má espécie de bushismo brasileiro. Com dificuldade para conciliar sua imagem de revista de generalidades com esse papel de brucutu da imprensa nacional, foi perdendo aceleradamente tiragem, o que aumenta a crise financeira que levou a empresa a pendurar-se em capitais externos.

Poderia ser menos afetada pela crise generalizada da imprensa, por ser uma revista semanal. Mas a brutalidade da sua orientação política a fez incorporar-se de cheio nessa queda. Terá papel ainda mais truculento na campanha eleitoral, jogando tudo para tentar barra a vitória do governo, esperando-se os golpes mais sujos da campanha da empresa dos Civita.

No conjunto, o cenário da imprensa brasileira – com a única exceção da Carta Capital, entre as publicações diárias e semanais – é deprimente e decadente. Uma vitória de Dilma – que os apavora, seria ficar mais quatro ou oito anos nessa posição de dirigentes opositores -, trará dilemas difíceis para essas empresas. É possível que uma ou outra busque reciclar-se para adaptar-se a novos tempos, em que inclusive tem que contar com o fim de toda uma geração de políticos estreitamente associados a ela, como FHC, Serra, Jereissatti, etc. Isso, associado a uma intensificação da crise econômica das empresas, deve colocar dilemas cruciais para órgãos que assumiram atitudes suicidas, contra a vontade expressa da maioria do povo brasileiro e pagam preço caro por isso.

A MALHAÇÃO DO JUDAS.



sexta-feira, 2 de abril de 2010