quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Para refletir

 Para refletir




Segundo a ONU, somos hoje seis bilhões de seres humanos. Quatro quintos  vivendo apenas para trabalhar em troca de alimentos. Um bilhão e 300 milhões  recebem um dolar por dia; 2 bilhões recebem menos de um, e 30% da população ativa  está desempregada.

841 milhões  passam fome.

São cerca de um bilhão e 150 milhões de crianças. Destas, mais de  200  milhões estão desnutridas. Outros 100 milhões vivem nas ruas e 250 milhões entre 5 e 14 anos trabalham.

A cada ano um milhão de crianças entra no comércio sexual.

Quem é o responsável por tamanha disparidade?

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento informa que o patrimônio de  358 pessoas é maior que a renda anual de 45% da população da terra. As 200 maiores corporações, que representam um terço da atividade econômica mundial, empregam sòmente  0,75% ( menos de 1% ) da mão de obra disponível no planeta.  Dos 27 trilhões do Produto Mundial Bruto, 20 trilhões cabem aos países industrializados. Os sete trilhões restantes  ficam para os demais, que representam 80% da humanidade.

Mas essa disparidade, produto de uma economia predatória em benefício de poucos, deixaria sequelas.

O Fundo para a Alimentação e Agricultura  da ONU - FAO - informa  que 75% das espécies vegetais utilizadas na alimentação humana já se perderam neste século.

Que apenas 3 tipos de sementes - arroz, trigo e milho - respondem por dois terços da energia dietética consumida pela população do mundo.

Que nos últimos 20 anos, o setor agrícola e de pesca despencou de 22% para 12%. E nos países em desenvolvimento esse número caiu de 30% para 15%.

Que 41% das terras do planeta já são desertos ou estão em processo de desertificação.

Que a cada ano desaparecem 40 mil km2 de florestas tropicais. Nesse ritmo, em 20 anos 15% da biodiversidade do planeta terá sumido.

O que fazer?

Para os profetas da economia neoliberal, a solução estaria na redução do número de habitantes do planeta. Três quartos da humanidade seriam dispensáveis, pois de acordo com suas contas, 20%  da população dos países desenvolvidos são capazes de produzir tudo que o mundo necessita. E vão além, ao propagar  que os excluídos representariam uma ameaça ao atual estado de coisas. Não só como potenciais revolucionários. Sutilmente, sugerem que eles seriam um fértil campo  hospedeiro e posterior transmissor das denominadas infeccões emergentes, que estariam tornando mais resistentes antigas doenças, além de responsáveis  pelo surgimento de novos virus, bactérias e parasitas. Reclamam que  os antibióticos estão perdendo sua eficácia contra a tuberculose, pneumonia bacterial, infecções estreptocócicas e estafilocócicas.

Mas isso não é tudo.

O excesso populacional estaria produzindo impacto negativo sobre o meio ambiente, favorecendo o surgimento de organismos exóticos como os mortíferos virus do Ebola e da febre Lassa, identificados pela primeira vez no Zaire e na Nigéria. E do Hantavirus e Aids. Doenças como o cólera, dengue, encefalite e esquistossomose, estariam mais resistentes. Citam  a manifestação de um novo tipo de malária no Brasil - Plasmodium falciparum - detectado em garimpeiros e resistente às medicinas disponíveis. Mencionam os germes patogênicos, a evolução do virus morbilli  que, além dos cães - suas principais vitimas - já exterminou um terço dos leões no parque Serengeti, Tanzânia. Nesta lista ainda estão focas, golfinhos e cavalos australianos. Não esqueceram de citar a enefermidadeCreutzfeldt-Jacob, popularmente chamada de Vaca Louca, que infectou o gado inglês.

Tudo isto os neoliberais atribuem ao excesso populacional, que seria ainda responsável pelas mudanças climáticas,  causando o  derretimento das calotas polares,  dilúvios, secas, o efeito estufa, e até o buraco na camada de ozônio.

Querem fazer crer que as vítimas são as culpadas.

E o que é mais grave: ao sugerir que os excluidos seriam hospedeiros e transmissores de doenças, estão comparando-os aos ratos.

Seriam epidêmicos.

Passíveis de extermínio.

Mas como agem esses pouquíssimos donos do mundo que se eximem de qualquer  responsabilidade?

Com a palavra Jacques Diouf,  diretor do Fundo Para a Agricultura e Alimentação ( FAO ):  "O orçamento anual da entidade é menor que o dinheiro gasto em seis dias por nove  países desenvolvidos, com comida para cães e gatos."

Finalmente: o planeta possui apenas 3% de água doce e destes, 2% se encontram nos polos e nas geleiras. Do 1% restante, 25% estão na Amazônia. Além disso, o Brasil possui  80% do patrimonio genético do planeta, capaz  de suprir todas as necessidades da humanidade.

Até quando?

Com a palavra o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger: "Os países industrializados precisam ter à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Para isso terão de montar sistemas mais requintados e eficientes de pressões e constrangimentos, que garantam a realização de seus objetivos".

Com pouco mais de 5% da população mundial, EUA consomem 30% da energia produzida no mundo. Importam 60% de seu consumo. O petroleo em seu território está com os dias contados ( no máximo cinco anos ). Cientes disso, não poupam esforços para impor seu modelo econômico a governantes obedientes, assegurando-lhes a manutenção do poder a qualquer custo. Mesmo através da reeleição.

Até quando conseguiremos resistir?

Com a palavra outro  ex-secretário de Estado americano, Foster Dulles: "Há duas maneiras de se conquistar um país. Pelas armas ou pelas finanças".

Como reagir?

Com a palavra o filósofo e pacifista inglês Bertrand Russel: "O liberalismo acha perfeitamente natural o patrão dizer ao empregado: morrerás à míngua! Mas não concorda se o subordinado responder:  "morrerás antes à bala!".

Que tal um pouco de reflexão?

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