sábado, 13 de agosto de 2011

Um homem que não se ajoelha, cria asas


O tempo, aos seres humanos, vai nos substituindo de presença para memória.
Na equação entre passado e presente que resulta no futuro, vamos nos tornando o primeiro, em lugar do segundo.
E aí, quando as décadas nos encolhem e encurvam, o valor dos atos humanos, dependendo do que fomos e fizemos, mingua ou reluz.
Há muito tempo, Victor Hugo escreveu, em seu magnífico “Os trabalhadores do Mar”, que diante do desconhecido e do medo trazido pela noite, “um  homem abate-se, ajoelha-se, prosterna-se, roja-se, arrasta-se para um buraco, ou então procura asas.”
Sim, porque homens têm asas, e essas asas se chamam sonho, e  este sonho, se vira luta, torna-os gigantes, ainda quando o tempo apequena e fragiliza seus corpos.
Tão grandes que a grandeza os sublima, e os faz seguir, teimosamente, dando aos sonhos que encarnaram as últimas gotas de suas vidas, seus pensamentos,  as lições que aprenderam e que seus nomes espalham ainda.
Fidel Castro faz, hoje, 85 anos.
Aquele a quem tantas vezes se tentou matar enfrenta o tempo com a serenidade de quem sabe que seguirá vivendo. Um pouco mais, como homem. Muito e muito mais, como um grande pássaro, ao qual o  sonho e a luta deram -  ele deu a uma geração inteira – asas  para voar e vencer o medo.
Longa vida a Fidel e vida eterna a seus sonhos!




Nenhum comentário:

Postar um comentário