sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Como o livro do Amaury bota o Cerra em cana

Como o livro do Amaury
bota o Cerra em cana

     


    O Gaspari de muitos chapéus vai se arrepender amargamente de ter inventado esse maldito termo “privataria”.

    Logo ele, o único a que, de verdade, o Padim Pade Cerra dá ouvidos.

    Os dois trocam receitas de veneno, nas conversas madrugada adentro.

    É que o livro que vai levar o Cerra à PF Hilton tem esse título:

    “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, lançado pela Geração Editorial e a que a Carta Capital primeiro teve acesso.

    O livro oferece ao Zé (vejam por que os amigos de Dantas chamam o Ministro da Justiça, carinhosamente, de Zé) Cardozo, e, portanto, à ex-Republicana Polícia federal, e ao brindeiro Roberto Gurgel, o guardião da sociedade, a oportunidade ímpar de botar o Cerra na cadeia.

    Ele e o que o Amaury chama de “clã Serra”.

    Vamos por partes.

    O Amaury prova exaustivamente, já que tudo o que diz se acompanha de documentos:

    - o genro de Cerra é um lavador de dinheiro e seus bens estão indisponíveis;

    - a filha de Cerra é uma lavadora de dinheiro e violadora de sigilos fiscais e bancários; e, por isso, está indiciada num processo;

    - Cerra e seu sócio e cunhado Preciado (o Fernando Rodrigues perdeu a oportunidade de entrar para a História do Jornalismo Investigativo …) fizeram uma tramóia com um terreno no Morumbi;

    - seu cunhado e sócio Preciado operava o Banespa e, mesmo falido, comprou uma empresa na privatização;

    - outro sócio de Cerra, o Rioli lavou dinheiro e operou uma empresa falida, a Calfat com dinheiro público; por isso, mereceu de Amaury o epíteto “Mandrake das privatizações”.

    - Cerra escondeu da Justiça Eleitoral suas operações comerciais com Rioli e Preciado;

    - Ricardo Sergio de Oliveira, chefe da tesouraria das campanhas do Cerra E DO FERNANDO HENRIQUE é  um “manual da roubalheira”.

    Ricardo Sergio, também chamado de “Mr. Big” fez de tudo:

    - lavou dinheiro para a filha e o genro do Cerra;

    - recebeu propina da Carlos Jereissati, sócio de Sergio Andrade na trampa da BrOi;

    - ajudou a montar a trampa da privatização do Daniel Dantas – é aquele momento Péricles de Atenas do Governo Cerra/FHC: “se der m… estamos todos no mesmo barco”.

    (Depois Jereissati, desinteressadamente, contribui para a campanha do Cerra com um valor infinitamente menor do que aparece no livro do Amaury. )

    Ricardo Sergio foi apresentado ao Cerra pelo Clovis Carvalho, que o Fernando Henrique queria fazer Ministro da Fazenda do Itamar, quando saiu do Governo para ser candidato.

    (Quem disse isso ao ansioso blogueiro foi o próprio Farol, dentro de um avião da ponte aérea Nova York – Washington.)

    Um dia, no restaurante Massimo, quando este ansioso blogueiro frequentava o Massimo e falava com o Gaspari, o ansioso blogueiro contou que o Ricardo Sergio o processava.

    Mr. Big foi um dos pioneiros nessa lista que enobrece o ansioso blogueiro – clique aqui para ler sobre as 41 ações que movem contra ele e, não perca !, a “Galeria de Honra Daniel Dantas”.

    Gaspari disse assim: vou falar com o Cerra para acabar com isso.

    (Quem acabou foi a Justiça. O advogado Manoel Alceu Affonso Ferreira, defensor deste ansioso blogueiro, botou o Ricardo Sérgio para correr.)

    Tem a lavagem de dinheiro de diamantes, operação que contou com o brilho do Ricardo Sergio.

    Ricardo Sergio foi quem criou o “business plan” – mostra o Amaury – para as operações subsequentes do banqueiro condenado, Daniel Dantas – e do genro e filha do Cerra.

    Lá está, em todas as tintas, o doleiro Messer, que conhece a alma tucana ainda melhor do que o Ciro Gomes.

    Ricardo Sergio aparece de corpo inteiro ao receber propina para privatizar a Vale.

    A Vale, aquela que, segundo o Fernando Henrique, foi vendida a preço de banana a pedido do Cerra.

    - Um último item deste roteiro para levar o Cerra ao PF Hilton seria acompanhar os documentos que o Amaury publica sobre suas relações com a empresa de arapongagem e montagem de dossiês, a Fence.

    A Fence foi trabalhar para o Governo de São Paulo, jestão Cerra, sem licitação …).

    A Fence, do “Dr. Escuta”, trabalha para ao Cerra desde os bons tempos do Marcelo Lunus Itagiba no Ministério da Saúde, onde a Roseana Sarney foi devidamente defenestrada da campanha presidencial de 2002.

    A Fence voltou ao Governo de São Paulo, como Cerra, no âmbito da Prodesp, a empresa de processamento de dados (sigilosos, do Estado de São Paulo).

    Um escárnio.

    Ficou lá, a trabalhar para os altos desígnios eleitorais do Cerra, até que o Geraldo Alckmin rompesse o contrato.

    Só a Fence e o “Dr Escuta” davam uns dez anos de cadeia ao Cerra (os mesmos dez que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis outorgou ao banqueiro condenado).

    Se o Zé Cardozo e o brindeiro Gurgel quiserem trabalhar …

    Muita gente achava que, se os discos rígidos fossem abertos, a República parava por dois anos.

    Foi por essas e outras que a Douta Ministra Ellen Gracie, em boa hora substituída, estabeleceu notável Sumula Vinculante, que rege muitas decisões pelo país afora: Dantas não é Dantas, mas Dantas.

    Muita gente achou que a Satiagraha ia sacudir o coreto dos tucanos.

    E vai mesmo.

    A I e a II.

    Por isso, foi um Deus-nos-acuda e teve quem chamou o Presidente “às  falas”.

    O Amaury tranquilizou todo mundo.

    Deixa os discos rígidos, adormecidos, sob as doutas nádegas do Ministro Eros Grau, que os sequestrou do Juiz De Sanctis.

    A Satiagraha I daqui a pouco ressuscita, apesar do Dr Macabu.

    Mas, antes disso, as vísceras tucanos vieram à mostra.

    Zé e brindeiro: ao trabalho !


    Paulo Henrique Amorim

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